Teen Mermaids

By _EuVitoria_

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Pertencente a dois mundos, Lydia, Rebeka e Luce precisam encontrar suas verdadeiras identidades. Seus c... More

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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana

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By _EuVitoria_

Ela estava chorando, de novo, enfiada dentro do banheiro de sua escola para sereias. Seus óculos estavam quebrados e seu ombro ardia com o pequeno ferimento que havia ganho após o empurrão que a garota mais intimidadora de toda a escola, havia lhe dado. Kate França, era na infância, o maior pesadelo de Morgana Ávila. A garota nerd, inteligente, doce e tímida. Contra a garota rebelde, intimidante, ousada, descolada e selvagem.

Recordava-se das risadas, enquanto todas as garotas da escola de sereias riam da sua cara enquanto ela estava ferida e humilhada diante de todas elas. Kate, a mais temida e valentona, no auge de sua violência e no centro de toda aquela barbaridade.

  - Nada disso iria lhe acontecer se você não fosse você mesma. Se você ignorasse sua essência detestável e tentasse se encaixar um pouco mais. - Enquanto a durona sereia dizia com puro ódio e desprezo, Morgana conseguia apenas sentir pena de Kate, ela deveria ter sofrido muito até se tornar aquela que faz os outros sofrerem.

  - Eu não vou me desculpar por ser quem eu sou. Pode me atacar o quanto quiser, só prova que minha personalidade, ofusca a sua. - ajeitou seus óculos de fundo de garrafa quebrado e pela primeira vez a enfrentou, sendo o dia de mais valentia de sua história de estudante.

  Quando acordou, no primeiro momento do dia Morgana não compreendeu porque aquele acontecimento voltava para sua vida em forma de pesadelo. Mas mais tarde, ela compreenderia.

  Ela piscou algumas vezes, ainda despertando. Estavam novamente dentro da estrela dourada, que mais uma vez havia se tornado uma barraca. Sentiu algo gelado tocar sua testa, e se encontrou recebendo compressas feitas por Kate. Sua antiga agressora. Ela já havia descoberto antes a identidade da menina, mas nunca comentará nada com ela sobre as circunstâncias nas quais se conheceram na infância, tinha certeza de que a própria não lembrava que Morgana, era Morgana Ávila, a sereia cujo ela havia tornado a vida um inferno em seus dez anos.

  Sentindo-se fraca demais para abrir suas pálpebras, fez esforços insistente para enfim conseguir. Sentia-se como se uma gripe tivesse lhe consumido, e pelo olhar preocupado que a sereia mais sem sentimentos que conhecia, lhe lançava, sabia que as coisas não estavam boas. Ela estava morrendo.

  - Você está bem? - Aquela que mantinha cuidados sobre ela, perguntou, se distraindo de sua personagem indiferente para sentimentos. - O tubarão mutante... Ele te mordeu... Eu... O que vamos fazer? Você não pode morrer.

  Morgana perdeu o fôlego por alguns minutos e não pelo fato de saber que havia sido ferida de forma aparentemente fatal, mas pelo fato daquela que tanto havia lhe feito desejar a morte, agora estivesse lhe dando motivos para continuar viva. Kate se importava.

  - Você se importa comigo? - perguntou baixinho, sorrindo de forma sapeca.

  - As vezes. - sorriu, e daquela vez, fora um sorriso simples, mas verdadeiro. Kate continuava a virar a compressa dela de um lado para o outro, checando sua temperatura.

  - Você consegue ser uma flor quando quer, apesar de querer ser cacto. - ela riu, e sorriu ainda mais abertamente. Feliz de um jeito que não poderia para alguém que estava quase morta.

  - Efeito Morgana. - a outra gargalhou de forma tão leve. Realmente, Morg tinha o dom de  curar a alma mais envenenada.

A ruiva tentou sorrir, mas falhou, acabando por fazer uma expressão de dor. O veneno dos tubarões mutantes corria por suas veias de uma forma avassaladora que talvez em poucos dias, ou menos, estaria morta.

  - Temos que levar você de volta. Abandonaremos a missão. - Kate falou, olhando com desespero para a infame, nunca se imaginou se importando com alguém, tanto quanto se importava com ela. E não era justo que agora que tinha sentimentos, perdesse aquela que os havia despertado. O mundo era tão cruel.

  - Eu não posso... - murmurou fraca.

  - Não é questão de poder, ruivinha. - Kate deslizou suavemente seu dedo pela bochecha dela, em um carinho inesperado. Sorrindo, maravilhada com o fato de até em suas pior situações, Morgana colocava as necessidades dos outros acima das suas. Pois tinha certeza que a concha prisão, não era para ela. Ela era luz de um jeito que mantinha longe qualquer escuridão. - É questão de precisar. Eu não vou deixar você morrer.

  - Porque você se importa comigo, mas precisa me deixar tomar minhas próprias decisões. Isso é o amor, respeitar os desejos e vontades, apoiar as decisões, cuidar e proteger. Se você tirar minhas escolhas, me proibir de fazer o que eu quero, de lutar pelo o que eu acredito e me dar as costas por ir contra os meus ideais... Isso não será amor. - murmurou com sua maior tranquilidade, mesmo estando em um estado que deveria deixar em desespero, qualquer um que habitasse o planeta Terra e aqueles que habitavam outros planetas.

  Quando a ouviu falar daquela forma, como se elas fossem amor, o brilho nos olhos de Kate mudou, o que era vazio em sua vida, se tornou preenchido por coisas boas, sentimentos bons, ela havia finalmente encontrado algo pelo qual valia apena lutar. O amor. Ele tinha olhos de mel, cabelos laranjas que lembravam o sol e uma aura tão iluminada, que poderia iluminar um mundo inteiro.

  - Eu confio em você, só por favor, tenta sobreviver. - ela sorriu, e se inclinou, beijando da forma mais meiga que podia, os lábios pequenos e delicados de sua oposta.  - Nossa, isso soou muito estranho. - ela se afastou e sorriu, frustradas pelas demonstrações além do habitual.

  - Foi romântico. - Morgana fez uma expressão meiga e apaixonada para ela, Kate sorriu e revirou seus olhos.

  E naquela mesma tarde, elas abandonaram a barraca, Morg estava fraca e pálida mas com a ajuda de Kate, conseguiu retomar o percurso em busca da Concha prisão. Elas teriam bem mais dificuldades, já haviam passado por dias terríveis naquela caçada, uma delas poderia voltar sem vida, talvez ambas, já que quase ninguém sobrevivia.

  Parecia que a cada novo desafio, mais intensa e arriscado as coisas ficavam. Por isso nenhuma delas duas se surpreendeu quando ouviram uma risada fantasmagórica e tiveram que lidar com o maior de todos os seus medos e traumas. Literalmente, cada qual com o seu. Kate paralisou com os olhos arregalados ao ver diante de seu corpo, a figura de seu pai.

  - Olá, docinho. - a figura tomou a forma e a voz do tritão. Morgana já havia visto aquilo antes, era a mesma criatura que ela havia enfrentado em seu primeiro desafio. Mas ao contrário do que na sua vez, aquele monstro não apelava para seus bons sentimentos e boas lembranças, era pior ainda, ele trazia tudo o que em vida, a sereia havia temido.

  - Kate, ele não está aqui. Não é ele. - Ainda com voz baixa, a ruiva tentou clarear os pensamentos de sua companheira. A outra estava em choque novamente, seus olhos carregando lágrimas de anos. O seu suposto pai tinha um ferimento no peito, por onde sangue jorrava. Seu aspecto era de alguém morto e em suas mãos ele tinha cabelos, cabelos de Kate. O que fazia parecer que ele estava se materializando na mesma forma que havia morrido. - Não é real... - ela dizia, então foi naquele exato momento que o seu medo surgiu e suas próprias palavras pararam de fazer sentindo. Porque tudo o que importava, era Kate França em toda sua violência e maldade parada diante dela, com seus doze anos infligindo todo tipo de dor e crueldade em Morgana, fazendo ela se sentir um lixo de todas formas e odiar a escola.

  - Oi, nerd esquisitona. - O seu medo estava ali bem diante de seus olhos, com um sorriso habitual e travesso. Enquanto isso, a mesma sereia, porém anos mais velha, estava parada ao seu lado e segurava sua mão. O universo estava rindo de forma irônica na sua cara.

  - Você não está aqui... - tentando se manter neutra, mas chorando por dentro. Recuou para trás. Kate do futuro fez a mesma coisa, porém ela estava fugindo de seu pai e não de si mesma. Talvez não tivesse se dado conta de que assim como o progenitor, também era o maior medo de alguém. Ela também já havia sido um monstro.

  A pequena Kate socou sua própria mão em uma demonstração de ameaça. Como sempre fazia no passado. Os olhos de Morgana se encherem instantaneamente, ela lembrava da sensação, de quando ganhava beliscões, tapas, socos, mas o pior era as palavras, as palavras doíam bem mais. O que realmente feria uma criança na infância, era o bullig. Ele destruía até mesmo as almas mais bem construídas. Ela estava tremendo feito vara verde, mas ouviu a sua companheira gritar e percebeu que como ela, Kate também enfrentava seu medo. O tritão que havia lhe gerado e lhe tornado um monstro na infância, acertava socos em seu corpo, enquanto vez ou outra tentava toca-la.

  - Se lembra docinho, lembra como você me matou? Como foi a sensação? - o pai de Kate gritou em sua face algo do qual até então, Morgana não havia se dado conta. Kate não havia somente matado o seu progenitor, ela havia matado seu estuprador, o agressor de sua mãe, aquele que merecia pagar por algo que fez.

  Quando ele estava prestes a dar a cartada final rumo a levar a garota a insanidade, Kate recorreu mais uma vez para a estrela dourada, com o ser horrendo lhe beijando de forma doentia e compulsiva, ela fez o seu prêmio se tornar uma espada e tendo a mesma coragem que tivera anos atrás, a cravou no mesmo local aonde o havia esfaqueado uma vez.

  - Foi a melhor sensação da minha vida. - murmurou bem próxima do rosto dele, olhando dentro de suas íris enquanto suas mãos se encharcavam de sangue. - E eu não me arrependo. Nunca. Nem por um segundo.

  Enquanto isso, de uma forma ferida, Morgana tentava não atacar a pequena Kate, mas a mini versão de sua oposta, continuava a tentar lhe agredir tanto fisicamente quanto verbalmente. E a única coisa que conseguiu faze-la parar, foi quando a lâmina da Kate do futuro atravessou as costas da pequena sereia. Fazendo sangue negro jorrar contra o corpo de Morgana. Que estava encolhida em um canto e só abriu seus olhos quando sentiu o líquido cair sobre seu corpo, os abriu e viu Kate parada ali, ela havia acabado de matar sua versão mais nova, para protege-la.

  Naquele momento, Morgana soube, Kate não era mais aquela pequena garota, violenta e intimidante. Não com ela. E todo o mal que em sua infância ela havia causado, havia sido por conta do mal que nela havia sido imposto, todo aquela fachada de menina malvada, era porque quando chegava em casa ela era agredida e violentada. Morg abriu a boca e a fechou mais de uma vez, mas nada saiu. Absolutamente nada. Até que por fim, correram uma para a outra e em meio a tanto sangue que havia em seus corpos, lágrimas em seus olhos e dor em seus corações, se abraçaram.

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