OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100

By _ImAnna

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Como um planeta que fora dominado pela radiação durante quase um século poderia transmitir um ambiente acolhe... More

Da autora
GALLERY
Vocês serão enviados à Terra
We're back, bitches! (Pt. 1)
We're back, bitches! (Pt. 2)
Minha salvadora
Nightmare
Ele merece morrer
Shooting stars
Ela sabe o que faz
Hallucinations
Começaram uma guerra
I became the death
Não sou tão horrível quanto pensa
It was a mistake
É o único jeito
We are grounders (Pt. 1)
We are grounders (Pt. 2)
Onde estão todos?
You're under arrest
Não entregaria sem lutar
Get me out of here
We're... What?
Névoa ácida
Jus drein jus daun
Chamas de adeus
First act
Erros acontecem, querida
Containment breach
Vermelho reluzente
Do not leave me
Segunda posição
Your own hell
Seres infames
Silence
Manhã vazia
Run
Raven
The flame
Último suspiro (Pt. 1)
Último suspiro (Pt. 2)
Dark age
Girassóis para a chuva
Radioactive pond
A morte clama
I prefer to get high
Desconhecido
Loneliness hurts
Me prometa (Pt. 1)
Me prometa (Pt. 2)
Don't be my opposite (Pt. 1)
Don't be my opposite (Pt.2)
Cairemos juntos
I'll be here
Você?
Dirty invaders
Cortante chuva
Don't talk
Infiltrada
Natural disaster
Traição
Can't resist
Sempre e para sempre
Grey sky
Prevalecer
We can't say goodbye
Agradecimentos

Acampamento Jaha

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By _ImAnna

Ainda é de manhã quando alcançamos o acampamento renomeado como "Camp Jaha". A placa pesada e grosseiramente marcada sobre os novos muros se diz autoexplicativa.

—Todos da Arca estão aqui?—Octavia pergunta antes de ultrapassarmos os limites.

—Bem, a maioria deles.—respondo observando as pessoas trabalharem sem descanso. Nossa vulnerabilidade nos transformou em formigas operárias em busca de alguma vantagem.

Adentramos nosso novo lar e somos recebidos diretamente pelos olhos arregalados de Abby.

Ela para o que está fazendo com um dos grupos e corre até nós.

—Quem bom que voltaram.—suspira analisando curiosamente Mel, que está enrolada em um dos cobertores que levamos na expedição.

—Achamos ela junto com os destroços de outra parte da Arca.—explica Bellamy vendo a confusão da mulher—Sem mais sobreviventes.

Acabo não dando atenção à conversa com a cabeça pesando dos acontecimentos. Repouso as mãos na cintura e deixo meus olhos vagarem para além da doutora. Acima dos ombros de Abby, capturo distraidamente Raven acompanhada de um vulto loiro. Retorno o foco até ela e reconheço Clarke Griffin.

Clarke?

Podia jurar que minha mente estava me pregando peças, mas tenho certeza de que é a própria quando corre na nossa direção e me abraça. Retribuo a apertando gradativamente enquanto remonto a situação peça por peça.

Se a Griffin está sã e salva, o terrestre no bunker não estava mentindo para nós...? O que foi que fizemos?

—Clarke!—afundo meu rosto em seus fios de cabelo em meio a um olhar inquieto.

—Eu mesma!—fala nos separando com um sorriso que eu não vejo há muito. Seu rosto exibe alguns arranhões e cortes superficiais—Bellamy...—vê o Blake e também o envolve em um abraço.

—Cadê o Finn?—questiona ela procurando o garoto em meio ao nosso grupo.

Merda!

Olho para o Blake com as sobrancelhas levemente juntas, ele por sua vez encara o chão se dando conta de que não devíamos tê-lo deixado.

—Está... te procurando.—a fito acanhada com medo de que surte.

—Precisamos ir atrás deles.—Bellamy fala e começa a arrumar a mochila nas costas novamente, mas levanta o olhar para a Griffin—Onde você esteve, Clarke? E os outros? Não vieram com você?—indaga algo que seria minha próxima pergunta.

Ela está aqui, mas nenhum outro apareceu.

—Mount Weather.—intercala o olhar entre nós com um ar irritadiço diante a revelação.

Franzo o cenho. Mount Weather...?

—O lugar que buscávamos?—Octavia pergunta e ela assente.

—Só eu consegui sair, os outros ainda estão presos lá.

Recuo um passo e tento organizar meus pensamentos em curto circuito.

, tudo bem. Precisamos buscar Finn e Murphy primeiro, ou eles vão exterminar a vila dos terrestres.—digo sentindo um enorme peso na consciência crescer.

—Espera, deixaram o Finn ir com o Murphy?—aumenta o tom aborrecida.

Me calo em consentimento e apoio uma mão na alça da mochila.

—Vocês não vão a lugar nenhum.—Abby se intromete fazendo todos a encararem.

—Eles estão lá fora por causa da sua filha.—rebato.

—Não posso mais deixar vocês se arriscarem. Já perdemos muitos.—fala sem demonstrar algum tipo de culpa.

—Mãe...—Clarke começa.

—Sem mais, Clarke.—a doutora aproxima Mel com seus braços e segue em direção à enfermaria—Todos os guardas já têm minhas ordens, ninguém sai.

Abby toma distância nos deixando lá plantados e sem reação. Parece que seu único objetivo era encontrar a filha realmente.

—Por que essas caras?—Raven se aproxima de nós com dificuldade notável. Estaciona com as muletas descansando embaixo dos braços e nos fita.

—Finn e Murphy estão lá fora e a médica não quer nos deixar sair!—Octavia explica sem alguma sutileza.

—Não podemos ficar esperando aqui. Eles vão acabar cometendo um erro.—digo.

Nós matamos um terrestre inocente e agora uma vila inteira está prestes a ter o mesmo destino.

—Eu vou falar com a Abby.—Clarke suspira e vira as costas caminhando em passos apressados até a Arca.

Restando só eu, Raven e os Blakes, fico em silêncio. Finn está descontrolado, se não ver a Griffin o quanto antes estaremos cavando nossas covas.

—Eu vou ver o que posso fazer.—Raven chama nossa atenção.

—Obrigada.—assinto—Melhor irmos com ela.—meneio com a cabeça em direção à Clarke.

—Vou ficar aqui perto dos muros.—Oc fala recuando alguns passos.

Eu e Bellamy começamos a seguir até a enfermaria em uma pequena corrida. Os corredores passam e dobram e eu sustento um olhar vago. Ganhamos mais duas incógnitas perigosas além dos terrestres. Finn pode botar tudo a perder nas próximas horas e Mount Weather tem o resto dos cem encarcerados. Por que?

—Pierce,—Bellamy chama minha atenção pegando em meu pulso e me trazendo de volta ao meu eixo—vamos encontrá-los.

Mordo os lábios internamente mexendo a cabeça de um lado para o outro.

—Tentativa falha de me tranquilizar.—sorrio rápido e sem humor—Como consegue ficar tão calmo?

Nós já perdemos tanta gente. Pessoas de quem eu era próxima e outras nem tanto. Enfrentamos situações de quase morte e ele sempre segue firme e forte enquanto a cada acontecimento sinto uma nova rachadura no meu âmago.

—Acredite, não estou.—responde com os olhos fixos nos corredores—Só que demonstrar não adiantaria de nada.

Mãe, me escuta, eles vão matar pessoas inocentes!—a voz da loira ecoa no corredor à nossa direita.

—Acho que encontramos elas.—falo parando bruscamente por quase passar da entrada.

Somos levados a uma enorme sala cercada por guardas em postura onde Clarke conversa com sua mãe no centro. Não preciso de nenhuma palavra para entender que não vai nada bem.

—Eu estou protegendo vocês!—Abby fala desviando seu olhar para nós quando percebe nossa presença.

Clarke nos encara como um pedido de ajuda.

—Abby, já conhecemos os terrestres. Podemos ir até lá evitar mais um conflito ou ficarmos aqui parados esperando eles retaliarem.—olho a médica nos olhos esperando compreensão—Dessa vez o erro foi nosso.

Ela se cala por um tempo encarando um por um no recinto, me deixando como último foco. Esvazia seus pulmões e conserta a postura firme.

—Tirem eles daqui... a ordem continua a mesma.—dita para os guardas.

Um deles é o pai de Miller. Suplico-lhe com os olhos como alguém que tivesse esperança de ajuda, sua expressão também não demonstra satisfação, mas tudo que recebo é um olhar desviado para o chão.

O homem à minha direta toma meu antebraço com o objetivo de me expulsar, porém o puxo de volta e saímos por conta própria.

ׂٜ֗̇◍̸ׅ֯٠

—Como vamos sair daqui?—questiono encarando os fios de alta tensão instalados ao redor do acampamento.

Nada do que pensamos irá funcionar.

Passar direto pelo portão está fora de cogitação; guardas estão bem atentos a qualquer movimento. Tentar convencer Abby de novo é inútil.

Argh. Expiro em forma de frustração.

—O que nos resta é esperar Raven. Sempre vem acompanhada de um plano genial.—Bellamy diz se encostando do metal frio com os braços cruzados.

Meu corpo está inquieto sobre os próprios pés. Sinto o tempo passar e nossas chances diminuírem.

—Como estão os outros?—pergunto à Clarke que se mantém calada desde que fomos expulsos.

Ela levanta a cabeça parecendo acordar para a vida.

—Até a hora em que saí eles estavam sendo tratados bem.—franzo o cenho—Sei que soa estranho, mas querem algo do nosso povo. Eles não podem respirar do nosso oxigênio, mentiram para nós sobre o fato de estarem vivos e... eles mantém terrestres aprisionados em uma sala secreta. Fugi de lá junto com Anya.

—Seremos um teste, não é?—suponho—Por que nos tratariam bem?

—É o que eu acho.—responde querendo não acreditar nas próprias palavras—Anya estava disposta a nos ajudar a combater o povo de Mount Weather, iria falar com os terrestres, mas quando me aproximei do acampamento os guardas dispararam.

Nossa melhor chance se foi.

—Hey, a solução chegou! Chega de caras tristes.—Raven sai da Arca nos surpreendendo.

Vejo ela se aproximar com um rádio em mãos.

—Qual é o plano?—Bellamy se desencosta da estrutura e pergunta em um tom discreto.

Ela vasculha ao redor. Estando ciente de não ter ninguém por perto, nos põe a par.

—Falei com Wick, dei um jeito de desativar a corrente elétrica que passa nos fios.—intercala o olhar entre nós enquanto estende sua mão com o rádio para Clarke—Ele não é essencial, mas não quero que percam o horário. Só vou poder colocar o plano em ação quando escurecer, então fiquem atentos... Me encontrem atrás da enfermaria.—diz de forma clara para que absorvamos tudo, mas então dá um estalo na minha cabeça.

Onde está Marcus Kane?

Podemos tentar outra alternativa.

Me afasto da rodinha que formamos e ameaço entrar na Arca, porém sou impedida por Raven segurando meu pulso.

—Aonde pensa que vai? Precisa juntar suas coisas.—diz me largando.

—Vou atrás de Kane, ele mal deve saber que isso está acontecendo.—faço uma careta com minha própria atitude.

—O Kane saiu, foi tentar criar um tipo de contrato de paz com os terrestres.—Clarke fala fazendo eu me virar.

—Foi o quê?—soo retórica com uma exclamação estampada no rosto.

—Foi exatamente o que ouviu, Beatriz. Agora vão, estamos perdendo tempo.—Raven fala antes de Clarke sequer abrir a boca—Em que mundo Kane ficaria ao nosso lado?—questiona sozinha em tom baixo.

A mecânica dá meia volta e se camufla em meio aos outros trabalhadores.

—Sobraram quartos para cada um de nós após fazerem a divisão.—a loira fala.

A seguimos pelos corredores até que paramos em um repleto de portas.

—Têm roupas limpas em cima da cama, melhor se trocarem e então saímos.

—Certo, obrigada.—agradeço.

Ela assente e se afasta.

Empurro a porta lentamente, entrando. É simples e pequeno, como deveria ser — apenas uma cama, mesa de canto em um estado considerável, espelho em pedaços e uma passagem para o banheiro não-funcional.

Mais do que o suficiente. Bem mais.

—Te vejo mais tarde, Pierce.—o Blake, que até então não havia percebido que estava encostado no batente da porta, diz indo em direção ao seu dormitório em frente ao meu.

—Até.—respondo deslizando as mãos de meu cabelo até pararem em meus ombros.

ׂٜ֗̇◍̸ׅ֯٠

Tomar banho não se mostrou uma tarefa fácil. Ficar rodeada por longos panos brancos quase no centro do lado externo do acampamento e vulnerável a qualquer olhar curioso dirigido à sua direção é no mínimo constrangedor. Mesmo com a água aquecida vinda de um cano da Arca atingindo minha pele não consigo relaxar. É literalmente impossível. Se conhecesse alguma cachoeira por perto não hesitaria em ir para lá.

De volta ao meu novo "cômodo privado" e quase pronta para sair, ajeito a roupa no corpo desacostumada com seu caimento. Caminho até o espelho e desembaraço meus fios desgrenhados de cabelo com as pontas dos dedos, deixando visível meu recente ferimento que toma a forma de uma cicatriz no ombro direito. Já não dói mais, mas eterniza um momento ruim. Ecos da batalha e o calor do fogo me pegam em uma ilusão. Morte. Balanço a cabeça espantando.

A cada segundo que tudo mostra querer se repetir, sou atormentada por um sentimento angustiante. Ando até a cama e sento ainda imaginando que restam alguns minutos.

Precisa de companhia?

Dou de ombros, sem esforço para reconhecer o dono da voz.

Arrumo minha postura com desânimo e vejo Bellamy se juntar ao meu lado.

—Por favor, não fale deles, ou eu sou capaz de enlouquecer de uma maneira ruim.—repuxo os cantos da boca em uma linha fina.

Elevando meu olhar até o seu, posso sentir uma ligeira calmaria me confortar. Boa e viciante.

—E quer falar sobre o quê? Assuntos bons são raridade aqui.—ri breve apoiando as mãos no colchão atrás de seu corpo.

—Até as oito patas me parecem uma opção.—bufo.

—E suas habilidades de necrosassem a pele?—arqueia as sobrancelhas e eu não contenho um riso pela lembrança—Acho que não.

—Não sei. Talvez apenas o silêncio então.—suspiro em desistência analisando sua expressão e quase me vejo presa na situação da caçada.

Meus sentidos flutuam e alguma força interna deseja me empurrar suavemente até seu toque, o que acaba por quase me inclinar o suficiente para...

Não, próximos demais.

Pierce, vamos...—Clarke entra no quarto e trava suas palavras—Eu... esquece.

Pigarreio e nos afastamos. Saio do transe me recompondo.

Onde vocês estão?—a voz metálica nervosa da mecânica soa no rádio da loira.

Estamos chegando.—mente.

Ela faz um sinal com a cabeça e saímos calados.

Atravessamos os corredores de maneira discreta, sem chamar a atenção de outros, e chegamos à enfermaria com auxílio da pouca iluminação.

—Ah, aí estão vocês! Onde estavam com as cabeças?—Raven solta o ar impaciente.

Aperto um lábio contra o outro.

—Ahn... Cadê a Oc?—o Blake pergunta impedindo que um silêncio desconfortável se instale.

—Ela disse que estaria perto dos muros.—falo caminhando até os fios de alta tensão.

—Hey, vai com calma. Acho que não vai querer fritar.—Raven me impede de dar mais um passo com sua muleta, a encosta nos fios e faz faíscas voarem.

—Achei que tivesse desligado!—exclamo.

Ela ergue as sobrancelhas e pega seu rádio.

—Wick, desliga.—anuncia no equipamento. Espera alguns segundos e encosta novamente sua muleta nos fios. Nada acontece.

Volta seu olhar pra mim e dá um sorriso de canto convencida.

Certo, a subestimei e já aprendi a lição.

—Ótimo, agora precisamos achar a Octavia.—Bellamy fala tirando a mochila das costas.

—Não precisa. Eu acho vocês.—Oc surge atrás de nós em passos apressados.

—Bem na hora, Pocahontas.—Raven fala.

O Blake joga uma mochila menor que carregava em suas mãos para a irmã.

—O que é isso?—pergunta.

—Sua mala de viagem, vamos.—responde apontando para a densa floresta ao lado de fora.

A Blake mais nova pega a mochila e se aproxima dos fios lentamente, tendo certeza de que não vai ser eletrocutada, abre espaço entre eles para passar, joga sua mochila e então atravessa com cuidado.

—Vocês vêm?—ela pergunta ao perceber que estamos parados a observando.

—Podem passar.—falo para Clarke e Bellamy.

Bellamy atravessa assim como a irmã, em seguida Clarke faz o mesmo.

Passo minha mochila para o outro lado, mas antes de atravessar me viro para Raven.

—Obrigada, Reyes.

—Que nada.—diz com um leve e rápido sorriso e eu retribuo—Sua hora de atravessar.—aponta para a frente com o queixo.

Assinto. Atravesso os fios e me junto aos outros.

_______________________________
Revisado!

—Anna ♡

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