THE RIGHT FATHER TO MY SON •...

By twominnie

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Era um fato. As dificuldades que passava como pai solteiro eram inúmeras, mesmo que Jungkook tentasse continu... More

01 - No mercy.
02 - Feather.
03 - Premature.
04 - Kids.
05 - Proposal.
06 - Special.
08 - Family.
09 - Shut up.
10 - Baby's Room.
11 - Moments.

07 - Home.

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By twominnie

“ Capítulo 7 „

Chegando ao destino minutos depois, Jimin estacionou o carro e Jungkook agradeceu mentalmente por ele ter se ocupado em procurar algumas coisas dentro das gavetinhas do automóvel, deixando-o respirar um pouco profundamente sem parecer dramático.

Estava definitivamente nervoso.

Nunca tinha entrado ali, não sabia como era o ambiente, mas já havia sido agraciado — para não dizer outra coisa — com a recepção não tão receptiva de um dos cozinheiros do Park. Obviamente sentiria receio e até um pouco de medo em pensar que iria encontrá-lo ali, Jungkook não queria ter que passar por aquilo outra vez, foi humilhante e cruel.

Para piorar sua situação, há grandes chances que muitos naquele lugar entendam a situação de forma errada, pensando que estava tentando se aproveitar da bondade de Jimin de alguma forma, ou até coisa pior!

Seu interior estava uma turbulência só, e podiam ver isso claramente apenas por olhar seus movimentos inquietos.

Preso na própria bolha, quase não percebe quando seu filho lhe mostra um ursinho que tinha aparecido "misteriosamente" no carro de Jimin – e olhe só, exatamente um dia antes, seu filho havia apontado para uma cópia da pelúcia que passava numa propaganda da televisão, pedindo um para si.

Jimin estava presente.

Não era bobo, sabia muito bem o que Park Jimin estava fazendo por suas crianças. Ainda do carro, podia ver a sacada enorme da casa que ficava no andar de cima, e se chutasse diria que o imóvel ocupava praticamente todo o andar superior, ou seja, tem o mesmo tamanho do restaurante.

E ele era realmente grande.

Então a ficha caiu, e logo concluiu que não era certo aceitar tanto vindo de alguém que pouco conhecia e já fez tanto por si, mas em contrapartida, não tinha opção; não queria ter que criar seus filhos na rua.

Soltou um longo suspiro e saiu do carro, depois de Jimin. Já estava indo para a porta traseira pegar Tae quando viu o homem fazer o mesmo, só que do outro lado, então apenas esperou.

— Hey, pode ir entrando... Acho que uma fivela do urso se soltou e enroscou aqui no cinto. – resmungou, concentrado em achar a tal peça — Você pode ir e me esperar em alguma mesa, logo chego lá.

—Tem certeza? – o olhou desconfiado, tanto pelo filho quanto pelo que poderia ter lá dentro.

Jimin concordou, ainda concentrado no que estava fazendo. Jungkook suspirou e, após se dar conta de com quem estava falando e os motivos incabíveis de estar desconfiado, apenas assentiu e foi para o restaurante, mas não antes fitar a imagem de Jimin sorrindo, com seus olhos praticamente fechados, direcionado ao seu filho, que retribuía na mesma intensidade.

Ah, queria tanto ter conhecido alguém como ele antes, que pudesse fazer seus filhos se sentirem amados e darem sorrisos tão sinceros quanto aquele.

Anuiu, curvando os lábios levemente. Estava melancólico mesmo que, tecnicamente, devesse sentir felicidade nesse momento.

Desgosto. Não acreditava no que tinha transformado sua vida. Daqui para frente iria depender de alguém, e o pior, seus filhos estavam nessa também. Não podia estar se sentindo pior. Seria ele um péssimo pai? Sem dúvidas.

Caminhou até a porta do restaurante em silêncio, seus passos eram lentos e curtos. Pedia internamente para que Jimin pudesse terminar o que estava fazendo logo, para entrar consigo, pois, além de ser o proprietário daquele lugar, se sentiria mais confortável com ele. E pensando nisso, lembrou que Park preferiu não passar na frente de todos os clientes e ter que ouvir reclamações ou olhares indesejados, então estacionou no local de sempre e iriam entrar pela cozinha.

Uma ação que trouxe alívio, mas peso também, embora ele não tenha conhecimento disso.

Deu dois toques na porta e entrou no local, após não ter como adiar mais esse momento. Olhando tudo à sua volta, percebeu que a cozinha na verdade não era ali e sim mais para a frente. Estava em um corredor que tinha acesso a algumas portas, as placas anunciavam um banheiro coletivo — e após olhar melhor, viu que este tinha chuveiros —, um escritório — provavelmente de Jimin —, a cozinha, e mais afastado, uma escada. Na parede próxima havia outra placa, só que menor, e nela estava escrito House; Certamente são as escadas que dão até a casa no andar de cima.

Decidiu então esperar ali, mesmo que Jimin tenha dito para ir até as mesas se sentar, não queria ser tão invasivo. Menos de um minuto depois, alguém saiu da cozinha e, para sua surpresa, era ele. O mesmo cara de antes.

— O que faz aqui? – o homem que o expulsou da outra vez veio para cima de si com pressa, agarrando seu braço. — Já não te disse que não temos nada aqui pra você?

— Eu... – Jungkook estava sem saber o que fazer, seu coração estava acelerado e a voz tremida.

— Dê o fora daqui antes que eu chame a polícia e... – antes que terminasse de falar, sua frase foi interrompida.

Jimin havia acabado de chegar.

— Youngsoo, solte ele agora!

— Jimin? Digo, senhor Park. Desculpe a gritaria, eu só estava lidando com esse morador de rua, já havia expulsado ele outra vez e pelo visto não aprendeu ainda! — Sua frase causou mágoa em Jungkook, mas ele reprimiu o sentimento.

Chamado daquela forma, tão abertamente… se sentia tão exposto.

Jungkook só pôde abaixar a cabeça, estava envergonhado não só por Jimin presenciar aquilo, mas por seu filho também. Como se já não bastasse a rejeição vinda do próprio pai, ainda tinha que lidar com a de outras pessoas.

Jimin, incrédulo com o que acabara de descobrir, se irritou.

Seu cozinheiro, um dos melhores que tinham ali, havia recusado dar alimento a Jungkook quando este pediu, e o pior, tendo consciência de que ele estava grávido!

É impressionante como algumas pessoas a gente só conhece de verdade em situações como essa.

— Quando foi isso? – a voz estava grossa e carregada, Park parecia se segurar para não cometer algo imprudente. Estava frustrado, irritado, e acima de tudo, decepcionado. – Quando, Youngsoo?!

— Ah… – olhou para Jeon e finalizou a frase — Já fazem uns dez dias, Senhor! – respondeu, convencido de que estava em condições de sorrir.

Então Jimin refletiu, comparou aquela quantidade com quantos dias Jungkook esteve no hospital. Diferente dos gestantes "comuns", Jeon teve que permanecer dias a mais para cuidar da anemia.

Em poucos segundos tudo ficou claro; Jungkook desmaiou no mesmo dia em que Young recusou comida.

— Está me dizendo que negou comida a um homem grávido e uma criança? – direto e com a fúria contida, exclamou, desacreditado — No mesmo dia em que o encontrei desmaiado, quase morrendo por anemia e o levei para o hospital?! –  com isso, Young ligou os pontos.

Olhou para a criança confusa no colo do Park e para Jungkook, bem vestido, limpo. Com um click, se lembrou que seu patrão mal estava indo ao restaurante nos últimos dias, e o motivo era bem óbvio para todos naquele lugar.

Ah, reconhecia que estava bem ferrado dessa vez.

— Senhor Park, me desculpe se eu tiver feito algo errado...

— Se tiver feito? – Jimin aumentou o tom da voz, mas não tanto. Tinha consciência de que Taeyong poderia se assustar, e não queria isso. Por este motivo colocou a criança no chão, e Tae, instantaneamente, se agarrou nas pernas do ruivo, ficando escondido atrás de si.

Jimin ainda não estava acreditando que Jungkook viera pedir ajuda em seu restaurante e lhe negaram um prato de comida, algo que mais sobrava naquele lugar.

— Ele veio pedir um prato de comida e você negou, mesmo vendo o estado dele! Isso... Céus, Youngsoo!

— Jimin. – Jungkook tentou, em vão, interferir, dizendo que deixasse isso para lá, mas Park estava muito decepcionado para deixar isso passar batido.

— Na verdade, um pão velho...

— E mesmo assim negou?

— Que gritaria é essa aqui? – Repentinamente, a voz de Seokjin, o subchefe, foi ouvida e todos olharam em sua direção.

— Jin? – Young estava apreensivo, chamou o outro com a mão. – Nem eu sei! Jimin está bravo comigo só porque expulsei um sem teto qual…

Por ser subchefe do restaurante, Seokjin só estava abaixo de Jimin naquele lugar. Estava coordenando a cozinha quando ouviu a gritaria, pois até mesmo alguns clientes próximos da cozinha escutaram, então obviamente teve que vir ver o que estava acontecendo.

Logo de cara percebeu que Jimin estava com um olhar estranho e discutindo. Assim que começou a ouvir a desculpa de seu subordinado, soube que Young só estava piorando as coisas.

— Youngsoo, fique calado para não ser demitido! – Jin interrompeu. — Jimin, vamos manter a calma, sim? Tenho certeza de que foi tudo um mal entendido. Sabe como ele tenta ser certinho demais, então se Young fez algo extremo, foi por causa disso.

— Ele recusou comida ao homem que levei ao hospital semana passada, antes de encontrá-lo desmaiado no chão! – surpreso, Jin arregalou os olhos, e após olhar para o moço ao lado do chefe e reconhecer a criança agarrada às suas pernas, descobriu na mesma hora que era ele o tal homem, pois este se encolheu e colocou a mão no ventre ainda inchado, de forma automática.

Sem esperar uma resposta, continuou a falar:

— Se eu não tivesse chegado a tempo, além de perder a criança, também teria… acontecido algo horrível! – estaria morto, pensou — Eu não estou querendo apontar o dedo e colocar toda culpa no Youngsoo, mas ele podia ter feito algo! – tornou a olhar o homem, que já nem se defendia mais — E se eu não ouvisse o choro do Tae? – com a voz baixa, falou somente para Seokjin ouvir — Jungkook não teria visto seu bebê vivo, mesmo que em uma incubadora, Jin. Percebe a gravidade?

Claramente incrédulo, alternava seu olhar entre o tal Jungkook, Young e Jimin. Estava sem saber como reagir, então fez a primeira coisa que lhe veio à mente; puxou o cozinheiro e disse à Jimin que cuidaria do subordinado, que ele não precisaria se preocupar.

Era óbvio que Park não concordou com isso de imediato, mas o fez ao perceber como toda aquela situação estava deixando Jungkook, além de que também tinha a criança que não precisava passar por aquilo. Então permitiu que fossem, dizendo que não tinha acabado ali.

— Desculpa. – Jimin disse, depois que os outros dois saíram de seu campo de visão.

— Não tem necessidade, eu... – foi interrompido.

— Não diga isso, o que meu cozinheiro fez foi grave, muito grave. Então... Por favor, aceite meu pedido de desculpas, é importante pra mim.

No segundo seguinte, sentiu os dedos macios de Jimin acariciando seu rosto.

— Oh... Tudo bem. – cedeu, um pouco corado.

Jimin não queria que Jungkook ficasse pensando em coisas ruins, então pegou Taeyong nos braços outra vez e o chamou para conhecer a nova casa. O moreno aceitou prontamente.

Os dois começaram a subir os dois lances de escadas, mas no meio do caminho, Park notou Jeon um pouco lento, e ao virar para trás, encontrou este com a mão na  barriga, cuidadoso.

Subiu mais rápido as escadas e deixou Tae no topo dela, falando para que este se sentasse ali e ficasse bem comportado. Voltou aos degraus e segurou nas costas do homem, que se assustou de primeira.

— O que…?

— Você está com pontos, Jungkook. Nem deveria ficar subindo e descendo escadas. – justificou sua ação, enquanto ajudava o moreno que, mesmo sem jeito, passou os braços em volta de seu pescoço.

Jimin subiu devagar, e quando chegou ao topo, não viu Tae. Chamando por ele, segundos depois este apareceu perto da porta, sorrindo sapeca. Taeyong só queria entrar logo na nova casinha.

Jimin tirou as chaves do bolso e todos os três entraram na casa pouco iluminada, sentou Jungkook no sofá para ele descansar um pouco e fez o mesmo, após abrir as cortinas da janela, sentando-se ao seu lado.

— É linda... – Jeon elogio, olhando para os lados, ainda que não tivesse visto toda a residência, ele tinha o pressentimento de que aquilo talvez pudesse dar certo.

Tinha a sensação de paz que o lugar transmitia… achava ser a casa, ao menos.

— Eu gosto daqui também, mas ainda prefiro minha casa, sabe... Às vezes preciso ficar longe do restaurante um pouco, mesmo que eu ame esse lugar. – explicou, tendo um balançar de cabeça por parte do Jeon, em resposta.

Os dois ficaram em silêncio por breves instantes, confortável, apenas ouvindo os passos de Tae que já explorava a casa, correndo e rindo, todo animadinho pelos corredores.

Jungkook riu das palhaçadas do filho, sentindo a tão sonhada paz.

Era tão bom…

Olhou para a frente, e ao perceber que estava sendo observado pelo Park, ficou tímido. Ele lhe olhava tão… nossa. Era novo, mas não ruim, apenas não estava acostumado em ter outra pessoa olhando para si daquele jeito.

— Quando começo a trabalhar? – Colocou o assunto em pauta, o ruivo piscou algumas vezes.

— Ah sim, bom, assim que você melhorar. O médico disse que, por mais que você tenha recebido alta, precisa repousar um pouco. Os pontos externos já foram retirados, mas os internos são mais demorados, por isso a dor... – Jungkook assentiu, acariciando o ventre dolorido — Além do mais, agora você vai ao hospital para ver seu filho, creio eu, então é melhor esperar um pouco. Que tal uns quinze dias?

— Tem certeza? – começou a falar, apreensivo  — Não quero folgar em cima de você, não acho…

— Jungkook, está tudo bem. – sorriu — Ei… – o moreno olhou — Se eu não quisesse, nem mesmo tinha lhe oferecido a casa, então fique tranquilo.

Ele tinha uma forma de lhe deixar sem jeito que era… Meu Deus, suas bochechas pedem socorro!

Jungkook não respondeu àquilo, apenas assentiu, mudo, e olhou em volta. Mesmo que tenha imaginado uma casa enorme, sabia que não seria tanto assim, afinal, ficava em cima de um estabelecimento, mas era o suficiente e até mais do que merecia; entretanto, confortável, uma casa onde poderia ficar à vontade com seus filhos. Era o suficiente.

— Vamos olhar o resto da casa? – propôs Park, enquanto já se levantava e estendia a mão para Jeon.

Jungkook aceitou e levantou com a ajuda alheia, já começando a andar ao seu lado. Seu filho que correu até eles, falando embolado e apressado que já tinha conhecido toda a casa, causando sorrisos carinhosos e gentis.

Ao lado de Jimin, tornou a caminhar, e em determinado momento sentiu a mão alheia, leve, repousar em sua cintura, e sabia que não era um ato malicioso ou com segundas intenções, o ruivo só estava lhe ajudando por causa dos pontos.

Às vezes Jimin parecia ser o pai dos seus filhos, seu marido… e não devia pensar nessas coisas!

Não tinha nenhum interesse amoroso no outro, ou pelo menos acreditava ser assim, mas… a forma como Park o tratava era estranha vinda de alguém que conheceu a poucos dias.

Mas era bom. Muito bom.

Depois de apresentar toda a casa, Jimin sentou mais uma vez consigo, agora no quarto, onde voltou a conversar com Jeon sobre como iriam funcionar as coisas. Explicou também sobre a função dele no restaurante e que iria ensinar tudo o que fosse necessário para que pudesse trabalhar confortável. Deixou claro que eles não teriam problemas em relação às crianças e que, de início, ele ficaria com o bebê – Jeongmin – enquanto ele estivesse acordado – mas só após muito insistir, Jeongguk não concordou com isso tão facilmente.

Já Tae poderia passar o dia em uma área própria para crianças, que ficava ali mesmo, dentro do estabelecimento.

Obviamente Jungkook aceitou tudo. Onde conseguiria tudo isso? E ainda mais saindo praticamente de graça?

Não sabia ao certo o que dizer sobre tudo o que estava acontecendo, o que pensar sobre como acabou nas ruas e num piscar de olhos aquele homem maravilhoso apareceu lhe dando esperanças que há muito tempo estavam completamente perdidas. Não sabia mesmo o que dizer, mas… sentia que estava no lugar certo.

E não era errado amar como Jimin sorria para Tae ou como os olhos dele se fecham e as bochechas ficavam cheias nessas horas.

Talvez, no fim, aquela pessoa já estivesse pronta para entrar na sua vida e foi coisa do destino. Não poderia estar mais realizado!

Mas não, ele não estava apaixonado.

· ⋆ ✦ ⋆ ·

• Betado por: mar_ryxz
• Escrito por: twominnie&HehSalles

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