Teen Mermaids

By _EuVitoria_

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Pertencente a dois mundos, Lydia, Rebeka e Luce precisam encontrar suas verdadeiras identidades. Seus c... More

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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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Indo as compras

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By _EuVitoria_

No meio da noite anterior, Lydia recebera uma ligação de Lucinda. Sua melhor amiga estava desesperada, e muito chateada havia lhe contado o que Betty havia aprontado junto com seus amigos populares. Fora só ouvir o que a garota dizia, que o sangue de Lydia ferveu e ela se viu querendo esganar a abelha rainha com suas próprias mãos, odiando-a ainda mais do que já odiava. Na manhã seguinte, ela foi estudar na força do ódio, andando de cara mais fechada do que o seu normal. Rebeka vinha ao seu lado enquanto ela se locomovia pelos corredores, a garota dizia algo a qual ela sequer prestava atenção, pois estava ocupada demais procurando por Betty Denver.

- Pode parando ai mesmo. - Gritou alto o suficiente para que do outro lado do corredor dos armários, a patricinha lhe ouvisse, o desprezo em sua face era proposital.

- Lydia, o seu cabelo está lindo hoje... - Se fingindo como sempre, ela elogiou assim que sua colega parou feroz em sua frente, tendo a cara de pau de sorrir docilmente.

- Cale a boca, sua sonsa venenosa. - Com sua paciência no limite, Lydia desferiu um tapa estalado na face da outra, que teve seu rosto virado para o lado com um impulso.  Aquela altura, já haviam chamado a atenção dos outros alunos, que chocados emitiram um "O" em coro.

- Como você se atreve? - Lydia nunca havia se sentido tão feliz como naquele momento, quando viu a outra tornar a erguer sua cabeça e lhe fitar com ódio, a marca do tapa gravado em sua bochecha avermelhada.

- Faça para mim, mas nunca para alguém que eu amo. - Com os olhos fixos na outra, Lydia se aproximou da forma mais ameaçadora possível, ficando nariz com nariz com a abelha rainha, que ainda esfregando aonde havia sido acertada, teve um brilho de medo passando por suas iris azuis.

- Eu não fiz nada. - Ela queria sair correndo dali, mas ao invés disso apenas engoliu em seco e colocou nos lábios o sorriso mais falso que pode formular. - Sua amiga é uma mentirosa.

Os punhos de Lydia Paker se cerram enquanto uma raiva sem tamanho a atingia. Batty não atuaria tão bem se fosse uma atriz. Ela não só havia humilhado Lucinda como estava negando o ter feito. Ela era uma cobra da pior espécie, mas não intimidava Lydia, que ainda não satisfeita com o tapa, empurrou a outra que bateu de costas no armário, novamente os alunos soltaram exclamações.

- Você é uma invejosa, Betty! Não aceita o fato de Luce lhe superar em tudo, sabe muito bem, que ela nunca precisou de popularidade para ser melhor do que você.

Conseguindo ser tirada do sério, a loura pulou sobre a outra, grudando suas mãos nos cabelos cacheados da mesma. Em uma briga, elas caíram no chão, no centro de muitos olhares chocados. Todos se dividiram, entre gritos de aprovação e outros de repreensão, entre "briga, briga, briga" e "alguém precisa separa-las" mas somente uma pessoa realmente tomou a frente de impedir que aquela briga se prolongasse.

Assim que alcançou o pequeno corpo de Lydia, Luca a tirou de cima de Betty. A garota saiu esperneando aos berros, toda descabelada enquanto ele lhe tirava de cima da outra menina, que se ergueu o mais majestosamente possível e apesar de estar com os cabelos todo pro alto e alguns arranhões, não perdeu sua pose.

- Você me paga, Paker.

- Você queria uma inimiga a altura, Barbie falsificada? Parabéns, agora você tem uma. - Ainda tentando se soltar, a sereia berrou de volta.

- O que você fez? - Luca a colocou no chão quando já estavam longe o bastante e só o fez quando teve certeza de que ela estava mais controlada.

- Dei uma lição na sua ex. - Sorriu vitoriosa, apesar de ter saído da disputa toda descabelada, estava contente por ter em suas mãos, um maço de cabelos de Betty. - Por favor... - revirou seus olhos enquanto tentava por seus cabelos em ordem. - Alguém um dia tinha que faze-lo.

- Você fez muito mais do que isso. Não percebe? - Luca bufou, passando as mãos em seu rosto, cansado. - Tinha acabado as brigas, os rótulos, os dramas, tudo... Betty estava disposta a descer do trono e não infernizar mais a vida de nenhum aluno. Você acabou de trazer de volta a guerra, ela ergueu uma bandeira de paz e você tocou fogo nela.

- Não acredito que disse isso! - Lydia fechou sua cara para ele, realmente não acreditando no que ouvia. Com aquelas palavras, Luca lhe irritava mais do que a própria Betty. - Pro inferno com esse tal recomeço, Betty pode erguer quantas bandeiras ela quiser, Drummond, se ela continuar machucando minha melhor amiga, tocarei fogo em todas elas, com muito prazer.

Ela jogou seus cabelos para trás, inflou seu peito e saiu pisando firme. Olhando para ela, Luca entendeu porque James a amava tanto, Lydia tinha uma personalidade rara

Naquele dia específico, Lucinda havia se permitido matar aula, pois não tinha coragem de ir até a escola depois da humilhação que passará na quadra. Era como se tivesse voltado no tempo e estivesse novamente no inicio do ano, aonde era a garota excluída e desprezada, a menina invisível que os poucos que conheciam a evitavam. Se sentia novamente aquela pobre garotinha que fugia dos populares pelos corredores e que preferia ficar em casa assistindo sozinha um bom seriado do que enfrentar os adolescentes cruéis com os quais convivia.

Havia passado a manhã toda deitada sobre sua cama com as roupas mais largadas que pode usar. Mas no primeiro horário da tarde, sua mãe escancarou a porta de seu quarto, fazendo questão de andar com passos ruidosos até sua cama, como se fosse da vontade dela, lhe despertar.

- Já chega desse momento deprimente. - A voz exageradamente alta de Agatha, destruiu sua tentativa de se manter em silêncio, fazendo com que Luce olhasse para ela de forma irritada. - Por pura curiosidade, esse seu momento de tristeza extrema tem alguma coisa a ver com o fato do carrapato ter ligado para cá mais de quinze vezes seguidas?

- Luca ligou? - finalmente interessada no assunto, Luce se sentou rapidamente na cama. - O que ele queria?

- Bem eu não sei, não atendi nenhuma das ligações - Com um leve dar de ombros, Agatha encarou suas unhas bem cuidadas e sentou ao lado de sua filha sem a menor delicadeza. - Não quero papo com o imbecil que deixou minha filha atirada a manhã toda.

- Luca não tem nada a ver com isso, mãe. - Revirou seus olhos para a implicância que a mulher tinha com o garoto, depois tornou a deixar seu corpo cair de costas na cama dramaticamente. - Na verdade, ele está sem saber o que aconteceu.

- E então quem tem, Lucinda? - daquela vez ela olhou para sua filha, realmente muito séria. - Se alguém estiver perturbando você, tem que me contar...

- Vamos só deixar isso para lá. - Pediu Luce, cansada de toda aquela situação constrangedora, apesar de ter uma relação mais do que incrível com sua mãe, nunca teve coragem de contar para ela as situações que enfrentava desde o primeiro ano na escola. Sempre lidera com tudo sozinha.

- Então vamos fazer biscoitos. - Sugeriu com um sorriso maternal lindo. Luce sentiu que aquele sorriso podia mandar embora qualquer tristeza. Pensou um pouco e concordou. Pois era algo que elas sempre faziam juntas, desde os primeiros anos da garota, aquilo marcará sua infância, lhe dando uma tradição e ótimas lembranças.

Elas vestiram aventais e foram para a cozinha, preparar os biscoitos em meio a muitas risadas, brincadeiras e sujeira. Era um daqueles momentos único de mãe e filha. Elas riram alto, dançaram, cantaram, e quando finalmente terminaram o que estavam preparando, se encontraram em meio a uma desordem enorme, mas com uma alegria contagiante. Alguns minutos depois, ela se sentaram em frente ao forno, com seus olhos brilhando como duas crianças esperando ansiosas.

- Atende você. - Agatha ordenou assim que ambas escutaram a campainha. - Eu cuido para não queimar.

- Isso seria péssimo. - Luce concordou rindo, enquanto caminhava até a porta, mas seu sorriso murchou assim que o viu parado na porta. - Luca?

- Oi. - ele lhe cumprimentou com um sorriso tímido, todo lindo dentro de uma calça jeans e uma regata branca, as mãos levemente enfiadas no bolso. - Podemos conversar?

- Eu acho que não é uma boa ideia... - Respondeu baixo, em tom de lamento, somente sua cabeça para fora, a porta mais fechada do que aberta. - Acho melhor você ir embora.

- Eu te magoei?- ele foi direto em sua pergunta, seu tom saiu baixo, e seus olhos brilharam de forma a deixar claro que quem estava magoado, na verdade, era ele.

- Não, Luca, você não fez nada... - ela sorriu suavemente com a nítida preocupação dele, mas seu sorriso saiu triste. - Só... Vai embora. Por favor.

- Por favor... Não faz isso com a gente. - ele implorou, tocando o nariz dela, Luce fechou seus olhos aproveitando da sensação e quando os abriu, encontrou-o com sua mão suja de farinha.

- Só... - fechou seus olhos e suspirou com força, sentindo dor ao ter que pronunciar aquelas palavras. - Vá embora.

Apesar de ser ela a mandar, não conseguiu nomear o sentimento que sentiu ao abrir seus olhos e se dar conta de que Luca já não estava mais ali. Mas não podia culpa-lo, não se pode mandar uma pessoa embora e culpa-la por ter ido. Não conseguiu esconder a dor de sua mãe, porque quando fechou a porta e se escorou na mesma, uma lágrima rolou. Agatha lhe sorriu de forma doce e consoladora, abrindo seus braços e recebendo sua filha neles, de forma acolhedora. Elas duas tiveram o abraço interrompido quando a campainha voltou a ecoar. Ainda chorosa Luce se afastou da mãe e abriu a porta, secando suas lágrimas.

- Luca, eu lhe pedi para ir... - Pensou que fosse seu namorado, mas para sua surpresa era seu grupo. Lydia, Rebeka, Clark, Meredith, Amanda, Danna e Belamy. Foi como se um peso fosse imediatamente tirado de cima das costas de Lucinda, ela sabia que não poderia ficar triste na presença das melhores pessoas que conhecia. Todos eles lhe sorriram de forma amável, como se soubessem de seus pensamentos, mutuamente, ela também sorriu.

- Viemos buscar você para irmos ao shopping escolhermos as roupas para o baile. - Rebeka foi a primeira a falar, junto com isso, abraçou sua prima.

- Agradeço por terem vindo. - Era óbvio que ela não iria ir, não conseguiria, não depois da ultima cena que tivera com Luca. Precisava subir para o seu quarto e chorar, pois se sentia patética por tê-lo machucado, mesmo que não tivesse tido escolha. - Mas...

- Mas nada. - as mãos de Agatha lhe envolveram por trás e a menina sentiu ela deitar sua cabeça em seu ombro. - Ela vai ir sim. Só vai trocar de roupa...

- Mãe, essa escolha é minha. - A cortou educadamente, não queria soar grossa pois sabia que a mulher só estava se intrometendo com a intenção de ajuda-la.

- Espero que vocês se divirtam. - Agatha a ignorou e disse para os outros jovens, dando as costas para eles enquanto gritava: - Venham, esperem ela se vestir aqui dentro. Fizemos biscoitos!

Apesar de terem ganhado o passe livre da mãe da menina, eles esperaram que ela decidisse, olhando para Lucinda com expectativa. Essa mesma respirou profundamente, revirou os olhos e abriu passagem para seus amigos, que entraram saltitantes enchendo a casa com risadas e conversas animadas.

Ela os seguiu para a cozinha, e quando os viu juntos, em conversas amenas, em uma amizade admirável, fora impossível para Luce não sorrir. Queria tê-los por perto, para sempre. Afastou seus pensamentos e foi correndo para o seu quarto, o dia seria longo, pois assim como seu melhor amigo, as outras meninas provavelmente seriam complicadas para decidirem uma roupa. Todos levavam a moda muito a sério por ali. Quando entrou em seu quarto sentiu o aroma de produtos de limpeza, como sempre o lugar estava impecável de tão limpo. Não era para menos, sempre fora muito perfeccionista e organizada. 

Fazia pelo menos um dia que não beijava Luca e já sentia falta dele, havia esperado tanto tempo par tê-lo que se odiava por tê-lo mandado ir embora. Mas sabia que era preciso que estivessem distantes, pelo menos por ora.

Suspirou, e ainda que não fosse de sua vontade, abriu as portas de seu guarda-roupa, buscando por uma vestimenta mais apropriada para a ocasião. Após se decidir por um vestido branco que batia pouco acima de seus joelhos e tinha um cinto cinza com uma fivela dourada, ela pegou uma toalha e foi até seu banheiro, tentando com o banho eliminar a preguiça que havia se estabelecido em seu corpo.

Depois que teve certeza de ter se banhado por tempo suficiente, se secou e arrumou-se sem fazer muita questão de o estar fazendo. Após isso, voltou para cozinha, encontrando muitas gargalhadas brincadeiras e rostos amigos. Luce sorriu novamente, os observando de longe, seria eternamente grata pela dadiva de ter encontrada entre doze mil pessoas, as melhores.

- Estou pronta. - Avisou baixinho, atraindo a atenção de todos os presentes.

- Pela demora eu achei que estaria mais bem arrumada. Mas está bom. - Com seu jeito nada delicado, Belamy falou e todas as outras riram, inclusive Lucinda, ela sabia que seu melhor amigo era insuportável as vezes, mas dava para tolerar.

- Vamos logo antes que eu mude de ideia. - alertou fazendo uma carranca zangada, mas no fundo estava feliz por eles estarem ali para salvar o seu dia.

- Esperem só mais um minuto. - Lydia pediu, todos lhe repreenderam com o olhar ao perceberam que a voz dela saia abafada por conta da boca que estava empanturrada de biscoitos de chocolate. - O que? - arregalou seus olhos, Rebeka soltou uma risada, se divertindo com a cena. - Isso aqui está delicioso.

- Claro que está. Fui eu que fiz. - Luce rebateu, com uma voz convencida e orgulhosa.

- Ja chega de comer. - Belamy tirou a travessa com os biscoitos da frente da garota, erguendo ela no alto para que a mesma não pudesse pegar. Chateada Lydia começou a dar pulinhos, resmungando, mas sua falta de altura não facilitava muito as coisas. - Temos vestidos para escolher.

Depois de muito custo e muitos protestos da parte de Lydia, eles conseguiram arrastar a garota para fora de casa e para longe dos biscoitos, enfiando ela no banco do carona do carro de Rebeka. Tiveram que se dividirem em dois grupos, graças a quantidade de pessoas que iam fazer as tão faladas compras. Lucinda já podia imaginar que o shopping local estaria lotado de alunos, animados para o baile de fim de ano, um querendo estar mais elegante do que o outro. Seus olhos se reviraram nas órbitas com o pensamento. Querendo ou não, ela também estava animada para aquela noite, era quase uma tradição da adolescência por ali, e era algo normal que por sorte, fazia parte da sua vida humana.

Quando encostaram em frente ao shopping, nenhum conseguiu esconder a animação para iniciar a busca pelos vestidos, estavam parados lado a lado de braços cruzados, em frente a enorme construção. Amanda e Danna chegavam a dar pulinhos.

- Beleza. - Belamy Martin saiu de seu lugar e parou em frente a todas elas, suas mãos postas na cintura e a voz autoritária como se fosse a líder de um grupo. - Eis as regras: Todos estaremos de vermelho, o vestido deve ser aprovado pelo grupo e... DIVIRTAM-SE MUITO. - ele jogou os braços para alto, de forma alegre, as amigas lhe seguiram em uma comemoração exagerada, gritando "uhuuul".

Depois dali, passaram as próximas duas horas entrando e saindo de lojas, comendo sorvete e bebendo refrigerantes, testando roupas e fazendo birras quando uma delas não gostavam. Amontoando sacolas e mais sacolas quando se decidiam por alguma coisa experimentada. Passaram todo aquele período de tempo com conversas saudáveis e engraçadas, falando muitas vezes do que esperavam daquele baile, Lydia e Lucinda reviravam seus olhos em cumplicidade quando o foco do assunto virava garotos.

- Isso é muito desconfortável. - Luce disse sufocada, enquanto o vestido lhe espremia e Lydia tentava fechar o feche nas costas dela. Em uma luta incansável.

- Mas é lindo. - a outra só lhe respondeu quando ganhou a guerra, olhando para a garota com um sorriso de mãe orgulhosa. - E vermelho... - Brincou, imitando a voz do Belamy e fazendo Lucinda gargalhar.

- Ele é uma figura. - Luce riu ainda mais alto, seu melhor amigo era raro demais. - Não tenho certeza se quero ir a esse baile. - sussurrou sem tirar seus olhos de seu reflexo no espelho.

- Não está falando sério. - Lydia soltou um palavrão, indignada, depois suspirou e se acalmou, olhando para sua melhor amiga que tinha uma expressão de dar dó. - Olha... - parou atrás do corpo da garota, o vestiário era pequeno, mas cabia ambas. Suas mãos se pousaram nos ombros dela e ela a fitou através do espelho. - Você passou por muitas coisas esse ano, Luce. Mais do que ninguém, merece essa noite.

- Mas Betty.. - abaixou seus olhos, evitando encara-la. Sua melhor amiga era tão corajosa que se sentia patética por ser tão covarde.

- Betty não vai fazer mais nada contra você, não depois da surra que eu dei nela. - completou, apertando gentilmente os ombros da outra.

- Você bateu nela? - a voz de Lucinda se alterou enquanto ela se virava para sua amiga, chocada. Primeiro pareceu gostar da ideia, depois ficou apavorada, falando rápido demais. - Meu.-Deus-agora-sim-estamos-ferradas-você-também-será-alvo-e-odiada-pela-escola-toda-vão-te-excluir-como-fazem-comigo...

- Então seremos excluídas juntas. - Lydia pegou em suas mãos, a fazendo parar com os movimentos frenéticos e olhar em seus olhos serenos. - Se Betty criar uma guerra, vamos vencer juntas. Está bem? Você, eu, e aqueles esquisitões que estão nos esperando lá fora.

Lucinda sorriu, acenou com a cabeça e a abraçou, sem saber que merda faria sem sua melhor amiga. Ela estava ambas com roupas de bailes, igualmente bonitas e vermelhas, se abraçando dentro de uma sala minúscula.

- Agora, vamos mostrar nossa roupa e ver a roupa dos outros. - Luce afastou seu corpo do dela, entrelaçou seus dedos, se entreolharam e sorriam mutualmente antes de saírem de dentro do vestiário.

Como se estivessem conectados, todos os outros saíram dos seus receptivos vestiários, em dupla. Rebeka e Danna, Meredith e Amanda, Clark e Bellamy. Todos com roupas completamente diferentes das quais entraram ali. As garotas de vestidos e o único rapaz, com um terno muito delicado. As roupas eram igualmente vermelhas, como combinado. Todos eles sorriem um para o outro e correm para o meio da loja, dando as mãos e rodeando pelo local, felizes e ansiosos.

- Vamos causar nesse baile, vadias. - Gritou Belamy Martin. 

Rebeka tivera uma surpresa ao chegar em sua casa e perceber que nela não estavam somente seus familiares. Ao avistar na sala de estar, sua prima, seus tios, sua mãe, Navid, Otis, e um casal de idosos, tentara passar despercebida para seu quarto, mas quando estava quase obtendo sucesso, Ana notou sua presença e chamou por seu nome.

- Oi, mãe. - obviamente ela não conseguira apenas ignora-la e seguir seu caminho, voltou para a entrada da porta e lhes ofereceu um sorriso forçado.

- Cumprimente as visitas. - Ana fez o que sabia fazer de melhor, repreendeu sua filha com a voz enquanto ditava o que ela deveria fazer. - Este é sr. e sra. Paz. Os pais de meu noivo.

- É um prazer conhece-los. - Usando toda sua educação, ela apertou a mão de ambos, enquanto tentava equilibrar as sacolas de compras na outra mão.

- Não nos disse que ela era tão bonita. - A senhora elogiou, bem gentil. Parecia muito amável.

- Ora, nosso Navid terá muito trabalho para cuidar de sua nova irmãzinha. - o senhor brincou, sorrindo. Eles pareciam uma boa família, rica e muito elegante. Não era atoa que Navid era um rapaz tão bem estruturado.

- É, eu terei mesmo. - o garoto prodígio provocou, sabendo que os outros estavam alheios a indireta que ele havia mandado para a jovem.

- Não tanto quanto ele pensa. - Rebeka riu disfarçada para os idosos, entrando no jogo para logo em seguida lançar um olhar fuzilador para Navid.

- Otis e sua família vão jantar conosco, querida. - Enfim Ana interrompeu aquela troca de alfinetada que acontecia bem debaixo do nariz de todos. - Já que em breve, seremos um grande família...

- Bem, a ideia me parece maravilhosa. - Rebeka disse, falsamente animada.

- Sua tia irá preparar um jantar especial. - Ana dissera tão docemente que sua filha teve a certeza de que ela estava se esforçando para bajular seus sogros. - Por que não sobe e deixa as compras lá em cima? Depois pode descer e fazer companhia para Navid.

- Para mim será um prazer. - Sua filha que na verdade estava odiando aquele tal jantar em família, continuava atuando muito bem. - Mas se me derem licença, antes, irei tomar um banho.

Quando ganhou a concordância de todos, Rebeka tornou a sorrir e os deu as costas. Se esforçando para agir como uma boa menina, pois apesar das brigas, se importava muito com a felicidade de sua mãe e sabia que aquele relacionamento, era importante para ela.

Ignorando sua vontade de sair correndo daquele jantar que prometia uma cena de família perfeita, a jovem sereia foi para o seu quarto, e indo contra todos os seus desejos de apenas se atirar na cama e recuperar as energias que havia gasto com seus amigos, largou suas sacolas de shoppings e foi para o banheiro, retirando a roupa no caminho. Se demorou mais do que o necessário debaixo do chuveiro, não só porque a água caindo em seu corpo era muito satisfatória, mas também para ter o prazer de deixar Navid lhe esperando. Saiu cantando de dentro do local, seus olhos estavam fechados enquanto a garota se idealizava como uma pop star. Só abriu suas íris castanhas quando ouviu uma risada de divertimento, e quando as abriu, elas estavam arregaladas.

- O QUE ESTÁ FAZENDO EM MEU QUARTO, SEU PERVERTIDO? - Sua irritação aumentou ainda mais quando percebeu que Navid seguia inabalável, com um olhar sereno e um sorriso pacífico.

- Ora maninha, vim ver se estava bem, afinal de contas, você demorou muito. - Naquele momento Rebeka percebera o quanto aquele garoto a sua frente era manipulador, ele jogava o tempo todo e vivia sobre duas identidades, o baladeiro e extrovertido e o menino de ouro admirado e idolatrado pela família.

- Eu não sou sua irmã. - Grunhiu, empinando o nariz e querendo arrancar com um soco certeiro aquele sorrisinho sacana dos lábios dele.

- Tem razão. Eu nunca poderei te ver como irmã. - De uma ora para outra, ele brotou do seu lado, afastou delicadamente seus cabelos molhados de seu pescoço e começou a depositar ali pequenos beijos carinhosos, Rebeka fechou seus olhos, se deliciando com a sensação, tendo que controlar-se muito para não soltar um gemido. - O cheiro do seu shampoo é muito tentador.- Ele disse, com um sorriso nada puro. Estava envolvendo a menina em seu flerte, mas quando estava quase conseguindo o que queria, se afastou e acrescentou: - Mas o cheiro da comida de sua tia, realmente está mexendo com o meu psicológico. Estou faminto.

- Seu cafajeste! - Tentando demonstrar sua frustração, ela jogou um travesseiro nele, Navid desviou habilidosamente e saiu gargalhando como uma criança. - É um imbecil mesmo... - resmungou para si depois de se encontrar sozinha, afinal de contas, ele havia lhe provocado de formas nada comportadas, e ela como uma bobinha, cedera ao seu charme. O desejo e a raiva lhe consumiam. Se aquele noivado acontecesse realmente, as coisas poderiam se complicar muito mais do que Rebeka havia previsto e talvez ela não pudesse jogar sua noite na cama com Navid, para debaixo dos panos, o que seria um baita problema, afinal de contas, teria dormido com seu irmão emprestado. 

Era óbvio que ela sabia que as coisas podiam se complicar mais do que o esperado naquela noite, mas não era como se pudesse fugir dela. Então acalmou a si mesma e mais do que depressa vestiu a primeira roupa que encontrou, afinal de contas, todos eles já estavam lhe esperando. Quando por fim ela desceu, recebeu todos os olhares da mesa, ninguém havia tocado um dedo na comida, como se estivessem esperando sua presença para iniciar.

 - Desculpem a demora. - sorriu o mais educadamente que pode, se sentando logo em seguida. Seus lados estavam cercados por sua mãe e sua tia, a sua frente se encontrava Navid, que lhe sorriu de forma maliciosa. 

 O maravilhoso banquete fora atacado no segundo seguinte, logo haviam muitas mãos guiando taleres, servindo refrigerantes entre outras bebidas. A conversa também seguia alta e agradável, entre muitas risadas e brincadeiras, quem visse de forma realmente acharia que eram uma família a centenas de anos, tamanho era a sincronia e a paz que naquele momento preenchia o lugar. 

 - E então, querida... - seu tio serviu-se de vinho, deu um longe gole e olhou atenciosamente para Rebeka. - Vi que você e Clark chegaram com algumas compras, é para o baile? 

- É, sim. - embora simpática, foi bem curta, pois não queria ir mais afundo no assunto. 

 - Um baile? - a mãe de Otis perguntou com um sorriso de orelha a orelha. Não deixando o assunto que parecia muito de seu agrado, passar despercebido. - Isso é fantástico! Eu adoro bailes. Quem vai leva-la? 

- Homens não são pernas, senhora Paz. Eu mesma me levarei ao baile. - soou o mais neutra que pode, pois ao observar a expressão da senhora, percebeu que em momento algum ela perceberá o quão machista seu comentário poderia soar. Afinal de contas, ela vinha de uma época diferente, não era culpa sua que refletisse o que lhe havia sido ensinado.

 - Bem, seria um prazer para mim, levá-la. - Navid argumentou, fazendo-a lembrar de sua presença. 

 - Fico agradecida, mas irei ser minha própria companhia nessa noite. - Sorriu forçado para ele, o recusando de forma gentil, afinal de contas, aceitar seria um erro. As lembranças da última festa na qual estiveram juntos, ainda estavam bem vivas na mente de Rebeka. 

 - Eu também não tenho um par. - Toda encantada, Clark interferiu, sem ter noção do quão boba parecia fitando o garoto, com o queixo apoiado sobre a mão e o olhando com fascínio, quase babando.

 - Está vendo, Navid, se quer mesmo ser um cavaleiro, acompanhe minha prima. - O jeito que ela olhava para ele, denunciava que a menina estava o desejando. Rebeka recebeu uma fuzilada do menino por seu comentário, ela segurou um riso ao vê-lo em uma saia justa. 

 - Claro... Vai ser um prazer. - o desprazer estampado em sua face. Logo o tópico da conversa mudou, para o alívio de Rebeka. Os adultos começaram a falar entre si, entrando em assuntos desinteressante para os jovens. Se vendo liberada, Beka começou a retirar as louças, vendo naquela ação, uma forma fácil de sair dali sem parecer desagradável. 

 Quando estava organizando as coisas em seu devido lugar, da cozinha teve acesso a mesa de jantar e seu peito apertou. O casal de idosos se abraçavam e riam um para o outro de forma apaixonada, pareciam dois adolescentes amando pela primeira vez. Era uma cena linda, mas doeu nela, pois temia jamais ser capaz de viver um amor como aquele. O amor não envelhece, aqueles dois deveriam ter enfrentado muitos obstáculos para permanecerem juntos, e ainda assim se amarem como se fosse a primeira vez. Era triste pensar que o seu grande amor, havia desistido do amor deles no primeiro problema que surgiu. 

 - Algum problema? - a voz surgiu atrás de sua cabeça, fazendo-a secar rapidamente as poucas lágrimas que havia deixado escapar. 

 - É que... - suspirou e sorriu com tristeza, encarando suas mãos. - É triste pensar que nunca viveremos algo assim. A nossa geração perdeu a Éra do amor. 

 - O amor ainda existe, nós é que fazemos questão de não encontra-lo. Porque a nossa geração perdeu a esperança no amor, está todo mundo desacreditado. Como encontrará algo se você sequer acredita que ele existe? - as palavras profundas de Navid, junto com sua voz próxima da nuca dela, fez com que Rebeka se arrepiasse. Lentamente ela se virou e ficaram tão próximos que suas respirações se misturavam, ele pegou o rosto dela entre suas mãos e começou a secar os vestígios que as águas haviam deixado para trás. Seus olhares o tempo todo conectados. Ela sentiu suas pernas ficarem moles ao passo que ele se aproximava com cautela, estava quase se beijando quando foram interrompidos. 

- O que vocês estão fazendo? - Era Ana. Rebeka permaneceu estática no lugar, com seu estômago revirando. Incapaz de responder aquela pergunta. Ela realmente não sabia o que estavam fazendo. 

 - Ela estava com um cílio na bochecha. - Navid lidou muito bem com a situação. Confirmando as suspeitas dela que para ele, atuar e mentir era como respirar.

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