Castelo Minori - O Lado Sombr...

By AmandaMartins596

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------Atenção! Esse é o segundo livro da história Castelo Minori------ Diana nunca imaginou que a cor de seu... More

⇜Prólogo⇝
Capítulo 1 - Na Estrada Novamente.
Capítulo 2 - Imortalidade.
Capítulo 3 - Pedido de Ajuda Inesperado.
Capítulo 4 - Desavenças.
Capítulo 5 - Despedidas ao Luar.
Capítulo 6 - Uma Proposta Arriscada.
Capítulo 7 - Três Nunca é Demais...
Capítulo 8 - Boas Vindas Não Tão Boas...
Aesthetics dos Personagens
Capítulo 9 - O Guardião da Lótus?
Capítulo 10 - Os Três Anciões.
Capítulo 11 - Visitas Inesperadas.
Capítulo 12 - O Início de uma Guerra.
Capítulo 13 - "Aquela que não devia existir".
Capítulo 15 - Segredos.
Capítulo 16 - Perigos nas Sombras.
Personagens
Capítulo 17 - Vermelho como o Sangue.
Capítulo 18 - A Grande Fera Marinha...
Capítulo 19 - Ajoelhe-se!
Oi S2
🎀 Grupo no Whatsapp 🎀

Capítulo 14 - Arco de Fogo.

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By AmandaMartins596

*Annabeth narrando*

Quantos dias, meses ou anos um humano deixa de sentir? Quanto tempo levava para se acostumarem com a perda de alguém? Era normal sentir tanta fúria e tristeza dentro de si? Faz tanto tempo que me tornei uma imortal que eu esqueci de como era se sentir humana.

Um passo, eu estava apenas de um passo para abrir os portões e ir atrás daquele que tirou a luz de mim. Eu nunca fui a mais forte, minha irmã que fazia esta função, ela era a que me completava e me acalmava, agora com ela longe de mim, como ela iria acalmar as sombras dentro de mim?

Eu segurei firme as grades enferrujadas dos portões e rangi os dentes. O que aconteceria se eu fosse embora, deixando tudo para trás, deixando todas essas crianças que precisavam da minha proteção... Deixei-me ajoelhar em frente as grades dos portões, ainda os segurando firme, lembrei do doce sorriso de Camille.

- Não posso fazer isso... - sussurrei enquanto me erguia de volta. 

Ao ouvir um apito vindo da floresta, olhei assustada na direção do barulho repentino e algumas pessoas com casacos longos e brancos surgiram, ficando na direção deles, cruzei meus braços e esperei que se aproximassem mais. Então uma das figuras foi reconhecida...

- Annabeth! Quanto tempo... - disse Elsa, Diretora do Castelo Matriz. - Tenho a sua permissão para entrar junto com minha pequena equipe? Fui avisada que vocês tem algumas... encomendas para nós.

- Não pensei que a própria Diretora iria vir, e assim tão rápido - disse ao descruzar meus braços e fazendo um gesto para que os portões abrissem.

- São encomendas especiais, eu mesma teria que vir, e nossos castelos são mais próximos que o Minori, isso explica nossa aparição repentina, e... - Ela colocou sua mão no ombro de um homem um pouco musculoso e continuou. - Temos um bom Viajante de Portais ao nosso lado.

- Obrigado, Diretora Elsa - agradeceu o sujeito.

- Então, como estão as coisas por aqui? - perguntou ela enquanto caminhava lentamente ao meu lado.

- Tensas... bem tensas na verdade, nunca imaginamos que algo assim fosse acontecer, e... acabamos perdendo um dos alunos. 

Ela tirou uma folha de sua bolsa e ajeitou seus óculos - Camille, certo? Sua protegida, por assim dizer. Sua fúria causou um... pequeno estrago, não é?

- Não... não foi minha intenção, não queria ter tirado tantas vidas assim. Mas, eles se comportaram como se suas almas fossem tiradas deles. Seguindo cegamente as ordens de seu "Lorde".

- Dragor andou aprendendo alguns truques enquanto nós o esquecemos, devíamos ter o colocado como prioridade no momento em que deixou o Castelo Minori. Ele acabou se tornando não só um problema para nós, mas para o resto do mundo. Sempre seguimos corretamente as regras, vivemos escondidos das pessoas normais para manter a ordem de tudo, o "equilíbrio do mundo". Agora, Dragor está colocando tudo em risco aquilo que conquistamos com anos de trabalho, tantas memorias apagadas... para nada - ela fez uma pausa e me olhou com seriedade. - Temos que proteger essas crianças a qualquer custo, elas são o possível futuro do mundo. Vai chegar um momento em que ser especial, vai ser algo normal. Chega de guerras, desentendimentos... Nossos ensinamentos vão ajuda-los a transformar um mundo melhor.

- Não tenho certeza se vai se tornar um mundo melhor, vamos continuar escondendo essas crianças deles, o ser humano nunca aprende, eles se banham em ganância e destroem seu lar... - parei por um instante e completei. - Nunca saciado.

- Bom, vindo de alguém como você eu tenho que concordar.

- Não deposite sua confiança em mim, minha quantidade de anos não significa que eu seja mais sabia que você. Apenas os humanos são capazes de entender os mesmos. E eu não sei como é sentir humana a mais tempo que você possa imaginar. Estou presa neste castelo cumprindo meu dever de protetora.

- Sua irmã também...

- De fato, mas o peso que ela carrega é maior, por isso as vezes... eu queria carrega-lo no lugar dela - dito isso, entramos no castelo e fomos em direção aos calabouços, onde suas "encomendas" estavam presas como feras enjauladas. Apenas observando para dar o bote.

- Eles estão assim desde que foram aprisionados, não falam, não comem... Apenas observam quem entra.

- Bom, vamos ver o que se passa em suas mentes - Ela ergueu sua mão na direção de um deles e o fez se aproximar das grades, totalmente imóvel. Seu poder as vezes me assustava, mas ai eu lembrava da capacidade do meu. Com a sua mão esquerda estendida, ela a encostou na testa dele e fechou os olhos. Sua testa franzia varias vezes, ler sua mente parecia difícil, ou ela estava vendo algo que a fazia ter essa reação.

- Como isso pode ser possível... tantas portas... e não há nada - disse Elsa ainda com seus olhos fechados e tentando entender a mente do ser a sua frente. - Uma mente nunca se cala, ela nunca... 

De repente, ela se afastou rapidamente ao arregalar seus olhos, a pessoa que ela tentou ler sua mente pareceu se divertir ao vê-la assustada, lentamente ela foi se afastando e se sentou no chão ao lado de outro que também se encontrava aprisionado ao seu lado. Ela parecia satisfeita.

- O que houve? - perguntei enquanto olhava para ambos.

- Eu vi... Eu achei sua motivação, mas sua mente... Nunca vi algo parecido antes. É como... é como se ele fosse um sistema operacional, apenas um computador que foi recentemente formatado.

- Como assim, Elsa? - disse ao me virar em sua direção.

- Ele não pensa, não sente... Apenas há três palavras se repetindo no fundo de sua mente vazia. E estão guardadas em varias camadas.

- Que palavras? - perguntei ao sentir um leve calafrio.

- Depois de abrir tantas portas, achei uma que tinha a cor vermelha, nela estava escrito Dragor. Então foi lá que as encontrei... Destrua, Invada e Capture. São as ordens dada a ele.

- Capture? Capturar quem?

- O único Dominador que tenha o poder que mais ninguém tem, o único na terra. O Dominador da Vida que vocês tanto o escondem. Bom, ele ainda estaria em segredo se ele não tivesse participado daquela competição anual do Castelo Minori - Ela deu uma breve risada sarcástica e continuou. - Eu sabia que isso um dia ia acontecer, eu os avisei o que o poder daquele garoto ia trazer olhares de fora. 

- Você acha que tivemos escolha? Fomos invadidos e feitos de prisioneiros por aqueles... - respirei fundo e continuei. - Ele não pretendia participar, você acha que não é sufocante não poder sair e ver o mundo? Ficar aprisionado em um castelo velho pelo resto de sua vida? Ser condenado a isso por ter nascido, sei lá, o poder mais raro e perigoso do mundo?!

- Por isso eu disse na reunião que tivemos a muito tempo, para que ele ficasse no Castelo Matriz! Ele estaria mais seguro lá.

- Ah, claro! Por acaso era o nosso castelo que tinha uma bruxa traidora durante anos? Que no histórico havia o nome muito bem destacado chamado "Família Vangor"? Os humanos que tinha sangue de bruxos em suas veias? Ben Vagor! Lembra dele?

- O professor Cloud havia me dado sua palavra que ela era confiável, nunca imaginei que isso fosse acontecer... 

- Nunca imaginou? Pois bem, deixa eu refrescar sua memoria novamente... Quem mandou o Mathias para o Castelo Magistralium mesmo? Ah, esperai ai! Olha o seu nome ai mais uma vez. Que bela psicologa e psiquiatra você é... - respirei fundo outra vez e continuei. - Não tente falar de fatos perto de mim, diretora Elsa. Se esse garoto estivesse com vocês, ele já estaria nas mãos do Dragor a muito mais tempo. Aquela bruxa deu todos essas almas sem mente para ele, e a maioria veio do seu castelo.

Ela respirou decepcionada e abaixou sua cabeça - Me desculpe, você tem razão, ultimamente eu ando tão sobrecarregada com tudo que anda acontecendo, e agora isso...

Olhei para os lados e ajeitei o cabelo - Mas a culpa não está só em você, está em todos. Meu poder também chega perto do seu, eu sei ler as pessoas, e eu nunca reparei no comportamento real do Mathias. Sua aparência angelical não demostrava isso. Era um bom aluno, tinha notas impecáveis e se dava bem com todos... Até o dia em que ele mostrou quem realmente era. Aprisionou vários alunos em uma espécie de barreira cheia de espinhos por dentro, fazendo que eles ficassem parados e aterrizados de medo. Os olhos azuis dele tinham um brilho vermelho naquele dia - comecei a caminhar lentamente pelo local e continuei - Ele me ordenou para que eu abrisse os portões, ou mataria todos de forma lenta e dolorosa. Eu não tive escolha, minha função era proteger aquelas crianças, eu tive que fazê-lo. Então, após abri-los, o sobrinho e a filha do Dragor passou pelos portões, junto com mais alguns subordinados dele. E isso foi logo após recebermos o convite para participarmos da competição. Era o momento perfeito.

- Eles foram escolhendo a dedo quem podia ir para o Castelo Minori, e o Andrey estava no meio, ele mentiu sobre o seu poder após perguntarem. Disse que era um Dominador do Vento, por ser um poder comum, não seria escolhido. Por mais que ele quisesse ir junto, por não aguentar mais estar preso. Ele não achou que acabaria sendo escolhido para participar em si da competição, ele só queria ver... Então veio o choque, mas acabou não dando em nada, mas todos souberam da existência do poder dele. Minha irmã escondeu-o até mesmo do próprio diretor Magnus e companhia.

- Ela escolheu vocês por serem o castelo que não chama tanto atenção, não é? Para cuidar e proteger o Andrey.

- Sim, o foco fica no Minori... Sempre foi assim. 

- Bom, eu vou fazer os preparos para levar os prisioneiros. E Anna... Não conte nada ao garoto. Vamos manter a restrição da nossa conversa.

- Claro.

*Elizabeth narrando*

Minha mente não parava de girar, tudo que eu sabia estava sendo reescrito. Deixei que Morgana cuidasse da Tenebris pois eu tinha que repousar, organizar os novos livros que não paravam de chegar em minha mente.

E o melhor lugar para isso, era na biblioteca do castelo.

Chegando lá, coloquei um aviso na porta para que eu não fosse incomodada. Havia um grande espelho perto da entrada, fiquei olhando meu reflexo por um tempo. Me ver em uma forma adulta ainda me causava medo.

Quando se é criança, não há nada com que se preocupar. Não há responsabilidades. As pessoas te olham e sorriem, "que criança adorável". Eles enxergam apenas a doçura... Quando olham para um pessoa adulta, eles se apaixonam. 

Mas, não é apenas essa questão. Quando se é adulto, significa força. Coragem. Eles compreendem que não se trata mais de uma criança indefesa, há um adulto bem a sua frente. Um ser que enfrentou várias barreiras para chegar no final desta corrida contra o tempo.

Mas será que eu poderei participar deste... conjunto? Ou minha função será apenas observar, como uma criança que está prestes a ter sua primeira aula.

Parei de encarar meu reflexo e me acomodei em uma poltrona, respirei fundo e fechei meus olhos.

Ao abri-los novamente, eu estava na biblioteca, na minha biblioteca. Tudo estava um caos. Vários livros estavam em branco, outros estavam evaporando. Será que finalmente minha punição por mexer no equilíbrio estava começando? Esta guerra já estava prevista? Como uma oráculo não sabia de todas as respostas? 

- Respostas...? - sussurrei e corri em direção a estante dos livros das capas pretas. Ao chegar lá, havia apenas um na estante. Todos os outros haviam sumido.

- Por que há somente um livro?

Caminhei lentamente até ele enquanto estendia minha mão em sua direção, quando o encostei, recuei minha mão por um instante, ele estava tão... frio, me trazia uma sensação estranha.

De repente ele caiu no chão e suas páginas começaram a se passar sozinhas, meus olhos mal podiam acompanhar, até que ele parou. Havia uma frase em comum que chamou minha atenção, ela estava totalmente em negrito, me ajoelhei e tentei lê-las.

"... quando a noite cair, e a lua cheia sumir deixando apenas um arco de fogo, o pesadelo se iniciará"

As páginas passaram novamente e ao ler, me ergui rapidamente e me afastei do livro. Com minha respiração acelerada, sentei ajoelhada no chão. Olhei a minha volta e vi todos os livros que foram substituídos tomando os lugares dos antigos. 

- O futuro, foi reescrito... O final mudou. E eu não posso fazer nada para mudar isso, ou dessa vez, minha punição afetará a minha irmã. O oráculo deixará de existir, levando com sigo sua irmã. E ninguém saberá mais onde procurar pelas crianças. É a guerra...

Abri meus olhos e fui em direção ao espelho novamente, respirei fundo ao voltar a me ver nele e voltei a minha forma de antes. Olhei para as minhas pequenas mãos e cerrei meus punhos, sentindo minhas unhas me machucando.

- Eu só posso observar... Eu pensei que eu poderia ajudar... - ergui minha cabeça para cima e fechei meus olhos com força. - Bom, ainda há mais livros para serem lidos, já que isso é a única coisa que eu posso fazer... Voltarei a ficar invisível até que isso termine. 

*Mirella narrando*

Varias vozes tinham vindo do lado de fora, pela janela do quarto eu não pude ver o que se passava. Eu já me encontrava melhor, mas mesmo assim eu não conseguia sair do quarto da enfermaria. Eu não queria ser vista, eu queria ficar "invisível". 

Depois eu ouço o som de pessoas andando pelo corredor, ainda parada em frente a janela, aguardei que alguém fosse bater na porta.

- Sou eu o Jared, posso entrar? Aisha e Ária estão aqui também.

- Claro, podem entrar.

Aisha tomou a frente do Jared e entrou primeiro.

- Garota... eu nem te conto o que aconteceu agora! - disse ela em um to animado ao sentar na cama. - Ah! Entrei sem te dar um oi, enfim... Como você está? Desculpe, é que eu estou bem... chocada com tudo.

Sorri e a respondi - Oi, Aisha, até que estou me recuperando.

- Um passo de cada vez, certo? - disse Jared mostrando seu sorriso.

- Acho que você se sentiria melhor do lado de fora, você está tanto tempo presa no quarto... - disse Ária com uma expressão um pouco triste.

Mexi na minha trança que eu havia feito para ficar de lado e voltei a olhar pela janela - É uma boa sair um pouco, mas... me sinto estranha.

- Não precisa se sentir estranha, amiga! Você está entre amigos, eu sei que cortar os laços com teu velho ta sendo difícil, mas se quiser você pode se apoiar em nós! - disse Aisha após vir em minha direção e entrelaçar seu braco no meu. - Vamos, você precisa tomar um pouco de sol, ai enquanto caminhamos eu te conto o que aconteceu.

- Okay, então me guie.

- Você sabe que a Red Rose estava grávida quando morreu, certo? - disse Aisha enquanto caminhávamos.

- Sim, se eu não me engano era de três meses. 

- Isso! E você deve ser ouvido algumas vozes agitadas do lado de fora.

- Sim, eu ouvi. Tentei ver pela janela mas não consegui.

- Pois então... - ela soltou meu braço e ficamos parados no corredor. - A filha da Red ta viva! Ela ficou em uma espécie de incubadeira em baixo da terra.

- O que...? Ela ta viva? - disse bastante surpresa. - Meu Deus... E o diretor?

- Ele ainda não sabe... - respondeu Ária.

- Lizzy mandou ele em uma espécie de missão, o professor Cloud que está encarregado das coisas agora - disse Jared ao voltarmos a caminhar.

- Mas como foi isso? Ela apareceu de repente? - perguntei enquanto desfazia minha trança.

- Não, bom... foi! É que nós íamos fazer outra coisa - disse Ária. - Lizzy reuniu todos perto da barreira, o Ogro que seu pai controla veio nos atacar outra vez, ela queria que lutássemos contra ele para aprendermos a nos defender...

- Ai ela apareceu no nada pulando de galho em galho e atacou o Ogro com uma lança enorme! Acabou com toda a graça... - disse Aisha completando enquanto cruzava seus braços. - Então ela explicou para nós como ela estava viva e como se chamava. Até a Lizzy ficou surpresa, ela não sabia da existência dela.

- Como isso é possível? Ela devia saber, ela é a oraculo, certo? 

- Bom, parece que não são todas as coisas que ela tem acesso - disse Jared.

Ao chegarmos no refeitório, o restante dos amigos de Jared estavam os esperando em uma mesa comprida. Cumprimentei eles ao acenar com a cabeça e me sentei entre a Aisha e o Jared.

- Aisha conseguiu mesmo te arrastar até aqui - disse Melissa enquanto segurava firme uma caneca vermelha, pelo aroma parecia ser chá de canela. - Ainda se sente confusa em relação ao seu pai? Eu sei que é um assunto delicado, qualquer coisa me perdoe por perguntar.

- Pode se dizer que eu já previa algo assim, a cada dia que passava eu o via mudar. Então no dia em que a maldição foi quebrada, meu pai se quebrou junto. Qualquer sentimento que ele ainda tinha, se foi. E por essa... - sorri forçadamente e continuei - Essa quase morte minha, eu tenho mais certeza da sua falta de humanidade. É complicado descrever o que sinto. Isso não é culpa dele, não que eu esteja defendendo mesmo ele ter me machucado, mas é por causa da maldição que ele carregava. Ela consumiu sua alma, o fez ser assim. Essa hesitação que eu sinto, o diretor Magnus deve sentir o mesmo. Ele sabe o motivo dele ser assim, mas ao mesmo tempo, não consegue perdoar, aceitar...

- Realmente isso é um assunto complicado, mas lhe desejo força para continuar seguindo em frente com a sua vida - disse Miguel gentilmente, que também parecia estar tomando o mesmo chá que a Melissa.

- A gente te ajuda nisso - disse Morfeus logo em seguida. - Aqui todos se ajudam em momentos difíceis.

- Mesmo eu ainda sendo uma estranha para vocês? - disse enquanto passava levemente as pontas dos meus dedos em uns riscos que tinha na mesa.

- Não acho isso - disse Scarllety. - Na verdade eu admiro muito sua coragem, você é uma guerreira! Não consigo me ver em seu lugar, nem sei se eu conseguiria.

- Eu conseguiria - disse Grace enquanto devorava uns biscoitos que estavam na mesa. - E ainda daria umas boas tapas no Dragor.

- O que ela não tem de tamanho, tem de coragem - brincou Miguel.

- Vai brincando, quando eu for da sua idade, serei maior que você. Irei chamar você de anão até que me implore de joelhos para eu poder parar - disse Grace ao tacar um pedaço pequeno de biscoito em sua direção.

- Como é vingativa nossa pequena - disse Scarllety enquanto bagunçava o cabelo da irmã. - E ainda nem tem esse tamanho todo.

- Isso ai, continuem brincando para vocês verem!

- Vocês são hilários - disse enquanto deixava um sorrir aparecer, um sorriso verdadeiro.

- Viu? Não é melhor que ficar naquele quarto? - disse Jared enquanto me olhava apoiado na mesa.

- Até que não é ruim... - disse Aisha de repente com um olhar estranho.

- Hum? O que não é ruim? - Ária perguntou.

- Hã? Não, nada... Só estava pensando alto, pequena borboleta - respondeu ela enquanto acariciava a cabeça da Ária. - Então, Mirella... pode ficar a vontade conosco, a gente não morde não. 

- Bom, vou deixar vocês... Vou a procura do Nathaniel - disse Ária enquanto se erguia. - Ver como ele ta, depois que o irmão dele chegou, ele vive mal humorado. 

- Eu vou com você, serei sua escolta pessoal - disse Aisha ao entrelaçar seu braço com o dela.

- Escolta? - disse ao arquear um sobrancelha.

- Eu não preciso de escolta, Aisha!

- É que o Nathaniel tem um irmão gêmeo, ele adora se passar por ele, enfim, então quero levar minha amiga em segurança até seu amado noivo - explicou Aisha. - Voltarei logo, logo.

- Tudo bem, até - disse ao acenar brevemente para elas.

*Elizabeth narrando*

Depois de um curto tempo dando voltas pela minha biblioteca, um pergaminho surgiu em minha frente. Uma fita vermelha o prendia em um belo nó, não era um bom sinal em um momento como este que todos nós estávamos passando. E a cor da fita significava estrema urgência.

- Ah... droga! - disse ao deixar no chão o livro que havia em minha mão.

Os pergaminhos, eram as novas crianças despertadas.

Respirei fundo e tirei a fita, o desenrolei calmamente e três nomes estavam nele. Duas garotinhas de 7 anos e um garoto de 10 anos.

- Vamos ver... Elizabeth, olha, ela tem o mesmo nome que o meu! - voltei a caminhar pela biblioteca e continuei a ler. - Vai ser uma futura Dominadora da Água, 7 anos, nunca deu nenhum problema mas ela não pode frequentar a escola. Pais compreensivos e amorosos. Seu lugar é aqui mesmo.

- Leandra, Dominadora da Terra, 7 anos, mesmo caso que o da Elizabeth. Ela também é aqui.

- Matheus, 10 anos, inteligente, soube esconder seu poder dos outros por isso frequentou uma escolha normal, mas está se questionado porque é diferente. Boa família também. Ele também é do Minori.

Enrolei o pergaminho novamente e o coloquei junto com os outros, respirei fundo mais um vez e voltei para a realidade. Com muito esforço eu sai da poltrona e fui em direção a sala do Magnus, que agora se encontrava o Cloud.

A biblioteca era próxima ao escritório, então rapidamente eu já me encontrava parada em sua porta. A abri e vi o Cloud olhando em minha direção assustado.

- Você me assustou, por que não bateu na porta?

- Eu nunca bato na porta -  disse ao me aproximar da mesa, peguei uma folha em branco e uma caneta. Cloud me observava confuso.

- O que houve? E... por que você está nesta forma outra vez?

- Eu... realmente gosto de ficar nesta forma - disse ao dar um breve risada. - Costume, sabe?

- Sei... - disse ele um pouco desconfiado. - Então, o que está anotando e porque esta visita repentina?

- Estou anotando endereços - parei por um instante e olhei em sua direção. - São crianças novas, Cloud.

- Em um momento como esse? Não há como adiar? - disse ele ao se erguer.

Segurei firme a caneta e o respondi - Infelizmente não, elas precisam vir.

- Magnus não está aqui... e eu seria uma boa escolha para ir busca-las... Mas, o que dizer para os pais? 

- A verdade, que no caso, sobre seus filhos. Se dissermos que está vindo uma guerra, os pais não vão permitir. Essas crianças precisam muito de cuidados nossos no momento. E você precisa permanecer no castelo, vai ter que mandar outro.

Ele suspirou por um momento e pegou a folha com os endereços, logo em seguida foi em direção a porta.

- Vou ir atrás dos professores e ver qual pode ir.

- Okay, vou ficar os esperando no portão principal -  dito isso, Cloud concordou com a cabeça e seguiu seu caminho, então eu fiz o mesmo.

Depois de alguns minutos aguardando em frente ao portão, Cloud apareceu ao lado de dois professores e um Viajante dos Portais.

Fiquei de frente aos portões e fiz um gesto para que eles abrissem, a floresta parecia calma e silenciosa. Fiquei apenas um passo atrás da minha barreira, olhando para os lados a procura de alguma movimentação. Cloud parou do meu lado também atento a tudo, ele ergueu um pouco seus braços e deixou que suas sombras surgissem, elas foram se espalhando pelo chão e indo para a floresta. Olhei para o seu rosto e seus olhos estavam fechados.

Depois de um curto tempo, suas sombras foram voltando para ele lentamente até que o ultimo resquício dela sumisse. 

- Está seguro, podem ir, estarei monitorando todos os dias a floresta para que cheguem a nós em segurança. 

Eles confirmaram com a cabeça e passaram apressados pelos portões, indo em direção as vans que ficavam escondidas perto da estrada.

- Eles vão ficar bem, certo? - disse Cloud vendo os sumir de nossa vista.

- Por que não ficariam...? - disse e fechei os portões, sentindo um grande aperto em meu coração.

Notas da Autora: Olá leitores e escritores, gostou do capítulo? Se gostou deixe seu voto e comente o que você está achando da história. Beijos e até logo.

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