All I Know

By Semiharmonizer

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Parecia que iria ser simples. Afinal, elas se amam. O amor deveria ser sempre o suficiente, não é? Então, por... More

Prólogo.
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21 - epílogo

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By Semiharmonizer

HEEEEEEY ESTRELINHAS

estamos no capítulo dezesseis eu nem creio nisso socorro

gente, o plano é que eu consiga terminar essa fic no capítulo 20. Vocês mereciam muito mais dessa história mas o melhor que posso fazer é dar um final a ela por vocês (e por mim) porque quanto mais tento estender ela e fazer tudo que pensava quando comecei...mais eu demoro e acabo a deixando de lado.

Então é isso, estamos perto do fim. Se quiserem ver algo por aqui, eu posso tentar.

Sendo assim, espero que gostem desse capítulo <3

amo vocês

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Pov Lauren Cabello-Jauregui

Abri os olhos ainda sonolenta, bufando pelo som alto e irritante que soava pelo quarto. Resmunguei quando senti minha esposa se afastando de mim e se levantando. Me movi na cama apenas para olhar o horário.

3:40am. Era cedo demais.

Perdi um pouco do sono ao notar que o som parou mas minha esposa não voltou para cama. Pelo contrário, ouvi seus passos apressados enquanto ela parecia se trocar às pressas.

— Amor? — chamei baixo, sentindo minha garganta arranhar.

— Ei, volte a dormir meu bem — Camila disse gentilmente e vi quando se apoiou na cama, me encarando com um leve sorriso.

Também notei que ela já estava de jeans e com uma camisa limpa. Fiz uma careta pelo o que aquilo significava.

— Emergência no hospital, precisam de mim ok? — avisou em um tom baixo — Mas ainda está cedo então volte a dormir. Eu tenho que ir, te amo — beijou minha testa com carinho antes de sair quase correndo do quarto.

Me senti desconfortável porém com muito sono para sequer pensar sobre aquilo. Então simplesmente voltei a dormir.

Quando acordei novamente o relógio já marcava quase oito horas. Me levantei para fazer minha higiene matinal e tomar jm banho, sentindo uma leve frustração por Camila não estar ali. Eu havia me acostumado novamente a nossa pequena rotina pela manhã. E a ver saindo correndo por uma emergência me deixava assustada novamente.

Quer dizer, eu entendia. Minha esposa tinha um trabalho muito importante, ela precisava estar lá. Ela, literalmente, salvava vidas. E se ela foi chamada as três da manhã era porque algo grave aconteceu. Mesmo assim, essa situação me lembrava de más memórias. Me fazia pensar em como Camila priorizava o trabalho e não sua família.

Respirei fundo, tentando dar um voto de confiança a minha esposa. Ela estava tentando.

Saí do banheiro e fui diretamente ao quarto do meu filho. Tive um pouco mais de problema ao o acordar, mas finalmente o tirei da cama e consegui o levar para a cozinha. Precisava preparar nosso café da manhã.

— Cadê mama? — Dimitre perguntou assim que entramos no cômodo e ele não viu Camila.

— Ela teve que ir ao hospital — respondi brevemente, o colocando em sua cadeira.

— Mama não vai mais ficar? — sua voz soou um pouco preocupada e eu o encarei sentindo um aperto em meu peito sabendo que ele se referia ao café da manhã.

Dimitre também gostava da nova rotina. E eu não sabia como responder isso. Não queria que tivesse falsas esperanças mas queria que confiasse em sua mãe.

— Ela...

Me interrompi no começo da frase ao ouvir a campainha tocar. Pedi pra meu filho ficar ali e fui até a entrada, franzindo o cenho ao ver um entregador com uma grande cesta da mão.

— Lauren Cabello-Jauregui? — o rapaz perguntou educadamente e eu me limitei a concordar, ainda confusa — Isso aqui é para a senhora. Pode assinar, por favor? — me estendeu primeiro um recibo e uma caneta e eu rapidamente assinei.

— Obrigada — agradeci ainda confusa enquanto pegava a cesta e fechava a porta.

Observando melhor eu notava que a cesta era repleta de comidas para uma café da manhã. Voltei a cozinha ainda tentando entender aquilo, mas uma leve idéia em minha mente já fazia meu coração acelerar.

— Que é isso, mommy? — Dimmy questionou curioso e agitado, já tentando ficar em pé na cadeira.

— Vamos descobrir — murmurei, desfazendo o laço do embrulho que protegia a cesta e a abrindo — Ok filhote, nós temos pão, geléia, uau croassaint, curioso, ainda estão mornos — murmurei, começando a sentir meu estômago roncar de fome.

— Chocoate — Dimmy sorriu animado, tirando o pote de creme de avelã da cesta junto com duas barras do meu chocolate preferido — Bilete mommy, bilete! — meu filho apontou para o papel próximo aos cookies e eu rapidamente peguei.

Mas franzi o cenho pelo rabisco de letra que não era da minha esposa.

"Bom dia meu amor,

Sinto muito por não estar no café da manhã com vocês hoje, eu realmente gostaria devido a madrugada que tive. Mesmo assim queria que pensasse em mim pela manhã então espero que goste.

Dê um abraço em Dimitre por mim, por favor.

Vejo vocês a noite. Amo vocês.

ps: sim, essa não é minha letra. Eu estou ditando isso para um interno (oi sra cabello-jauregui) enquanto costuro alguns órgãos, desculpe.

Com carinho,

Camila Cabello"

Soltei uma pequena risada pelo fim só bilhete, sentindo meu coração acelerar um pouco por aquele presente.

Ela estava ocupada e provavelmente em um dia corrido que mal havia começado, mesmo assim lembrou de me enviar isso apenas porque não poderia estar aqui.

— Ei Dimitre — chamei meu filho, que mexia na cesta procurando mais algo que o atraísse, mas me encarou ao meu chamado — Sua mama não pode estar aqui hoje mas ela nos mandou isso, porque ela também sente nossa falta quando precisa trabalhar tão cedo — expliquei, me sentando na cadeira e puxando meu filho para meu colo.

— Então ela volta? — ele perguntou inocentemente, o que me fez sorrir.

— Sim bebê, ela gosta de tomar café conosco e vai fazer o possível para estar aqui amanhã — prometi, porque sabia que ela iria.

Dimitre não me respondeu, mas parecia mais animado enquanto tentava alcançar o croassaint. Sorri por aquilo também, deixando o bilhete de lado e começando a comer também, aproveitando tudo que Camila pediu para colocarem na cesta.

Quando acabamos tive um pouco de dificuldade para convencer Dimitre a não destruir a casa enquanto eu lavava a louça. Estava voltando para a sala quando ouvi meu celular tocar, meu filho foi mais rápido em pegar o aparelho no sofá e atender?

?

Sorri, achando fofo por como ele ainda errava ao atender uma chamada.

Tia DJ! Oi! Aham, mommy tá. Ok. Te amo! — ouvi Dimmy dizer ao telefone antes de me estender o aparelho — Toma!

— Obrigada, bebê — agradeci antes de levar o celular ao ouvido — Hey Dinah!

Oi Laur, tudo bom? — me cumprimentou, mas franzi o cenho pelo tom nada feliz.

— Por aqui sim, mas e por aí? — perguntei preocupada, saindo da sala para não deixar meu filho curioso sobre o que eu dizia.

Não sei ao certo — murmurou, e quase pude ver seus olhos perdidos em minha frente — Sua esposa disse que conversou com Normani?

— Ah, isso — suspirei, me escorando no balcão da cozinha — Sim, ela me disse assim que chegou ontem a noite — contei, lembrando do sorriso em Camila por se sentir esperançosa com toda a situação.

É, finalmente. Aparentemente vão até compor algo na próxima semana — Dinah comentou e eu concordei com um som nasal — Mani tinha saído ontem com as crianças para comprar as decorações de natal já que entramos em dezembro.

— Bem lembrado, tenho que fazer o mesmo — respondi, tentando entender o rumo da conversa.

Ela saiu pra isso porque estávamos discutindo e Zendaya estava prestes a saie sozinha com Seth porque não aguentava mais nos ouvir — Dinah confessou e eu arregalei meus olhos — Então Normani os levou para comprarem coisas de natal — explicou, me deixando sem saber sequer no que pensar — Não sei o que fazer, Laur.

Suspirei, lembrando que meses atrás eu estava na mesma situação.

— Acho que por enquanto o melhor que podem fazer é sentarem e conversarem, sem discussões Dinah. E, preferencialmente, sem as crianças em casa — aconselhei, ouvindo sua respiração alta.

E se eu aceitar? — perguntou baixo.

— O quê?

O divórcio. E se eu concordar? — sua voz soou quase em um murmúrio e mesmo assim senti sua dor.

— Você quer isso? — questionei cautelosamente, Dinah respirou fundo.

Só quero que tudo fique bem e que paremos de brigar sabe? Quero meus filhos felizes — desabafou e eu nunca quis tanto socar Normani como naquele momento.

— Ei, que tal um grande almoço aqui em casa no próximo sábado? — sugeri, ouvindo a linha ficar em silêncio por alguns segundos — Vocês trazem as crianças e então elas se divertem com Dimmy e os gêmeos e Hayley. Você e eu podemos beber vinho e fofocar com Ashley e Ally enquanto deixamos o triozinho resolverem seus problemas sem nos meter no meio — completei e pelo som do outro lado soube que Dinah sorriu.

Se você tiver sorvete, eu não irei recusar — ela disse, me fazendo rir.

— Então está marcado, eu vou chamar todo mundo — avisei já animada para aquilo – E Dinah? As coisas vão melhorar — prometi.

Obrigada, branquela — agradeceu divertida.

Desliguei a chamada logo após me despedi, voltando para a sala, me permitindo assistir alguns desenhos com meu filho.

Provavelmente eu deveria estar começando a pensar em comprar a decoração de Natal ou encontrar tudo que sobrou do ano passado. Ergui minha sobrancelha com a constatação que esse ano Camila provavelmente iria querer participar diso. Então esperaria para resolver tudo quando estivesse com ela.

Por agora eu provavelmente deveria começar a me trocar para dirigir até o centro da cidade. Os roteiristas iriam se reunir para discutirmos mais sobre a série baseada em meu livro. Eu estava bastante ansiosa sobre isso e mal poderia esperar para gravarmos o piloto. 

Sendo assim, desliguei a televisão sob protestos do meu filho e praticamente o arrastei até o andar de cima para o ajudar no banho. 

— Vamos lá Dimitre, coopere — pedi, tentando fazer ele parar quieto para que eu colocasse sua camiseta.

— Naoo, não quero ir — reclamou pela terceira vez — Quero vê desenho!

Suspirei pela vigésima vez, parando de tentar ao ouvir meu celular tocar, o peguei rapidamente, verificando uma mensagem de minha mãe.

— Ok, que tal se você passar o dia com a vovó Clara? — sugeri ao meu filho após responder minha mãe.

— Vovô também? — Dimmy perguntou e eu ri do gritinho animado quando concordei — Sim! Eu quelo!

— Então me deixe te ajudar a vestir isso, filhote — lembrei entre uma risada, finalmente colocando a camiseta nele.

Em alguns minutos já estávamos no carro a caminho da minha casa de infância. Fazia algumas semanas que eu não visitava meus pais, seria bom ver os dois hoje. Estacionei meu carro em frente a casa e logo ajudei Dimitre a descer, o vendo correr animadamente até a porta.

Só precisei tocar a campainha uma vez para que minha mãe atendesse segundos depois sem nem me olhar e já se abaixando para pegar o neto. Ergui uma sobrancelha por isso mas não comentei, apenas a segui para dentro da casa.

— Hey pai — cumprimentei carinhosamente ao o ver sentado no sofá.

— Oi querida, tudo bom? — perguntou com um sorriso quando me sentei ao seu lado.

— Claro, só vim deixar Dimi por aqui hoje, pensei em ficar um pouco e conversar mas aparentemente mamãe só quer saber do meu filho — provoquei um pouco, enquanto minha mãe se sentava na poltrona com Dimitre sentado em seu colo.

— Eu já aguentei você por trinta e três anos, Lauren. Me deixe aproveitar meu neto, sim? — minha mãe respondeu, o que me fez arregalar os olhos enquanto meu pai ria.

— Pelo menos você deixa claro a preferência — murmurei, me recostando no sofá — Enfim, como estão por aqui sem o Chris?

— Com mais tranquilidade — meu pai respondeu rapidamente, o que me fez rir — Mas sua mãe sente falta dele e de Hayley.

— Ele foi embora e nem ao menos traz minha neta para uma visita — mamãe reclamou, mas sua atenção estava voltada em mostrar para Dimitre seu celular.

— Por que não vão almoçar lá em casa sábado? Vou chamar Chris e Sofia então Hay vai estar também — convidei despreocupada — Minhas amigas vão estar lá, provavelmente as mães de Camila também — expliquei.

— Pode ser, vai ser bom variar um pouco — meu pai respondeu, aceitando o convite — Mas agora nos diga, como está indo o trabalho?

Pelos próximos minutos contei ao meus pais sobre o andamento de meu livro e também sobre a série que estávamos fazendo. O que me lembrou que eu teria que me encontrar com os outros roteiristas e já estava atrasada, por isso me despedi de meus pais, pedi para Dimitre se comportar.

Dirigi até o centro da cidade, entrando no prédio já conhecido e cumprimentando os meus novos colegas de trabalho, que eu já havia tido contato. As próximas horas foram reservadas para discutirmos o andamento da série, ficando decidido que finalizaríamos a primeira temporada quando os pais da protagonistas descobrissem sobre o relacionamento. Todos concordavam que seria uma boa ideia para manter o público. Minha presença ali era basicamente para não deixar a história perder o rumo e se manter fiel, mesmo com os diálogos e cenas a mais que seriam necessários para compor uma boa série.

O dia passou consideravelmente rápido e antes que eu notasse já estava de volta a casa dos meus pais, decidindo jantar ali mesmo.

— E sua esposa, Lauren? — meu pai perguntou e eu não evitei o sorriso.

Era engraçado pensar que horas mais cedo eu estava discutindo sobre como seria retratada a reação dos pais da protagonista de meu livro na série. Sendo que aquela história era baseada em minha vida e eu me recordo muito bem das brigas e discussões com meu pai que se recusava a aceitar meu relacionamento com Camila durante minha adolescência. Então, após tantos anos, ainda era gratificante o ouvir chamando ela de minha esposa.

— Ela teve de sair de madrugada de casa, alguma emergência no hospital — contei, mas ao invés do desconforto da manhã, eu estava bem com esse fato — Mas nos mandou uma cesta de café da manhã — completei ainda com o sorriso no rosto.

— Tinha crossan e chocolate, vó — Dimitre disse, ainda batalhando para tentar tirar o brócolis de seu prato.

— E você gostou, bebê? — minha mãe perguntou em um tom um pouco infantil mas tudo que meu filho fez foi concordar, mais preocupado em comer a carne que tinha em sua frente — Vocês estão bem? — ela voltou seu olhar em minha direção, a voz mais séria.

E me lembrei de todas as vezes que acabei chorando em seu colo por culpa de Camila.

— Ela está tentando, mãe — respondi calma, sentindo a tranquilidade em minha mente e coração — Estamos bem, ou caminhando para isso — expliquei, tendo um aceno de confirmação.

Mesmo assim, encarei o relógio na cozinha, notando que estava próximo das oito, quando o plantão de Camila deveria acabar. Porém, considerando que ela entrou naquele hospital as quatro da manhã, ela já deveria estar em casa.

— Ela realmente deve ter tido um dia cheio hoje — meu pai comentou e eu o encarei confuso — Um prédio perto da praia desabou na madrugada, várias famílias dormindo — contou casualmente, como provavelmente havia visto no noticiário.

Fiz uma careta ao pensar naquilo e engoli em seco. Camila realmente deveria estar tendo uma dia difícil. Perdi um pouco do apetite enquanto imaginava todas as crianças e suas famílias que poderiam estar naquele prédio. Sem nem ao menos ter consciência me vi mais próxima de Dimitre no decorrer da noite.

E assim que o relógio deu oito horas senti meu celular vibrando em meu bolso. Me levantei da mesa ao notar que era uma ligação.

— Alô?

Lauren? Eu sinto muito, eu não vou conseguir sair daqui agora — minha esposa disse rapidamente do outro lado da linha, mas ao contrário do que imaginei, sorri.

Ela realmente estava me ligando para avisar?

Eu não parei um segundo hoje, Lo. Ainda tem crianças aqui e elas precisam de mim — ela se explicou, o tom de desculpas enquanto dizia aquilo.

— Ei, está tudo bem. Meu pai me contou sobre o desabamento — respondi, ouvindo seu suspiro do outro lado da linha — Como estão as coisas aí?

Não muito boas — admitiu, a voz levemente fraca — Estão levando mais um garotinho para a cirurgia, ele deve ter a idade do Dimi — minha esposa suspirou alto e ela nem ao menos precisava me dizer para que eu soubesse que aquela criança estava muito machucada.

Meus olhos correram até a cozinha como se eu pudesse ver meu filho rindo com os avós.

— Vai lá, meu amor. Faça o que você faz de melhor — incentivei, sabendo que ela precisaria daquilo.

Te vejo mais tarde, Lo. Amo você — declarou, fazendo meu coração acelerar como em anos atrás.

— Também te amo, Camz — sussurrei, sentindo como dizer aquelas palavras me deixava quase tão em êxtase como as ouvir.

Me despedi em seguida, desligando o celular com um suspiro mas uma sensação de alívio. O trabalho de Camila não tinha mudado, ela ainda era uma cirurgiã pediátrica, e agora não era apenas uma residente, ela tinha mais responsabilidades mesmo que tivesse mais liberdade. Mas suas atitudes pareciam mudar. Ela não costumava ligar e dizer que iria demorar e eu apreciava o que ela acabou de fazer.

Voltei para a cozinha dos meus pais, ignorando seus olhares com apenas um sorriso em meu rosto enquanto eu voltava minha atenção para meu filho que lhes contava energicamente sobre um novo desenho animado que estava assistindo.

Já eram um pouco mais de dez horas da noite quando peguei um Dimitre sonolento e me despedi dos meus pais, voltando para casa calmamente. Coloquei um pijama em meu filho e logo o deixei dormir em sua cama, lembrando de deixar a porta entreaberta antes de ir para meu próprio quarto. Tomei uma ducha rapida antes de me vestir em meus pijamas e ir para a cama.

Ainda era um pouco estranho sem minha esposa ali e eu estava preocupada com ela, então peguei um livro na mesa de cabeceira e comecei a ler calmamente. Em certo momento meu sono falou mais alto e me vi adormecendo com o livro ainda em mãos.

Acordei novamente com um barulho quase imperceptível no quarto. Me movi na cama, abrindo os olhos e captando as horas: 01:40am. Fiz uma careta, notando que o livro agora estava no chão. Me virei na cama, notando minha esposa saindo do closet em seu pijama. Ergui minha sobrancelha pelos olhos vermelhos.

— Camz? — chamei baixo, bocejando em seguida.

— Ei, eu não queria te acordar, perdão. Pode voltar a dormir — sua voz soou calma e carinhosa, mas eu ainda notava uma certa dor em seu tom.

— Está tudo bem — me sentei um pouco mais desperta — Deita aqui — pedi, a vendo respirar fundo e se aproximar devagar, deitando ao meu lado, deixando sua cabeça em meu colo — Tá tudo bem, amor. Pode me contar o que houve — sussurrei, sabendo que seu dia havia sido difícil.

— Ele não resistiu, Laur. Ele tinha quatro anos — contou e em seguida ouvi seu choro soar pelo quarto, seu corpo tremendo enquanto abraçava minha coxa. 

Senti minha garganta seca, sabendo como aquilo doía em minha esposa. Perder um paciente nunca era fácil e nunca seria. E enquanto Camila me segurava com força e chorava, me questionei onde eu estava quando isso acontecia nos últimos meses. Talvez a razão que ela não voltava era porque não se sentia confortável para se deixar desabar em minha frente. Suspirei baixo por essa ideia em minha mente.

— Você fez tudo que podia — lembrei em um tom suave, me inclinando e beijando seus cabelos.

— Mas não foi o suficiente, eu poderia ter tentando mais, eu só...

— Não faça isso, Camila. Eu conheço você e sei que você esgotou todas suas forças para tentar salvar quantos poderia — sussurrei calmamente, esperando até que seu choro parasse aos poucos — Eu sinto muito, meu bem. Eu estou aqui, tudo bem? Podemos ficar aqui o tempo que quiser — completei suavemente, acariciando seus cabelos.

Eu realmente ficaria ali o tempo que fosse necessário para cuidar de minha esposa. Camila passou o último mês mostrando como estava decidida a ser uma esposa melhor e uma mãe melhor. E ela havia conseguido porque eu voltava a confiar nela, a me abrir com ela, a deixar meus sentimentos a mostra. Então, nada mais justo que mostrar para ela que eu também estava fazendo o meu melhor, nem que no momento seja apenas acariciar seus cabelos até que ela pegue no sono.

— Eu amo você, Camila. Não irei a lugar nenhum — prometi, notando sua respiração se acalmar aos poucos e sorri, me permitindo ficar ali por mais alguns minutos.

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