Stupid Wife (REMAKE)

By Horsinha

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Prólogo.
Capítulo 1 - Sonho Louco
Capítulo 2 - Encarando a realidade.
Capítulo 3 - Egoísmo
Capítulo 4 - Carinha.
Capítulo 5 - Diários
Capítulo 6 - Família.
Capítulo 7 - O Maldito Verão.
Capítulo 8 - Desejos.
Capítulo 9 - Dor Compartilhada.
Capítulo 10 - Aniversário.
Capítulo 11 - Recomeço.
Capítulo 12 - Reconhecer.
Capítulo 13 - Conexão.
Capítulo 14 - Primeiro beijo.
Capítulo 15 - Esperanças.
Capítulo 16 - Lugar Certo.
Capítulo 17 - Familiar.
Capítulo 18 - Um pedaço do seu coração.
Capítulo 19 - Resposta óbvia.
Capítulo 20 - Até quando resistir?
Capítulo 21 - Minha pessoa.
Capítulo 22 - Dias melhores.
Capítulo 23 - Tudo acontece por um motivo.
Capítulo 24 - Cuidar dela.
Capítulo 25 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 26 - Feliz natal
Capítulo 27 - O primeiro passo.
Capítulo 28 - Ponto de paz.
Capítulo 29 - O pedido dela.
Capítulo 30 - Tudo.
Capítulo 32 - Diversas sensações.
Capítulo 33 - Uma lembrança.
Capítulo 34 - Pronta.
Capítulo 35 - Eu sou seu presente.
Capítulo 36 - A escolha perfeita.
Capítulo 37 - Gravidez dupla?
Capítulo 38 - FINALMENTE COMPLETAS.
Capítulo 39 - O GRANDE DIA.
Capítulo 40 - Esposa estúpida.
LIVRO!

Capítulo 31 - Momentos.

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By Horsinha


OLÁ CARINHAS!!!

Como estão? Espero que estejam bem.

Esse capítulo tem um pouco mais sobre o começo delas duas, e como eu respondi a uma pessoa, eu não pretendo colocar cenas do passado escritas por mim, a maioria será falada, eu só vou colocar cenas das que realmente forem interessantes para mim.

Eu sei que vocês são inteligentes e vão pegar umas coisinhas aí que vão acontecer, e relaxem, tudo está da forma que precisa ser.

Espero que gostem, boa leitura. 

***

Camila.

Estou ansiosa esperando do lado de fora. Faz quase uma hora que ela entrou naquela sala, a minha esperança é que tudo tenha dado certo de primeira. Confiro a hora em meu relógio mais uma vez, tendo consciência de que a qualquer momento a porta será aberta.

Levanto-me e começo a andar de um lado para o outro. Não tem ninguém aqui além do secretário na entrada, o silêncio parece me torturar ainda mais com tantos pensamentos em minha cabeça. Será que está tudo bem? Quando irei vê-la?

— Ufa! Finalmente. – Sinto-me aliviada ao ouvir a porta sendo aberta. Lauren e a doutora saem juntas de lá conversando. Eu acho que isso é um bom sinal, certo? — Oi amor.

— Oi princesa.

Ela sorri e aceita a mão que estendo a ela, unindo nossos dedos.

— Foi um bom começo, Lauren. Vou entrar em contato com você pelo telefone, espero que sua resposta seja positiva.

— Pode deixar, Doutora Gomez. Foi um prazer te conhecer.

— Eu digo o mesmo. E você também, Camila.

— Também foi um prazer te conhecer, Doutora.

Ela sorri para nós duas e nos despedimos com um aceno de cabeça antes de sairmos juntas daquele lugar. Pegamos o elevador e o silêncio não parece tão estranho quando o de mais cedo, quando chegamos aqui para a consulta dela. Estou nervosa para ouvir o que ela dirá, espero que finalmente tenhamos encontrado a pessoa certa.

— Você está nervosa.

Ela não pergunta, afirma com total certeza. Eu ainda acho impressionante como essa mulher me conhece com tanta facilidade. Sorrio sem jeito, acariciando com meu polegar o dorso da mão dela.

— Confesso que bastante. Você quer me contar sobre a consulta?

— Foi boa. Muito boa na verdade, a Doutora Gomez conseguiu me deixar mais confortável que as últimas.

Controlo-me para não surtar de felicidade. Faz quase duas semanas desde que começamos uma saga pela busca da psicóloga perfeita para ajudar minha esposa com seus conflitos internos. Desde o ano novo, Lauren fez questão de garantir que ainda precisava que eu a ajudasse, e eu estou mais que disposta a estar do lado dela nesse momento. Tem sido nosso segredo, saímos apenas as duas sem dizer nada a ninguém, todos acham que estamos fazendo algo pervertido pela cidade, mas eu nem rebato, prefiro que pensem assim.

É uma coisa muito particular para ser compartilhada. Não quero que ninguém saiba o que minha esposa está passando, apenas se ela se sentir confortável para contar. Mas eu acredito que Lauren também prefira assim.

— Será que finalmente encontramos a pessoa certa?

Questiono assim que finalmente chegamos ao carro, ela rapidamente desativa o alarme e abre a porta para mim. Eu sorrio e a agradeço antes de entrar.

— Vou ser bem sincera, estou bastante empolgada com ela. Eu a achei parecida com sua psicóloga.

— Então ela deve mesmo ser boa.

Chegamos a cogitar que ela se consultasse com a Doutora Brooke, mas decidimos no fim que seria melhor que Lauren se consultasse com uma pessoa desconhecida. Seria mais fácil do que lidar com alguém conhecido.

— Estou com boas expectativas.

— Fico feliz em saber disso, amor. Eu estava com um sentimento bom quando saímos de casa hoje cedo.

— Obrigada por estar comigo. É muito importante o seu apoio.

— Ei! Não precisa agradecer... – Inclino-me em sua direção, segurando em seu queixo para unir nossos lábios. Lauren usa a língua para lamber meus lábios, causando-me arrepios quando ela mordisca o inferior de leve antes de voltar a me beijar com vontade. Eu amo a intensidade de entrega dela sempre que nos beijamos. — Estou aqui sempre para você, minha princesa.

— Por isso eu digo que você é minha eterna sorte.

Impossível conter meu sorriso ao ouvi-la dizer aquilo. Eu fico toda rendida a essa mulher, não tem como evitar.

— Eu amo quando você diz isso.

Enquanto falo, acaricio seu rosto com a ponta do meu dedo indicador, traçando os detalhes daquela face tão linda que sou completamente apaixonada. Lauren franze o nariz levemente, mordendo o lábio inferior ao me olhar nos olhos.

— E eu amo você.

Ela diz baixinho, acelerando meu coração. Aproximo-me mais dela, grudando nossas bocas para poder sussurrar de volta:

— Amo você também.

Existem momentos na nossa vida que sempre queremos guardar na memória, e não importe o tempo que passe, eles vão sempre repassar em nossa mente como um filme que não tem final. Infelizmente uma boa parte do filme da minha vida foi apagada, mas eu preciso confessar quase não me faz falta. Estar vivenciando coisas novas com a minha família tem preenchido quase que totalmente esse espaço.

Sim, eu sinto falta dos anos que perdi, mas acontece que as coisas novas estão servindo como substitutas ao passado.

É claro, existem coisas realmente importantes que eu gostaria de me lembrar. O nascimento do meu filho, o dia do meu casamento, entre outras coisas que aconteceram com minha esposa. Mas eu sou tão grata por poder estar vivendo ao lado dela do jeito certo, conhecendo mais da nossa vida e amando tudo isso, que outras coisas acabam se tornando menos relevantes.

Eu ainda tenho esperanças de me lembrar do passado, mas caso isso nunca aconteça, sei que não me fará tanta falta.

— Você está chorando?

Lauren questiona baixinho ao pé do meu ouvido. Estamos deitadas em nossa cama, eu meio de lado sobre ela com a cabeça em seus seios, e nosso filho em meus braços. Passamos o dia todo assim desde que o buscamos na casa de Karla e Rodrigo, eu estava com saudade desse momento a três.

— Essa parte sempre mexe demais comigo.

Respondo sua pergunta com a voz embargada. Sim, o filme tem muito a ver com a minha emoção do momento, mas apenas porque ele simplesmente também despertou coisas dentro de mim que tenho evitado pensar muito.

— Mamães, por que o Mufasa tinha que morrer?

Nosso pequeno questiona de repente, encolhendo-se em meus braços. Sua voz embargada revela que ele também está chorando e meu coração se inunda de amor, fazendo com que eu o abrace da melhor forma que posso.

— Era o destino dele, carinha. Foi necessário para que o Simba pudesse crescer e se tornar quem ele se tornou.

Lauren o responde com calma e carinho em sua voz, esticando a mão para acariciar a cabeça do nosso pequeno. Louis funga algumas vezes, levando a manga de seu casaco até o nariz para limpar aquela aguinha de nariz. É nojento.

— Mas é tão triste.

— Sim, meu amor. É triste, e coisas tristes acontecem na vida, é assim que aprendemos a viver.

Dessa vez quem fala é eu, tentando tranqüilizá-lo. Louis concorda com a cabeça e fica em silencio durante mais algum tempo, até que volta a falar.

— Vocês prometem que vão viver para sempre até eu ficar bem grande? Não preciso perder as duas para aprender a ser adulto. Eu não quero.

Ele parece agoniado ao sentar-se na cama e olhar para nós duas. Eu sorrio para ele e o puxo para cima de nós, abraçando-o com força e Lauren se junta a minha, enchendo-o de beijos também.

— Não fica pensando nessas coisas, meu amor. Nós vamos estar sempre com você, te vendo crescer e se tornar um homem incrível.

— Que nem o Simba?

Ele se afasta um pouco para olhar para mim, eu sorrio e concordo com a cabeça.

— Que nem o Simba, carinha.

Voltamos a assistir ao filme e acabamos engatando uma maratona de filmes da Disney que perdemos a noção de tempo. Não de dei conta do exato momento que meu filho pegou no sono, mas ele adormeceu entre nós duas em um visível sono profundo. Lauren e eu não queríamos ter que tirá-lo de um lugar tão confortável, por isso decidimos que ele dormiria conosco essa noite.

— Fico impressionada como ele simplesmente apaga do nada.

Lauren comenta ao voltar do banheiro, ela tinha ido tomar um banho rápido e escovar seus dentes. Ela solta uma risada, prendendo os cabelos ao subir na cama com cuidado.

— Queria conversar com você, mas não quero acordar nosso filho.

Olho para o pequeno, que está dormindo na mesma posição que por diversas vezes a mãe dele dorme; mãos por debaixo do travesseiro e os cabelos cobrindo o rosto. Lauren arruma o cobertor sobre ele, depositando um beijo na testa do carinha em seguida.

— Pode acreditar, o mundo acaba e esse garoto não acorda. Temos sorte que ele se acostumou a acordar cedo por conta própria, pois sofríamos para acordá-lo no inicio.

— Certeza?

— Absoluta, meu amor. O que deseja saber?

Fico meio indecisa sobre conversar com ela correndo risco de acordar Louis, mas se ela garantiu que ele tem o sono pesado, não será eu a discordar dela.

— Eu sei que conversamos diversas vezes sobre isso, mas ainda é um pouco misterioso para mim como tudo aconteceu entre nós. Depois daquela festa e o beijo na Alexandra, eu fiquei me martirizando de culpa e acabei me desculpando com você, certo?

— Sim. E eu senti que era o momento de me declarar para você, mas deveria saber que sua reação seria a de fugir ao ouvir o que eu disse.

— É, acho que era esperado. Nunca nos demos bem.

— Você, Camila, somente você nunca se deu bem comigo. Mas eu entendo, fique tranqüila.

Ela responde brincando e eu acabo sorrindo sem jeito. Eu sei que nunca fui muito com a cara dela, mas sempre imaginei que era um sentimento recíproco. Como eu poderia pensar diferente? Lauren infernizava a minha vida todos os dias.

— Tudo bem, eu nunca me dei bem com você. Então como deixei que se aproximasse de mim e me conquistasse?

— Nossa... – Ela suspira longamente, soltando uma risada. O olhar nostálgico me dá a impressão de que Lauren mergulhou em lembranças daquela época. Estou curiosa para saber um pouco mais sobre nós. — Não foi nem um pouco fácil. Você ainda ficou meio arisca nos dias que se seguiram, mas sua curiosidade fez você se aproximar também. Você sempre foi muito curiosa.

— É, eu sei desse péssimo hábito.

— Mas ainda bem, porque foi graças a sua curiosidade que nos aproximamos. Dinah e Karla eram minhas cúmplices, sempre dando um jeito de me inserir nos assuntos de vocês, despertando ainda mais a Camila curiosa. Você veio se aproximando aos poucos, eu acho que fui conquistando sua simpatia de forma natural. Quando me dei conta, tinha acabado de tomar coragem para chamar você para um encontro.

— Eu aceitei?

— Não. Pelo menos não imediatamente. Você provavelmente se lembra dos comentários sobre a minha fama com garotas, certo?

— Sim, todas as garotas que gostavam de garotas queriam ficar com você. E até mesmo as que nunca beijaram uma garota. – Reviro meus olhos ao me lembrar de quantas vezes fui obrigada a ouvir comentários de elogios relacionados a ela. Era extremamente irritante. — Você também sabe que eu namorei uma das lideres de torcida.

— Qual era o nome dela mesmo?

— Halsey. Pensei que você se lembraria, eu me lembro bem que vocês de repente passaram a viver trocando farpas.

Seu tom ativa um dos meus sentidos ao identificar um leve sarcasmo presente naquela frase. Ergo uma sobrancelha, encarando-a de soslaio.

— Ela era irritante.

— Ela não era irritante, você implicava com ela por nada.

— Vai ficar defendendo essa garota agora? Pensei que eu fosse a sua esposa.

Lauren rapidamente faz sinal de rendição, eu noto pelo movimento de pressionar os lábios que ela está tentando segurar o riso. Solto uma lufada de ir irritada e reviro os olhos outra vez. Não sei por qual razão ela teve que enfiar essa ex namorada no meio da nossa conversa.

— Enfim, tudo começou depois que eu a namorei. Uma das lideres de torcida nos viu trocando beijos, digamos, inapropriados e começou um boato sobre a minha vida sexual.

— Era nojento ter que ouvir como você pulava de cama e cama.

— Pode acreditar, eu achava a mesma coisa. Tentei por diversas vezes acabar com essa mentira, mas as pessoas pareciam adorar inventar histórias sobre mim.

— Mas você era beijoqueira.

— Nunca fui. Você realmente acreditava nessas histórias, e percebo que acredita até hoje. Nós conversamos sobre isso, mas devo comentar de novo. Eu nunca fui essa Lauren que diziam, na minha vida, antes de você, eu só beijei três meninas. E uma delas foi à do meu primeiro beijo.

Meus ouvidos não são capazes de acreditar no que acabaram de ouvir.

— O que?!

— Você reagiu de forma semelhante quando eu disse isso à primeira vez, mas é a realidade. Eu acho que adolescentes tem tendência a aumentar as coisas para terem atenção. Nunca fui uma pegadora e principalmente, nunca dormi com todas aquelas garotas.

— Nunca?

— Nunca. Você não foi meu primeiro beijo, mas foi a minha primeira e única mulher na cama.

— Ok, isso é informação demais. Estou chocada. – Levo minhas mãos ao rosto, minha mente está embaralhada tentando assimilar o que ela acabou de me dizer. Nego com a cabeça algumas vezes, acho que estou muito surpresa para ter outra reação. — Então fomos a primeira vez uma da outra?

— Sim, princesa. E não existe nenhuma mulher nesse mundo que eu gostaria de ter compartilhado esse momento tão importante.

Um sorriso me escapa, e então acabo gargalhando do nada. Com a cabeça jogada para trás, sem me lembrar que poderia acabar acordando meu filho ou algo assim. Acontece que nada pode medir o tamanho da felicidade repentina dentro de mim.

— Desculpe, eu só... Fiquei feliz por saber disso.

— Eu nunca me perdoaria se tivesse cedido na época que namorei a Halsey, tivemos muitas oportunidades, mas não me pareceu certo em nenhuma delas. Algo dentro de mim sempre soube que era para eu esperar.

— Não vou mentir que estou feliz demais em saber que fomos a primeira uma da outra.

— Quando eu contei a você sobre tudo que falavam de mim ser mentira, acabei conquistando um pouco da sua confiança. E foi assim que a gente se aproximou mais.

— Faz total sentido eu ter confiado em você, mas sei que de alguma forma eu acabaria confiando, mesmo que tudo aquilo fosse verdade. Você era uma pessoa solteira, afinal. Nunca poderia julgar seu passado.

— Você disse a mesma coisa no passado. É incrível como você se esqueceu de quem se tornou, mas continua com a mesma essência. Eu acho que isso não tem como tirarem de você.

— Ainda bem.

— Concordo. – Ela responde e ficamos em silencio durante alguns segundos. Trocamos olhares e sorrisos, meu coração parece aquecido depois dessa nossa conversa. — Tem mais alguma coisa que queira saber?

— Não, eu estou satisfeita demais.

Lauren parece alegre com a minha resposta e com cuidado se inclina sobre nosso filho, apoiando a mão no colchão para conseguir chegar até mim.

— Posso te beijar?

— Eu pensei que estivesse claro o seu passe livre...

Mal termino de falar e Lauren toma minha boca com a sua, envolvendo nossas línguas, acariciando meus lábios com o dela. Suspiro totalmente rendida, segurando sua nuca para mantê-la bem perto.

— Eu amo o seu beijo.

Ela murmura, usando e abusando do sotaque extremamente atraente que fazia tempo que eu não ouvia. Lauren raramente puxa esse lado britânico dela.

— É uma maldade você falar assim.

— Eu sei. Você sempre gostou de me ouvir falando assim.

— Para! Vamos dormir.

Ela solta uma risadinha, deitando-se na cama e puxando nosso filho para os braços dela. Eu apago a luz do meu abajur antes de também me deitar, fazendo o mesmo que ela e abraçando Louis da melhor forma que podia.

— Boa noite, amor.

Ela deseja, outra vez usando seu bonito sotaque e eu acabo sorrindo, mesmo sabendo que ninguém pode ver.

— Boa noite, princesa.

*

Um mês depois.

*

Um dos meus momentos favoritos é tomar café da manhã com minha família, é sempre divertido e muito aconchegante. Olhar para eles dois e ter o prazer de compartilhar coisas tão simples que me deixam tão bem, é simplesmente maravilhoso e não sou capaz de explicar a sensação que me causa.

— Esses quadrinhos do jornal estão cada vez melhores.

Lauren comenta e gargalha antes de bebericar seu café na xícara que contém uma foto horrível minha de quando era mais nova. Eu a odeio. Tentei me livrar desse negócio por diversas vezes, mas ela a protege como se dependesse daquilo para viver. Um dia conseguiria me livrar disso.

— Mamãe, o que quer dizer orgasmo? É felicidade?

Lauren engasga com o café e eu tenho a mesma reação com o meu suco, quase perdendo o fôlego com a crise de tosse que me atingiu. Louis está encarando a mãe dele, parecendo ansioso para ter sua resposta. Eu não podia estar mais grata por essa pergunta ter sido direcionada a ela e não a mim.

— Filho, você... – Ela começa e tosse algumas vezes, recuperando-se do susto que tomou. Eu permaneço quieta, bebendo meu suco calmamente para não atrair a atenção para mim. — Está muito cedo para você saber dessas coisas.

— E como os bebês são feitos?

Uma gargalhada me escapa sem que eu possa evitar, infelizmente isso faz os dois voltarem sua atenção para mim. Lauren parece meio chocada, e então ela abre um sorriso que eu conheço muito bem, fazendo-me automaticamente parar de sorrir. Ela não vai...

— Sua mommy sabe tudo sobre isso, carinha. Eu acho que deveria perguntar a ela.

E ela realmente fez. Maldita seja essa mulher.

— Como os bebês são feitos, mommy?

E agora como eu devo contar á ele sem parecer algo explicito demais? Lembro-me que aprendi isso quando era mais nova e Karla me contou tudo sobre sexo e gravidez. Nunca me imaginei nessa situação, pensei que essa conversa já tinha acontecido entre nós.

— Bem, uh... Bebês são fruto do amor de um casal, sabe? Quando duas pessoas se amam muito elas decidem multiplicar esse amor em forma de uma nova vida.

Sinto-me orgulhosa por ter conseguido explicar a ele sem propriamente dizer que acontece através do sexo. Louis acena em concordância, assimilando o que acabei de contar, e espero que ele esteja satisfeito. Volto a beber meu suco, apreciando o sabor delicioso dos morangos frescos.

— E como ele é feito?

— É Camila, como ele é feito.

Se meus olhos pudessem matá-la, nesse momento eu estaria me tornando viúva, porque a encarei com muita raiva. Lauren nem pareceu se importar muito, olhando-me por cima daquela caneca ridícula enquanto finge apreciar o liquido dentro dela. Maldita seja.

— Eles são feitos de uma maneira especial e muito intima...

— Minha nossa, amor. Você é péssima em falar sobre relações sexuais com uma criança. Pare de torturar sua mãe, carinha.

Fico confusa com a fala dela, principalmente porque os dois trocam olhares estranhos antes de caírem na gargalhada. Estou sem entender essa reação, existe alguma piada interna aqui que eu perdi?

— Está tudo bem, mommy. Eu sei como os bebês são feitos, tia Dinah e tia Karla conversaram comigo.

O som da risada de Lauren aumenta consideravelmente, fazendo-me ficar ainda mais confusa e chocada. Eu realmente não acredito no que acabou de acontecer aqui.

— Você sabia disso?

Ela para de rir aos poucos, ajeitando-se sobre a cadeira.

— Talvez sim.

— Eu vou te matar.

Eu ameaço me levantar, mas meu filho é mais rápido e também fica pé, jogando-se sobre o colo dela como se pudesse protegê-la. Sinto-me traída, eu tenho um complô dentro da minha própria casa. Estou ferrada.

Mas eu amo esses momentos de qualquer forma.

*

Meu corpo parece muito pesado, não vejo à hora de poder chegar em casa e receber a melhor massagem do mundo. Mas isso terá que esperar, minha esposa está ocupada no trabalho e mandou um recado dizendo que iria se atrasar. Eu fiquei chateada, confesso, mas não posso reclamar, ela tem sido muito paciente com o fato de eu estava apavorada em sair sozinha com meu carro outra vez. Tentei no final de semana e não deu muito certo.

Precisei me ocupar enquanto ela não vem me buscar e a minha melhor opção foi sentar no meu pequeno escritório na escola de dança e ficar mexendo na internet. Não tem muito que fazer aqui depois que as aulas acabam de qualquer forma. Depois de verificar minhas redes sociais, estou agora apenas olhando as noticias. Não parece ter nada de muito interessante, até que um artigo chama minha atenção.

— Será que é verdade?

Questiono a mim mesma enquanto abro o artigo. É uma noticia sobre estudos realizados há muitos anos, que vem mostrando resultados positivos cada vez mais. O estudo em si fala sobre a criação de espermatozóides femininos, sim, é isso mesmo que você acabou de ler.

Os cientistas mencionados na matéria afirmam que conseguiram obter bons resultados com esses espermatozóides, criados a partir da medula óssea feminina. Eu não faço idéia de como esse processo é feito, mas estou realmente curiosa sobre. E se conseguirmos realizar isso?

Imagine um filho que será a minha junção com a de Lauren? Sem precisarmos de uma terceira pessoa, apenas nós duas.

Rapidamente pego meu celular, não querendo perder tempo. Preciso desesperadamente compartilhar essa informação com a única pessoa que sabe do meu desejo secreto em ser mãe outra vez.

— Me diga que é algo realmente importante e você não atrapalhou o boquete que eu faria no meu homem para falar besteira? – Eu fico sem reação ao ouvir o que ela disse assim que atendeu ao telefone, chocada demais para responder qualquer coisa. — Camila? Aconteceu alguma coisa?

— Eu acho que vou ligar depois.

— Camila, aconteceu alguma coisa?

— Não exatamente, eu queria te contar uma coisa que eu... Dinah? – Eu afasto o telefone do meu ouvido, olhando para o aparelho e nem me surpreendo tanto ao ver que a maldita realmente desligou a chamada na minha cara. — Preciso de uma nova melhor amiga.

— Espero que seja só uma melhor amiga nova e não uma esposa nova também.

Levo um susto ao ouvir a voz de Lauren, que está com metade do corpo para dentro da minha sala e um enorme sorriso no rosto. Quase surto com medo de ela ver o que eu estava lendo, então rapidamente fecho todas as abas do navegador e coloco o computador para desligar. Levanto-me da mesa, meus olhos descem até as mãos dela, deparando-me com uma caixa retangular na cor vermelha.

— Oi, meu amor. Nem mandou mensagem avisando que tinha chegado, eu teria descido.

Pego minha bolsa sobre o sofá no canto da sala, indo até ela depois. Lauren abre os braços para me receber em um confortável abraço. Eu obviamente não rejeito o carinho, adoro ser cuidada por ela.

— Queria fazer uma surpresa. Trouxe cupcakes.

Selo nossos lábios rapidamente, pegando a caixa das mãos dela para verificar aqueles bolinhos deliciosos que se tornaram meus favoritos desde que encontramos esse lugar. E eu sei que ela foi buscá-los naquela loja.

— Você é a melhor esposa do mundo.

— É esse o tipo de elogio que eu gosto de ouvir. Vamos, meu dengo?

Concordo com a cabeça apenas porque minha boca está ocupada devorando os bolinhos. Saímos juntas da escola depois de conferir que tudo estava nos conformes e nos despedirmos dos seguranças, entramos no carro dela e fomos em direção a casa da minha irmã para buscarmos o Louis.

Voltar para casa na companhia deles é sempre a melhor parte do meu dia, mas o meu pensamento não consegue sair sobre termos uma criança nova.

O dia passou voando, fizemos as mesmas coisas de sempre. Não cansa porque eu amo passar um tempo com os dois amores da minha vida, é sempre muito gratificante ter esses momentos com eles. Na hora de dormir, fomos as duas colocá-lo na cama. Meu filho está crescendo, eu sinto que nesses dois meses que se passou, ele mudou em muitos aspectos. Isso me deixa triste e ao mesmo tempo animada. Vê-lo crescer será maravilhoso.

— Minha mãe quer que a gente vá para Miami no final de semana. O que você acha?

Ouço-a perguntar do lado de fora do box, Lauren está cuidando da pele dela enquanto eu tomo meu banho Olho na direção dela, passando a mão no blindex para ter uma visualização melhor.

— Eu acho uma boa idéia. Louis está com saudades deles, e vai ser bom fazer uma coisa diferente.

— Podemos ficar lá no nosso lugarzinho. Todos passando o final de semana, o que acha?

— Eu acho excelente, desde que a casa na árvore fique reservada somente para nós duas.

Um sorriso sem vergonha surge em meu rosto, não estou olhando para ela nesse momento, mas tenho certeza que tem um sorriso parecido com o meu no rosto dela. Lauren e eu estamos cada vez mais intimas, mas com o nosso filho em casa fica um pouco difícil de termos um momento particular, ele tem dormido conosco quase todas as noites. Não que eu esteja reclamando, mas quero um pouco de privacidade com a minha esposa também.

— Todo mundo sabe que aquele lugar somente nós duas podemos ficar.

— Ótimo. – Termino meu banho, abrindo a porta em seguida. Lauren olha para mim por reflexo, descendo o olhar por todo meu corpo. Diferente de antes, agora eu gosto quando ela me olha assim. — Pode me passar a toalha, por favor?

— Claro, princesa. – Ela pega minha toalha que ficou pendurada atrás da porta, trazendo-a para mim. — Gostei da depilação nova. Estilo brasileiro, né?

— Lauren!

Exclamo envergonha, ganhando em troca a risada dela.

— Mas eu gostei.

— Você é impossível, mulher. – Enrolo-me na toalha, dando um rápido beijo em seu rosto quando passo por ela no caminho. Lauren sorri para mim através do espelho. — Espero você na cama.

— Não coloque roupas então.

Cruzo o quarto e penduro a toalha no gancho atrás da porta, caminhando sem roupa alguma para a cama esperar ela. Nem percebo como estou confiante em ficar sem roupas na presença dela, ou sabendo que iremos fazer alguma coisa sexual. Lauren não está mais proibida de fazer sexo com penetração, mas ainda não tivemos oportunidade de irmos além do que já fizemos.

Espero que eu mude isso agora.

— Lembrou de verificar as portas?

Pergunto assim que ela finalmente volta para o quarto, o cheiro dos produtos que ela usou toma conta do ambiente, e eu respiro fundo, absorvendo o aroma gostoso. Lauren reflete durante alguns segundos e então solta um palavrão baixo.

— Não consigo me lembrar, vou verificar.

Concordo com a cabeça e ela saiu do quarto. Pego meu celular para responder algumas mensagens e em seguida abro o navegador, encontrei uma clinica que realiza o procedimento que chamou minha atenção mais cedo. Eles não garantem o bom resultado, mas dizem que as chances são boas. Precisarei entrar em contato com eles para me informar melhor.

— Tudo fechado?

Pergunto assim que ouço a porta ser aberta de novo, bloqueando a tela do meu celular e o deixando sobre a cama em seguida.

— Sim. – Ela joga os cabelos para o lado esquerdo e vem na minha direção enquanto puxa a blusa que estava usando para cima, ficando apenas de calcinha. O tecido preto bem liso fica evidente no tom de pele dela, e me deixa maluca. Eu amo vê-la usando lingerie nessa cor. — Cheirosa.

Ela murmura após pairar sobre mim, levando o nariz até meu pescoço e inalando meu cheiro. Fecho os olhos, ronronando contra ela ao afastar minhas pernas para acomodá-la. Lauren segura em minha cintura quando encosta sua boca na minha, tomando meus lábios para si, envolvendo-me naquele beijo gostoso de sempre.

— Merda.

Lauren para ao me ouvir, encarando-me sem entender o que aconteceu.

— Te machuquei?

— Não, me deu vontade de fazer xixi.

— Sério?

— Muito, merda. – Lauren solta uma risadinha e se joga para o lado, aproveitando para retirar sua calcinha e jogar em mim. Esse ato me faz ofegar, ainda mais porque a maldita resolveu que seria uma boa idéia abrir as pernas e se expor para mim. — Porra, Lauren. Eu já volto.

— Não demore, ou vou terminar sem você.

Rapidamente entro no banheiro para me aliviar logo, e resmungo diversas vezes por não sair instantaneamente. Uma das piores coisas do mundo é fazer xixi quando está com tesão ou quando acabou de gozar, tem a vontade, mas não saí nada na hora que a gente precisa. Infelizmente acho que demorei mais do que deveria, pois quando retornei ao quarto, tudo estava escuro e ela parecia estar debaixo das cobertas.

Confusa, me aproximo da cama, entrando por baixo das cobertas e me aproximando dela. Lauren não vestiu as roupas pelo menos, mas acho que o clima acabou. Estou frustrada, mas respeito sua vontade. Nunca forçaria nada, às vezes ela simplesmente perde a vontade por alguma razão.

Eu acho que não seja um problema tão grande, eu acredito que isso é uma coisa normal. Pessoas sentem tesão e perdem na mesma velocidade, acontece.

— Dormiu?

— Você vai ficar brava se eu dormir?

— Claro que não, meu amor. Posso te abraçar? – Ela responde com um som nasal, arrastando-se para perto de mim. Envolvo seu corpo com meu braço, passando o outro por debaixo de sua cabeça. Lauren se aconchega em mim, esquentando meu corpo com seu calor. — Boa noite, amor.

— Boa noite, minha princesa.

Ela deseja e volta a ficar em silencio, eu sei que não vai demorar muito para que ela durma. Não me importo de dormir frustrada sexualmente, tê-la comigo é o mais importante. O sexo pode ser feito a qualquer momento que tivermos oportunidade.

Todos os momentos com ela são importantes.

****

Como estamos?????

Espero que tenham gostado. Perceberam uma coisinha ali? 

É, eu estou muito ansiosa para vocês saberem de uma coisa que vai acontecer e espero que gostem, muito, de verdade mesmo. Sempre quis adicionar isso na outra, mas acabou ficando sem espaço. 

Vejo vocês em breve, amores <3

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