VOCÊ É O MEU MELHOR ACASO

By meu_mundooooo

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"Estamos destinados, eu e você. Não podemos lutar contra isso, até mesmo porque não podemos. Você será minha... More

NOTAS
PRÓLOGO
PERSONAGENS
Capítulo 02 - ACIDENTE
Capítulo 03 - CONFUSÕES
Capítulo 04 - MERGULHANDO EM UM OCEANO DESCONHECIDO
Capítulo 05 - NEM TUDO VEM DE GRAÇA
Capítulo 06 - VISITAS
Capítulo 07 - "ESTOU AQUI POR VOCÊ"
Capítulo 08 - "ANO NOVO"
Capítulo 09 - "GRÁVIDA"
Capítulo 10 - "ESTOU ATRAPALHANDO?"

Capítulo 01 - O EXAME

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By meu_mundooooo

A cabeleireira castanha invadiu os corredores da Universidade de maneira calma e sutil. Não é a intenção da mesma gerar tantos olhares, murmúrios e até mesmo xingamentos. Ela só está ali porque é de extrema necessidade. Um pouco mais, a espera acaba, e finalmente chegará o momento de ser livre para buscar seus sonhos, da maneira que tanto almeja.

Carregando consigo alguns livros para serem utilizados na aula de hoje, era quase impossível de notar que a face da menina que estava se tornando uma mulher, não era a mesma dos outros dias. Havia acontecido algo com a brasileira, pois ela não é de ser mal-humorada. Geralmente — mesmo com a grande atenção sobre seus olhos e corpo — está com um grande sorriso e não deixa se intimidar com os outros alunos (as).

A mesma ultrapassou mais algumas pessoas que ainda circulava pelo corredor, com precisão, chegando ao seu armário.

— Há algo que está me intrigando — A castanha não esperava por esse comentário e muito menos aguardava algum. Embora, estivesse alerta.

— Santo Deus, Chris! — Resmungou com a voz assustada, colocando a bolsa dentro do armário, fechado o mesmo em seguida. — Achei que estivesse no estágio. — Completa, olhando mais calma para o amigo de quase 1,70.

-- Só amanhã. — Responde, e pela primeira vez, a loira notou que Chris estava encostado no armário. - Aconteceu alguma coisa que não estou sabendo? - Pergunta desconfiado.

A futura arquiteta sabia que não podia mentir para o amigo, nem mesmo sobre juramento da corte. Então, a mesma deixou a respiração pesada sair, olhando para Chris.

— É o meu exame. — Disse, direta. — Não consegui dormir direito e ainda tem essa aula de projeções de edifícios, que pra falar a verdade, não estou com um pingo de vontade de assistir.

Chris desenconstou-se do armário, estendendo o braço para a amiga.

— Eu posso ir com você para a clínica se desejar — a mesma enrosca seu braço no dele, enquanto os dois começam a se distanciar dos armários. — e até poderíamos, se isso fosse uma possiblidade, matarmos aula. Mas não sou louco o bastante e você também não. — Conclui, enquanto observa a amiga com os livros no outro braço.

— Ainda bem que isso não é uma possiblidade — Responde humorada, ao se dar conta que ficou calada durante um tempo. — meus pais ficariam decepcionados.

— Os meus também. — concordou com a loira. - Mas então, você quer?

— Até aceitaria, porém, Lucy confirmou comigo, antes de pegar o ônibus hoje. — Responde ao amigo.

Os dois se deram conta que chegaram em uma determinada ala da Universidade que teriam que se separem. Chris abraçou a amiga, como sempre, dando lhe um beijo na testa, como de costume. Ela, evidentemente retribui o abraço, e se afastou após o beijo.

— Te vejo mais tarde, então. — Disse Chris, enquanto caminhava no sentido contrário da amiga.

A castanha apenas acenou em um "sim" e seguiu para a sua área. Ou seja, para parte de arquitetura e urbanização.

...

Sento-me na cadeira no fundo da sala, para assistir a aula do professor Lorenzo. Em todas as suas aulas, desde quando começou esse semestre, optei por ficar no "fundão". Não é que não goste de sua aula, das suas explicações, ou até mesmo da metodologia de ensino. O problema é que não existe problema. Só o fato dele dar, descaradamente em cima das meninas aqui, e causar até mesmo a discórdia entre as amizades, é o que me irrita.

Já basta o que acontece nos corredores da Universidade. Não quero ser alvo na sala também.

Eu sei que não tenho nada a ver com isso, mas já vi muitas aqui sofrerem por conta de professor, e acho cúmulo, meninas extremamente lindas, se desmanchando por homens — como este professor — que não valem nada.

Alguns minutos se passaram, e finalmente Lorenzo entrou na sala, fazendo todos se calarem em uma única vez — como de costume —. Deixa sua maleta sobre a mesa, pegando algo no bolso — posso afirmar que seja seu celular —, vejo mexer um pouco no objeto, porém, ele bloqueia ou até mesmo desliga, guardando, agora, na maleta a sua frente.

Lorenzo olha para todos da turma, deslizando seus olhos verdes penetrantes, causando calafrios em qualquer um por aqui. — Diria, que estaria procurando um alvo —.

Após esse momento de tensão, o professor abre a gaveta da mesa, pegando um objeto pequeno — giz, penso —.

De longe, tenho uma visão ampla, mas não tão boa quanto de perto. O que estou querendo afirmar, é quê: Lorenzo está olhando fixo para o meio da sala, onde apenas uma aluna senta neste lugar. E ela não vem para a aula tem semanas, ao menos na aula dele, não aparece.

O professor de trinta e cinco anos descansou seus olhos na primeira fileira. A aluna de engenharia cívil, Fabrícia Monouro. O mesmo anda poucos centímetros, parando na frente da morena.

O professor de edificações, sussurrou algumas palavras apenas para a mesma ouvir. Ninguém foi convidado para esse momento, mas todos estavam olhando.

A menina de 18 anos se levantou do seu lugar, olhando com os olhos famintos para o professor — O olhar de que se pudesse arrancar toda a roupa de Lorenzo, faria ali mesmo —. Pegou o giz de maneira sexy, enquanto o outro, sentava no lugar da morena.

Todos aqui não desgruda os olhos de Fabrícia, e qual será a atividade de hoje. Ou melhor, trabalho.

A menina olha fixo para Jhones, outro rico da turma, e desliza seus olhos sobre todos da fileira dele, como se estivesse procurando alguém — Igualmente o que Lorenzo tinha feito agora pouco —.

— Bom dia! — Disse em um tom alto, como se quisesse atrair mais atenção para ela. Os que estão presentes neste momento, não conseguem desviar os olhos da morena. E ela ainda deseja mais? — Alguém sabe da Jade Kling?

Gostaria de ver a expressão do professor nesse exato momento. Como ele está se sentindo após sua concubina revelar que está a procura da sua amada?

Até onde entendi esse triângulo amoroso, o professor sente algo pela ruiva, enquanto a morena se corrói de raiva por dentro.

— Ela não veio. — Respondo, depois de alguns minutos de silêncio total.

Lorenzo levanta do lugar de Fabrícia, após a minha resposta. Ele olha com atenção para cada filheira desta sala.

Posso afirmar com convicção que o mesmo busca pela dona da voz, no meu caso.

— Gostaria que a dona da voz se apresentasse. — seu tom não foi tão amigável, nunca é.

Antes mesmo de continuar o que havia começado, Fabrícia resmugou algo para o professor, pois agora seus olhos caíram sobre mim e não estão nada simpáticos.

Deveria me preocupar?

Talvez não.

— Ora, vejamos. Temos uma novata na sala, não é mesmo, senhorita Vitorinne?

Ferrou, pensei logo de cara.

— Assisto todas as suas aulas, só não me sinto bem à vontade nos primeiros assentos. — Respondo a primeira coisa que vem na minha cabeça. Espero que isso baste.

Acho melhor me sentar agora e permanecer o restante da aula em silêncio. Tenho certeza que já chamei muita atenção.

— Interessante. — Comenta em voz alta, fazendo todos que estavam ali, olhar em sua direção. — O que acha de fazer companhia para senhorita Monouro? Vamos ver se você realmente aprendeu os meus conteúdos.

Era de se esperar, fez isso semana passada com Sthepany, porque que comigo seria diferente? Droga.

— É claro. — É tudo o que consigo pensar no momento, transmitindo um sorriso forçado.

Horas mais tarde.

— Posso saber porque sempre faz esses exames? Ainda mais, de seis em seis meses. Pensei que fosse virgem e saudável.

Descemos do ônibus, assim que chegou no nosso destino. Olhamos para os lados e não vinha carro algum, até porque o sinal havia acabado de fechar.

— Problemas genéticos — Respondo após alguns minutos.

Minha família por parte de mãe, tem tendência a ter câncer no ovário. Duas vezes no ano eu e minha mãe fazemos o exame.

Admito que todas às vezes, fico bastante nervosa.

— E como vai os preparativos para a lua de mel com o Andrew? — Desde o momento, no qual resolvi contar para a morena que estava pensando em tirar minha virgindade, e principalmente com Andrew, que Lucy não para de perguntar.

— Não tem preparativos. Vai ser espontâneo e maravilhoso, não tenho dúvidas disso. — Afirmo, após nós duas chegarmos dentro da clínica.

— Realmente quer fazer isso com ele? — Pergunta com insistência no assunto.

— Eu gosto dele, e Andrew é um cara legal. — Digo por fim, encerrando o assunto.

A mesma revira os olhos, bufando.

— Vou beber e depois ao banheiro. — Comunica, já ganhando distância.

Tenho a impressão de que Lucy não vai muito com a cara do menino que estou me relacionando. Principalmente, se eu disser que algumas atitudes do mesmo é de possessão.

Melhor ficar em alerta. Nunca se sabe.

Sigo o percurso para chegar ao balcão da recepção, no momento que minha amiga não aparece. Enquanto vou me aproximando, noto que a recepcionista não está com uma feição agradável, como era pra está.

Fico me perguntando porque as pessoas legais sofrem tanto? A outra recepcionista sempre estava com um sorriso no rosto.

— Boa tarde, — Cumprimento a mesma, que apenas levanta o olhar — estou agendada para a consulta com a doutora Jackeline Burk - Informo-a.

— A doutora saiu de férias a pouco tempo. Seus atendimentos foram todos remarcados para daqui a um mês. — Diz, com pouca paciência na voz. — Entretanto, algumas pessoas estão realizando suas consultas, procedimentos, dentre outros serviços, com a médica Gabrielly Grienzan — Responde.

Aguardar mais um mês? E se acontecer algo até lá?

30 dias é muito tempo para quem não tem tempo.

Pensa, Sofia...

Está visível seu nome no crachá, acima do seio esquerdo. Fixo um pouco para a rua, como se algo lá fosse me dizer o que fazer.

— Se caso queira se consultar ainda hoje, tem uma vaga aberta para agora. Está com pouco tempo que uma paciente remarcou para amanhã. E a médica poderá lhe atender. — Ouço a voz da recepcionista por cima do ombro.

Não custa nada ter uma experiência nova, não é mesmo?

— Por favor... — Peço, ao virar para olhar a mesma.

— Ok. Aguarde alguns minutos na sala de espera, a administração não permite que os pacientes fiquem esperando, para serem atendidos, na recepção. — Ela acenou para uma sala ao lado, enquanto a observava.

Tenho que admitir. Muita coisa mudou por aqui.

Caminho para a sala de espera prestando atenção no atual modelo da clínica, no mesmo instante que removo o celular de dentro da bolsa.

Após desbloquear, vejo que tem uma notificação de Andrew. Prometi que assim que chegasse na clínica iria avisa-lo, para não deixar-lo preocupado.

"Cheguei à pouco tempo, já ia mandar mensagem para você".

A mensagem foi entregue e vista no mesmo momento.

"Que bom, amor". Já estou com saudades...

Foi quase inevitável não expressar um sorriso neste momento.

Admito que estou apaixonada por ele e cada dia que passa, esse sentimento me faz questionar se ele é o amor da minha vida.

"Também estou. Te vejo mais tarde?".

Antes mesmo de vê o que meu quase namorado havia me mandado, fui tirada do meu momento clichê com Lucy entrando na sala. Sua expressão não está nada boa.

— Sabe — Diz, ao se aproximar de onde estou. — Essa clínica só tem pessoas rudes! — Exclama irritada, se jogando praticamente na cadeira de couro preto, ao meu lado. — Posso saber como você consegue pagar por um exame aqui? — Pergunta, com os braços cruzados na altura dos seios.

— Meus pais deixaram uma boa reserva de dinheiro pra me manter antes de irem para o Rio — Respondo-a e paro um pouco para lembrar da saudade que sinto deles — e lá eles ganham muito bem, assim quando podem, manda mais um pouco. Vou ficar nisso até conseguir um emprego, ou seja, logo. — Respondo com naturalidade, bloqueando o celular. — O que aconteceu?

Minha amiga esfregou um pouco o rosto, e após isso, parou as mãos nas pernas.

— Uma médica mesquinha veio perguntar se eu era da limpeza. Até aí tudo bem. Respondi que não, e a mesma perguntou: "então o que faz aqui?" — Lucy respirou um pouco e levou um mecha de cabelo para atrás da orelha. — Ignorei sua pergunta, pois já deduzia o que iria vir depois. Achando pouco, me insultou e saiu. Sem mais, nem menos. — Bufou.

Esse tipo de coisa me faz lembrar da primeira vez que fui humilhada na escola, por uma menina rica e incrivelmente linda. Porém, nem mesmo sua beleza a salvava. Depois desse dia prometi para minha sanidade que esse tipo de coisa não seria permitido. E funcionou.

— Olha, — Puxo suas mãos, desfazendo seu enlace nos braços. — sei que somos pobres e que não temos dinheiro nem pra comprar alguma coisa na lanchonete daqui. Mas temos um lar. Amigos verdadeiros, nossos pais são maravilhosos, temos uma à outra, e sempre vamos superar esses obstáculos. — Meu tom saiu firme, como queria.

Lucy me olha após terminar minha fala. Com o olhar verdadeiro, de cúmplice. Afirmo, e posso até mesmo colocar minhas mãos no fogo, que nossa amizade nunca terá um fim.

— Senhorita Vitorinne! — Ouço meu nome na voz da recepcionista de minutos mais cedo.

— Pois não? — Solto as mãos de Lucy com leveza, permitindo minhas pernas a irem até ela.

— A Médica já vai lhe atender. — Percebo que ela olhou por cima do meu ombro, observando Lucy. —Aqui seu crachá, piso 03, sala 02. E mais uma informação, só entra a paciente, a acompanhante permanece aqui.

Olho para Lucy, e a mesma nem se deu conta do que a recepcionista havia dito.

Tudo bem assim.

Mexo a cabeça em afirmação, deixando a sala logo atrás.

...

A médica Grienzan já fez tantas perguntas para preencher minha ficha, que até o presente momento não estou entendendo, de fato, o que está ocorrendo aqui.

— Por favor, remova sua roupa e coloque uma camisola que está no banheiro. — Disse, ainda preenchendo minha ficha.

Levantei com cautela de onde estava, seguindo para o lugar que havia pedido.

Não é como se não já estivesse feito isso, mas sinto que algo está estranho. Geralmente, não tem tantas perguntas e não preciso usar essa veste ridícula, de paciente.

Retiro toda a roupa, deixando sobre a pia. Coloco a camisola, voltando para a sala de antes.

— Peço que se deite na maca. — Pede mais uma vez.

Subo na maca com facilidade, colocando cada perna no lugar indicado. Assim, ficando totalmente exposta para Grienzan.

Não sei se estou confortável com isso, mas desejo que acabe o mais rápido possível.

Sinto o ar gélido do ar-condicionado passar por meu corpo, dando-me, frio.

— Deseja ser mãe algum dia, senhorita Vitorinne? — Sua pergunta foi direta, deixando-me incapaz de responder no exato momento.

A Médica pegou seu equipamento, que por sinal é bem diferente do qual a doutora Jackeline Burk usa, e puxou a cadeira que estava do lado da maca.

— Algum dia. — Respondo-a.

— Como disse?

— Eu disse que algum dia. — Repito — Ser mãe algum dia.

Nesse momento, sinto algo gelado entrando dentro mim com facilidade.

Ouço quando a médica resmunga algo, mas não consigo entender-la.

— O que disse? — Pergunto.

— Está no período fértil?

Franzo o cenho antes de respondê-la.

Mas que tipo de pergunta é essa?

— Sim.

Sua expressão foi um tanto inusitada.

— Interessante. — Comenta em voz alta e sua face se escondeu dos meus olhos.

"Interessante..." ouço essa palavra pela segunda vez só hoje, por pessoas diferentes.

Não sei de fato o que está acontecendo por aqui, mas algo me diz que não está certo.

Ou será que estou apenas exagerando?

— Acabamos — Disse Grienzan, depois de quase dez minutos. — Pode remover a camisola e deixar no mesmo lugar de antes. — A mesma saí da cadeira de onde estava, anotando mais alguma coisa na minha ficha — Nos vemos daqui a dois meses.

Agora tive a completa certeza de que algo errado havia acontecido. Como um exame de quinze dias, ficará pronto em dois meses?

Saio da maca desajeitada, quase caindo.

— Por que dois meses? — Minha pergunta saiu mais rápida do quê quando formulei.

— São procedimentos novos, senhorita Vitorinne. Não se preocupe. — A mulher de cabelos claros que estava a minha frente não deixou esclarecido os últimos acontecimentos. Mas espero, que esteja falando a verdade.

Sigo para o banheiro para remover essa camisola, vestir minha roupa e ir direto para meu aconchego.

O dia não foi como o esperado...Mas desejo que a noite chegue o mais rápido possível para poder ver meus lindos olhos castanhos...

Não se pode confiar em tudo que é abstrato, pois até mesmo o homem mais sábio, foi traído...

James Lombardo.

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