Incontestável

By lullychamp

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Ninguém precisa dizer isso a Lan SiZhui, porque dentro dele é algo tão intrínseco e tão verdadeiro. Lan JingY... More

Capítulo Único

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Avisos: Minha amiga Lilian fez aniversário, então este é um presente para ela. A Lilian ama esse casal (Lan SiZhui e Lan JingYi), então eu apenas quis escrever algo doce com os dois.

A música usada para essa fanfic foi "Velha Infância" dos Tribalistas, ouçam porque é linda! Vou deixar o link aqui no comentário ao lado. 👉

Eu escutei essa semana, aí de repente, comecei a pensar nesses dois e puff! Esse pequeno plot surgiu na minha cabeça.

Também faz muito, muito tempo desde que fiz uma Songfic, por favor, relevem. Além do mais, não tive muito tempo para escrever isso, então já me desculpo pela simplicidade da história.

Comentários e votos serão sempre apreciados. 😊



"Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo"

Já passa das nove da noite nos Recantos da Nuvem, e SiZhui caminha secretamente pelo pátio. Aproximando-se do Salão da Orquídea, ele finalmente encontra o que procura. Lan JingYi está no corredor da varanda, cumprindo sua punição, de ponta cabeça, com uma pilha de papéis abaixo dele. Ele se apoia em uma das mãos, enquanto a outra rabisca ferozmente com o pincel em uma das folhas. Lan SiZhui quer ter pena de JingYi, mas quando pensa na escrita inadequada do amigo, tem mais pena das regras da seita, e então, ele sorri.

"Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito"

Não é uma surpresa para SiZhui encontrá-lo bem ali, pois quando não o viu pela manhã e descobriu que ele havia partido sozinho para uma caçada noturna, imaginou que algo assim poderia acontecer. Durante todo o dia ficou pensando que era bem provável que o amigo se metesse em alguma confusão, e como JingYi não retornou ao dormitório depois do toque de recolher, SiZhui não conseguiu mais dormir.

Não é primeira vez que JingYi quebra alguma regra durante a caça noturna e acaba ganhando uma punição, não é a primeira e não será a última, SiZhui sabe disso, mas está feliz porque sua ausência é por conta do castigo e não algo grave que mereça mais atenção.

"Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor"

JingYi está distraído, se esforçando entre manter o equilíbrio e a concentração. Ele só percebe a nova presença quando SiZhui se coloca em paradas de mão bem a sua frente, e agora eles estão próximos o bastante para conversarem em voz baixa.

— O que está fazendo aqui? — indaga JingYi.

— Te fazendo companhia — SiZhui responde.

JingYi balança a cabeça e sorri, depois volta a copiar as regras.

— Volte para o dormitório, o sino já tocou — ele aconselha. — Se te encontrarem aqui depois do horário, é você quem será punido.

— Soa mais como te fazer companhia com permissão. Parece bom. — SiZhui responde em um tom jocoso.

— Pare de brincar, SiZhui. — ele quase chora. — Eu estou tentando ser sério aqui.

Desta vez, SiZhui segura o riso, e Lan JingYi desiste de mandá-lo embora, um suspiro lento e resignado escapa de seus lábios.

— Tudo bem. Se quer me fazer companhia, apenas sente e me espere. Não há necessidade de fazer parada de mãos, isso não vai me fazer copiar as regras mais rápido, acredite.

SiZhui concorda, sentando-se pacientemente no chão.

"E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa"

De onde está sentado, ele observa o pátio escuro e deserto. Mas o vazio da noite é de repente preenchido pela lembrança de um certo dia. Já faz tanto tempo...

Havia uma criança sentada na grama, o soluço baixo sendo contido enquanto secava as lágrimas dos pequenos olhos. SiZhui se lembra de estar muito triste naquela tarde, as coisas ainda eram muito novas para A-Yuan. Embora todos o tratassem bem nos Recantos da Nuvem, ele ainda sentia um vazio, a falta desesperada de algo que era difícil de explicar, e isso sempre o fazia ter vontade de chorar.

Em seguida, havia outra criança se aproximando, sorrindo e oferecendo seus brinquedos assim que notou a tristeza no rosto do menino, mas percebendo que o outro não parecia muito animado com os brinquedos, logo imaginou que precisaria de uma ação mais arrojada se quisesse ter sua atenção. E então, o pequeno JingYi rolou, dando algumas cambalhotas desajeitadas pela grama verde. Rolou uma, duas, três... tantas vezes até que pudesse ouvir a risada genuína vinda do outro pequenino. JingYi continuou a rolar enquanto A-Yuan sorria e batia palmas como se apreciasse o espetáculo do garoto mais enérgico.

Em algum momento, ele parou com a exibição, e enquanto se esparramava sobre a relva, deixou que seu riso fluísse junto com o do novo amigo. E então havia alguém o repreendendo, porque a esta altura, JingYi já era uma completa bagunça de roupas sujas e cabelos desgrenhados.

"De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância"

Quando a imagem desaparece da mente de Lan SiZhui, ele ri porque se lembra que JingYi quebra as regras da seita desde que aprendeu a andar, mas ele também se lembra que o sorriso gentil que carrega hoje só não se perdeu porque JingYi estava lá.

As horas passam, mas a montanha de papéis sob o discípulo Lan parece nunca terminar. SiZhui imagina que já deve ser madrugada alta, porque os olhos de JingYi estão sonolentos e quase se fechando, seu corpo tremula levemente para lá e para cá, e o pincel em suas mãos já não rabisca há algum tempo.

— JingYi? — ele o chama.

— Hm? — JingYi desperta e retorna para as cópias.

SiZhui sabe que o amigo está muito cansado, e é por isso que continua a observá-lo com diligência.

Os momentos em que JingYi quase adormece se repetem algumas vezes, e está ficando cada vez mais difícil mantê-lo acordado. Seria péssimo caso ele acabasse caindo. O barulho é proibido nos Recantos da Nuvem, e SiZhui imagina que Lan QiRen ficaria furioso, e JingYi acabaria por ter que copiar as escrituras novamente, agora o dobro de vezes.

JingYi está realmente se esforçando, mas seu corpo ainda vacila, treme, e a pilha de papéis continua lá. SiZhui decide que é o suficiente, se levanta e caminha furtivamente para o interior do salão. Parando diante da mesa do velho professor, ele coloca sobre ela um amontoado de papéis que acaba de tirar das próprias vestes.

São cópias das regras da seita. Ele sempre mantém uma quantidade de cópias extras para usar em situações como aquela.

Para alguém com uma caligrafia impecável como Lan SiZhui, não é difícil copiar com um traço mais despreocupado, e a escrita de JingYi é tão caótica que ele tem certeza que Lan QiRen nunca vai saber a diferença entre ela e qualquer garrancho que SiZhui possa rabiscar.

Quando volta para a varanda, pega os papéis sob JingYi e guarda, ele produzirá novas cópias mais tarde e deixará reservado, nunca se sabe quando ele irá precisar.

— JingYi? — chama baixinho.

— Hmn? O quê? — os olhos sonolentos se abrem lentamente.

— Já chega, vamos voltar.

— Mas eu ainda tenho que terminar as cópias — ele resmunga.

— Você já terminou — SiZhui diz, e JingYi fica surpreso quando não encontra os papéis debaixo dele.

— Terminei? Oh, desculpe, não percebi. — sua mente está tão enevoada pelo sono que ele mal consegue raciocinar. — Onde estão?

— Já coloquei na mesa do Mestre Lan.

— Ah, obrigado — ele agradece, e então SiZhui gentilmente o ajuda a se levantar.

SiZhui nunca julga JingYi, porque não se considera um modelo de perfeição. Ele sabe que violou muitas regras essa noite, quebrou o toque de recolher, ludibriou seu professor e contou uma pequena mentira indulgente.

Mas SiZhui não se arrepende, pois age sob uma única convicção. Quando se trata das pessoas que ele ama, não importa quantas regras ele quebre, nem quão dura seja a punição.

Quando JingYi está novamente em pé, ele se apoia com firmeza no outro jovem, e seus olhos estão quase se fechando.

— SiZhui... meus braços estão tão cansados e eu mal sinto minhas pernas — reclama manhoso.

— Você ficou muito tempo de cabeça para baixo, e por isso o sangue não pôde circular — ele explica, mas sabe que JingYi não está prestando atenção. — Tudo bem, eu vou te carregar.

JingYi sente quando SiZhui o coloca sobre as costas e então os braços se enrolam naturalmente em seu pescoço. A cabeça descansa suave no ombro quente e os olhos voltam a se fechar.

"Seus olhos, meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só"

É fácil relaxar quando seu amigo está por perto, e então JingYi se deixa levar. O caminho para o dormitório parece longo agora, mas ele não se importa, aquele é Lan SiZhui e ele ama tudo o que outro Lan significa. A presença gentil, a voz macia e a liderança nata que JingYi seguiria sem nunca duvidar. Ele suspira, ajeitando-se sobre o corpo que o carrega, o torpor do sono sendo acrescido de uma satisfação indolente que fazem os lábios de JingYi se curvarem em um pequeno sorriso. Ele sabe que nunca estará sozinho enquanto estiverem juntos.

Quando chegam ao quarto que dividem, SiZhui o coloca na cama com cuidado, tirando-lhe as botas e cobrindo-o com um cobertor. JingYi se remexe, murmurando algo ininteligível e SiZhui ri. Certas vezes, JingYi é como um pequeno sol radiante, uma luz flamejante que nunca irá se apagar, mas parece tão bom vê-lo assim, suave, sereno, a languidez se apossando lentamente das feições daquele rosto bonito.

"Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos"

Sentando-se na cama, ele se inclina sobre o Lan já meio adormecido, os rostos tão próximos que as respirações quase se misturam, e Lan SiZhui quer beijá-lo, mas resiste. Resiste porque apesar do que sente, ele ainda se considera um cavalheiro. Mas é JingYi quem se move, o braço alcançando o pescoço, puxando-o, prendendo-o, e então as bocas estão inesperadamente se tocando.

Ele finalmente o solta, virando-se para o lado e ajeitando-se sob o cobertor.

— Boa noite, SiZhui — murmura com a voz sonolenta.

SiZhui toca os lábios, mas não diz nada. Com o coração acelerado, ele deixa a cama de JingYi e arrasta-se para a sua própria.

"Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito"

Já não falta muito para a noite terminar, e tudo o que SiZhui tem em sua mente é a sensação agradável dos lábios macios de Lan JingYi contra os seus. E é bom. Tão bom quanto a presença vivaz do outro jovem em sua vida. Seu melhor amigo, seu companheiro, seu amor. Ninguém precisa dizer isso a Lan SiZhui, porque dentro dele é algo tão intrínseco e tão verdadeiro.

"Você é assim
Um sonho pra mim
Você é assim..."

Finalmente sente o sono se aproximando, suas pálpebras estão pesadas, mas seu coração está muito leve. Ele não sabe se pode expressar com palavras todo o sentimento que existe em seu peito agora, mas de alguma forma, ele sente que não precisa. JingYi já dorme e não pode mais ouvi-lo, mas SiZhui ainda cerra os olhos e com um sorriso amoroso nos lábios, ele apenas diz:

— Boa noite, JingYi...


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Notas da autora:

Gente, quem já acompanha minhas fanfics deve estar estranhando um pouco eu ter feito uma ZhuiYi e não uma ZhuiLing como de costume, mas eu amo todos os juniores, então posso, eventualmente, escrever sobre outros pares com qualquer um deles.

Obrigada por lerem! 🙏

Lilian, minha querida, hoje é seu dia especial, e espero ter conseguido colocar um pequeno sorriso em seu rosto com essa história. Talvez não tenha sido a melhor coisa que já escrevi até hoje, mas ainda empenhei todo o meu coração! Feliz Aniversário!!

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