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Olivia F
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Peter estava andando de um lado para outro e aquilo estava me deixando agitada, eu só queria ir para casa e me esconder. Eu me sentia exposta, violada, envergonhada e com raiva.
Kal está com a cabeça deitada na minha coxa e tudo que consigo fazer para o acalmar é passar a mão em sua cabeça em um carinho fraco.
Eu nunca me senti tão vulnerável, nem quando Noah me sequestrou. Eu sabia lutar contra Noah, eu esperava lutar contra ele, esperava ser humilhada e maltratada. Agora sofrer essas coisas por uma estranha que fez de propósito, eu não sei reagir a isso.
Kal ergue a cabeça latindo e sigo o olhar dele para a porta vendo Henry com a camisa social suja de sangue enquanto ele limpa as mãos com uma toalha.
Sangue... George Hill, Henry bateu nele por minha culpa? E se ele perdeu o emprego? Eu nunca vou me perdoar.
-E aí? - Peter vai até ele olhando as mãos e eu acho que está atrás de machucados. Eu devia estar procurando machucados nele, porque não consigo me aproximar?
-Duas semanas, era o que eu ia pedir para ir a Lancaster.
Henry vai viajar? Ele nunca falou sobre isso comigo antes, e eu? E Kal? Ele vai me deixar?
-Certo, como nosso caso é independente eu vou levar isso para casa e convocar Josh e Leo para ajudar...
Desvio o olhar para a janela olhando a vista. O tempo tinha fechado, o mar ao fundo parecia agitado e a praia estava vazia, como eu me sentia.
É irônico depois de tudo que passei eu estar abalada por causa de algo tão simples, mas eu sabia porque George falou sobre drogas. Ele sabe meu passado, sabe sobre os laudos que Noah falsificou e que tomei calmantes por alguns anos.
Ele fez aquilo para me atingir e tinha conseguido. Será que nunca vou poder superar meu passado?
-Liv? - sinto uma mão em meu rosto e me encolho assustada. - Liv, sou eu. - olho Henry que me encara com a testa franzida. Ele tenta me tocar de novo e me encolho abraçando meu corpo. Ele olha para Peter que nos encara preocupado e depois volta a me olhar. - Vamos para casa?
-quero meu pai...- sussurro como posso.
-James disse que estaria esperando vocês na sua casa, que lá é melhor para Olívia. - Peter fala e lembro que ele falou com meu pai no telefone.
-Okay. - Henry levanta pegando suas coisas e continuo sentada sem me mover até Kal latir puxando meu braço com a boca.
Me levanto segurando a guia dele e deixo o cachorro me puxar para fora da sala seguindo o outro dono. Baixo a cabeça não querendo ter que encarar os policiais ali, eles sabiam que Henry quase perdeu o emprego por minha culpa.
Henry abre a caminhonete pra mim e Kal sobe antes que eu faça o mesmo, Henry tira meus sapatos e luto contra a vontade de me encolher.
-Está tudo bem bonequinha, não precisa lutar, não vou te tocar. - ele sussurra colocando o cinto envolta de mim e abraço minhas pernas olhando a janela.
Logo a cidade passava por mim pela janela, casas, jardins, carros...eram como em outro mundo. Um mundo longe do meu bagunçado e perdido mundo.
E se Henry tivesse matado George? E se George mandar o prender? E se Henry se machucou? Henry
-PARA O CARRO...-grito tirando o cinto rápido.- PARA, PARA.
-Liv. - Henry para com tudo na estrada vazia que levava a nossa casa e me encara confuso. Pulo pro colo dele colocando uma perna de cada lado e toco seu rosto.
-Ele bateu em você? - procuro machucados descendo para seu pescoço e começo a abrir sua camisa, mas as mãos dele me param. Os dedos estavam vermelhos e arranhados. - você se machucou! - soluço o abraçando com força enquanto desabo em lágrimas quebrando a barreira deixando tudo descer.
-Amor...- Henry me abraça deixando uma mão em meus cabelos e passando a outra por minhas costas. - Ele nem conseguiu me tocar, eu estou bem.
-E..eu..eu sinto muito Henry, é tudo minha culpa. - continuo chorando com o rosto enterrado no ombro dele. - Se eu tivesse tomado a pílula antes, ou dito o que era quando perguntaram da primeira vez...
-Olivia me escuta. - ele puxa minha cabeça e encaro os olhos azuis de forma turva por causa das lágrimas. - nada do que aconteceu hoje foi sua culpa. Você é uma vítima. - ele tenta secar meu rosto, mas eu só choro mais. - Droga, eu não sei lidar com você assim meu amor...por favor, pare de chorar.
-Eu não consigo. - soluço tentando parar, mas eu tinha tanto pra por pra fora.
- então me diga o que eu posso fazer para te ajudar? - ele sussurra e sinto a preocupação dele aumentar.
-só me abraça... só me abraça forte. - peço e sinto seus braços me envolverem e apertarem contra seu peito.
-Estou aqui meu amor, estou aqui pra sempre.
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Bjs da tia Lina