Summer Sun, Something's Begun

By hyejuns

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Foi no início do verão que Kang Yejin teve que aprender a lidar, além de seus simples dilemas pessoais, com a... More

Em dias de verão o coração de Yejin também derrete.
De estação em estação.
É só quando chove que crescemos.
Problemas que derretem como picolé.
Eu vou cuidar bem de você.

Garotas cintilam rosa.

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By hyejuns

[Aviso de imersão] Toque Mitski "Pink in the Night"


Acordou com a roupa do dia anterior no corpo, mas o cobertor sobre as pernas denunciavam que a avó havia passado por ali antes de dormir e cobriu a netinha. Yejin tinha sono pesado, normalmente era complicado de sair da cama totalmente, então ela sempre colocava vários despertadores para tocar e tentá-la tirar do transe, três já haviam sido ignorados, no quarto ela já estava acordada, mas com preguiça de sair da cama.


Aparentemente a única coisa que foi capaz de fazê-la olhar para o celular, sem a pretensão de ver o horário, foi o som da notificação padrão do KakaoTalk.


"Minha garganta está um pouco melhor~

Você acordou, Yejin-i? Vamos trabalhar ^-^"


Não haviam muitos dias onde a primeira coisa que Yejin faz pela manhã é sorrir.


"[emoji bocejando] Sim... Dormiu bem? Está realmente melhor?"


"Heheh, estou bem para trabalhar hoje..! Eu vou sair daqui a pouco, até logo YeJin-i [emoji de coração]"

"Até!~"


Inusitadamente Yejin pulou da cama em segundos, pegou a escova de dentes no banheiro e saiu andando pela casa até chegar na cozinha e encontrar a senhora Kang mexendo nas panelas.


— Bom dia, vovó.


— Saiu da cama cedo hoje, Yejin-ah. Como foi ontem? — A senhorinha colocou a frigideira na boca do fogão. — Quer um omeletinho, querida?


Ela sorriu com a escova na boca. — Foi tudo bem, vózinha. — Pegou o pote de mel e arrancou algumas folhinhas de hortelã no vaso.


— Está com dor de garganta? — A avó se aproximou segurando o queixo da neta.


— Não, vovó. É Haruno, ela estava com dor de garganta, vou levar um pouco de chá pra ela.


— Ah sim... Coloque umas raspinhas de gengibre... receita da sua bisavó. — Ela disse, tirando um brotinho de gengibre da cestinha em cima da pia.


— Obrigada. — Ela deu uma pausa colocando a água na leiteira. — Tudo bem se eu passar um tempo com a Haruno depois do expediente?


— Claro, só não venha muito tarde para casa! — Senhora Kang sorriu muito contente para a neta. — Que bom que fez uma amiga, Yejin-ah, passou a inverno inteiro trancada no quarto ano passado...


Yejin deixou apenas um riso sem graça escapar, saindo para o quarto, seu cômodo era repleto de posters de alguns grupos, um guarda-roupa – que ela nem se atrevia a abrir para não ser soterrada com roupas mal dobradas– e a bagunça considerável que ela costumava arrumar uma vez por semana. Pensou que a bagunça da colega de quarto de Haru não deveria ser nada comparada a sua.


Mais umas três peças de roupas foram jogadas em cima de uma pilha de outras roupas na cômoda, passou um desodorante suave por todo o corpo antes de se vestir. Estava por sinal bem ansiosa, das vezes que passava em frente ao espelho ela parava por um tempo para ajeitar a franja, novamente quando se verificou no espelho, reparou nos lábios pálidos, enquanto os dedilhava se perguntando em qual gaveta havia escondido aquele gloss, ela lembrou da sensação de sentir o canto da boca de Haru perto da sua, e um friozinho soprou em seu estômago.


Conseguiu achar o tubinho brilhante com cheiro de morango embolado em uma das calcinhas azuis, espalhou rapidamente pela boca e tentou limpar o canto borrado em frente ao espelho. Averiguou o horário no telefone e terminou de calçar o tênis, correu para a cozinha colocar o chá numa garrafinha, e mesmo que o cheiro do omelete estivesse irresistível, ela se despediu da avó e saiu apressada.


Percorrendo o caminho, a ansiedade de Yejin começou a se transformar em nervosismo, e o nervosismo tornou-se insegurança, pensou em tirar o gloss, achou que seria idiota, não que Haru pensaria que ela pareceria uma idiota, mas que ela repentinamente aparecer com gloss seria algo estranho, achou melhor tirar quando chegasse no estabelecimento.


Repensou diversas vezes enquantos os passos encurtavam a distância até a conveniência, tentou respirar forte para interromper o nervosismo, mas suas tentativas falharam. Os pensamentos de Yejin, em alguns momentos se tornavam inconstantes, não sabia dizer se poderia ter coragem de confessar seus sentimentos para alguém novamente, ou se não teria medo dessa vez e assim poderia ter Haru consigo da maneira que a desejava.


Suspirou ao empurrar a porta de vidro. — Bom dia senhor Cho.


— Ah, bom dia Yejin. — disse o homem atrás do balcão.


— Yejin-ah, bom dia. — a Haru disse, saindo do corredor de chocolates, todos notaram a voz ainda áspera.


— Tem certeza que sua garganta está melhor? — indagou Yejin, a outra tombou a cabeça para o lado, fazendo uma negativa e soltando uma tosse, a mais alta estendeu a garrafinha de chá para ela. — Acho que isso pode ajudar.


— Hah! Parece gostoso, obrigada novamente, Yejin-i — Haru abraçou-a e os olhos fitaram severamente a boquinha carnuda e brilhante da outra. — Que batom bonito.


Agora, mais do que nunca, Yejin estava encarando os elogios da japonesa com um pouco mais de acanhamento, os lábios se espremeram um no outro, ela desistiu de remover o gloss.


Yejin pensou que talvez Haru não iria mais precisar de sua companhia mais tarde, mas estava com vergonha de perguntar.


— Ah... Haruno... Eu estava pensando que já que você melhorou um pouco...Que talvez...


— Ah... — Uma expressão triste apareceu no rostinho da japonesa. –- Você vai estar ocupada?


— Não, não. Se você quiser eu ainda posso cuidar de você..–AH! ER..– Quer dizer, ainda podemos passar um tempo juntas e–


Yejin interrompeu a si mesma, nem acreditando no que disse, suspirou em desaprovação e Haru riu.


— Yey! Eu até achei um filme pra gente assistir, e vou comprar pizza pra gente, qual sabor você gosta?! — disse animada, mesmo com o pequeno incômodo da dor na garganta.


— Pepperoni, eu acho.. Ah, que filme? — Yejin perguntou, mentalmente estava torcendo para não ser um filme romântico de adolescente.


— Um romance!


"Ah não..." Yejin reclamou em pensamento.


— Hum... Eu prefiro suspense, mas tudo bem.


— A gente pode assistir quantos filmes você quiser! — Haru disse sorridente.


Ambas pareciam entusiasmadas, especialmente Haru, que tagarelou mais que o normal, apesar da garganta dolorida. Yejin parecia animada também, entretanto quando verificava as horas que faltavam para saírem, ela sentia um frio na barriga cada vez mais congelante.


A ideia de estar sozinha com a japonesa fora do horário de trabalho começava a amedrontá-la, embora não soubesse ao certo o que poderia dar errado, as olhadelas que dava na Haru faziam seu nervosismo ticar cada vez mais.


Elas percorreram o caminho até o ponto de ônibus sem muitos diálogos afoitos, a coreana mantinha o olhar baixo, pensativa demais. Seus pensamentos levaram-a a indagar quando subia os degraus, talvez aquela garota que Haru falava estaria em algum dos acentos?


— Humpf... Ela só pega esse ônibus na sexta-feira. — Haru disse, sentando-se na janela e Yejin na ponta.


— Como você sabe disso? — questionou, achou impressionante Haru tocar no assunto quando ela estava apenas pensando naquilo.


— Foi os dias que eu a vi, talvez ela apareça amanhã. Queria que você a visse de perto, ela é realmente muito bonita.


— Você vai falar com ela um dia?


— Um dia! — Ela disse, de beicinho formado, deitou a cabeça no ombro da mais alta e o caminho seguiu.


(...)


— Yejin, onde eu deveria pedir pizza? — Haru perguntou, uma aba do navegador buscava por pizzaria na cidade, Yejin terminava de desamarrar o tênis. — Vou pedir no Pizza Hut.


A outra assentiu, se espreguiçando na beirada da cama. O lado do cômodo da colega de quarto de Haru parecia realmente bagunçado, havia até sapatos em cima da cama, Yejin tentou não ficar bisbilhotando.


— As vezes ela usa os sapatos de travesseiro, a Mengyu, eu gosto dela. — terminou, ajeitou o travesseiro e um dos ursinhos de pelúcia, convidando Yejin para se sentar ao lado dela. — Quer começar a assistir?


— Sim, por favor.


Os braços colados um no outro estavam atrapalhando e tornando desconfortável a posição, Haru se encolheu um pouco para perto da outra e o braço em volta do pescoço da mais velha foi uma resposta voluntária da Kang, Haru percebeu essa recente correspondência de aproximações. A japonesa se aconchegou mais um pouco, o braço de Yejin parecia um tanto desconfortável também, então a ela o puxou para perto do peito com uma das mãos.


A dona da mão alheia sentiu um formigamento por todo o corpo, deu uma ajeitada no posicionamento da mão, puxando mais pra cima e agora parecia perfeitamente confortável e decente.


A japonesa ocasionalmente soltava alguns suspiros e elogios pelo traço da animação.


— É uma animação japonesa, não se preocupe está legendado.


— É um traço bem bonito... É sobre o que? — Yejin perguntou, o olhar desceu um pouco para observar sua mão deitada no peitoral da japonesa.


— Você já vai ver..


A sobrancelha franziu instantaneamente quando uma frase totalmente sugestiva foi dita por uma das protagonistas.


"Embora... sejamos duas garotas..."


Ela estava prestes a perguntar, mas pensou que pareceria bobo e uma pergunta retórica, na cena seguinte onde as personagens se encaravam quando descobriram que estavam na mesma turma, ouviu um "Onw.." da outra.


De bochechas coradas ela tentou agir naturalmente, mas certamente era impossível. Tudo bem, era um romance, era adolescente, evidentemente um shoujo colegial, mas era sobre o amor de duas garotas.


Uma fagulha piscou dentro de Yejin, ao decorrer dos minutos a fagulha pareceu o suficiente para acender uma enorme fogueira em seu íntimo.


Pouco mais de meia hora depois a pizza chegou, uma pausa necessária para Kang Yejin não começar a suar frio e absorver tudo que estava acontecendo.


Ela voltou a rir da cena cômica onde o casal está em conflito porque uma das personagens achou que sua namorada iria lhe dar um fora por achar que ela não namoraria uma garota de peitos grandes. Haru tinha feito uma piada sobre seus peitos também serem pequenos, o que fez Yejin rir mais ainda. Ela também inconscientemente tentou imaginar como era embaixo da roupa da japonesa.


Elas dividiram as quatro fatias de pizza acompanhada de refrigerante, Yejin tentou advertir Haru que sua garganta podia piorar, mas a japonesa não ligou.


— Sua boca 'tá suja de molho.. — Haru disse, a morena soltou a pizza que estava mordendo e iria limpar com a ponta do dedo, mas a japonesa impediu. — Espera, deixa que eu limpo pra você...


O dedão deslizou no canto do lábio inferior da Kang, em seguida Haru lambeu o resto do molho para limpar o dedo, Yejin quase caiu morta. Parecia um certo tipo de flerte, ela concluiu, esticando o prato para colocá-lo em cima da mesinha.


— Como está a garganta? — perguntou, tentando desviar da encarada fofa que estava recebendo.


–- Está bem, não incomoda mais, mas acho que estou com febre.. — A japonesa guiou as mãos da Kang até as próprias bochechas –- O que você acha?


— Poxa, está um pouco quente mesmo.


— Mas irei melhorar! Obrigada por cuidar de mim, Yejinie.


Um sorrisinho tímido foi dado como resposta, Haru voltou a se aconchegar na outra.


O filme estava no fim, as duas fingiram não estar chorando com as protagonistas decididas a nunca se separarem. O choro da japonesa era um pouco mais perceptível, ela dava batidinha com a palma da mão para tentar as lágrimas.


— O que achou do filme? — Haru perguntou, viu a outra secar uma lágrima do canto esquerdo. — Oh.. Você também 'tá chorando...


— Eu achei bonitinho... — Yejin fungou. — Mas não 'tô chorando igual você.


Haru fechou o notebook e o colocou no compartimento da mesinha. Ficaram ali na pouca luz, vinda apenas do abajurzinho na cômoda, fungando os narizes e ocasionalmente soltando algumas risadas tímidas.


— Por que escolheu esse filme? — A coreana perguntou, um pouco seca, estava atormentada por alguns pensamentos.


— Gosto de animações japonesas, e gosto de romance colegial. — Ela juntou as pernas e abraçou os joelhos. — Tem algo errado?


— Não... — Ela tinha algumas perguntas, mas resolveu ignorar. — Eu gostei, realmente.


A japonesa apoiou a cabeça na parede, estavam sentadas bem próximas, ela tombou o pescoço para o lado e logo em seguida encarando a boca da outra, que ainda estava com resquícios de glitter do gloss de morango. O dedo indicador fez uma pressão sob o lábio inferior, Yejin reparou na cara vermelha e os olhos que desviaram rapidamente, também pode sentir mais da febre da outra.


Foram alguns instantes observando o abajur de bichinhos rosa até Abe Haruno capturar os lábios alheios para si, tão rápido que a Kang não teve tempo nem de fechar os olhos. Sua mente embaralhou, seus pelos arrepiaram e a única coisa que pensava era: O que fazer agora.


Haru puxou os joelhos para perto novamente, tentando se esconder. — Ah... Me desculpe eu– 


Yejin agarrou a nuca da outra, amassando as mechas loiras, os olhos se encaram por alguns segundos antes de simultaneamente se fecharem e suas cavidades entreabertas se juntarem, tão lentamente que Yejin pensou que poderia pensar um milhão de coisas antes daquele beijo acabar.


Primeiro, ela esperava não estar com um gosto forte de pepperoni, mas esse pensamento logo foi contra argumentado pelo fato de que Haru também estava com gosto de pizza de pepperoni.


Segundo, ela não conseguia controlar a euforia, embora sua boca suavemente pedia espaço e lentamente massageava a língua na da outra.


Terceiro, ela estava absolutamente apavorada. Era a primeira vez beijando alguém, embora envergonhada, ela tentava dar o seu melhor.


Foram sete segundos, mas não que elas tivessem contado. Cessou quando a japonesa tombou pro lado, acidentalmente.


Yejin tomou fôlego por um instante até ser atacada novamente, a loira lhe encheu de bitoquinhas por toda parte, a mais alta se aprumou no colchão e pode admirar como Haru ficava maravilhosa em cima de si.


— Desculpe, achei que não tinha feito direito da primeira vez... — Haru disse, as mechas loiras pingavam na face da Kang. — Posso tentar de novo?


Yejin assentiu, Haru poderia tentar quantas vezes fosse preciso.


A sombra rosada do abajur tornava a garota ainda mais charmosa, sua febre esquentava a face de Yejin, as mãos dessa se prenderam a barra do shorts da outra, não eroticamente, apenas porque não sabia onde colocar as mãos.


Elas nunca beijaram por tanto tempo, ainda inexperientes, Haru tentava não se viciar no gosto macio, sua boca começara a ficar inchada. Cessou, caindo no peitoral da morena. As unhas arranhavam a cavidade entre os seios da Kang.


Haru a encarou novamente. — Posso te beijar de novo?

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