Hayati

By anauladn

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Há uma linha tênue entre o amor e o ódio , e este romance já estaria condenado ao falhanço , Zayed Bin Hama... More

Informações
Prológo
II.(Insolente)
III.(Encenação)
IV.(O Dote)
V.(De madrugada)
VI.(Sheika)
VII.(adaga)
VIII.(Sangue)
IX.(Mula)
X.(A dança)
XI.(A festa)

I. (Um preço)

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By anauladn

Glossário

Sayidi—Meu senhor

Bism allah—Por Deus

Choli—parte de cima de um sari (blusa)

Lehenga—parte de baixo de um sari (saia)

Sari— conjunto da lehenga ,Choli e um lenço , vestimenta típica indiana

kandorra—vestimenta usada pelos homens árabes

kohl—substância usada para beleza nas mulheres indianas , tem a cor preta

Ab— pai,papá

Allah—Deus no Islã
..............................................................

Era bonito imaginar as pequenas coisas : a liberdade e o amor ,maravilhosas coisas que Allah nos concedeu ,tudo era como um sopro e só existia o presente cada momento devia ser vivido intensamente como se fosse o último pensava Disha quando olhava para a parte de fora pela janela e cogitava no que ainda podia ter vivido,se não estivesse no sítio errado ,na hora errada e sozinha .Talvez se tivesse ouvido a sua ama e ficado para almoçar ou se fosse simplesmente trabalhar na empresa com o seu Ab...Mas teve que chegar 15 min mais cedo ,os piores 15 min da sua vida...

"Maktube", diria sua irmã Fatma ,mas não ,Disha não acreditava simplesmente em maktube ,, ela acredita que o nosso destino poderia ser muito melhor se cooperássemos com Allah ,se o seguíssemos estando sensível para entender a sua vontade para o nosso caminho ...Era assim a sua vida ,  tão intencional que fosse onde onde fosse fizesse o que fizesse perguntava a Allah se era o mais correto...E nesse dia ela perguntou ,lembra-se de perguntar mais do que uma vez se deviria ir mesmo aquele encontro...E agora ali estava, presa em um quarto trancado a chave ,com o gosto de sangue ainda na boca pela bofetada de mãos duras e sanguinárias que tinha levado, sem saber onde estava ,sem a sua família e sem ter por onde escapar.

—O que queres de mim Allah?-sussurrou enquanto lágrimas de dor caíram e inundavam o seu ser ,ela olhava o espaço ao redor ,o seu cativeiro pelas últimas 6 horas : um quarto com 2 paredes em branco e mais duas ocupadas por papel de parede e as cores do mesmo brincavam umas com as outras nos seus tons neutros , os cadeirões que pareciam vir da zona mais nobre de Arábia Saudita ostentavam luxúria , um espelho grande com as bordas douradas ,uma cama de solteiro maior com seda certamente turca, era uma cela de luxo,mas não deixava de ser uma cela e a sua última moradia...Naquele mesmo momento sentiu a porta ser destrancada e avistou 2 homens de preto um deles foi o seu agressor e outro foi o que impediu que o agressor continuasse quando olhou para trás e viu o que o colega fizera "não tens motivos para bater-lá" disse o bom, "viste como olhou para mim Iusef" disse o agressor.

—O sayidi já chegou para acabar com o trabalho,vamos tirar-lá daqui antes que ele se irrite.

"O sayidi" ,o homem que ela viu a disparar  em Nagdil , o matou com 2 tiros da cabeça , ela gritou e foi tarde demais a sua sentença já estava firmada, ele não se virou por isso não viu a sua cara ,sabia que era importante pelo tecido da sua kandorra, pelo relógio em seu pulso ,transbordava nobreza todavia não teve tempo de estudá-lo, ele disse "levem-na" e nem gritar conseguiu pois o guarda mais alto e mais humano pós-lhe um guardanapo na boca , até acordar nesse quarto luxuoso.
E mais uma vez a levavam ,como um saco , desde aquele momento nenhuma palavra tinha dito ,mesmo não baixando a cabeça deixou de tentar se debater e simplesmente aceitou a situação ...Começou a pensar em maneiras de fuga mas em todos os lugares ,a frente ,atrás no final dos corredores havia homens que pareciam estar dispostos a disparar a qualquer momento ,com um mínimo movimento ,entraram em uma série de portas seguindo sempre em frente nos corredores e no último quarto ao entrar ela avistou um homem de costas musculado logo reconheceu o seu carcereiro, o "sayidi"ela notou que ele estava concentrado parecia ler algo ,duvidou que não tivesse notado a sua presença mas não se deixou incomodar por ela simplesmente fez um movimento com a mão e disse :

—Esperem lá fora.

—Mas Sayidi ,ela é atrevida pode tentar al...—foi interrompido o agressor

—Saiam.

Saíram então os guardas e o seu carcereiro continuo imóvel ,fechou a capa em que lia e virou-se para ela ,a cara não era estranha mas Disha não conseguia decifrar ,os seus traços eram fortes ,era alto bem parecido o seu cabelo negro como kohl ,a sua barba feita perfeitamente , o seu perfume inundava o ar mas o que chamava atenção eram os seus olhos tão negros não exatamente a nível de estética  mas o sentimento que carregavam ,tão cortante em seu todo ,tão frio, eis a razão do seu carcereiro matar daquela maneira ela procurou no seu olhar na sua postura mas nada ,nada além de rispidez,frieza ,controle .Seu carcereiro chegou mais perto , parecia analisa-lá de uma maneira muito sútil, o seu olhar nela incomodava-a de uma maneira desconcertante mas não queria que ele percebesse.

—Bateram-te.—disse analisando  uma pequena ferida no canto dos lábios que ficou, mudou por instante a sua expressão mas rapidamente voltou ao seu estado que parecia ser o habitual:
—Disha  Vakani bin Rashid...—disse ele  andando pela sala abrindo a capa antes fechada —filha de muçulmano Latif Al Rashid e Yanera Rashid  uma indiana que veio viver aqui ,o teu  pai é bem famoso , sabes Disha?

Então ele estava a ler a minha vida ?Até onde ele sabe?E quem é ele afinal?
Não respondera,para Disha o seu carcereiro não tinha o direito de ouvir a sua voz , e nem ouviria até o momento da sua morte.

—És do tipo de poucas palavras , deves ser aquela professora que todos os alunos gostam e não esperam a hora de entrar na aula , todos os teus alunos são como filhos para ti , amas a tua família , a tua irmã Fatma é a tua melhor confidente , lutas para a paz no mundo tratas todos com amor e carinho, sonhas com uma família muitos filhos e um marido que te ame , e queres que todas as mulheres possam estudar que todos tenham o direito de ser alguém , escapou-me alguma coisa Disha?

Bastardo !Como podia ele?Como sabia tanto sobre ela, quem era aquele homem ?
Pensava ela enquanto ele olhava-a com uma expressão de divertimento escondida por trás da sua frieza, não era um divertimento bom , que fazia os olhos brilhar de alegria , mas era  aquele divertimento sádico obscuro que sentia-se de uma forma muito sútil nas palavras e muito mais sútil nas expressões da sua face , ele queria magoá-la , queria que percebesse  o quanto estava indefesa ali ; ela podia estar transtornada , um tanto  irritada com a audácia do seu carcereiro mas não estava com medo , jamais teria medo do inimigo.

—Mas és destimida , eu diria que demasiado soberba, não deves saber o que significa estar submissa e nem mesmo entender que a tua vida está nas minhas mãos...—disse ele sentando se na cadeira—Mas a única coisa que não sei é a tua intenção para voltares ao esconderijo daquele asqueroso do Nagdil...—disse ao levantar-se

O nome chamou a sua atenção , pois era por ver a sua morte que estava ali , ele não era asqueroso , pelo menos não parecia foi muito amável mesmo recusando-lhe a proposta das crianças terem aulas de uma maneira um pouco estranha.

—Não olhes assim para mim Disha, nem toda gente é o que parece, melhores pessoas podem ser as piores e as piores pessoas podem ser as melhores , é tudo uma questão de perspectiva e carácter.

Um homem que cometeu um assassinato á 6 horas e estava prestes a matar-lá queria falar de carácter bism allah...O que tinha feito ela para merecer isso? Pensou ,mas manteve-se calada ,não diria uma palavra simplesmente esperaria pelo seu fim ...O seu carcereiro observou-a por mais alguns instantes que pareciam anos ,"acaba com isso" pensou Disha,as lágrimas queriam descer , quando ela imaginaria que seu fim seria esse ?Pensava no abraço da sua umm ,no sorriso orgulhoso do seu ab , nas danças com a sua irmã Fatma,nas suas crianças da escola que amava com todo coração , em Samir , a angústia crescia em seu peito quando viu ele a apontar a arma para sua cabeça.

Umm,Ab,Fatma eu  os amarei eternamente , fechou os olhos sempre de cabeça erguida respirou fundo e ressoou um disparo pela sala viu toda a sua vida a passar por aqueles míseros segundos e quando abriu os olhos reparou que o carcereiro ainda estava com a arma na mão ,mas não sentia nada : ele não a tinha atingido !
Mas porquê ?O que pensava esse bastardo ?Que podia brincar com a sua angústia?Sádico,insensível ,como poderia existir um ser um humano tão horrível ?Pensou Disha,e lá viu na sua cara aquela expressão fria,mas com divertimento ,aquele divertimento muito bem escondido por trás da sua frieza ,pousou a arma na mesa que os separava e encostou-se ,olhou para ela bem no fundo dos seus olhos e ela nem sequer piscou ,deslizou o olhar para a  lehenga do seu sari posteriormente para a sua barriga senti-o dar uma parada pelo seu choli mas imediatamente voltou para os seus olhos.

—A tua vida tem um preço e antes que te diga aviso-te já ,eu cobro sem dó,nem piedade.

............................
Então o que acharam do nosso primeiro capítulo ? Espero que se apaixonem pela história como eu .❤️

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