Teen Mermaids

By _EuVitoria_

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Pertencente a dois mundos, Lydia, Rebeka e Luce precisam encontrar suas verdadeiras identidades. Seus c... More

Mudança
Festa na praia
Pulando na água
Poderes
Salva vidas
Uma nova sereia
Cardume
Uma dança
Sentimentos expostos
Doce chamado
Emboscada
Carta reveladora
Respostas
Hipnose
Visitando a vovó
Doador anônimo
O plano
Executando o plano
Livro de porções
capitulo especial - Morgana
Enfrentando tubarões
Capítulo especial - Morgana e Shelby
Evento de talentos
Malévolas
Festa na piscina
Banho de lua
Desafio
Para sempre, meu amor.
Perda de humanidade
Cupcake encantado
Recuperando a humanidade
Expostas
Uma novidade em Magic city
Concha prisão
Capítulo especial - Morgana
Encontro desagradável
Capítulo especial - Morgana
Indo as compras
Capítulo especial - Morgana
Oferta
capítulo especial - Morgana
Resgate
Capítulo especial - Morgana
Primeiro beijo
Capítulo especial - Morgana
Agradecimentos
Novidades

Baile de natal

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By _EuVitoria_

As duas meninas Paker tinham toda a atenção de sua mãe, ambas as duas não aguentavam mais fazerem pose para as milhões de fotos que a mulher queria tirar, dizendo ela que era para registrar o momento.

- Já chega, mamãe. - Cansada dos flash, Lydia lamentou. Estava feliz, chegara o dia do baile de natal, mas acima de tudo, preocupada. Havia acabado o prazo, Shelby agiria naquela noite.

- A última. Deem um sorriso. - pediu a mãe, orgulhosa de suas meninas. Vestindo o vestido vermelho que havia comprado para o tão esperado baile, Meredith, estava animada para a festa e dava corda para Loren. Sem entender os motivos que sua irmã mais nova tinha para estar tão aflita e nervosa, com o humor nada bom. - Pronto. - a mulher finalmente abaixou sua câmera, olhando para elas com amor e os olhos cheios de lágrimas. Os cabelos de Meredith estavam enrolados em um glamoroso coque acima de sua cabeça, com tranças se esgueirando pelas laterais. Lydia, tinha seus cachos soltos, como de costume. Eles estavam brilhosos e acima de sua cabeça repousava uma pequena tiara, tão brilhante quanto seus olhos verdes. Qualquer um que não soubesse que a menor era adotada, diria que aquela beleza estonteante nada mais era do que a genética. Embora fossem demasiadamente, diferentes, tanto na aparência quanto na personalidade. O vestido de Lídia era cravejado por pequenos e cintilantes diamantes, sendo o ponto destaque da vestimenta, por outro lado, o da morena a seu lado, era a abertura por toda a extensão de suas costas, lisa e incrivelmente branca

- Temos que chamar o Uber, mamãe. - Disse a mais velha, com voz calma e um sorriso suave. Apesar de ser a filha avoada, sempre tivera paciência e respeito com sua mãe.

- Não... - a adulta sorriu e então negou com a cabeça. - Eu vou levá-las.

- Tudo bem. Vamos logo. - pediu Lydia, nervosa. Tudo o que não queria era que sua mãe caísse na teia de sua tia do mal. Sabia de tudo o que Shelby era capaz, estava consciente de que a rainha não mediria esforços para deter suas sobrinhas, isso incluía machucar aqueles que elas amavam.

Alguns minutos depois elas estavam na frente da escola, aonde em um salão, ocorreria o baile de natal. Ainda dentro do carro, Lydia teve acesso a cor da decoração, que se revezava entre vermelho e dourado. Olhando pela janela ela pode ver muitos carros caros, saindo deles jovens de famílias ricas e bem dotadas. As mulheres em sua maioria vestindo vestidos vermelhos e os homens ternos pretos com gravatas vermelhas, eles todos estavam muito elegantes e animados para aquela noite.

De onde estava, ela viu o exato momento em que James saiu de seu carro, ele estava ainda mais lindo e intimidante do que nunca. Ela se escondeu um pouco ao perceber que o playboy olhava para os lados, procurando por alguém. Em seu interior, a menina Paker esperava que fosse ela.

- Pronta? - Meredith perguntou, olhando para a irmã e colocando a mão na maçaneta, fazendo menção de abrir a porta. Ao invés de responder, Lydia também fez menção de ir abrir sua própria porta, respirando fundo ao passo que tentava se preparar para tudo que estava por vir. Mery foi a primeira a sair do veículo, mas seguiu seu caminho sozinha, pois sua irmã foi impedida de sair, pela mão de sua mãe, que a segurou pelo braço.

- Curta sua adolescência, ela não vai voltar mais. - Ela olhou nos olhos daquela mulher e viu experiência no que ela falava. Talvez amargura, ela havia se tornado uma adulta, sem nunca ter tido a chance de ser jovem. Seu arrependimento era notório.

- Eu farei isso. - garantiu o mais amável que pode e naquele momento compreendeu, nunca dissera dos problemas que estava passando para sua mãe. Mas ela era sua mãe. Sabia que algo estava errado, não tinha noção do que, mas sabia que sua filha enfrentava tempestades. Ela se inclinou e beijou a testa da mãe, sorrindo. - Eu te amo, mamãe. - precisava dizer aquilo antes que fosse tarde demais, talvez depois daquela noite, nunca mais tivesse a oportunidade.

- Eu te amo, minha menina. - sua mãe sorriu de volta e também beijou sua testa. Lágrimas se acumularam nos olhos de Lydia e ela sentiu medo de ouvir aquilo pela última vez. Uma sensação horrível circulava por seu corpo. - Agora vá! Divirta-se. - Loren lhe deu um empurrão de brincadeira e riu.

Lydia Paker desceu do carro segurando o vestido, que apesar de não ser rodado, era longo. Ela parou em frente ao baile, sentiu um calafrio. A noite estava linda, estrelada. A decoração era perfeita e os adolescentes estavam a altura do evento. A sua volta muitos deles desciam dos carros, outros passavam pela porta de entrada, com seus pares. Ela no entanto, prmaneceu ali parada, observando tudo a sua volta. Toda aquela alegria, felicidade, risadas, toda aquela vida. Aquela juventude. Tudo o que não voltaria. Ela era jovem e estava ali, então iria ser jovem e aproveitar.

No segundo seguinte não estava mais só, sentiu presenças ao seu lado e moveu sua cabeça. Luce, Rebeka, Belamy, Clark, Danna, Meredith, Amanda. Todos eles estavam bem ali, parados ao seu lado, como o grupo unido que eram. Vestindo as roupas que compraram naquela tarde maravilhosa que passaram juntos. Com sorrisos estampados. Ela não tinha um par, mas estava muito mais acompanhada do que qualquer garota que estava naquele baile ao lado de alguém que depois do terceiro ano, sequer se lembraria. Ela não. Ela estava com seus amigos, pessoas que levaria por toda sua jornada na terra. Lydia sugou o ar, olhou para eles e sorriu, então um por um, passaram pela porta.

Estava tudo tão bem preparado e encantador. Havia cabine fotográficas, ponche, pista de dança, atrações, música, comida, dependurado no teto corações acrescentavam um ar romântico para a decoração. Todos os adolescentes de sua escola estavam ali, todos os grupos. As malvadinhas, os playboys, os nerds, os chapados, os baladeiros, e os neutros, como ela. Todos eles e naquele momento, os rótulos eram somente rótulos e a garota se viu apesar de tudo, querendo desfrutar daquela noite.

- Fiquem de olhos abertos. - Rebeka murmurou para suas primas, quando elas ficaram para trás ao passo que todos os outros avançaram. - Pelo que sabemos, Shelby pode estar por aqui, em qualquer lugar. - mas por ora, não havia sinal dela.

- O que vamos fazer se ela estiver aqui? Não temos a concha prisão. - Luce perguntou, seu nervosismo não passava despercebido.

- Se ela vier, temos que leva-la para longe do baile. - Lydia tomou a palavra, porque naquela noite, era tudo o que poderiam fazer. Não colocar a vida de ninguém, exceto as suas próprias, em risco. Afinal de contas, elas não tinham uma carta na manga. Não havia como vencerem. - Certo?

- Certo. - ela ouviu suas primas murmurando de forma corajosa. Mas elas estavam abatidas e amedrontadas. O que lhes restava era aproveitar o baile até finalmente o que tanto havia sido adiado, acontecer. Suas mortes. A vitória de sua tia do mal.

Nada estava sendo como o planejado, exatamente nada. Ao descobrirem suas origens como sereias, elas acharam que podiam lidar com aquilo, quem sabe enfrentarem e vencerem. Mas elas precisavam aceitar, que não, não havia como deter uma rainha do mal que por anos havia sido uma sereia, e ainda assim, manterem suas vidas como jovens estudantes.

- Alguém além de mim precisa de álcool? - Rebeka bufou, se preparando para iniciar sua noite. Não havia como ser um baile normal, mas ainda assim, as meninas tentariam manter a normalidade.

- Bom, terá que se contentar com um pouco de ponche. - Luce soltou uma risada, sabendo que Beka odiaria a ideia. Mas quem ela queria enganar? Assim como a outra, precisava urgentemente de umas dez doses puras de vodkas, talvez aquilo lhe desse coragem para enfrentar aquela noite.

A partir dali, a noite ocorreu exatamente como tinha que ocorrer. Todos dançaram, com ou sem par. Riram. Alguns se emocionaram, beijaram, ou ficaram de vela a noite toda. Tinha pessoas como Clark, que se isolou e tentou se manter invisível o baile todo, enquanto comia pelos cantos e prestava atenção em seus amigos se divertindo. Tinha casais como Luca e Luce, que davam algumas escapadas para darem uns amasso. Ou tinha garotas como Danna, Rebeka e Meredith, que dançavam e curtiam a noite toda, comandando a pista. Tinha as patricinhas, que como sempre, eram o centro das atenções. Tinha adolescentes como Lydia, adultos demais que apenas fingiam se divertir, e por fim, tinha ele, James Alves. Que naquele momento, chamava a atenção para si, subindo no palco.

Sob o olhar de todos ele se sentou em um pequeno banco localizado no centro do palco. Havia um microfone ali, e o rapaz ajeitou sobre seu colo, um violão. E pela primeira vez, seus "súditos" lhe viram nervoso.

- Desculpem atrapalhar. - ele começou, parecendo sem graça. A música toda parou e no lugar, sua voz ecoou por cada canto. Fazendo cada qual interromper o que fazia. - Mas eu tenho algo para dizer para uma garota muito especial. Dizer não... Cantar. Uma música que eu compus para ela. - ele fitou a multidão, todos estavam boquiabertos e o garoto pareceu recuar um pouco. Algo que não era de seu feitio. Mas seus olhos cruzaram com os de Lydia, e ele logo recuperou sua coragem, se preparou e cantou.

- Um sorriso tão doce, eu não entendo porque não o divide com o mundo.

Um olhar tão brilhante, que eu me pergunto, como pode haver tanta escuridão, com uma garota como ela andado por aí?

Aonde está? Aonde se esconde? Meu amor, sai de trás do monte que criou, pra se manter distante, meu amor.

Eu que nunca acreditei no amor, amei te encontrar, eu que sempre associei amor com dor, fico feliz por te amar.

Eu sei que somos diferentes, mas ouvi dizer que os opostos se atraem, eu posso ser errado desse jeito, mas estou certo de que isso te atrai.

Por isso venho, humildemente, te pedir pra ser minha garota, minha pequena, minha.

Desculpe essa bagunça, mas eu fiz essa música para te dizer, que, Lydia Paker, estou apaixonado por você.

Lydia estava pasma, estática no lugar. Com os olhos arregalados, com todos olhando em sua direção e seu coração batendo mais rápido do que seria considerável saudável. Ela era o centro das atenções, o lugar todo ficou em completo silêncio quando James se calou. Ninguém sabia como reagir, todos chocados demais com algo que aparentemente era impossível, acontecendo. Mas a única coisa que para ela importava, era aqueles olhos intensos lhe fitando ansiosos de cima do palco. Pela primeira vez, ela percebeu que podia se apaixonar de novo. Estava apaixonada, por isso, em um impulso inesperado, correu para cima do palco, aonde James lhe entregava um sorriso nervoso, o puxou por sua gravata e o beijou intensamente, com todos os adolescentes de testemunhas.

E então a plateia inteira explodiu em aplausos, assobios e gritos de aprovação. Por um único momento, não houve ódio no coração de ninguém que presenciava aquele momento, ninguém desprezou a cena que viam. Nem aqueles que tinham tudo pra ir contra aquele casal, incluindo pessoas infelizes, como garotas que eram apaixonadas por James e os amigos babacas do mesmo. Por um momento, era como se aqueles dois, sempre tivessem se pertencido. Ela se afastou dele, ambos abriram lentamente seus olhos e quando suas íris se conectaram, sorriram.

- É recíproco. - ela murmurou. James sorriu ainda mais e a abraçou com força.

- Eu sabia que você era louquinha por mim. - Finalmente voltando a si, James provocou, com um sorrisinho sacana. Mas aquilo apenas a fez gargalhar. No meio de sua risada, ela girou levemente sua cabeça, a tempo de ver um rosto no meio de todos aqueles que lhes aplaudiam. Seu mundo parou. Shelby.

Lydia sentiu seu coração se encher de medo, aquela dor era horrível e sufocante. A mulher sereia sorria com maldade, vestindo um vestido negro. Tão como sua personalidade. Aflita, a jovem sereia procurou por suas primas entre os outros que estavam na pista. Precisava avisa-las antes que sua tia do mal ferisse alguém.

- O que está havendo? - James que ainda estava parado a sua frente, perguntou ao notar a forma hipnótica que a garota olhava para baixo.

- Shelby está aqui. - murmurou, se virando para ele com um olhar desesperado. - Seja discreto. A única vestindo negro no meio de todo esse vermelho.

- Estou vendo. - o popular murmurou, após disfarçar um pouco e olhar em direção a ela. Que continuava parada como uma estátua. Olhando para o casal de forma ameaçadora. As pessoas a volta dela, retomaram para a festa, sem suspeitarem nem por um segundo que havia um ser mitológico entre eles. - O que faremos?

- Eu vou leva-la para longe do baile. Você procura Luce e Rebeka e as avisa de que nossa tia chegou. - Não teve tempo para cogitar outras opções, pelo simples fato de que não tinha. Shelby era uma ameaça para todos aqueles adolescentes que só queriam se divertir.

- Não posso deixar você ir. É muito perigoso. - Assim que ela fez menção de se afastar, James segurou seu pulso, a impedido. O olhar dele brilhavam com preocupação e medo. Ele sabia exatamente do que aquela rainha do mal era capaz. Lydia ficou ridiculamente boba com aquelas palavras, por ela, não sairia a noite toda do lado dele, mas precisava ou eles dois nunca poderiam ter paz como um casal normal, porque os demônios do passado dela, sempre seria uma ameaça.

- Tudo bem. Eu vou voltar. - prometeu com um leve sorriso, depois beijou suavemente os lábios dele. Com um selinho.

- Bem, o que eu posso fazer? Foi exatamente por essa garota corajosa e marrenta que eu me apaixonei. - ele brincou, mesmo que ainda não estivesse muito confortável com a decisão que ela havia tomado. Aquilo foi o suficiente, Lydia se afastou com as mãos tremendo, com mais medo do que nunca em toda sua vida. Elas tinham um plano, um plano que faliu. E agora, não sabia como venceriam aquela batalha.


Todos continuavam a curtir a noite, James, sendo o mais popular e desejado de School Magic, teve certa dificuldade de conseguir fugir de alguns amigos de Lacrosse e garotas que faziam de tudo para ter sua atenção. Percebeu que não precisou de muito para se controlar e ir para a pista com muitas garotas, ou se juntar aos seus amigos moleques cujos achavam que tudo era diversão. Ele ainda era ele. O mesmo playboy egocêntrico, mas em uma versão mais atualizada, mais madura. Que percebia que dinheiro, fama, e popularidade, não era tudo na vida. O amor, os amigos e a família, eram. Sem saber muito bem para aonde seguir, tentou encontrar entre todos os outros, as duas primas e melhores amigas da garota por quem ele estava perdidamente apaixonado. Sorriu ao se recordar "é recíproco" a menina mais complicada que ele conhecia, havia admitido.

Estava desistindo de encontrar as garotas e indo se juntar a Lydia, quando ouviu a voz conhecida de Luca, um de seus melhores amigos. Parou abruptamente e tentou identificar a conversa que ocorria em um pequeno canto as escuras.

- Os pais dela se separaram. Betty está passando por maus bocados, amor, você foi muito solidária por ter me dito para ir cuidar dela, apesar de tudo.

- Vocês têm uma história. Não podemos negar isso. - Lucinda respondeu com tom amoroso, e foi ai que James interrompeu o momento do casal, aparecendo em frente a eles com olhos esbugalhados, respiração frenética e testa suada.

- Shelby está aqui. Lydia foi atrás dela. - Desespero, angústia, medo e preocupação se misturavam nos olhos dele, enquanto ele soltava tudo de uma só vez em suas palavras que praticamente pularam para fora de seus lábios.

- Isso foi mais rápido do que eu pensei. - Lucinda pulou para fora do colo do namorado e as mesmas expressões aflitas que se expressavam na face de James, passará a se expressar na dela. Ela parecia avoada apartir daquele momento. - Chegou a hora... Eu tenho que ir. - Obviamente, a posição que Luca tomou foi de defesa e negação, ele se preparou para descordar. Mas como se pudesse ler seus pensamentos a jovem pousou sua mão no peitoral dele e disse com doçura. - Tudo bem. Nós vamos ficar bem. Essa é a nossa guerra, amor. As garotas e eu, damos conta.

- Enquanto isso, nós dois fazemos o que? - ele perguntou, claramente inquieto. Mas sabendo que nada do que falasse faria sua namorada desistir de ser a salvadora da pátria.

- Encontrem Rebeka e mantenham todos seguros aqui. - Como uma líder, ela ordenou, suspirou e então beijou a bochecha de seu namorado demoradamente e abraçou James. Ele que sempre havia lhe humilhado, tornara-se um membro de seus amigos. Após isso, a morena com longos cabelos negros, engoliu em seco, segurou seu vestido e correu para fora do baile. Em câmera lenta.

Ela botou todas suas energias em suas pernas, mas parecia que nunca, nunca era o suficiente. Era como se tivesse chumbos em todo seu corpo, pois tudo pesava. Percebeu que já estava distante o suficiente do baile, quando a música clássica começou a ficar baixa, parou no meio do nada, e começou a olhar para todos os lados. Procurando por Shelby e Lydia. Talvez sua melhor amiga já estivesse encrencada... Estava tremendo, com medo por si, mas sua maior preocupação, era o que sua tia faria com sua melhor amiga. Elas estavam sozinhas. Shelby era demasiadamente mais poderosa.

- E então, aonde está ela? - a voz maquiavélica da rainha do cardume laranja, ecoou. Fazendo um arrepio atravessar toda a nuca de Luce, mas alívio também. Ela as havia encontrado.

Lucinda respirou fundo, segurou seu vestido e começou a correr em direção ao estacionamento do grande baile. Havia carros em todas as vagas, e ela se escondeu atrás de um vermelho e brilhante. Tendo acesso a dois corpos parado no centro do lugar. De longe, podia ver a irá na face de Shelby e o medo na de Lydia.

- Eu não sei. Achei que ela estava aqui. - nervosa, a jovem sereia começou andar para os lados. Em uma atuação nada convicente. De seu esconderijo, Luce se deu conta de que discretamente Shelby criava uma adaga de gelo em suas mãos e se preparava para atacar a outra, sem alarma-la.

- Cuidado! - Lucinda gritou para sua prima, se revelando e correndo para tira-la da mira da outra. A adrenalina correndo em suas veias quando bem a tempo ela empurrou o corpo pequeno de Lydia e também tirou o seu próprio do caminho. Ambas as duas tombaram ao chão.

- Você me disse que estava com Margareth aqui! Por isso eu vim. - do alto do corpo das garotas, a rainha sereia gritava enfurecida, havia certo ressentimento em sua voz, como uma criança birrenta a qual o seu pedido de natal venho errado. Ela tinha sérios problema mentais.

- Bem... - Lydia sorria, mas quem a conhecia o suficiente, sabia que ela estava em pânico. Com muita cautela, se ergueu lentamente, olhando dentro dos olhos de sua tia. - Eu menti. Foi tudo uma armadilha para tira-la do baile. Eu nunca lhe entregaria minha vó.

- Isso vai lhes custar muito caro! Eu avisei a vocês que se não me entregassem minha mãe e bebessem da porção para renegar seus dons e os seus tronos, vocês pagariam! - seu grito estridente fez tudo estremecer, como um vulcão adormecido que acabara de despertar. Ela começou a ferver bolas de água em suas mãos e joga-las contra as garotas. - Suas crianças tolas, eu lhes dei a chance de continuarem vivas e terem uma vida humana. Agora vocês não terão nem um, nem outro.

Uma das bolas ia atingir o corpo de Lucinda, mas Rebeka apareceu e se jogou na frente, sentindo sua pele ferver com o contato quente. Soltou um gemido de dor agudo e caiu no chão, em sua forma natural. Com a cauda estendida. As outras duas começaram a agir de forma ágil, desviando dos ataques e tentando atacar de volta.

- AAAAAAAAAAH!!! - um grito de puro ódio rasgou a garganta de Shelby, ela juntou suas mãos em forma de concha a frente de seu corpo e quando as separou, como quem lança um poder, jogou na direção de Lydia, um raio que atravessou o corpo da sereia, rasgando sua pele e deixando um enorme ferimento em sua barriga. Lídia piscou seus olhos, segurou o local atingido, depois olhou para suas mãos, coberta de sangue. Uma lágrima escorreu e ela caiu no chão, com um filete de sangue escorrendo por sua boca.

- Não, não, não.... - a dor ao ver a cena, era insuportável, Lucinda correu em direção a sua melhor amiga e deitou a cabeça dela sobre suas pernas, derramando suas lágrimas no rosto da mesma. - Não... Não... Eu vou matar você!! - Possuída, Luce se levantou com um ar poderoso, seu corpo todo pulsava com os poderes que corriam em suas veias. - Sua vadia psicótica!

- Vou adorar te ver tentar. - Nem um pouco intimidada, Shelby debochou, o mesmo poder que continha nos olhos de sua sobrinha, continha nos seus. Ela começou a girar seu dedo indicador de forma circular, enquanto uma bolinha pequena de fumaça negra, ganhava forma e ia crescendo cada vez mais, como uma nuvem de tempestade sombria.

- Para! Por favor. - Beka gritou, em desespero. Aquela coisa destruiria não só Luce, como todos que estavam ali. Era um poder forte, exatamente igual as sereias dos filmes, quando elas mexiam com o tempo. - Eu digo... Eu digo aonde Margareth está. Nós bebemos as poções.

Aquela palavras foram suficientes para fazer Shelby recuar, com um estalar de dedos, tudo sumiu e ela encarou suas sobrinhas caídas, com ar vitorioso. De fato. Ela havia vencido.

- Bem, então me diga aonde está minha mãe. Eu vou buscar ela e as poções, e voltarei para entrega-las a vocês, e só partirei até ter a absoluta certeza que serão novamente, meras humanas. - ela havia se encurvado para falar com Rebeka, sua face transmitia tanta maldade.

- Não diga nada, Rebeka!! Ela vai mata-la. - ao ouvir o que sua prima estava prestes a contar, Lucinda se desesperou, gritando a plenos pulmões. Beka engoliu em seco, fazendo para Luce uma expressão de "eu sinto muito".

- Antes ela do que nós. - murmurou com amargura e então passou para a rainha o endereço de uma casa localizada na praia.

- Obrigada, sobrinha. - agradeceu ela, segurando o queixo de Rebeka em suas mãos. A garota se desvencilhou de seu toque e desviou o olhar.

- Por-por que você fez isso? - Quando Shelby partiu, Lydia tossiu e gemeu baixinho, com dor. Sua voz quase inaudível. - Por que deu a ela o meu endereço? Você sabe muito bem que Margareth não está lá.

- Lydia, Lydia... - Lucinda correu para sua amiga, ao ver que ela despertava, embora ainda estivesse muito ferida. - Você está viva!

- Você não podia ter feito isso. - Lydia murmurou, solene. - Minha mãe está lá. Quando Shelby perceber que não é o verdadeiro endereço, irá mata-la.

- Desculpe. Eu não consegui pensar em nada melhor na hora. - realmente se lamentou, se colocando em pé após substituir sua cauda por pernas e um vestido vermelho, sensual. - Eu não pensei direito, apenas tinha que leva-la para um lugar onde não houvesse tanta gente... Um lugar para que pudéssemos a deter sem testemunhas.

- Não deixem ela... Machucar minha mãe... Vão... Até... Lá... - Lydia implorou, engasgando em suas próprias palavras enquanto cuspia sangue.

- Lydia! - um garoto surgiu correndo, indo em direção a menina, se ajoelhando em frente a ela, desesperado com a situação na qual a encontrou, a jovem sereia estava quase sem vida. James gritou para Luce, por cima dos ombros: - O que aconteceu com ela? Chama uma ambulância!

O que James estava pedindo era impossível, por vários motivos ela não podia ligar para os prontos socorros. O que diria? A garota havia sido atravessada por um raio! Não podia arriscar envolver humanos naquela história. Tão pouco levantar suspeitas para suas vidas sobrenaturais. Mas também não podia deixar sua prima morrer, então fez a única coisa que lhe cabia.

- Vovó... - murmurou chorosa assim que sua ligação foi aceita. Sentia um medo surreal em seu coração. E se a outra morresse bem ali? - Lydia está ferida. Ela está morrendo. Você precisa me ajudar.

- Eu estou a caminho. Só não deixe ela fechar os olhos. - disse a senhora, de modo doce, tentando acalma-la. - Vai ficar tudo bem, querida. Eu não perderei mais ninguém que amo. Você também não vai.

- Não a deixe fechar os olhos. - murmurou para James, ainda em ligação com Margareth. A velha e sábia sereia, havia tirado um peso de suas costas. Estava tudo bem. Tudo ficaria bem. - Obrigada, vovó.

- Fique acordada, pequena. - o capitão pediu para sua amada, abaixado ao lado dela, fazendo carinho em sua face gelada e um pouco suada, marcada pela dor. - Fique comigo, estou implorando.

- Alves, eu estou tão cansada... - murmurou ela, com voz fraca e chorosa.

- Eu sei, amor... - ele sorriu de forma triste, encostando sua testa na dela. - Mas você precisa aguentar firme. Está bem?

- Você pode cantar para mim? - ela perguntou em um sussurro, a cena era tão triste que Rebeka teve que desviar o olhar. Lydia sabia que estava morrendo. - Você pode cantar a minha música?

O garoto assentiu e começou a cantar para ela, a mesma música que havia cantado sobre o palco. Mas daquela vez, tão baixo que somente ela podia ouvir. Não desgrudou suas testas em momento nenhum. E no fim da última nota, James sentiu seu corpo ser afastado do da pequena garota, por mãos delicadas, frágeis e gentis. Ele ergueu seus olhos para a mulher, ela era esbelta, uma beleza discreta, mas muito bonita. Ela sorriu para ele de forma amável, e naquele instante o capitão soube, ela era a salvadora de sua amada.

- Por favor... Não a deixe morrer. - suplicou, percebendo que não suportaria perder aquela garota marrenta, a única entre todas, que havia conquistado seu coração de gelo.

- Tudo bem galã, você ainda vai casar com essa garota. - ela sorriu, e seu sorriso era tão natural que poderia servir de calmante. James se levantou e deu espaço para que ela se aproximasse, inquieto ele começou a andar de um lado para o outro, tentando se acalmar enquanto esperava.

Margareth se ajoelhou diante da neta e retirou de sua bolsa um pequeno frasco de vidro, dava para ver pela transparência do objeto, que o conteúdo dentro dele possuía uma cor verde. Ela o abriu e espalhou sobre o ferimento de Lydia, misturando-o ao sangue. Como sempre, parecia saber exatamente o que estava fazendo. Rebeka e Luce se aproximaram, querendo saber o que ela fazia.

- É uma erva rara, ganhei de uma velha amiga sereia, uma curandeira. É minha última dose. - explicou a avó, como se pudesse ler o que se passava na cabeça delas. - Isso vai fechar os ferimentos, se não for tarde demais, ela sobreviverá.

As duas se viraram espantadas para ela, "se não for tarde demais". Mas antes que pudessem falar, Lydia voltou a tossir e lentamente abriu seus olhos, fazendo todos irem alarmados para cima dela.

- Saiam de cima. Vocês estão me sufocando. - de sua forma nada simpática, a garota Paker voltou a vida. Fazendo todos rirem. Aquela era a menina que eles amavam e temiam perder. - Vocês estão chorando? Meu deus, quanto sentimentalismo.

- Que bom que você está bem. - James se aproximou, elegante como sempre, ele sorriu de canto para ela. Com seus olhos azuis brilhando. Lydia sorriu de volta para ele, sua pele havia se fechado, ficando apenas uma pequena cicatriz, suas íris estavam mais vividas do que nunca e suas bochechas ganharam cor novamente, seu vestido estava rasgado, mas ela tão pouco se importou com aquilo, apenas correu para os braços do capitão e o beijou o mais intensamente que pode.

- Chega, casalzinho, temos uma sereia do mal para matar. - ouviu-se a voz de Rebeka.

Ao passo que se aproximava da praia, mais e mais o medo aumentava, não somente em Rebeka, como em todos os outros que lhe acompanhava.

- O que vamos fazer? É impossível deter ela sem a concha prisão. - Rebeka finalmente parou de andar, fazendo todos os outros pararem também. Sua pergunta não fora direcionada para ninguém em especial. Ela só queria uma resposta, pois estavam indo para a morte.

- Eu vou me entregar. Vocês vão beber a porção. - O rosto de Margareth transmitia tranquilidade, como se ela estivesse conformada. Anos de dor e angústia pesavam em seus olhos, e sua face estava um pouco enrugada, marcada pelo tempo.

- Não podemos! - sua voz saiu preocupada, desesperada, em negação. Lydia não gostava de entregar os pontos, todos sabiam. - Ela não pode vencer.

- Querida... - delicadamente, a senhora tocou o rosto de sua neta, havia emoção em seus olhos e sua voz saiu baixa. - Ela já venceu. - Ela suspirou e pareceu cautelosa, tentando medir as próximas palavras que sairiam de seus lábios, como se pisasse em ovos. - Não temos outra escolha, garotas. Eu não posso permitir que vocês morram lutando em uma guerra que não podem vencer. Se beberem a porção, suas vidas voltam ao normal, vidas humanas, como sempre deveria ter sido. Eu nunca deveria ter metido vocês em tudo isso.

- Não! Não é mais sobre você, sobre nossas mães e o passado de vocês. - Rebeka entrou na conversa, assim como Lydia, parecia indignada com a conformação de sua avó. - Eu não quero abrir mão da minha cauda, ou dos meus poderes. No início, isso podia ser para nós, algo assustador, abominável, mas agora é parte de quem somos. Eu aprendi a lidar com tudo isso, não irei simplesmente abrir mão.

Elas tiveram seu debate interrompido quando um trovão ecoou, acendendo um clarão no céu. Em seguida outro. Depois uma intensa tempestade de trovões, até que tudo parecesse sombrio o bastante para que eles notassem que não era uma tempestade comum, era a raiva de Shelby. De dentro da casa dos Paker a criatura de cabelos negros surgiu, feroz, com beleza e poder fluindo de seu corpo. Seus cabelos voavam e ela parecia mais ameaçadora do que nunca. A cada novo passo da rainha, um novo trovão estralava no céu, com clarões intensos. Quanto tempo até que os humanos notasse aquela rara tempestade?

- Sua mentirosa! - ela gritou alto ao detectar Rebeka, sua voz se misturava com o barulho ensurdecedor dos trovões. - Nós tínhamos um acordo. Minha mãe não está aqui.

- Estou sim. Estou bem aqui. - Margareth saiu de trás de suas netas, ficando exposta para sua filha. Que parou aonde estava, com um brilho de reconhecimento passando por suas pupilas. Ela estava carregada de poder e maldade, era uma ameaça real e poderosa para qualquer um.

- Mamãe... - ela murmurou. Tudo ficou quieto, os trovões pararam, os clarões, as ondas frenéticas de poder. O mar que estava agitado se acalmou, o silêncio varreu a praia, trazendo de volta para a terra, calmaria. Calmaria que o ódio de Shelby havia roubado. - quanto tempo...

- Desde que você me fez beber aquela porção e me expulsou de meu cardume. Desde que você matou suas irmãs, Shell... - ela se aproximou com cuidado, avançando lentamente. Tinha urgência de manter suas netas a salvo.

- Aquelas vadias não eram minhas irmãs. - ela continuava imóvel como uma pedra sólida, o seu ódio por suas irmãs era irrevogável, não havia como apelar para seus sentimentos, pois ela não os tinha mais. Mas era exatamente aquilo que Margareth, estava tentando fazer. Depois de dezessete anos, ela achava que a única forma de deter sua filha psicopata e modificada por bullying e traumas, era as emoções. - Mas você é minha mãe. Mamãe. Volte para casa comigo.

- Você quer que eu volte? Depois de tudo? De todos os maus que causou a nossa família, Shelby? - aquela fora a primeira vez que as três jovens sereias viram sua tia com a guarda baixa, ela não era a autoridade ali. Margareth era. Parecia que a rainha tinha dez anos e levava uma bronca da mãe. - Você mesma me mandou para cá!

- Eu só a mandei embora porque você as amava mais do que a mim... - ela se recordava do passado e se enchia de emoções, era exatamente a mesma sereia que sofria bullying por ser diferente das outras. - Você nunca sequer cogitou a hipótese de me dar o trono. Mesmo sendo eu, a mais velha, mamãe! Você sabia o que os amigos delas faziam comigo, você permitia porque eles eram amigos delas...

- Eu sinto muito por tudo o que passou quando era criança. Todo os traumas, todo o drama, ninguém merece apanhar tanto da vida, a ponto de começar a ser a pessoa que bate. - Margareth nunca se colocará no lugar da filha, nunca ouvirá sua versão, nada para ela justificava alguém matar alguém sangue do seu sangue. Mas naquela noite, depois de todos os anos, quando todas as cartas eram jogadas na mesa. Ela viu o outro lado da moeda e sentiu culpa, era fácil julgar o monstro sem saber o que o havia criado. - Mas você sabia que eu não podia lhe dar o trono. O cardume nunca respeitaria uma rainha sem poderes. E você escolheu o poder ao invés do amor, da sua família, você matou suas irmãs para roubar a magia delas e a coroa.

- Exatamente, eu fiz um ótimo trabalho, mamãe. Não vê? - ela tentou sorrir daquela forma maligna que sempre fazia, mas tudo o que conseguiu foi dar um sorriso triste, de alguém destruído pelos danos da vida. Seu olhar era doentio, a vida realmente havia lhe deixado enlouquecida. - Elas estão mortas. Eu tenho a coroa. Tenho poderes. Todos me temem. Tenho tudo. Só falta você, eu preciso de você... - Dava para ver, Shelby ainda era obcecada por ter a aprovação da mãe, talvez, metade de sua insanidade fosse por estar querendo ser a menina dos olhos de Margareth.

- Tudo bem, eu vou com você. Deixe apenas eu me despedir das minhas netas. - ela murmurou, se aproximou de Rebeka e cochichou baixinho em seu ouvido. - Morgana... Eu a estou vendo na água.

Rebeka acompanhou os olhos de sua avó, fingindo estar aceitando a despedida. E encontrou no meio de todo aquele azul, um tom alaranjado. Morgana estava visível a partir da metade do nariz, a água lhe cobria deixando acessível apenas seus olhos cor de mel.

- Você acha que ela encontrou a concha prisão? - perguntou, afundando-se ainda mais no corpo de sua avó, tentando abafar suas palavras e agir o mais discretamente possível, se Shelby se desse conta da presença da sereia ruiva, tudo iria drasticamente por água abaixo.

- Estou contando com isso. - Margareth deu um pequeno sorriso, sem humor. E o abraço delas duas, acabou ali. - Estou pronta. Podemos ir. - a senhora abraçou suas outras duas netas, que não entenderam de fato o que ocorria mas se deram conta de que aquele, não era um mero abraço de despedida. Em seguida, ela andou até sua filha, parando centímetros dela.

- Não tão fácil. - Rebateu a rainha, dando um sorriso extremamente ameaçador e sendo como sempre, ríspida. - Antes, as aberrações devem beber a poção e abrirem mão de seus lados sereias.

- Não! Nós tínhamos um acordo. Eu lhe trouxe Margareth. - Rebeka negou frenética com sua cabeça, fazendo uma prece silenciosa para que um milagre as salvasse, pois mesmo que Morgana estivesse ali a passos de distância com a concha prisão. Elas ainda não sabiam quem era a tal sereia vidente que Mila havia mencionado.

- Os termos do acordo sempre foram esses. - O sorriso mais doentio do mundo inteiro, se estendia bem ali, nos lábios de Shelby. Ela era maligna, e obcecada, tinha graves problemas mentais e sabia que suas sobrinhas não tinham a menor chance. - Vocês bebem a poção, e Margareth vem comigo. Assim, e somente aí, eu não mato os seus amigos, vocês, e todos os que amam.

Lydia tomou a frente, assumindo as rédeas, ela olhou Shelby nos olhos e viu ali tanta insanidade, tantos demônios, traumas, maldades. A rainha não estava blefando, ela havia matado o amor de sua vida para conseguir o que poder que queria e ser a única herdeira do trono. Ela mataria qualquer um sem dó ou piedade. Meredith, Loren, James, todos passaram por sua mente. Ela podia ser a garota impulsiva, forte e corajosa, mas também era a filha amorosa, a irmã leal, aquela que obtinha tantos sentimentos e sempre colocava a frente o bem estar daqueles que amava. Ela não era como sua tia, não escolheria o poder ao invés do amor, ela abriria mão de seus dons, para não ter de abrir mão daqueles que amava.

- Eu bebo. - murmurou de cabeça baixa, derrotada. Podia amar os seu lado sereia, mas antes de tudo, era humana. Entre todas as três, ninguém pensou que seria ela a primeira a ceder.

- O que? Você ficou maluca? - Rebeka puxou o braço de sua prima para trás, impedindo ela de avançar e pegar o pequeno frasco. Seu rosto expressava incredulidade.

- Não temos outra escolha. Não posso arriscar deixar que ela machuque mais ninguém. Essas pessoas, valem mais do que cauda e poder, para mim. - Ela não estava maluca, estava mais sã do que nunca. Engoliu o gosto amargo da derrota e a vergonha de ter se declarado derrotada, e gentilmente retirou seu braço da mão da outra.

- Ela tem razão. - Luce ergueu sua cabeça que estava baixa e disse vagamente, seu olhar era tão triste e a derrota também pesava em seus ombros. - Nós tentamos, Beka, mas falhamos.

- Escolheram sabiamente. - Disse Shelby com um tom sombrio e vitorioso, estendendo ansiosa o veneno para elas, impaciente para finalmente ser a única com acesso a coroa.

As duas caminharam até ela e pegaram os frascos, bebendo tudo em um gole longo, enquanto uma lágrima escorria dos olhos de cada qual. Elas não estavam sendo covardes, estavam sendo destemidas, porque estavam fazendo aquilo por quem amavam e quando Rebeka percebeu aquilo, também bebeu o conteúdo que roubaria a magia de seu corpo.

- Boas meninas. - Shelby murmurou vitoriosa, somente após ter certeza de que elas beberam todo o líquido. Caminhou até as três e olhou bem para elas, antes de dizer com crueldade: - Porque é somente isso o que vocês são agora, meninas. - ela deu ênfase na última palavra, cravando ainda mais fundo a lâmina invisível no peito daquelas três.

A dor da perda as consumiu aos poucos, mas elas aguentaram firme e não choraram. Apenas deram suas mãos, em um mútuo consolo. Afinal de contas, haviam perdido uma parte delas, mas aquela parte, as tornaram amigas, e ainda que fossem em circunstâncias bem diferentes, sempre teriam uma a outra. Eram primas e guardavam juntas, um segredo profundo. Algo que marcou suas adolescência de um jeito incrível e faria parte das lembranças nostálgicas do passado, como o ensino médio.

Elas fitaram Margareth que estava ao lado de Shelby, a rainha segurava a mão de sua mãe que parecia pouco contente pelo toque. Não era para menos, ela podia ser sua filha, mas também era a assassina que matara suas outras meninas, aquela que destruirá sua vida e de todo um cardume. Nem mesmo a mais pura e inocente alma do universo perdoaria facilmente atos tão desumanos. Mas a senhora continuava atuando perfeitamente, pois precisava usar os sentimentos de Shelby contra a mesma, até que estivessem perto o bastante para que Morgana a capturasse. Suas netas podiam não ter percebido, mas ela notara a muito que a ruiva, filha de Mila, assim como a mãe, era uma sereia vidente.

- Você conseguiu o que queria. Agora vamos. - Ela murmurou para sua filha, incentivando ela a se aproximar do mar. Mas a outra continuava olhando com olhar maníaco para as três jovens, como se não estivesse satisfeita com o resultado. Com medo de mais possíveis retaliações, Margareth murmurou no ouvido da filha: - Você prometeu, Shelby. Elas beberam a poção, eu estou indo com você. Acabou.

Mais uma vez, a rainha assassina do cardume laranja, esticou seus lábios para suas sobrinhas, em um sorriso insano, acompanhado por uma gargalhada sinistra e horripilante. As três engoliram em seco e esperaram, até que ela deu passos para frente, levando a si e a outra sereia, para mais próximo do mar, para os seus verdadeiros lugares. Ela estava indo embora, como se nada demais houvesse ocorrido ali.

Parada de mãos dadas com suas primas, Rebeka fitou a cena sentindo um frio cortante, o vento era muito gélido aquelas horas da noite e tudo o que elas podiam fazer era esperar, com sorte, Morgana abriria o portal da concha prisão e enviaria Shelby para dentro dele. E então foram todas surpreendidas pelo corpo da ruiva que inesperadamente cortou a água com graça, demonstrando sua presença. Ela abriu um objeto que parecia-se mesmo com uma concha marinha, a mesma emitiu uma luz intensa que fez todos os que observavam terem que cobrir os olhos para enxergar melhor. Shelby recuou para trás sem pensar duas vezes, puxando sua mãe consigo, completamente intimidada pelo poder que via e conhecia.

- Maldita! - a rainha gritou alto o suficiente ao descobrir o que aquele vento forte lhe sugando para dentro do círculo, significava. Sua voz saiu baixa perto do barulho que o portal estava fazendo. Enquanto todos os outros presentes continuavam com os pés fixos em terra firmes, Shelby era puxada a força pelo poder do portal. Pois somente ela tinha um coração realmente negro e corrompido. - Suas malditas!

- Acabou, Shelby, desista! Você perdeu. - Margareth também gritou por cima do barulho agudo que ecoava, seus cabelos flutuavam e ela tentava se livrar das mãos de sua filha, que se agarrava a ela, tentando não ser sugada como uma pena sendo levada pelo vento em um dia frio.

- Você me traiu, mamãe! Vai me pagar muito caro por isso. - Não havia sorriso pervertido nos lábios dela, não daquela vez. Mas havia lágrimas entristecida em seus olhos. E uma raiva sem tamanho nos mesmos. Shelby retirou uma lâmina de seu bolso e a sangue frio, rasgou a garganta de sua mãe.

O grito que as três garotas soltaram em coro quando em câmera lenta sua avó caiu de joelhos, foi ainda mais alto do que o do portal havia causado. James tentou conte-las, mas ela saíram correndo na mesma velocidade avassaladora, guiadas pelo desespero de ver o corpo de sua avó, cair como um saco de batatas no chão, quase sem vida. Demoraram segundos tortuosos para chegar até o corpo, se ajoelharam diante dela, as lágrimas molhando suas faces.

- Tudo bem meninas, eu estou bem. - fraca, branca, e ainda assim soando tranquila, Margareth teve tempo de murmurar e sorrir. - Eu amo vocês. Obrigado por me fazerem sentir de novo, que eu tenho uma família. Nunca esquecerei das nossas tardes juntas, dos nossos chás...

- Você... - Com o rosto transformado pela dor, Rebeka foi a primeira a se erguer e abandonar o corpo já sem vida, ela olhou para sua tia, com um ódio que podia ser distribuído dentro de milhares de pessoas, dado a quantidade imensa. - Você a matou! - Shelby olhou nos olhos dela e sorriu e então de forma sinistra e sombria, começou a cantarolar baixinho, ainda lutando para não ser sugada para dentro do portal. - O que está fazendo? - Rebeka gritou e um trovão lhe acompanhou, daquela vez, não era a rainha que controlava o tempo. Era elas. Mesmo que não tivessem se dado conta.

- Vocês estão de luto, sobrinhas. - ela disse tão pausadamente, somente para poder se divertir com as feições das garotas. - Todo mundo precisa de amigos para passar por momentos difíceis como esses... Eu estou sendo solidária.

O que antes já estava doendo, tornou-se ainda mais doloroso ao ouvirem a palavra "luto". Margareth estava morta. Era injusto, depois de tudo o que a velha sereia havia passado no passado, ela não teria a oportunidade de ter um futuro? Ela sofreu anos a fio, para quando finalmente conseguir botar um ponto final na causa de seu sofrimento, morresse? Aqueles pensamentos estavam enlouquecendo Lucinda, ela olhou novamente para sua avó, caída no chão, com sua face genuína. Lembrou-se de quando a conheceu, no meio de uma multidão de pessoas, um esbarrão, uma pedra... E toda a verdade venho atona. Ela não amava Margareth de primeira, mas todas elas já haviam se apegado a ela. Era impossível não sentir aquela perda. Ela se ergueu com fogo nos olhos, enquanto seu lado sombrio assumia as rédeas. Foi até a rainha do cardume laranja e com o grito de profunda dor, raiva e rancor, estendeu seus dois braços, batendo com força suas palmas abertas contra o peito dela, fazendo a mesma se desgrudar do chão e flutuar para dentro do portal, gritando.

O portal a devorou e se fechou, diminuindo até ser um pequeno ponto cintilante, e depois nada mais. Em seguida, a tempestade desabou. A chuva caiu com violência, lavando o sangue que escorria da faringe de Margareth. Junto com a chuva, lágrimas de sofrimento rolaram. Elas correram até a sereia morta e se deitaram sobre ela, velando-a. Até que suas pernas as surpreenderam transformando-se em caudas ao entraram em contato com a chuva que só caia, por conta da dor que naquelas três meninas sereias, foram imposta.

- Garotas... - em meio a tanta choradeira, elas ouviram Morgana sussurrar do mar, ergueram suas cabeças e perceberam que não estavam sozinhas. Um grupo inteiro as fitavam com incontáveis expressões faciais variáveis. Medo. Confusão. Pavor. E tantas, tantas outras. "Todo mundo precisa de amigos para passar por momentos difíceis como esses... Eu estou sendo solidária." Fora a cartada final de Shelby, no início daquela noite, ela estivera no baile e usará sua voz hipnótica em Meredith, Clark, Bellamy, Danna, Amanda e em Betty. Ela os estava controlando e quando cantarolou baixinho, os chamou até ali.

Desespero tomou conta do corpo de cada uma das três, o que elas mais temeram durante meses, estava acontecendo. Seus segredos, havia sido revelado. Ela estavam expostas como peixes em um aquário público. Confusão também pairava em seus corações, porque haviam bebido de um líquido que deveria curar seus lados sereias, mas aparentemente, ele não havia funcionado e se Shelby havia armado todo aquele circo, era porque ela sabia que não funcionaria. Um circo, cujo as meninas sereias eram as atrações.

- Por favor... Não surtem. - Rebeka foi a primeira encontrar sua voz, seu coração martelava, pulsando com vigor contra suas costelas. Parecendo um tambor.

- Puta merda... - Todos murmuram em coro, alguns assumiam posturas de quem estava prestes a correr. Outros estavam em choque, paralisados. "Isso é um sonho?" "eu estou drogada?" "acho que bebi demais" "o que está acontecendo aqui?" "isso é um cadáver?" As perguntas vinham em disparada, bombardeando as garotas, que não sabiam como controlar a situação.

- Nó-nós podemos explicar. - Lydia se apressou em dizer a frase típica, sua voz trêmula, sua expressão de desespero, tudo denunciava que ela estava tensa e nervosa. Todos estavam.

- E então, qual das três vai nos dizer, que caralho está acontecendo aqui? - Belamy, entre todos, foi o que conseguiu exigir uma resposta para a situação surreal a qual ele e seus colegas de ensino médio, estavam vivenciando.

- Eu vou. - James Alves, o rei de School Magic, tomou a iniciativa. Se envolvendo na justificativa que as menina sereias, estavam nervosas demais para dar. - Imagino que estejam confusos, com medo, foi exatamente isso o que eu senti quando descobri que elas... - ele apontou para as três jovens com caudas. Todos acompanharam seu dedo, todos estavam apavorados. - Elas não são comuns. Não são meras humanas. Essas três meninas incríveis, são metade sereias. - ele riu, os outros esbugalharam ainda mais seus olhos. Estavam diante de algo que para eles, até então era impossível. - Eu sei, eu sei! Apavorante, não? Como pode existir entre nós, criaturas mitológicas? Lendas... Bem, existe. Lydia, Luce, e Rebeka, são aprova viva disso. Mas apesar de serem diferentes de nós, elas ainda são nossas irmãs. - ele olhou para Meredith. - Nossas primas. - olhou para Clark. - Melhores amigas. - Danna e Belamy. - Nossas maiores concorrentes. - por fim, Betty. - Elas são garotas! São adolescentes! E só querem serem normais e humanas. Vocês estão com medo? Imagine acordarem um dia e se depararem com caudas ao invés de suas pernas. Imagine terem medo de saírem por aí e revelarem quem são. Somente para serem consideradas aberrações. Eu peço por favor, garotos. Tenham empatia. Elas ainda são as mesmas meninas que conhecemos e amamos. Precisamos ajudá-las. Elas não conseguem sem a nossa ajuda. Vocês precisam engolir o medo, a curiosidade, e todo o resto que os preenchem nesse momento. Todo nós tememos o desconhecido. Mas existe toda uma história por de trás do que estão vendo. Ninguém aqui está maluco. Elas são realmente sereias e se as deixarem falar, descobrirão a magia no nosso mundo.

- Co-como aconteceu? - perguntou Clark, gaguejando. Ela deu alguns passos para frente, tentar entender aquilo, não era uma tarefa fácil, mas aquelas meninas, eram sua prima, e suas amigas.

- Foi em uma noite de lua cheia. - Rebeka engoliu em seco, era assustador falar sobre a história, o segredo delas, para um bando de adolescentes. Era como narrar um livro, cujo final estava longe de ser feliz. Mas que escolha ela tinha? Não havia mais como fugir da realidade. Elas eram sereias. - A primeira festa do ano. A festa de Iate do James... Luce e eu, nos conhecemos naquela noite. Nós bebemos e eu me embriaguei. Acabamos a noite dentro de um banheiro, comigo vomitando e um pouco mais alterada do que o normal. Conhecemos Lydia por acaso, e ao fim da festa, ficamos trancada no banheiro do iate. Por mera irresponsabilidade da minha parte, pulei a janela e me joguei no mar turbulento. Quando elas conseguiram me manter fora da água, uma luz divina nos rodeou. A luz da lua, e eu jurei que era somente consequência do álcool no meu organismo, mas no dia anterior, minhas pernas tornaram-se cauda ao entrar em contato com a água.

- Foi aí que se tornaram... Sereias? - Foi a vez de Betty tirar sua dúvidas, a valentona da escola, parecia em choque, como qualquer outro.

- Não. - todos mudaram o foco de Rebeka para Lucinda, a tempo de ver a garota que estava oprimida, negar com a cabeça cautelosamente. Depois assumir a narração da história. - Foi aí que o encanto de proteção foi quebrado. Nós nascemos sereias, nunca ganhamos esses poderes, eles sempre estiveram conosco. Nós todas somos adotadas. Nossas mães, elas, bem... São como nós. Existe um cardume inteiro de nós. Na verdade. - ela riu, se recordando. - Enfim. Não poderíamos crescer no mar com o restante, havia ameaças.

- Por que vocês eram metade humanas? - Perguntou Meredith, sugando a história como uma esponja. Cada vez mais, menos as coisas pareciam normais.

- Você sabia? - Lydia perguntou ao invés de lhe responder, havia um pouco de acusação e raiva em sua voz após perceber que sua irmã adotiva, não havia questionado o fato de todas elas serem adotadas. - Você sabia que eu era adotada e nunca me contou nada?

- E você é uma sereia e nunca me disse nada! - Meredith deu de ombros, como quem faz pouco caso.

- Calem a merda da boca! Não é hora para uma briguinha típica de irmãs mimadas. - Belamy com toda sua indelicadeza, ordenou. Ele estava aflito, e parecia querer sair correndo. Mas queria saber a história completa, para ter certeza de que aquilo era alguma brincadeira idiota e que logo tudo se esclarecia. - Por favor, Beka, continue.

- Bem, a ameaça se chama Shelby, ela é nossa tia, e rainha do cardume laranja. - ela estava fazendo o seu melhor para não deixar escapar nenhum detalhe. Se a história tivesse que ser contata, que fosse por completo. Entretanto, também estava desconfortável em ter de falar de sua verdadeira natureza. - Ela nasceu sem poder. No nosso mundo, nascer sem poderes é aparentemente, como nascer defeituoso. Ela nunca poderia assumir o trono do reino, mesmo sendo a mais velha. Shelby é invejosa, obsessiva, e tem sérios problemas. Enfim... Ela matou suas irmãs, nossas mães biológicas, por poder, para roubar a magia delas e também ser a única com direito a coroa.

- Então além de sereias, vocês são princesas marinhas? E fica cada vez mais inacreditável. - Betty bufou e cruzou seus braços acima do peito. Havia um tom enciumado em sua voz e apesar de parecer indiferente, ela queria mesmo era surtar. Afinal de contas, era muita coisa para digerir.

- Ela acabou de dizer que a mãe biológica e as tias estão mortas. Você pode ser um pouco mais sensível? - Era claro que o fato não passará despercebido aos olhos da mais frágil e sensível do grupo. Clark estava realmente fascinada com a parte encantada da história que era na verdade, a realidade de sua prima. Mas o que mais havia lhe marcado em tudo aquilo, era as grandes tragédias que ouvirá no meio da narrativa. As meninas sereias haviam enfrentado tantas coisas sem a ajuda de ninguém.

- Nossas mães tinham um plano para não deixar que Shelby ganhasse. Nós éramos o plano. Por isso fomos geradas. - de seu lugar, Lydia disse sem rodeios. Ela não via a hora que toda aquela loucura acabasse. Não estava em seus planos ser descoberta, mas agora que havia ocorrido, precisava saber o resultado que a verdade traria. - Existe uma sereia, que é denominada por sereia vidente. O nome já diz tudo, certo? Ela descobriu que Shelby pretendia matar as princesas e contou para elas. Juntas arquitetaram um plano que envolvia um feitiço de fertilidade e uma poção que daria a elas, pernas por uma noite. O feitiço garantiria que elas gerassem filhas na primeira vez que se deitassem com humanos. Nós tínhamos que sermos metade humanas porque na terra, era o único lugar que Shelby não poderia nos alcançar. E quando ficássemos jovens, poderíamos enfrenta-la e detê-la. Mas as coisas não saíram como planejado. - Vendo o choque se formar ainda mais no rosto dos que ouviam, Lydia continuou a narrativa: - Dezessete anos depois, Shelby descobriu sobre nossas existências. Ela é poderosa e queria vingança. Venho para terra atrás de nós e quando nos encontrou, nos atormentou, ameaçou, atacou. Queria que abríssemos mãos de nossos poderes bebendo uma poção, e queria levar... - engoliu em seco, sentindo dor ao lembrar da avó. - Margareth, nossa avó, de volta com ela. Também havia feito muito mal para ela.

- E aonde ela está agora? - com seus braços tentando se proteger do frio, Danna perguntou, com um fiapo de voz. O clima estava pesado, todos estavam com medo e sentindo os nervos a flor da pele.

- Graças a um objeto mágico, ela está presa. - Luce soltou um suspiro de puro alívio, pois elas haviam vencido. Não havia sido fácil, passaram por tantas coisas e ainda depois de ter partido, Shelby conseguiu lhes deixar com granadas sobre as mãos, Margareth estava morta e seus amigos, sabiam o que já não era mais um segredo. Mas ainda assim, ela não era mais uma ameaça.

- Agora nós podemos seguir com as nossas vidas. - Rebeka murmurou, ela estava emocionada mas no fundo sabia que as coisas nunca seriam tão fáceis daquele jeito. Não para elas, três meninas com poderes místicos. - Podemos ser normais de novo, vocês entendem? Eu entendo que ainda é tudo muito confuso e talvez precisem de muito tempo para compreender e aceitar que tudo isso realmente é possível. Mas se vocês contarem o que aconteceu nessa noite, coisas realmente ruins podem acontecer.

- Ninguém vai falar nada. - Belamy chamou toda a atenção para si, ele não estava bem com aquilo, na verdade, estava mais do que claro sua confusão e seu aparente medo do desconhecido. Mas ainda assim, ele inflou o peito e aceitou tudo aquilo com valentia. - Todos nós temos motivos os suficientes para sair correndo, e tornar esse assunto público. Mas todos nós amamos essas garotas e somos capazes de lidar com tudo isso. Vai ser difícil? Vai! Ainda há muita coisa que não faz sentindo e que nenhum de nós compreende. Mas agora, nesse momento, somos um time e iremos proteger esse segredo. - ele colocou sua mão para a frente, fazendo um convite para um pacto. Todos eles pensaram a respeito e pareciam hesitantes, mas um por um, foram colocando sua palma sobre a de Belamy. - Betty... - ele olhou para ela, quando a garota não se juntou ao pacto. Ela era a única que eles sabiam ser um perigo para aquele segredo. A garota olhou de um para o outro com tédio, mas por fim suspirou, em um ato típico seu, jogou seus cabelos para trás e desfilou até o grupo, unindo suas mãos na deles. E ali, naquela noite fria, no grande baile de natal, um grupo formado por pessoas distintas, adotaram para si o dever de nunca, jamais, falar sobre fantasia, em um mundo que não aceita o diferente. Muitos obstáculos pela frente viriam, ninguém havia digerido por completo a história, mas agora, eles sabiam. Bastava saber, se todos cumpriram com sua palavra, ou se um deles, quebraria o grande pacto.

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