BAKUGO
Já fazia um mês desde que o Deku e seus treinos começaram a fazer efeito... O xadrez já não era mais uma tortura pra mim, comecei a se acostumar com estratégias e notei que o Midoriya se habituou com a minha companhia. Comecei a jogar xadrez com os Joshu do Midoriya e consegui derrotar quase todos, só que tinha três que eram tão bons e estrategista quanto o Midoriya.
Decidi conhecer o território do deus dos jogos e visitei vários lugares do seu enorme território na terra dos deuses. Eu cheguei em frente a um grande prédio que mais parecia ter uns dez andares. Fui até a porta e a abri, vendo que era a biblioteca do Midoriya e eu fiquei surpreso ao ver o quão grande era... Entrei no lugar e caminhei um pouco, então eu acabei vendo o Midoriya lá no andar de cima. Que lindinho...
Ele usava um macacão verde com a parte de cima preso na cintura e uma regata preta, deixando bem aparente que ele músculos pouco salientes. Ele estava concentrado ao ler um pergaminho e, como já é de costume, flutuava. Eu notei que ele estava acompanhado e aquele só podia ser o Twitter, então decidi não atrapalhar eles. Entrei em um dos corredores e deslizei os dedos nos livros, mas ai eu vi um livro que chamou minha atenção.
Eu: "Os Lords dragons"?
????: Você é novo aqui. É um novo shinki do mestre Izuku?
Olhei pra trás e vi uma garota com cabelos negros na altura dos seus ombros e os seus olhos eram muito diferente... Eram heterocromados, um azul e outro verde.
Eu: Ah, não. Eu sou o Katsuki.
Garota: Katsuki, você precisa de algum livro?
Eu: Não. Estava apenas olhando o lugar, mas... Qual é o seu nome?
Garota: Me chamo Reiki, sou uma shinki também. Recentemente sou responsável pela biblioteca.
Eu: Bem... Eu acho que vou ler um pouco, hn.
Reiki: Recomendo que leia esse! É o meu preferido. - me deu um livro.
Eu: Tudo bem.
Quebra de tempo
Saí da biblioteca e fui correndo na direção da mansão do Midoriya e o vi no jardim com Twitter. Ele sorriu e segurou a mão do azulado, então eu parei de andar e o esverdeado me olhou. Eu entrei na mansão por está irritado sem motivos e fui até a sala da Spotify, então pedi para ela avisar que precisei ir pra casa e assim eu fiz.
Mikatsu: Pra onde você vai? Você acabou de chegar.
Eu: Vou treinar.
Mikatsu: Mas você não estava com o Izuku pra treinar?
Eu: Ele tava ocupado.
Mikatsu: Katsuki.
Eu: Larga do meu pé, pirralha. Eu só quero bater em alguma coisa!
Mikatsu: Tá legal... Quem foi que te irritou, hein?
Eu: Ninguém. Só... Nem sei o que eu tenho, Mika.
Mikatsu: Tudo bem. Vou com você.
Eu: Hã? - encarei ela.
Mikatsu: Sou sua irmã, hn. Isso já é um bom motivo pra querer ir com você pra um treino.
Eu: Tá...
Mikatsu: Você nunca ficou assim e eu tenho medo que faça besteira.
Eu: Não começa! Você até parece a mamãe falando comigo.
Mikatsu: Tinha que herdar algo da mamãe também, né.
Saimos de casa, indo ao campo de treino do clã Bakugo e então tratei de gastar energia naquele treino com a Mikatsu. Já estava exausto e mesmo assim continuei a treinar, o que eu costumava fazer antes que aquele esverdeado decidiu que me treinaria. Obriguei meus pulmões a aguentar o ritmo do treino, mas eu vi o Midoriya na minha frente e eu parei rápido, o vendo irritado pela primeira vez. Não é possível! Como ele consegue ficar ainda mais fofo quando fica irritadinho?
Respirei fundo. Certamente o Deku vai reclamar, dizendo que fugir do treino e que veio me buscar. Talvez ele veio me dá puxões de orelha do tipo figurativo mesmo, pois ele não encosta as mãos em mim... De uma coisa eu tenho certeza: ele veio só pra reclamar e está irritado, o que é bem visível no momento.
Midoriya: O que faz aqui?
Eu: Não sei se você lembra, mas eu moro aqui perto e passei a maior parte da minha vida aqui.
Midoriya: Kacchan, deveria está treinando comigo.
Eu: Não enche.
Midoriya: Não ligo se você não veio treinar hoje, mas espero que você esteja lá amanhã... Mikatsu, seu pai está em casa?
Mikatsu: Não. Porque?
Midoriya: Querendo ou não, Hafi deixou sua raça nas minhas mãos, então tenho negócios a tratar com os líderes dos Lords dragons. Diga a ele que amanhã falo com ele.
Mikatsu: Tá bom.
Midoriya: Estou indo.
O Midoriya usou o teletransporte que os deuses usam e sumiu, então eu me sentir péssimo... Ele parecia tão mal e eu sabia que era porque eu não fiquei lá.
Mikatsu: Katsuki...
Eu: Nanico idiota.
Mikatsu: Rsrs... O Izuku mexe com você, não é?
Eu: Hã?
Mikatsu: Você implica demais com ele e eu nunca te vi fazer isso com ninguém, então... - sorriu - Você gosta dele, não é mesmo?
Eu: Ei, ei, ei... Tira esse sorrisinho besta da cara. - dei um peteleco na testa dela - O Deku é um deus, então esqueça isso.
Mikatsu: Mano, você...
Eu: É uma ideia absurda essa daí, sabia? Um deus e um mortal, que ideia de gênio, Mika.
Mikatsu: Primeiramente quero que me responda algo... Existe alguma regra que proíbe isso?
Eu: Ah-... - parei pra pensar.
Mikatsu: E outra, ele te deu vários privilégios, mostrou interesse em um simples mortal e outra, ele te faz treinar com ele todo dia.
Eu: Você é... Esquece. Não vou nem discutir isso com você, Mika.
MIDORIYA
Eu tinha me afeiçoado ao Bakugo muito fácil e a sua presença virou rotina pra todos aqui. Quando eu soube que ele tinha saído antes do nosso treino, eu me sentir estranho como se tivesse magoado e irritado ao mesmo tempo. Sinceramente, eu não estou diferente hoje e não sei o porque. Odeio ainda sentir esses sentimentos humanos.
Estava sentado na mesa da minha sala, de frente ao meu tabuleiro de xadrez. Peguei uma das peças, a imponente e poderosa rainha, a peça mais importante do jogo. Se a minha vida fosse um tabuleiro de xadrez, a peça mais importante ia ser o rei e não a rainha.
Eu: Izuku, você nunca vai deixar de ter sentimentos humanos, nem mesmo sendo o mais poderoso dos deuses, hn.
Twitter: Senpai, me desculpe lhe atrapalhar. - entrou na sala.
Eu: Algum problema?
Twitter: Katsuki está a sua espera na sala dos jogos.
Eu: Não seja tão formal. Já falei que meus shinkis não precisam ser formais, hn.
Twitter: Tudo bem. Mas e o loiro?
Eu: Tá... Já estou indo. - coloquei a peça no lugar dela.
Bakugo: Você demora, hein. - abriu a porta do quarto.
Eu: Que demora a sua, hn... Está atrasado pro treino de ontem, né, Katsuki? - sorri pra disfarçar.
Bakugo: Sorrindo, é? - sorriu de um jeito provocador - O que acha de um treino, Izuku-sama?
Eu: Ah! Não use meu nome em um tom de deboche, muito menos com esse "sama" no final.
Bakugo: Vamos logo. Não posso te puxar pela mão, então vamos.
Eu: Ahn... Twitter, me deixe a sós com o Kacchan.
Twitter: Okay... - saiu da sala com um sorriso divertido.
Bakugo: Devo me preocupar? Você não vai me matar, né? - brincou.
Eu: Deveria, né. - subi na mesa e me sentei no ar - Agora entendo porque saiu daqui ontem... Estava irritado porque não te toco como faço com meus shinkis e os joshu, não é?
Bakugo: Porque você acha isso? Eu não tenho nada a ver com o que você faz ou deixa de fazer.
Eu: Acredite em mim, se pudesse te tocar sem te fazer sentir a minha dor, certamente faria isso.
Bakugo: Hã?
Eu: Não quero que ninguém sinta a guerra que eu enfrento todos os dias. - sentei na mesa - Aguento tudo isso bem sozinho.
Bakugo: Acha que você é o único que enfrenta problemas?
Eu: Katsuki, a minha prioridade é proteger os humanos. Manter a sua felicidade e diversão é a segunda prioridade, por isso evitei tocar.
Bakugo: Hnm...
Eu: Não espero que entenda... Pra ser sincero, nunca me entendem.
Bakugo: Me dá a mão. - estendeu a sua mão e eu me afastei rápido do loiro - Qual é... Me dá a mão.
Eu: Já falei que não.
Bakugo: Vamos lá, hn. Enfrentar guerras virou rotina desde meus 4 anos quando desconfiei que não sou um Lord dragon comum.
Eu: Ahn...
Bakugo: Uma guerra a mais não vai fazer diferença. Além do mais, eu não vou saber o motivo pra você tá sentindo isso, né?
Eu: Não... - estendi a mão - Mas Kacchan...
Bakugo: Não se preocupe... Pense que isso nos torna amigos, certo?
Eu: Amigos?
Bakugo: Isso é o mais próximo que um mortal pode ser de um deus, então sim, seremos amigos.
Eu: Mais próximo... Tá. - segurei a mão do loiro e ele pareceu muito surpreso.
Bakugo: Rsrs... Deku, você... Você não sente apenas dor. - sorriu.
Eu: Hã? Do que está falando?
Bakugo: Você está feliz agora. Eu consigo sentir. Você até parece um humano com tanta confusão aí dentro, Deku.
Eu: Kacchan... - abracei ele.
Bakugo: Deku... - me abraçou com cuidado - Não precisa carregar essa dor sozinho mais.
***