Ojos Negros [yoonkook]

By fofoongi

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Uma humanidade podre e corrompida. No entanto, necessária afinal. Min Yoongi vive na pobreza, no meio da pior... More

Aviso
Capitulo Um - Yoongi
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capitulo Treze
Capítulo Quatorze - Yoongi
Capítulo Quinze - Jungkook.
Capítulo Dezesseis - Jungkook, parte dois.
Capítulo Dezessete
Capítulo dezoito

Capitulo Quatro

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By fofoongi

Era a hora de ir embora, apesar da agitação e todo movimento da cozinha, e de tudo ao seu redor. Todo o local estava arrebentando, as mulheres e as facas não paravam de trabalhar. Porém o senhor Seokjin tinha sido preciso comigo.

— Até a uma, não mais que isso. — me disse quando eu lhe ofereci minha ajuda até o que o local fechasse, o qual era às cinco da manhã. — Não é que eu esteja te menosprezando, Yoongi. — Me assegurou, enquanto acariciava meu cabelo de novo. — É só que você é muito jovem para ficar trabalhando até tarde, quero que você descanse bem e se alimente adequadamente.

Suspirei, pois ainda que quisesse negar, não podia. Sabia que tinha sido má ideia confessar minha idade verdadeira. De início disse que tinha dezessete, mesmo que soubesse que ele não tivesse acreditado. Porém, seus olhos vigilantes e duvidosos me obrigaram a dizer a verdade, e confessar minha verdadeira idade, quinze anos, nem mais, nem menos.

Peguei meu casaco do armário que o senhor Seokjin me designou e o vesti, junto com minhas novas luvas e gorro. Olhei ao meu redor, havia dois homens me olhando, um sombrio Ravi, dizendo que odiava ser babá e um amável Jung Hoseok, que assim se apresentou, por fim conheci seu nome.

— Pronto? — me disse o senhor Jung com um sorriso nos lábios.

Assenti com minha cabeça e caminhei para a saída.

— Boa noite, senhor. — disse me despedindo do chefe da cozinha, Seokjin, ao mesmo tempo que fazia várias reverências aos demais trabalhadores.

Saí com minhas duas escoltas, assim tinha se chamado o senhor Hoseok. Mas conforme mais me afastava do local, mais notava os olhares das pessoas que nos rodeavam. Pareciam assustadas, especialmente ao me ver ao lado daqueles dois homens. 

O compreendia, ou seja, o cachorro raivoso do senhor Ravi dava medo, mas o senhor Jung era agradável e eu gostei dele. Assim, saímos da zona perigosa para nós dirigimos pela que se via mais tranquila, mas ainda assim, igualmente movimentada.

— Então você mora sozinho? Não tem medo? — Me perguntou o senhor Jung. Eu sorri e negando com minha cabeça, respondi:

— Não mais, mas quando meu avô morreu e eu fiquei completamente só foi horrível, então naqueles tempos sim, eu tinha medo.

— Faz quanto tempo que seu avô morreu? — me perguntou de novo o senhor Jung, me olhando agora sem seu sorriso, agora se encontrava mais sério. Eu suspirei e olhando para o chão enquanto caminhava, lhe disse:

— Morreu quando eu tinha onze anos.

— Você sozinho desde que tinha onze? — disse de repente o senhor Ravi. O olhei no mesmo instante, pois era a primeira vez que ele falava comigo em todo o caminho.

Assenti com minha cabeça sem desviar meus olhos dos seus.

— Quando meu avô morreu vários assistentes sociais quiseram me levar a um abrigo de menores, vivi em um desses lugares, mas fugi. — Me calei, devia lhes contar o que aconteceu naquele lugar? O que me fizeram naquele lugar? Suspirei.

De repente.

— Eu vivi em um abrigo desses também, quando tinha oito anos minha mãe foi assassinada e eu fui levado a um desses lugares. — disse Ravi, com os olhos frios e ácidos, me deixando agora com os olhos abertos e a boca também. — Era prostituta. — finalizou, com um sorriso nublado, o qual só refletia o inferno que havia vivido quando criança. — Os clientes dela me passavam a mão e era horrível, então quando ela morreu e fui a um desses lugares, me senti aliviado, pelo menos por um tempo, até que…

Seu olhar se escureceu e sua expressão se converteu com a sombra da morte, e eu sabia o por que, Porque? 

Engoli em seco…

Ele continuou…

— Escapei quando pude, preferi viver nas ruas, na imundície, antes de ficar mais um segundo naquele lugar, mas a vida na rua é dura, pirralho e suponho que você sabe.

Se eu sabia? É claro que sim, mas igual a ele preferi as ruas e a imundície, no lugar do horror que se vivia naquele lugar do demônio. Ao menos em minha casa, a que tinha herdado do meu avô, ali, ao menos vivia seguro. Não podia dizer o mesmo das ruas, mas ao menos aprendi a sobreviver, no lugar de sempre viver temendo a próxima vez.

É verdade, tinha sido assustador no início, a fome e o frio são como a morte.

— Especialmente quando se está sozinho. — sussurrou o senhor Ravi, que havia dito aquilo como se estivéssemos conectados um com o outro.

Caminhamos um pouco mais. Desde o local — do senhor Seokjin e do Diabo. — até minha casa durava uns trinta minutos. Mas independente disso, fizemos uma parada em uma loja vinte e quatro horas, pois o senhor Ravi, que é um fumador inveterado — ou seja  que fuma mais que uma mulher de vida fácil — necessitava de cigarros.

Assim, depois de abastecer ao senhor Ravi, retomamos o caminho em silêncio, um repentinamente mais agradável.

Então…

— Eu cresci nas ruas. — disse o senhor Hoseok. — Bom, sim, tinha uma casa para a qual voltar a noite, mas éramos tão pobres que meus irmãos a passava nas ruas, assim como eu, procurando comida ou qualquer outra coisa, inclusive problemas. — me disse, me olhando com um sorriso. — Aos quinze vendia drogas, não usava, não era estúpido, tinha uma viciada em casa e sabia como era isso, por isso nunca usei, simplesmente a vendia, aos dezesseis escutei sobre os recrutamentos que estava fazendo o senhor Jeon, creio que tive sorte, pois do contrário teriam me matado para limpar a zona, sabe do que eu falo, não?

Claro que eu entendia, sabia do que ele falava, todos os mendigos ou pobres sabiam da lei do Jeon.

— Se quer trabalhar, trabalhe para o Jeon ou morre. — dissemos todos ao mesmo tempo, para segundos depois rir por isso.

Aquela primeira noite com aqueles dois homens, fez eu me sentir alegre mas também triste e nostálgico, pois tinham me feito ver o quão só eu estava. Tinhas dias em que não falava com absolutamente ninguém. E é que, nem os ratos desejavam conversar com um pobre diabo como eu. Porém, ele faziam, falavam comigo, como se fosse um deles.

No dia seguinte, Ravi e Hoseok vieram a minha casa, perto do meio dia, tinham comprado comida e cerveja para eles.

— Para você, será chá, pirralho. — implicou o senhor Ravi, enquanto colocava fortemente a bolsa com as latas de cerveja na única mesa que tinha em minha casa.

Era a primeira vez que tinha visitas e a emoção me transbordava, mas também me oprimia. Não tinha nada mais que arroz para oferecer. Porém eles pareciam felizes e agradecidos por isso. Preparei o arroz e eles tiraram as asas de frango picante que tinham trago. O aroma era maravilhoso, minha boca se encheu d'água. Assim, comíamos e conversamos um pouco mais.

— Hey, pirralho, sua casinha é acolhedora. — Me disse o senhor Ravi, olhando as quatro paredes do meu humilde lugar, enquanto se acomodada no chão.

— Minha avó a mantia mais bonita, eu apenas cuido. — respondi.

— Vivia com seus avós? — disse Hoseok me olhando.

Eu assenti, enquanto me sentava ao lado deles.

— No início sim, mas minha avó faleceu quando eu tinha sete anos. — respondi.

Conversamos um pouco mais, comemos e quando chegou a hora de irmos, caminhamos até o local os três juntos.




— Não te entendo. — Me disse Jimin, respirando fundo, a sua vez, que bufava irritado em seguida.

— Não estou pedindo que me compreenda. — O respondi, teclando em meu computador sem prestar atenção nele.

— Mas eu tento fazer, Hoseok está apegado a esse menino e para completar, Ravi…

Claro, então era tudo por Hoseok, agora entendi seu mal humor e seus grunhidos, tudo era por Hoseok. Ri sem poder me conter e seus olhos frios se fixaram sobre mim. Deveria ser mais honesto e confessar que estava com ciúmes de Ravi e que inclusive a atenção que o menino recebia do Jung o irritava.

— O que você acha tão engraçado? — me grunhiu de repente.

Agora estava irritado comigo, como se fosse minha culpa.

— Deixa de ciúmes, Jimin. — lhe disse.

— Não estou com ciúmes. — sibilou, com sua língua como se fosse uma víbora.

— Claro que não, claro, foi meu erro, desculpa. — zombei, enquanto ficava de pé e caminhava para a porta da varanda para assim fecha-la, pois fazia um frio de mil diabos.

Horas mais tarde estávamos a caminho do bordel, pois esse dia casualmente tinha uns assuntos importantes para resolver. Negócios que precisavam da minha presença. Jimin, como sempre me acompanhou. Porém, seu mal gênio parecia piorar com as horas. Grinhia e seu cenho franzido parecia eterno.

— Inclusive escolhi o bordel do Kim para sua reunião de hoje. — grunhiu entre dentes. — E você diz que não vai acontecer nada, claro.

Levantei meus olhos discretamente de meu computador para ele, mas ele não me olhava, parecia absorto no trânsito das ruas. Mordo meus lábios por dentro da minha boca, para não soltar o que tinha em mente, pois em algo ele tinha razão, meu desejo para ir naquele lugar pouco interessante para mim, estranhamente havia despertado.

Poderia organizar perfeitamente a reunião em outro lugar, sempre o fazia, para dizer a verdade. Porém, minha boca tinha se movido por si só e sem me dar conta já havia dito a meu sócio que nos veríamos naquele lugar da má morte. Ainda que poderia dizer que meu sócio não tão respeitável parecia encantado com a ideia. Estava certo de que ao finalizar o trato pegaria alguma das garotas do lugar e iria para um quarto.

Chegamos ao bordel aproximadamente as dez da noite. Enquanto o carro estacionou no beco ao lado do lugar, desliguei meu laptop e coloquei de lado. Coloquei minha mão em meu casaco e sem dizer palavra alguma peguei um dos meus cigarros.

— Jungkook. — Me disse Jimin, agora com um tom de voz que parecia ser de repreensão. O olhei.

— O que? — lhe grunhi

Ele olhou para a porta lateral do lugar e voltando a me olhar pelo retrovisor, me sussurrou:

— Por que você se importa tanto com esse garoto?

Grunhi de novo, desta vez desviando meus olhos dele para logo olhar a janela ao meu lado, a sua vez, que dava uma tragada no cigarro.

— O que te importa? — o respondi grosseiro e sem esperar mais, sai do carro.

Ele deveria se decidir de uma vez por todas, de quem gostava, Hoseok ou eu? Creio que sua confusão era meu martírio algumas vezes, especialmente em momentos como esse quando seus ciúmes e negações me irritava. Simplesmente deveria se deixar comer pelo Hoseok como sempre o fazia e esquecer de sua paixão absurda por mim de uma vez.

Ele sabe, sempre soube, nunca, por mais feminino que ele parecesse, nunca, jamais, eu colocaria uma mão em cima, porque ainda que ele queira ser como uma mulher algumas vezes, ele não era uma.

Ao que me referia? Simples, eu não transavam com homens. Com que fim? Para que buscaria a um cara tendo ao meu alcance todas as putas dos meus bordéis e inclusive outras não tão putas?

Eu gostava mais das mulheres, isso era tudo e Jimin também sabia disso.




— Yoongi. — Me chamou o senhor Seokjin de um lado da cozinha. Deixei meus pratos de lado e rapidamente caminhei para onde ele estava. — Poderia deixar isso no andar de cima? É para o senhor Jeon e seus convidados. — Me disse enquanto colocava alguns pratos sobre minhas mãos.

Assenti em seguida e com cuidado os coloquei sobre uma bandeja. 

— Só estes dois, senhor Seokjin? — perguntei.

— Não, deixe estes e volte para pegar os outros. — Me disse, enquanto colocava um prato a mais sobre a bandeja. — Estão na porta da esquerda no corredor a direita, caminha até o final, estou certo de que verá alguns fora do cômodo.

Assenti de novo e com cuidado caminhei até a porta da lateral da cozinha para logo subir as escadas que estavam ao lado dela, assim cheguei ao andar de cima e efetivamente, ao fundo do corredor havia um homem de pé em frente à porta.

Já havia o visto antes, era um dos que sempre andavam por aqui, Wang, assim o chamava o senhor Seokjin, mas Ravi o chamava de Jack.

O cara falava inglês, tinha o visto algumas vez mostrando a sua fluidez no idioma. Maldito arrogante, é o que pensei naquela vez, porém, o senhor Ravi dizia que o arrogante era o encarregado de fazer negócios com o estrangeiro.

Suspirei e desviando esses pensamentos de minha cabeça cheguei até ele.

— Olha o que o vento trouxe, um anão imundo. — disse zombando o arrogante cara de manequim e corpo subdesenvolvido.

Que demônios passava com os homens desse clã? E é que já havia começado a notar. Malditos bastardos, a maioria deles eram lindos; poderia dizer inclusive que até o chefe diabólico era bem feito. Claro, não era como se o tivesse visto o suficiente para confirmar cem por cento, mas esse cara atraía olhares, sempre que aparecia pelo bordel.

Não é como se eu tivesse o olhado o muito, não. Ou seja, não sou suicida, mas tão pouco sou cego. Claramente podia ver como as mulheres do lugar o comia com os olhares cada vez que ele chegava e inclusive as escutava correr felizes quando escutavam que o "chefe Jeon" havia chegado.

Suspirei e de novo tratei de pensar em como me livrar da sensação ruim que sentia a respeito do tarado na porta, que para o pior dos maus, continuava me olhando com arrogância.

— O que quer? — me perguntou.

— O que, não vê? Vim deixar comida. — O respondi cortante, ao mesmo tempo que dava um passo a mais para a porta. Porém ele me deteve em seguida, colocando sua mão a minha frente.

— Acha que os doces são negociados aqui, pirralho? Saia e diga a Seokjin que envie um dos de sempre, você não. — disse.

O fulminei com o olhar e de novo caminhei por onde havia vindo.

Ao chegar de volta a cozinha com tudo ainda em minhas mãos, pude ver a surpresa do senhor Seokjin em sua cara. 

— O cara de manequim estava na porta e não me deixou entrar. — grunhi.

Uma risada estrondosa se escutou e seguido disso, Seokjin saiu pela porta, a mesma pela qual eu havia entrado. Minutos depois voltou, relaxado e ainda risonho.

— Suba. — Me disse.

Eu obedeci e ao chegar a mesma porta, estava estava aberta e o cara de manequim me olhava com ódio em seus olhos. Levantei uma de minhas sobrancelhas passando simplesmente por ele, entrando pela porta.

— Desculpa a demora. — disse sem olhar nada e nem ninguém.

"Regra número um, pirralho, não olhe para ninguém quando subir a esses quartos, deixe o que tem que deixar e saía." tinha me dito o senhor Ravi nessa mesma tarde, como se ele soubesse de antemão que eu serviria a comida esse dia naquele quarto.

Servi tudo em uma mesa ao fundo e com a mesma rapidez sai.




Seungri era meu cafetão favorito, conseguia as melhores garotas, as mais jovens e as mais bonitas. Não sei como fazia, nem tampouco perguntava, o único que me interessava era que se eu pagava por vinte garotas, essas vinte garotas estariam em meu local na data combinada sem falta.

Nunca falhou comigo e isso é dizer muito sobre homens como ele nos baixos mundos. Porém, havia um detalhe com Seungri, era um sádico e um viciado em sexo. Não era algo que me irritava, devo admitir. Mas as vezes me perguntava. Seria assim que as conseguia? As educavam ele mesmo? Os rumores diziam que sim, mas esses detalhes pouco o interessava. Não as queria virgens, as queriam trabalhadas, com experiência, era as que deixavam boa ganância no mundo da prostituição. 

Claro, sempre havia exceções e os leilões eram essas exceções, mas em bordéis como os meus, as mulheres com experiência tinham que ser um requisito, e ele e eu estávamos de acordo com isso.

— Me dê dez por cada uma, menos por esta… — me disse enquanto me mostrava as fotografias. — Está vale vinte.

Sorri e meus olhos foram diretamente para a foto.

— É linda, sim, mas porque vinte? — perguntei.

Ele sorriu mais amplamente e me disse:

— Por que ela vem com um pacote, um garotinho de olhinhos cor caramelo, não tem ideia do quão delicioso ele é.

Arqueei uma de minhas sobrancelhas. Não tinha dúvida, estava certo de que meu sócio já tinha metido seu pênis ali. Tampouco isso me importava, não era meu assunto. Então, tirando de meus pensamentos, escutei a estrondosa voz de Seokjin. Demônios. Fiquei de pé e pedindo um segundo a meu sócio, caminhei até a porta. Wang estava ali e como supus, Seokjin também.

— Que porra tá acontecendo, Kim? Eu estou trabalhando. — lhe grunhi, ele me olhou e com a raiva injetada em seus olhos, me respondeu: 

— Teu empregado não deixou o meu empregado entrar no quarto.

Olhei ao Wang em seguida e este desviou o olhar em resposta. Suspirei.

— Envie ele de novo, deixarei a porta aberta para que passe, oh, e me envie mais uma garrafa de vodca.

Deixei a porta aberta e de novo caminhei até o sofá, onde Seungri, Jimin e vários de meus homens estavam, ao lado de uma das garotas que Seungri havia trazido com ele, a qual ficaria no bordel.

Continuamos com a conversa, até que de repente toda a minha atenção se desviou das fotografias para se colocar sobre a pequena figura daquele garoto. Demônios. O vi entrar, parecia menor com seu olhar no chão e suas costas curvada. Seungri falava, mas eu não tinha ideia do que demônios ele me dizia. Minha completa atenção estava sobre o garoto com a bandeja de comida.

O garoto saiu de novo pela porta e então meus olhos se focaram uma vez mais em meu sócio. Demônios, demônios. Seus olhos brilhavam em curiosidade, dúvida e inclusive diversão.

— Poderia colocar garotos a próxima compra que fizer comigo, Jeon, já sabe. — me disse com um sorriso.

— Não diga estupidez, Seungri. — o adverti antes que continuasse com suas insinuações absurdas, as quais ao parecer todos notaram e compreenderam. Demônios, o que estava na acontecendo? O garoto apenas entrou pela porta e minha atenção havia se centrado nele.

Então, o menino voltou, agora com uma bandeja maior e com uma garrafa de vodca debaixo de seu braço. O vi se aproximar de novo com seus olhos perdidos no chão e com os pratos que colocava sobre a mesa de canto.

— Hey garoto. — disse de repente Seungri, chamando a atenção de todos no cômodo, inclusive a do menino. — Traga essa garrafa para cá.

O garoto assentiu e rapidamente se aproximou. Mas então, meu corpo se gelou quando notei o fascínio nos olhos de meu sócio ao vê-lo de frente a ele.

— Olha só. — sussurrou enquanto o observava mais de perto e inclusive se inclinando para ver seu rosto oculto entre sua franja comprida. — É lindo, demônios Jeon, como é que você faz para encontrar sempre rostos tão bonitos? Por isso teu clã é conhecido como o clã das rosas.

"Charmosos como as rosas, mas cuidados com os espinhos." me disse quando escutei aquelas palavras. Era uma comparação estúpida e adornada demais para meu gosto.

Os olhos do garoto agora estavam abertos e nervosos, pois não tinha que ser um adivinho para entender o que falavam dele. Além do mais, para terminar de completar a fascinação do Seungri, as bochechas vermelhas do garoto foram como a cereja do bolo.

— Eu o compro, Jeon. — me disse com uma voz áspera, desejosa e depravada. — Diga quanto quer.

Meus punhos se apertaram com força ao ver que agora a mão de meu sócio estava sobre o queixo do menino, que agora mais corado, parecia também assustado.

— Não está a venda. — disse com uma voz calma, quase surpreendendo a mim mesmo por isso.

— Todos tem um preço, Jeon, você sabe, me diga o seu, eu o quero. — completou Seungri e claro que podia ver o quanto o queria, todos podiam ver.

Então, os olhos do menino correram para os meus, suaves, suplicantes, assustados. Depois disso, não sei o que aconteceu. Foi um movimento instintivo? Não sei, a única coisa que sabia era que não queria a mão daquele cafetão sobre a pele desse menino e quando me dei conta já tinha me colocado de pé, o havia puxado pelo braço e tinha o colocado atrás de mim, o protegendo dos olhos perversos daquele homem. Merda, como se eu fosse mais honrado que o cafetão.

— Não está a venda, Seungri. — grunhi o advertindo.

Ele simplesmente me olhou agora mais interessado. Demônios, demônios, podia ver em sua cara, ele estava tendo uma ideia equivocada. Olhei o garoto por um instante, ele tinha seus olhos fixos em mim, logo em seu braço, o qual eu ainda segurava com força.

O soltei suavemente.

— Vai para a cozinha, garoto. — o ordenei, enquanto ele continuava com seu olhar nervoso e perdido em todas as partes. Porém, estava certo que ele sabia que eu falei com ele. Assim, o vi desaparecer pela porta, sussurrando uma suave desculpa.

Precisava me acalmar, especialmente porque nada bom acontecia quando me irritava e todos, incluindo meu sócios, sabia disso.



Acreditava conhecer a definição do medo. Porém, não era assim. Se antes me dava medo o diabo Jeon, agora me aterrorizava. Me sentia tremendo, meu corpo inteiro tremia e tinha certeza que minha cara estava tão branca como a de um fantasma, porque o senhor Seokjin não parava de gritar e dizer que já matar ao diabo senhor Jeon, ou como ele chamava nesse momento, Jungkook.

Mas enquanto tudo isso acontecia já cozinha, minha cabeça continuava no andar de cima. Esse homem queria me comprar. Senti meu corpo se contrair e sentindo um enjoo vir a minha boca.

Esse dia saí do trabalho antes da hora normal e inclusive o senhor Seokjin deixou seu trabalho para me levar em casa.

~☆~

Notas Tradutora: não esqueçam de comentar e favoritar e leiam também Forever, até domingo.

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