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Olivia F
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Minha cabeça doia mais a cada segundo e suspiro fechando os olhos encostando a testa no peito de Henry.
— eu não sei se consigo pensar direito agora. — sussurro. — é muita coisa pra absorver.
Noah não era meu pai, minha mãe não o amava, James é meu pai, Henry mentiu para mim. Eu só queria dormir e acordar quando isso tivesse passado.
— eu entendo Olivia. — James fala com calma para mim, e abro os olhos o olhando agitada. — Eu queria te contar no momento que vi a marca, mas fiquei com medo de você fugir. De não acreditar em mim.
— Eu não teria fugido...— penso naquilo. — Saber que não sou filho daquele monstro é a única coisa boa nessa história. — vejo ele se encolher um pouco e suspiro. — só é muita coisa James. Eu gosto de você, como um amigo, vai demorar para me acostumar.
Ele concorda e pega o diário que eu tinha derrubado passando a ler as folhas ali. Ergo meus olhos para o Henry e ele está em silêncio, apenas passando a mão por meus cabelos. Eu devia estar magoada com ele por me esconder aquilo depois de cobrar honestidade de mim, mas eu só me sentia triste.
— não fique brava com o Henry. — James me chama novamente e ergo uma sobrancelha. — Eu sei que está magoada, mas ele queria te contar desde o início...
— Eu fui atrás de James no dia que descobri quem era sua mãe. — Henry murmura me olhando um pouco desanimado e suspiro, eu odiava o ver assim. — queria saber qual interesse dele nessa história. E ele me contou sobre a marca, eu ia te contar, é seu direito saber tudo. — concordo baixinho olhando seus olhos. — ele me pediu para esperar, que você não entenderia.
— você é o amigo que emprestava o apartamento pra eles se encontrarem? — sussurro entendendo tudo agora.
— sim, e eu ficava com você para eles conversarem. — Henry respira fundo encostando a testa na minha. — se eu soubesse como Noah era ruim, se tivesse prestado atenção, eu poderia ter te salvado antes. Eu sinto tanto...
— Henry...— coloco um dedo na boca dele pra parar de falar e nego com a cabeça, não tinha como ele saber. — não é sua culpa. Eu estou aqui não estou? Viva e bem, graças a você.
— eu nunca mais vou deixar ele te machucar. Eu prometo. — dou um selinho nele para parar de se culpar e suspiro voltando a deitar a cabeça no peito dele querendo ouvir a história do James.
— como você a conheceu?— pergunto curiosa.
— jardim da infância. — James me olha sorrindo fraco. — minha mãe era uma professora. Sua mãe virou minha melhor amiga em meio segundo...— os olhos dele viajam em lembranças. — eu me apaixonei por ela aos doze, e escondi por quatro anos com medo dela me rejeitar. Um dia, aos 16 ela viu para mim, sorrio docemente e me beijou. — sorrio imaginando minha mãe adolescente e feliz. — o pai dela era um cretino rico que só pensava na empresa dele e em seu título.
— eu nunca o conheci, ele foi para o Brasil depois que minha mãe casou. — falo baixo brincando com meus dedos.
— eu soube. — James concorda olhando o diário em suas mãos. — namoramos escondidos por dois anos, até que eu quis que fosse oficial. O Sr.Fraser me expulsou rápido de lá e a proibiu de me ver. — James sorri triste. — ela fugiu de casa, e veio morar comigo. Eu trabalhava em um bar, e ela em uma lanchonete. — me arrumo no colo de Henry o olhando mais curiosa. — quando ela me contou que estava grávida...foi a melhor notícia da minha vida. Eu podia nos imaginar, ela com nosso bebê nós braços sendo felizes.
— mas então meu avô a ameaçou...— Murmuro lembrando do que li. — provavelmente ameaçou me tirar de vocês. — penso naquilo limpando minhas bochechas.
— eu não sabia, se Anne tivesse me contado, eu teria protegido vocês. — ele me olha e acredito nele. — Eu continuei na nossa casa, eu estava lá quando ela casou, mas veio a notícia que ela tinha perdido nosso filho...— James treme um pouco e mordo meu lábio sentindo a dor dele. — Eu fui embora, para uma faculdade fora do país, quando voltei Anne me procurou.
— comigo...— sussurro. Eu entendo porque ele nunca tinha desconfiado, minha mãe era uma negra linda de olhos verdes raros, mas Noah também era negro. Talvez se eu não fosse tão parecida com ela, James teria percebido a mentira.
— sim, você era linda. Com esses olhinhos brilhantes, parecia uma boneca. — ele me olha culpado agora. — eu te odiei por um segundo, mas então você sorrio e eu amei a filha de Anne. Quando ela me contou que queria o divórcio, eu tive esperanças dela voltar para mim.
— mas então ela...— mordo meu lábio. — você acha que foi ele? Que a matou para não o deixar? — pergunto um pouco sufocada com a ideia.
— sim. Eu tenho certeza disso, e estamos procurando provas.
Noah tinha destruído nossa vida até aqui, seria eu capaz de viver com esse novo pai?
— um dia, quando eu me recuperar. — sussurro e pego a mão do James com carinho. — vou adorar te chamar de pai.
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Amo vocês meus leitores