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By louchopsuey

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AU em que os meninos ainda fazem música. Louis é o concertino da Orquestra Sinfônica de Londres, Harry é o no... More

Chapter I
Chapter II
Chapter III
Chapter IV
Chapter V
Chapter VI
Chapter VII
Chapter VIII
Chapter IX
Chapter X
Chapter XI
Chapter XII
Chapter XIII
Chapter XIV
Chapter XV
Chapter XVI
Chapter XVII
Chapter XVIII
Chapter XIX
Chapter XXI
Epilogue
EXTRA
nova fic - vou deletar isso aqui

Chapter XX

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By louchopsuey


Louis escreveu. Ele se sentiu fora de seu corpo, possuído por uma energia maníaca que se recusava a deixá-lo descansar. A peça estava se expandindo diante dele em duas linhas paralelas: a clave grave e a clave aguda se encontrando, flertando, tocando uma na outra. O quê — o quê você está fazendo aqui? Louis pôde sentir a tensão entre eles imediatamente, a faísca. Este é o meu escritório. Os dois temas não apenas se completaram, mas geraram mais, de alguma forma, que a soma das notas na página. Um atrito estranho e adorável. Como uma reação química, Louis podia sentir a música esquentando sob suas mãos.

Aparentemente, é você quem está me perseguindo.

Louis esfregou a parte de trás do pescoço enquanto seu lápis voava sobre o manuscrito, cantarolando um pouco da orquestração para si mesmo enquanto ele gradualmente aprofundava a interação entre os dois dirigentes. Seus olhos estavam coçando e secos, as lentes de contatos começando a desfocar enquanto ele piscava para o trabalho. Ele ignorou tudo, menos a música em sua cabeça.

Eu não estou tentando... seduzir você ou algo assim, você sabe.

O calor do sol formigou a espinha de Louis e suas omoplatas enquanto ele se contorcia na cadeira, mal ciente do fato de que ele ainda estava de camisa e calça de smoking. Ele distraidamente removeu sua faixa de cintura. Ainda havia muito o que escrever.

Eu não posso continuar assim. E-eu quero...

Você sabe o que eu quero, Styles.

Louis respirou trêmulo, sua mão começando a tremer ao ouvir o violino e o violoncelo tocando juntos pela primeira vez. A parte mais forte da melodia, em uníssono, não dança mais ao redor uma da outra. A orquestra ergueu-se sob eles, apoiando seu clímax duplo, e então...

Então, algo doce. Um tema calmo e romântico que parecia chuva na cidade, transformando tudo em fresco, verde e sagrado.

É tão bom com você, sempre. Sempre.

Meu lindo garoto.

A ponta do lápis de Louis quebrou e ele ofegou, encarando por um longo momento os pequenos e perfeitamente estilhaçados pedaços de grafite antes de enterrar a cabeça nas mãos e deixar-se sentir. Sua respiração estava irregular e seus ombros tremiam, mas ele não chorou. Não havia mais lágrimas em seu corpo; ele estava seco. Ele sentia tudo.

Seu telefone tocou no bolso e Louis levantou a cabeça, percebendo que ele devia ter perdido o ensaio matinal. Ele se atrapalhou, registrando o nome de Nick Grimshaw antes de aceitar a ligação.

"O-olá?" ele disse trêmulo.

Ele assentiu durante a maior parte da conversa, ouvindo em silêncio Grimmy divagar em um tom reconfortante sobre como provavelmente seria do interesse de todos se Louis concordasse em tirar uma licença da OSL. Louis sentiu a dormência tomar conta dele, de repente. Uma estranha omissão de sentimento que se apressou em substituir a dor.

"Não por muito tempo," garantiu Nick, com uma voz suspeita e falsa que fez o estômago de Louis afundar. "Apenas um mês ou dois. Faça uma pausa mental, descanse, dê a, ah... Bem, deixe tudo diminuir um pouco."

Louis pigarreou. "O Bruch?" ele perguntou. Ele se sentiu fraco, como se não pudesse pronunciar uma frase coerente. "Quem... quem vai..."

"Eleanor assumirá temporariamente todas as suas funções. Ela me garantiu que está no Bruch e é mais do que capaz de realizá-lo em seu lugar hoje e amanhã."

Claro que ela está. Louis engoliu em seco, sentindo seu pomo de adão estremecer duramente na garganta seca.

"Certo," ele respondeu. "Isso parece, hum... Ela fará um bom trabalho."

Houve um silêncio constrangedor depois disso, apenas o zumbido fraco da conexão passando pela linha. Louis, pela primeira vez, estava totalmente sem palavras. Ele apenas olhou tristemente para a parte do rascunho em que seu lápis havia quebrado, o começo de algo podre e atonal e totalmente vazio de prazer. Finalmente, Grimshaw tossiu e disse: "Certo, bem... vamos nos falar novamente na próxima semana."

"Sim," Louis sussurrou, a voz rouca. "Adeus, Sr. Grimshaw."

A ligação terminou e Louis largou o telefone apático sobre a mesa. Ele passou a mão pelos cabelos castanhos escuros. Estava começando a ficar oleoso. Ele não havia tomado banho; ele não dormia em trinta e seis horas. Ele pode ter acabado de ser demitido de seu emprego. Mais do que nunca, ele se sentia como uma bagunça que não conseguia se cuidar.

Como eu funcionei sem ele? ele se perguntou. Porra. Louis estendeu os braços, examinando as manchas de suor nocivas sob seus braços e sua aparência desgrenhada. Ele nunca vai me querer de volta. Ele nunca iria querer esta versão de mim.

Ele estava prestes a recostar-se na cadeira e desmoronar sob uma onda de autopiedade quando uma nova melodia veio à ele. Fazia parte do contraponto ao violoncelo, apenas mais um fio percorrendo a tapeçaria do tema romântico, mas subitamente explodiu na cabeça de Louis como uma melodia por si só. Ele se esforçou para apontar o lápis e colocá-la em uma folha de papel diferente.

Eu quero estar do seu lado. Eu estou sempre do seu lado.

Louis respirou fundo e pousou o lápis novamente. Ele estava começando a sentir a dor nos dedos. O cansaço finalmente estava se aproximando. "Espero que você saiba o que tem, Florian Weil" ele sussurrou. Então ele se afastou de sua mesa, tirando suas roupas sujas enquanto caminhava para o chuveiro. Suas lentes de contato saíram; água e sabão lavaram a camada de suor seco. Louis se perguntou se teria forças para ir até Harry, se Florian não fosse um fator. Ele ainda estava com tanto medo de machucá-lo novamente — não hoje, talvez, não este mês. Mas um dia, no futuro. Eu machuquei Harry Styles o suficiente por uma vida toda, ele pensou, quando caiu na cama.

Agora eu pretendo doer.

*

Harry abaixou os braços, olhando distraidamente para a seção de violoncelo por um momento antes de reunir seus pensamentos e liberar a Filarmônica do ensaio.

"Gute Arbeit," disse ele enquanto saíam silenciosamente do salão de treinamento. "Bis morgen." Ao menos seu alemão estava melhorando.

Harry flexionou seu bíceps, sentindo uma leve dor por ter acabado de conduzi-los através de uma passagem pelos Três Mantras de John Fould. A apresentação deles foi profissional e precisa, e eles responderam admiravelmente sua condução através da pequena barreira linguística que ainda existia. Seus rostos finalmente começaram a se tornar familiares; dia após dia, Harry os conhecia melhor. Mas ainda havia algo sobre eles, o estilo deles, que Harry achava desconfortavelmente uniforme. Cada músico era tão obediente, tão pronto para se moldar ao grupo que ninguém se destacava. Não havia Gladys Howard, com sua força firme que ancorava a suavidade de Niall e fazia com que as trompas soassem profundas e maravilhosamente ricas. Nem Gerald Courtenay, cuja entonação estranha e grosseira emprestava uma textura muito necessária à seção de cordas da OSL.

Definitivamente não havia Louis Tomlinson. Sem a voz brilhante, sem seu tom brilhante, nem ser o centro. Harry descobriu que era difícil manter a cabeça na música sem que alguém o desafiasse. Florian era um violinista maravilhoso, mas mesmo ele aceitava com calma e graça as correções de Harry e se permitia se misturar à sua seção unificada. Harry simplesmente não sentiu a faísca de inspiração que fez com que seus três ciclos de concertos com a OSL um sucesso. Não sem Louis.

Quando vou parar de amá-lo? Harry se perguntou, descendo do pódio e deslizando a pilha grossa de música anotada de seu pódio. Talvez eu mereça isso. Eu deveria ter dito a ele. Eu deveria ter dito a ele todos os dias.

Seus dedos coçavam pelo seu arco. Ele tocara muito na semana desde que retornara a Berlim com seu violoncelo, desejando mais do que nunca que ele fosse músico novamente. Ele adorava conduzir. Ele não queria parar, não completamente, mas... Deus, não havia nada como realmente produzir os sons. Nada como o atrito da crina nas cordas, o tapa suave dos dedos e a baixa ressonância do vibrato enquanto Harry ordenhava uma nota do nada. Era verdadeiramente mágico. E Harry precisava disso agora.

Ele colocou sua partitura firmemente debaixo do braço enquanto caminhava na direção de seu escritório. Ele agendou um pouco de tempo após o ensaio todos os dias para organizar seus pensamentos e fazer anotações para a próxima sessão, mas hoje ele se sentiu incrivelmente aborrecido. Ele acabou jogando os papéis em sua mesa e trancando a porta atrás dele, desesperado por um pouco de ar fresco. Com os braços balançando, ele subiu as escadas duas de cada vez e saiu às ruas, sentindo-se como um pássaro escapando de uma gaiola.

"Harry!" A voz de Florian cortou o som do tráfego quando Harry entrou na Tiergartenstraße, andando sob a sombra das frondosas árvores verdes que ladeavam o parque. Ele se virou, os cabelos soprando nos olhos pelo vento. "Oi! Wie geht es dir?"

"Oi," ele assentiu, encolhendo os ombros. "Gut."

"Anja vai me encontrar aqui em baixo," explicou Florian. "Ela disse para convidar você para jantar; há um pequeno café perto do..." Ele parou, os olhos passando rapidamente sobre a expressão vazia no rosto de Harry.

"Claro," respondeu Harry. "Isso parece bom."

"Você está bem? Você parece..." Florian agitou a mão expressivamente, procurando uma de suas expressões em inglês. "...como fígado picado."

Harry abriu um sorriso genuíno — os níveis extremamente variados dos termos de gíria de Flo sempre o divertiam — e ele viu o violinista visivelmente relaxar. "Não é nada," disse ele. "Eu adoraria ir jantar. Provavelmente tenha passado muito tempo sozinho nos últimos dias, pelo menos."

Florian riu. "Ohhh, você está sozinho, Herr Harry?"

Harry fez beicinho e foi até ele para um abraço, de cabeça baixa. Ele sentiu seus cachos sendo afagados de uma maneira amigável e se sentiu um pouco mais quente. "Na, schön," disse Florian, "Anja quer pedir sua opinião sobre as decorações para o berçário. Eu acredito que ela está trazendo amostras de tecido."

Harry cantarolou em reconhecimento e eles caminharam juntos em direção ao café, as sombras suaves das folhas se movendo em seus rostos. Depois de algumas quadras de silêncio, Flo pigarreou. Quando ele falou, parecia algo que ele pensava em dizer há um tempo.

"Você está com medo dele."

Harry virou sua cabeça de lado para encarar Florian. "Eu nunca tive medo de amá-lo," disse ele. As palavras saíram secas e dolorosas, e Harry quase estremeceu com a emoção que sentiu por trás delas. Ele franziu as sobrancelhas em uma frustração tempestuosa e olhou para a calçada. Florian colocou a mão cuidadosamente em seu cotovelo.

"Mas você disse que nunca contou para ele. Pensei que talvez, quando você se levantou e correu para os bastidores..." Florian olhou para ele de forma significativa.

"Ele se foi antes que eu pudesse encontrá-lo," Harry deu de ombros. Ele se virou para encarar o parque, a vasta faixa de verde vibrante no meio da cidade. Atrás deles, uma luz dourada brilhava na Philharmonie.

"E o que você teria dito para ele?" Perguntou Florian. "Honestamente."

"Eu—" a garganta de Harry se apertou quando ele pensou em como ele estava prestes a pedir para Niall dizer a Louis que ele o amava, antes de chorar no último momento. "Se eu o visse novamente," disse ele, respirando fundo e passando a mão pelos cabelos, "eu diria à ele." Ele assentiu. "Eu diria à ele." Eu realmente faria.

"Ok," disse Flo suavemente, dando um tapinha no ombro dele quando eles se aproximaram do café. Anja já estava lá com seus grandes óculos de sol, sentada em uma mesa encantadora do lado de fora e bebendo limonada.

"Você é a mulher grávida mais glamourosa do mundo," Harry sorriu, quando ela se levantou para beijá-lo na bochecha.

"Halt die Klappe!" ela bufou, obviamente satisfeita.

Florian a agarrou pela cintura, suave e adorando, movendo as mãos sobre a barriga dela. Harry os observou, um nó se formando em sua garganta enquanto se entreolharam com amor nos olhos. Eles não precisaram falar nada um ao outro. Já tinha sido dito.

Ele pegou o telefone e tirou uma foto.

*

Louis terminou a peça na quinta-feira à tarde. Ele estava escrevendo e revisando, riscando e recomeçando quase sem parar desde que começara na sexta-feira anterior e era estranho ter um rascunho devidamente finalizado à sua frente, em perceber subitamente que ele realmente havia terminado. Colocou o lápis sobre a mesa e piscou para os raios de poeira à luz do sol que se filtravam pela janela do quarto, sem saber o que fazer consigo mesmo.

Louis respirou fundo e colocou sua palma da mão na pilha de músicas à sua frente, fechando os olhos por um segundo.

Não parecia que ele esperava isso. Era surreal, quase anticlimático, como se ele devesse ter terminado com um floreio de atividade febril na tarde da noite, completando dramaticamente sua obra-prima sob a cobertura da escuridão. Em vez disso, sentiu-se surpreendentemente calmo, embora um pouco atordoado.

Louis revirou os olhos para si mesmo com um bufo, esfregando sua sobrancelha arqueada. Certo, termine um dueto e de repente você é a segunda vinda de Mozart... Seu egomaníaco.

Mas ele estava orgulhoso disso. Louis estava orgulhoso do que ele havia escrito. Ele sabia que havia criado uma obra de arte digna. Pela primeira vez em sua vida, ele teve certeza absoluta disso. Era uma peça musical bonita e emocionalmente complexa; ele sabia que era. Ele se sentiu torcido, um pouco murcho pelas bordas, mas havia um núcleo de satisfação lá também. Um toque desconhecido de confiança em seu coração.

Louis afastou a cadeira e desceu as escadas, pegando um copo de água da torneira da cozinha. Ele sentiu a presença da música no outro cômodo como um peso nas costas. A pequena satisfação dentro dele estava sendo ofuscada por outra coisa.

O que eu faço agora? ele pensou. O que eu faço com isso?

Havia apenas uma pessoa para quem ele realmente queria mostrar a música, e era a única pessoa que ele tinha certeza de que nunca conseguiria.

Meu lindo, lindo garoto, Louis pensou. Isto é para você. Para nós.

A mão de Louis apertou o copo que ele estava segurando, com o coração apertando dolorosamente no peito. Ele engoliu um único gole de água e jogou o resto pelo ralo.

Bem, o que você realmente esperava? ele zombou de si mesmo. Algum tipo de recuperação magicamente catártica? Fechamento? Como alguém realmente consegue isso, afinal? Apenas um monte de besteira. Eu ainda vou amá-lo. Eu sempre o amarei. Não era disso que se tratava?

Ele caminhou de volta para o quarto, encostou-se na lateral da porta e olhou para o maço de papel em sua mesa.

Tempo. Era isso que Louis teria que esperar. A simples, lenta e inevitável passagem do tempo. Era tudo o que ele podia fazer.

Isto deve passar também.

Talvez um ano depois, Louis seria capaz de amar Harry de uma maneira distante e tragicamente romântica, em vez de com o imediatismo encorpado e assustador que ele sentia agora. Talvez em seis meses ou um ano, o amor não parecesse uma pedra no estômago, como um tumor na base do esôfago, sufocando-o lentamente até a morte por dentro. Eventualmente, ele seria capaz de pensar em Harry Styles sem engasgar com a força de sua emoção.

É isso que eu realmente quero, no entanto, se estou me dizendo a verdade? Esquecer Harry?

Ele atravessou o quarto em busca da música, colocando a mão nela novamente, passando os dedos levemente sobre as notas na página superior. Ele estremeceu quando outra onda de desejo tomou conta dele. Deus. Harry Styles. Louis queria mostrar isso a ele, muito, mesmo sabendo que não merecia a chance. Ele não queria sofrer de longe. O que ele realmente queria era dizer a Harry que o amava. Ele queria finalmente poder expressar à Harry o quanto ele era importante para ele.

Egoísta, Louis disse a si mesmo, severamente. Você é egoísta. Você partiu o coração dele e o seu; você não o merece. Ele está feliz agora...

"Porra," disse ele, batendo as escadas novamente e caindo no sofá, pegando o controle remoto para poder ligar a televisão. Ele queria que isso fosse uma distração de seus pensamentos (provavelmente ineficaz) e definitivamente não considerou a possibilidade de que seria o seu próprio rosto olhando para ele da tela quando ela piscou ao ligar.

Louis ficou tenso, assustado. Ele se sentiu desorientado por um segundo e vulnerável, como se houvesse uma câmera nele naquele momento, antes de se lembrar do último ciclo de shows de Harry e do acordo da OSL com a BBC.

"Pensei que fosse no domingo," ele murmurou, mexendo-se desconfortavelmente na almofada. "Eles devem estar reprisando..."

Sua voz sumiu quando seus olhos se estreitaram em Harry, na linha de suas costas e nos fortes movimentos de seus braços enquanto ele conduzia. Louis percebeu que era o final de sua apresentação, o movimento final da Symphonie Fantastique de Berlioz. Ele sentiu-se aliviado por não conseguir se torturar por muito tempo, mas também um pouco triste. Observar Harry era incrível. Louis faria isso por horas, não importa o quanto doesse.

Harry era incrível como sempre, uma presença magnética e confiante na frente da orquestra. Louis se viu inclinando-se para a frente enquanto a peça prosseguia, atraído pela estranha qualidade da música, galopante e quase alucinante. E, claro, pelo próprio Harry.

O ângulo da câmera mudou quando Harry cortou os músicos para finalizar a peça, mostrando-o pela frente e não por trás. A respiração de Louis ficou presa no peito, observando, hipnotizado, enquanto os olhos do Harry na tela se moviam para baixo e para a esquerda após o término da apresentação, iluminando-se ao fazê-lo. O rosto de Harry estava tão claro, abertamente feliz, a sugestão de uma covinha aparecendo em sua bochecha esquerda enquanto ele sorria para Louis. O Louis na tela, cujos olhos brilhavam de volta, cujo rosto estava tão aberto quanto, retornou o olhar de Harry. A câmera foi colocada diretamente nos dois, aproximando o zoom enquanto Harry desceu do pódio para apertar a mão de Louis, e os olhos de Louis se encheram de lágrimas pelo o que viu. Com o quão obviamente e totalmente apaixonado ele esteve. Como obviamente eles estavam apaixonados, porque o Harry na tela o amava claro e inegavelmente.

Veja. Veja o que você perdeu. O que você estava com tanto medo de perceber que você tinha...

Louis rapidamente desligou a televisão e jogou o controle remoto no chão. O peito dele estava arfando, a agudeza da dor nas tripas quase insuportável, o aperto na base da garganta pior do que nunca. Ele pulou do sofá e começou a se mover pela sala, forçando-se a respirar fundo, respiros corretos, para não ficar mais tonto do que já estava.

Fora, fora, ele pensou. Eu preciso sair.

Ele vasculhou pelas folhas de papel descartadas na mesa de café, finalmente localizando seu telefone depois do que pareceu uma eternidade.

Niall atendeu no primeiro toque. "Lou?"

Ouvir o gentil tom da voz de seu amigo quase levou Louis às lágrimas, mas ele as controlou.

"Ni," ele conseguiu. Ele ainda estava andando e respirando pesadamente.

"Louis, você está bem?" Niall perguntou, a preocupação em sua voz aparente.

Louis engoliu em seco. "Sim. Bem, não," ele riu um pouco sombrio. "Mas, hum, você acha... eu preciso sair de casa... Você acha—"

"Sim, claro," disse Niall, sem esperar que ele terminasse. "Claro. Você quer vir? Gladdo, Malik e eu estamos tendo um pequeno churrasco de férias, se você estiver disposto... se não, posso dizer à eles que vou remarcar —"

"Não," Louis interrompeu. "Quero dizer, sim. Estou— estou querendo isso." Ele deu outra risada fraca. "Pessoas. Pessoas seria bom para mim, eu acho."

Niall riu, "'Kay, bem, Gladys estará aqui a qualquer momento agora, então venha a hora que quiser."

"Devo trazer alguma coisa?" Louis perguntou, não que ele tivesse alguma coisa em seu apartamento para levar.

"Nah, apenas você mesmo."

"Okay."

"Tudo bem." Niall fez uma pausa e Louis pôde ouvir que ele estava balançando a cabeça. "Eu amo você, amigo," disse ele.

"Eu também te amo," Louis murmurou baixinho, antes de desligar.

Ele chegou à casa de Niall em menos de uma hora, com os cabelos ainda espetados e molhados do chuveiro. Niall havia mandado uma mensagem de que eles já estavam no pátio, então Louis foi até os fundos com uma garrafa de vermelho que ele pegou no caminho.

"Falei apenas para se trazer!" Niall disse, puxando-o para um abraço e dando um tapa nas costas dele. Ele girou as pinças da grelha na mão esquerda quando elas se separaram. Niall levava sua posição como churrasqueiro incrivelmente a sério, é claro.

"Queria contribuir," Louis explicou com um encolher de ombros. "Não estava com vontade de beber cerveja, não tinha certeza se você teria algum vinho..."

Zayn e Gladys riram, já sentados à mesa de piquenique, mas Niall fez um barulho descontente e ajustou seu boné de maneira indignada.

"Tem vinho! Definitivamente, vinho! Muita variedade, de fato! Sou um anfitrião consumado e um ser humano incrivelmente cultivado, se quer saber." Ele objetou alto, gesticulando com a pinça enquanto acendia a churrasqueira. Ele apontou a cabeça para Gladys. "Diga-os G."

Gladys riu e revirou os olhos quando ela começou a mexer a salada que estava no meio da mesa. "Louis, seu amigo Niall Horan fez recentemente incursões no amplo e maravilhoso mundo da degustação de vinhos, e ele tem várias seleções muito boas em sua cozinha no momento."

Niall sorriu presunçosamente para Louis da churrasqueira, tão satisfeito que seus olhos quase desapareceram.

"Tudo encaixotado? Ou qual é a proporção, como 70:30? 60:40?" Louis perguntou, rindo.

"Oooh engraçado, tão engraçado. Você é hilário como sempre, Tommo," disse Niall, revirando os olhos, mas sorrindo também. "Todos os vinhos estão em garrafas, muito obrigado."

Louis sorriu quando foi para a mesa. Ele se sentiu um pouco tenso no caminho, pois era a primeira vez a ver alguém desde sua desgraça. Interagir com Niall aliviou um pouco isso, mas ele ainda se sentia estranho ao se sentar em frente ao Zayn.

"Então," ele disse, cumprimentando um olá enquanto pegava o saca-rolhas, "como você está?"

Zayn olhou para ele cautelosamente. Parecia que ele estava tentando escolher suas palavras com cuidado.

"Melhor do que eu, eu acho," disse Louis, com uma risada forte antes que Zayn pudesse realmente falar. Ele só queria reconhecer o elefante na sala, mas a falsidade estridente em sua voz apenas o lembrava de sua mãe. Ele teve que fechar os olhos e tentar afastar várias lembranças da noite de sexta-feira.

Não, eu sou. Eu estou sendo realista...

O som dos passos rápidos de Harry no tapete do saguão de Barbican, enquanto ele se afastava de Jay, ecoou na mente de Louis.

Merda.

Ele provavelmente só piorou tudo. Ultimamente, isso parecia ser tudo em que ele era bom. Com certeza, quando ele abriu os olhos, Zayn estava se mexendo ainda mais desconfortavelmente no banco da mesa de piquenique, claramente sem saber o que dizer. Gladys, que desapareceu na casa por alguns minutos depois de terminar com a salada, juntou-se a eles no momento certo para vir ao resgate.

"Ele definitivamente está se saindo melhor que você, Louis," disse ela com um sorriso, entregando a Louis o copo de vinho que ela acabara de recuperar da cozinha. "O senhor Malik tem seu primeiro show de arte na galeria estreando no final do mês."

"O que? Sério?" Louis perguntou, tão irritado por seu amigo que ele esqueceu tudo sobre a tensão que criou. "Isso é incrível. Parabéns!"

Zayn ficou um pouco rosado, seu lindo rosto se contorcendo em um meio sorriso. "Obrigado, mate," disse ele, balançando a cabeça e dando de ombros timidamente.

"Então onde vai ser? E quando? Que tipo de arte? Desenhos?" Louis perguntou, agradecendo a Gladys pela taça com um sorriso antes de se servir de vinho. "Me conte tudo."

"Bem," disse Zayn, tomando um gole de cerveja, "São impressões, principalmente..."

Vinte minutos depois, Zayn estava explicando como a grande paixão que ele havia desenvolvido pela curadora da galeria criara uma situação horrível para ele, onde ele não tinha coragem de dizer que ela estava pronunciando errado seu sobrenome nas primeiras três semanas que eles trabalharam juntos.

"Foi completamente horrível. Quero dizer, eu mal falo quando estamos juntos. Ela provavelmente acha que eu apenas me comunico com todo mundo apenas assentindo e balançando a cabeça como uma espécie de maluco," disse Zayn, revirando os olhos para si mesmo e rindo. "E de repente eu falei 'É Malik' sem aviso."

Louis riu carinhosamente da história. Ele adorava o modo como Zayn ficava cada vez mais animado quando bebia, sua voz mudando de alta e baixa para dar ênfase durante as histórias. Ele definitivamente não era tão quieto como as pessoas pensavam inicialmente.

Gladys deu um tapinha no braço de Zayn, sentando ao lado dele na mesa. "Tenho certeza que ela acha que você é fofo."

Zayn balançou a cabeça. "Fico impressionado com o constrangimento, porque às vezes tenho medo que ela pense que estou sendo, tipo, propositalmente "misteriosa" ou algo. Como se fosse um figurino, algum tipo de artista estúpido. E então eu, tipo, literalmente quero morrer, e isso só piora tudo."

Niall estava rindo quando se aproximou da mesa, braços cheios de pratos de bife e legumes grelhados em papel alumínio. "Deveríamos pegar um pequeno cartão para você dar à ela. 'Cara Perrie, pessoas bonitas também podem ser tímidas. Com amor, Zayn.' Você se casará em uma semana. Seu telefone começou a tocar dentro do avental que ele usava enquanto manobrava, tentando colocar a comida na mesa. "Tommo, você poderia pegar isso para mim, por favor?"

Louis cantarolou em concordância e colocou a mão no bolso da frente de Niall para pegar o celular.

"De quem é?" Niall perguntou, enquanto voltava para a churrasqueira.

Louis olhou para o telefone e congelou, seu coração gritando até parar.

"É, uh," ele engoliu. Sua mão estava tremendo e úmida ao redor do celular de Niall, enquanto ele continuava segurando-o, olhando para a tela e tentando entender o que via. "É de Harry..." ele terminou em um sussurro, sua respiração engatando apenas um toque.

Harry enviou uma foto de Florian Weil. Seu braço estava ao redor dos ombros de uma linda mulher, uma mão descansando cuidadosamente em sua barriga muito grávida, os lábios pressionados na têmpora.

Anja e Flo e o novo bebê dizem Hallo!!! Que familia adorável, huh? Sinto sua falta, Nialler. Saudades de Londres.

Um dia atrás, Louis poderia ser capaz de criar uma ficção ridícula em sua cabeça, conseguir convencer a si mesmo, em uma espiral descendente de desespero de pesadelo, que essa Anja deveria ser a barriga de aluguel de Florian e Harry e que ele havia perdido Harry até mais irrevogavelmente do que ele jamais imaginou ser possível. Mas agora não. Não.Louis reconheceu os olhares em seus rostos; ele viu o mesmo tipo de brilho entre ele e Harry na televisão naquela tarde. A verdade era evidente. Florian e Anja estavam apaixonados.

Florian e Harry não estão juntos, Louis pensou, atordoado e mal respirando. Eles não estão juntos. Eles não estão apaixonados.

"Lou," Niall disse suavemente, voltando da churrasqueira e colocando a mão no ombro de Louis, "você me ouviu? O que diz a mensagem?"

Louis não conseguiu falar. Ele balançou a cabeça, sem palavras, entregando o celular para Niall.

Eles não estão apaixonados... Harry não está apaixonado por Florian. Ele não está. A mente de Louis estava correndo, perdendo o controle. Ele não conseguia processar essas novas informações ao todo; era uma sobrecarga emocional e sensorial. Suas têmporas estavam latejando, como se seu cérebro estivesse inchando e se comprimindo dentro de sua cabeça, seu pulso disparando. Era uma tarde bonita no início do verão, mas de repente o ar parecia pegajoso em sua pele exposta, a doçura suave nela enjoando.

Eu quero estar do seu lado, sempre.

Niall passou o telefone para Gladys. Louis podia senti-los trocar um olhar por cima da cabeça depois de ver a foto, mas eles pareciam tão distantes, como se o mundo em que habitavam estivesse em um plano de existência diferente.

Harry não está apaixonado por ele.

"Louis," disse Gladys, gentilmente.

Louis ficou olhando para seu colo, mordendo o interior do lábio. Sua perna esquerda estava saltando rapidamente, a única manifestação externa da energia turbulenta que se formava em seu corpo.

"Louis, olhe para mim," disse ela, sua voz gentil. Uma de suas mãos suaves e quentes se fechou sobre as dele na mesa. "Olhe para mim, querido."

Louis olhou para cima devagar, seu peito tão apertado que parecia que suas costelas poderiam quebrar. Através do borrão de lágrimas que brotou em seus olhos, ele pôde ver que o rosto de Gladys estava cheio de amor e compreensão.

"Quem você está protegendo?" Ela perguntou baixinho, apertando a mão dele e esfregando círculos tranquilizadores em sua pele. "Você está protegendo ele? Ou você ainda está se protegendo?"

Louis engasgou algo que era meio riso e meio soluço, as lágrimas se soltando e derramando em suas bochechas. "Porra," ele engasgou.

Ele levantou-se abruptamente, levantando-se e lutando entre o banco e a mesa de piquenique da maneira menos graciosa possível. Gladys estava certa. Ele não tinha mais nada a esconder; ele não podia mais ser covarde.

De repente, Louis percebeu cada milha entre ele e Harry. Parecia que Berlim poderia estar na lua — inaceitável e insuportável, a que distância eles estavam. Louis precisava consertar; ele precisava estar com ele, com Harry, imediatamente. Qualquer outra opção parecia insondável, inabitável. Ele precisava se explicar e se declarar o mais rápido possível, ou seu corpo poderia se autodestruir, desintegrar-se em uma pilha patética de poeira no chão. Ele não sobreviveria se não dissesse à Harry que o amava. Ele não podia mais viver assim.

Ele estendeu a mão cegamente e agarrou o pulso de Niall.

"Porra. Niall," ele disse desesperadamente, limpando desajeitadamente as lágrimas no rosto com a mão livre. "Você-você tem... eu tenho—" Ele tomou uma inspiração longa e trêmula para não ficar tonto demais e tombar na grama, sua não apertando o braço de Niall. "Você tem que me dizer onde Harry mora em Berlim. Por favor. Eu tenho que. Eu tenho que ir a Berlim; E-eu tenho que falar com ele. Eu tenho que contar à ele."

"Tudo bem," Niall assentiu, olhos arregalados, enquanto observava tudo o que Louis havia dito. Ele deu uma risada nervosa e puxou Louis para um abraço firme, esfregando entre as omoplatas de uma maneira reconfortante. "Eu tenho o endereço dele no meu celular, está bem?"

Louis acenou com a cabeça em seu ombro.

"Apenas respire fundo algumas vezes para mim," ele instruiu, a palma ainda uma presença tranquilizadora na parte superior das costas de Louis. De qualquer outra pessoa, isso poderia ter parecido um pouco condescendente. Não de Niall, no entanto. Ficou claro que ele estava apenas sendo acolhedor e solidário, acalmando Louis, para que ele se mantivesse firme e certeiro o suficiente para realizar qualquer curso de ação que estivesse planejando.

"Você quer sair agora? Hoje?" ele perguntou, puxando Louis para olhá-lo nos olhos, o rosto cheio de preocupação.

Louis assentiu novamente. "Sim hoje. Agora mesmo. Hoje."

Zayn pigarreou, ainda sentado ao lado de Gladys na mesa de piquenique, com o smartphone na mão. "O último vôo de Londres para Berlim é às 7:10 da British Airways em Heathrow," disse ele, com um sorriso suave no rosto. "Vai ser apertado, mas você consegue."

Louis olhou para o relógio, seu batimento cardíaco acelerando um toque. Já passava das quatro e meia agora. Zayn estava certo; seria apertado, mas ele poderia fazer isso.

"Tudo certo!" Niall disse, um sorriso de repente se abrindo em seu rosto enquanto ele corria em direção à sua casa em seus chinelos. Ele apontou de volta para Louis, seus olhos brilhando com orgulho e emoção. "Tudo bem, Tommo! Vou pegar minhas chaves. Vou levá-lo com o Astra, é mais rápido. Precisamos parar na sua casa para o seu passaporte?"

"Sim," Louis confirmou, assentindo. O passaporte, o concerto e ele mesmo; isso era praticamente tudo o que ele planejava levar. Ele sentiu uma injeção de adrenalina subir dentro dele ao perceber que finalmente estava realmente fazendo isso. Ele estava indo para Berlim. Ele estava indo para Harry. Ele estava indo confessar seu amor pra seu lindo garoto.

"Yep," ele disse em voz alta, novamente, para seu próprio benefício. Ele nunca esteve tão assustado ou animado sobre alguma coisa em toda sua vida.

*

Pouco mais de seis horas e meia depois, Louis estava do lado de fora do apartamento de Harry, encolhido sob o toldo da entrada do prédio. Eram onze e quinze da noite em Berlim e ele estava se remexendo no escuro, tentando reunir coragem para tocar a campainha de Harry.

H. Styles 2A

Harry Styles, Louis pensou, seus ossos vibrando com o poder de seus nervos. Seus dentes estavam batendo, mesmo que o ar estivesse suave e quente ao seu redor. Aparentemente, Berlim era adorável nessa época do ano.

Foda-se Berlim.

Foi uma corrida louca para o aeroporto, Niall estacionando o Astra até a calçada do lado de fora do Terminal Cinco tão rapidamente que ele quase queimou borracha. Ele gritara com Louis para "ir buscá-lo!" quando Louis saiu do carro, correndo para o balcão da British Airways para poder comprar sua passagem. Ele passou pelo segurança tão nervoso e ansioso que ficou surpreso por não ter sido selecionado para uma revista "aleatória" e chegou ao portão, suado e desgrenhado, pouco antes de começarem a embarcar.

Então estava na hora de esperar. Louis olhou pela janela do avião, tentando descobrir exatamente o que deveria dizer à Harry quando o visse, lutando para formular um pedido de desculpas que mostrasse o quão genuinamente, profundamente arrependido ele estava. Ele não conseguia parar sua mente de pensar em horas extras, zumbindo em um ciclo interminável, enquanto ficava obcecado com a possibilidade de Harry perdoá-lo ou não, se ele o deixasse ir até seu apartamento, se havia alguma esperança de que ele ainda amava Louis.

Isso não vem ao caso, Louis se repreendeu agora, enquanto passava um dedo sobre o botão ao lado do nome de Harry. Você vai se arrepender pelo resto da vida se não fizer isso, ele disse a si mesmo. Você ama ele. Ele merece um pedido de desculpas e uma explicação pelo o seu comportamento, ao menos.

Ele continuou dando desculpas, dizendo a si mesmo que seria mais educado voltar de manhã. Como se ele estivesse realmente sendo atencioso, porque sabia que o horário de sono do avô Harry às vezes significava que ele estava na cama antes das 9:30. Como se aparecer do nada às oito da manhã e jogar uma bomba emocional em Harry fosse melhor, já que Harry provavelmente tinha que ir trabalhar.

Quem você está tentando proteger? Louis revirou os olhos para si mesmo com um bufo quando as palavras de Gladys passaram por sua mente. Foi o seu medo que te levou a isso em primeiro lugar.

Louis mudou seu peso de pé para pé, sacudiu os braços e respirou fundo. Ele se inclinou para a frente e pressionou a campainha com o dedo indicador, segurando por três segundos no caso de Harry realmente estar dormindo.

Oh Deus. Oh Deus. Oh Deus. Seu coração estava disparado quando ele deu um passo para trás, pulando cautelosamente na ponta dos pés e segurando a mochila no peito enquanto esperava.

Quinze segundos se passaram, depois trinta, depois quarenta e cinco. Louis estava avançando para pressionar a campainha mais uma vez quando a caixa de chamadas ganhou vida em um assobio de estática, assustando-o tanto que ele soltou um pequeno grito e deu um pulo para trás.

"H-Hullo?" A voz profunda, confusa e sonolenta de Harry estalou para fora do alto-falante e o coração de Louis apertou em seu peito ao ouvir isso. "Quem — Flo? Wer ist da?"

Louis se inclinou e apertou o botão para falar, tremendo o tempo todo. "Harry," disse ele, pigarreando sobre o nó de emoção que havia se formado nele. Ele estava assustado. É — é o Louis. Eu, uh Louis Tomlinson?" Ele pensou brevemente em pedir desculpas por aparecer do nada, mas pensou melhor. "Poderíamos — eu só estava esperando — poderíamos... Poderíamos conversar?"

Ele se afastou do alto-falante, estremecendo, seu coração batendo como o de um beija-flor. Ele temia o pior quando involuntariamente começou a contar os segundos antes de Harry responder.

Um mil, dois mil, três mil...

Louis enfiou a mão nos cabelos rebeldes e levemente oleosos por conta do avião. Ele estava mordendo o interior de sua bochecha com tanta força que quase saiu sangue.

Ele achava que seu coração estava acelerado, esperando que Harry respondesse, mas estava totalmente despreparado pela forma como ele pulou, quase disparando para fora de seu peito quando Harry apareceu na luz tremeluzente do corredor da frente do prédio. Ele veio inclinando-se para a porta do seu jeito dolorosamente familiar de Harry, calças de dormir penduradas em seus quadris, camiseta velha e mais buracos do que não, cachos torcidos. Perfeito. Absolutamente perfeito.

Meu lindo, lindo garoto, Louis pensou, sua respiração estrangulando dentro dele. Ele era. Harry era tão, tão amável para Louis. A coisa mais linda.

Louis queria tanto de uma só vez, vendo Harry novamente. Ele queria se jogar aos pés de Harry e pedir perdão. Ele queria enterrar as mãos nos cachos de Harry e beijar seus lábios carnudos e vermelhos. Ele queria encará-lo de longe por horas. Ele só queria segurá-lo pelo resto da vida e nunca deixar ir.

Por um momento de parar o coração, ele pensou que Harry poderia ter descido as escadas só para pedir para ele ir embora. Mas então Harry estava abrindo a porta e acenando sonolento de volta na direção da escada, indicando claramente que Louis deveria segui-lo para dentro.

"A campainha," Harry disse, a voz ainda rouca de sono. Ele estava gesticulando em círculo com uma mão como se não soubesse o termo certo para usar. "O, uh, a coisinha, o mecanismo de desbloqueio da porta... Não funciona totalmente," ele explicou, nunca fazendo contato visual. Nervoso, ajeitou a franja enquanto caminhava à frente de Louis, subindo rapidamente os degraus em seus pés com meias.

Louis o amava tão ferozmente que parecia que ele iria quebrar seu corpo ao meio. Quebrar seu esterno em dois, todos os seus ossos pulverizados dentro dele apenas pela força. Ele podia literalmente ver seu coração batendo no peito sob a camiseta, o músculo peitoral pulando um pouco pela força do pulso de dentro.

Harry Styles. Harry Styles. Harry Styles.

Harry silenciosamente abriu a porta de seu apartamento, deslizando por dentro e atrás da porta enquanto esperava Louis segui-lo. Ele ainda era educado o suficiente, como sempre, para fechá-la atrás deles, mas evitou guiá-lo de qualquer maneira.

Harry não falou até levar Louis à sua sala de estar, virando-se para encará-lo, parado a cerca de dez passos de distância, com os braços sobre o peito e um franzido na testa.

"Então," ele solicitou, sua voz trêmula. Seus lindos olhos verdes eram grandes e piscavam, mas guardados. "Sobre o que você quer conversar?"

Ele parecia cauteloso, mas genuinamente curioso e aberto a ouvir o que Louis tinha a dizer — e, apesar de tudo, talvez um pouco esperançoso também. Ele momentaneamente roubou o fôlego de Louis, a beleza insondável de Harry como ser humano. Às vezes parecia incompreensível, e Louis quis afundar no chão quando sua mente voltou à terrível noite em sua casa, há muito tempo, ao tom pedregoso e cortante de sua própria voz quando perguntou ao Harry o que era que ele queria.

Cristo, eu o amo muito. Como alguém realmente o merece?

Louis colocou sua mochila no chão ao lado do sofá de Harry, não querendo usá-la como um cobertor de segurança enquanto ele falava. Era tão difícil não poder tocá-lo. Ele queria atravessar a sala e colocar uma mão reconfortante na nuca de Harry, tocar seu rosto, traçar as linhas das sobrancelhas e murmurar que o amava. Ele sabia que isso não era permitido. Em vez disso, ele se contorceu onde estava, pigarreando e parando por um tempo enquanto tentava descobrir por onde começar. Parecia uma tarefa impossível.

Harry mexeu-se esperançosamente na frente dele, ainda esperando por uma resposta, sua crescente agitação clara na maneira como ele estava brincando com seu lábio inferior.

Louis respirou fundo e começou a falar.

"Eu acho... eu acho que, primeiro, eu só queria dizer o quanto sinto muito por como eu tratei você, Harry." Louis fechou os olhos, engolindo um choro quando a familiar onda de culpa que se ergueu dentro dele, a mesma auto-aversão sufocante de sempre, fechando em sua garganta. "Sinto muito pelo o que fiz e pela maneira como agi. Nunca me arrependi de mais nada na minha vida. Eu fui um covarde. Tão... tão assustado. E isso me mata, pensando em como deve ter parecido para você como eu não — como se eu não me importasse com você. Nunca me perdoarei por isso, porque literalmente nada... nada poderia estar mais longe da verdade."

Ele olhou para Harry então, corretamente, bem nos olhos. Os de Harry estavam vermelhos e já cheios de lágrimas como os de Louis. O coração de Louis pulou uma batida enquanto se preparava para o que ia dizer a seguir, mas não havia como voltar agora.

"Eu te amo, Harry," ele suspirou impotente, deixando lágrimas escorrerem pelo rosto. "Muito. Eu estou tão apaixonado por você. E eu tinha medo de não vir aqui e dizer essas coisas, isso me assombraria pelo resto da minha vida."

Harry piscou para ele, seu rosto manchado de emoção. Uma única lágrima escorregou pela bochecha direita. "Mas por—por quê?" ele gaguejou, a respiração irregular e soluçando. "Por que —"

"Por que eu disse o que disse para Dennis Turner?" Louis perguntou. Ele fechou suas mãos em punhos ao lado do corpo, até que suas unhas estavam cavando as palmas das mãos. Estava doendo cada nervo de seu corpo, não sendo capaz de alcançar Harry, não sendo capaz de confortá-lo. "Por que eu fui tão horrível com você quando você me procurou por uma explicação?"

Harry assentiu, limpando o nariz e os olhos. Seus ombros se curvaram sobre si mesmo e as lágrimas ocasionais continuaram a vazar em suas bochechas. O coração de Louis estava doendo ao vê-lo, apertando-se com raiva ao saber que ele causara tanta dor à Harry.

"É realmente... não é desculpa. Mas eu—" As bochechas de Louis coraram de vergonha com a profundidade de sua insegurança enquanto ele esfregava o pé no tapete feio de Harry. "Eu, hum, pensei que... pensei que você já tinha decidido ir para Berlim. Que você não tinha me contado, mas que estava indo embora." Ele balançou sua cabeça. "Parece tão estúpido agora, mas ouvi Taggie Diversey e Amelia Frasier-Lind conversando sobre isso naquela festa, depois do seu último show. Fiquei tão arrasad9, e é horrível e humilhante pensar nisso porque reagi de uma maneira incrivelmente infantil e — e vingativa." Louis limpou uma lágrima do rosto, continuando em um sussurro, olhando para os pés de Harry com vergonha. Ele coçou uma sobrancelha, conscientemente, dando de ombros. "Encontrei sua oferta, daqui — de Berlim — em seu sofá um mês antes e esperava... fiquei esperando que, de alguma forma, eu pudesse ser suficiente. Que nós dois juntos, que talvez eu fosse o suficiente para você querer ficar. E então..." ele suspirou, não terminando o pensamento, esfregando a mandíbula onde as lágrimas estavam deixando coceiras ao sair do rosto. "Eu não quis dizer o que disse para Dennis. Esse é exatamente o oposto de como eu realmente me senti, Harry. Queria mantê-lo em Londres para sempre, mas pensei... achei que você não se importava. Então, eu agi como também não."

Louis levantou sua cabeça, piscando mais lágrimas enquanto fazia contato visual com Harry novamente.

"Não consigo parar de pensar na última coisa que você disse em minha casa naquela noite" Louis sussurrou, sua voz rouca de emoção. "Sobre—sobre sempre querer estar do meu lado e como eu nunca deixei você, como eu não deixei. Eu faria, Harry. Gostaria, agora, se você me desse uma chance. Eu quero que você esteja do meu lado. Eu quero estar no seu. Eu quero isso mais do que qualquer outra coisa que eu possa pensar em todo o mundo. Eu—eu manteria você ao meu lado pelo resto da minha vida se você me deixasse..."

"Louis", Harry disse gentilmente, sua voz grossa.

Louis rapidamente se abaixou em sua bolsa, puxando o dueto acabado dos confins do couro. De repente, ele ficou aterrorizado com o que poderia ver nos olhos de Harry. Ele estava tão concentrado em derramar seu coração para ele, em finalmente expressar tudo o que sentia, que ele meio que perdeu a noção do fato de que esperava desesperadamente que Harry ainda o amasse em troca, se ele realmente o amou. Ele conseguiu esquecer momentaneamente que, se Harry o decepcionasse, por mais orgulhoso que Louis estivesse por ter forças para se desculpar e se explicar, seu coração seria quebrado novamente. Ele estava definitivamente bem ciente disso agora, enquanto estendia sua composição para Harry com uma mão trêmula e olhos abatidos. Louis precisava dar à ele antes de descobrir como Harry se sentia; caso contrário, ele pode perder completamente a coragem. Era a última peça do quebra-cabeça para Louis, talvez a mais importante.

Harry pegou sem palavras, mas Louis podia sentir seus olhos se movendo sobre seu rosto, cheios de perguntas. Ele assistiu com o coração batendo a vários metros de distância, enquanto Harry espalhava a peça sobre uma mesa próxima, passando as pontas dos dedos pelas medidas de abertura, franzindo a testa enquanto lia.

"Você escreveu isso," Harry murmurou, enquanto folheava a primeira página. Definitivamente não era uma pergunta, mas Louis murmurou em confirmação de qualquer maneira. Sua pele estava arrepiada de vulnerabilidade quando Harry olhou para a folha.

De repente, a respiração de Harry ficou presa em algo que ele encontrou na música da página. "Oh, Louis," ele disse.

Louis desviou os olhos para olhar com cuidado o ponto descolorido na parede, com todos os cabelos da nuca em pé.

"Querido," Harry disse ternamente. "Por favor, olhe para mim."

O carinho por si só foi suficiente para fazer a garganta de Louis apertar em emoção e ele levantou a cabeça em pequenos incrementos esperançosos até que ele estava olhando diretamente para o rosto bonito e riscado de lágrimas de Harry. Assim que Louis encontrou o olhar de Harry, ele começou a chorar mais uma vez, novas lágrimas fluindo do puro grau de alegria e alívio que percorria seu corpo. Ele foi desfeito pela magnitude e vibração do amor que brilhava nos olhos de Harry.

"Eu te amo muito, Louis," Harry engasgou. "Você deve saber, eu... eu nunca parei. Não foi possível parar."

Louis corou com as palavras de Harry, sentindo seu amor se espalhando por sua pele e enchendo-o, fazendo-o formigar. Ele ficou de pé, quase tonto por causa disso.

Harry. Harry. Meu Harry. Sempre, sempre.

Harry pressionou as pontas dos dedos trêmulas na pilha de partituras, quase acariciando-a. "E isso é... eu nem sei o que dizer. É — Louis. Isso significa muito. É perfeito."

"Obrigado," Louis conseguiu sussurrar, a felicidade correndo rapidamente em suas veias e aquecendo seu rosto já quente. Ele se sentiu quase delirante por isso. O sangue passava correndo de seus ouvidos da maneira mais doce e intoxicante.

Harry balançou a cabeça, avançando em direção ao Louis até que estivessem a menos de um pé de distância. "Deus. Eu não posso acreditar o quanto," ele sussurrou, olhando para Louis com os olhos cheios de admiração. "Não acredito no quanto eu amo você."

"Eu..." Louis respirou baixinho, lutando para encontrar sua voz no meio de toda a emoção. "Eu também amo você."

Harry sorriu úmido, enxugando outra lágrima. Ele inclinou a cabeça para o lado, o remorso colorindo sua expressão, sua voz tensa. "Também lhe devo um pedido de desculpas, Louis. Mais de um. Eu deveria... eu deveria ter lhe contado como me senti, deveria ter contado sobre Berlim. Eu não posso..." sua voz falhou um pouco e ele continuou em um sussurro. "Não acredito que deixei você se sentir tão sozinho. Sinto muito, Louis. Eu estava com medo, assim como você."

Louis deu de ombros, fungando. Ele abriu a boca, prestes a protestar que as inseguranças de Harry não haviam se manifestado da mesma maneira feia que a sua, mas Harry balançou a cabeça.

"Não, está tudo bem," ele disse suavemente. "Eu entendo sobre — sobre Dennis Turner.Eu entendo. Foi..." ele soltou uma risada dolorida. "Doeu. Muito. Mas eu entendo e te perdoo. Quero que saiba... eu te perdoo e te amo."

Louis sentiu um grande sentimento da esperança e alívio pelas palavras de Harry; finalmente tiraram o peso obstinado de culpa de seus ombros. Ele quase não podia acreditar que eram verdadeiras. "Obrigado," ele disse, sinceramente.

Os olhos de Harry estavam cheios de carinho, uma faísca familiar de desejo iluminando por trás deles. "Podemos — podemos conversar mais tarde. E—eu preciso... eu quero..."

As pálpebras de Louis vibraram de prazer. Ele estava cheio de felicidade, seu coração disparando de amor quando Harry se inclinou.

*

bom dia/boa tarde/boa noite. essa já é a segundo vez que to escrevendo essas notas, eu tinha escrito ontem de madrugada mas eu não sei porque, o wattpad excluiu não só as notas mas também como todas as informações de liarb (nome, descrição) e acho que do resto das outras fics também, eu to????

mas enfim, só queria adiantar pra agradecer vocês por ainda estarem aqui e não desistirem de mim. tanto para os antigos leitores como vocês que chegaram agora; isso significa muito pra mim, mesmo!!!

e sobre liarb, como vocês devem saber já tá acabando:( vamos ter mais um capítulo e o epílogo e nossa jornada acabará 🤧

quem por acaso me seguia no tt, eu fui suspensa de novo e dessa vez eu decidi não voltar pra lá, então se quiserem conversar comigo vai ser só por aqui mesmo

prometo que o próximo não vai mais demorar, mil desculpas de verdade.
  amo vocês <3

~~~desculpa por qualquer erro~~~

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