Algumas semanas depois...
Anne
Já fazia algumas semanas que havia começado a trabalhar no meu espaço,
Contei com a ajuda de Rafael, ele me indicou uma pessoa que me ajudou com as reformas que o lugar precisava para se tornar um estúdio de dança.
Agora o estúdio estava perfeito. Decidi dar o nome de "espaço de dança D' Souza". Depois comecei a investir na divulgação e dois dias depois já tinha em média de doze alunos.
Passei a dar minhas aulas das três às seis da tarde, e com isso conseguia ficar mais tempo com Sofia. Já Rafael fazia questão de me buscar no trabalho todos os dias.
Tive a ideia de aproveitar os horários vagos para ceder espaço para outros outras aulas, então, consegui mais duas professores, a Camila e a Elisabeth. O espaço passou a funcionar em todos os turnos.
Tudo parecia estar dando certo. Minha relação com Rafael estava cada dia melhor. Sofia já estava começando a nós chamar de papai e mamãe.
E como Rafael tinha prometido, ele conversou com o Dr. Bruno para que ele desse entrada com o pedido de adoção da Sofia.
Eu não podia estar mais feliz.
- Ei Anne, tem como encaixar mais uma pessoa no seu horário - pergunta a Bia, minha recepcionista.
- Se for no horário das 17h às 18h, dá sim Bia - digo entrado no espaço para dar início as minhas aulas.
O primeiro grupo já estava a minha espera para aula de ritmos.
- Oi pessoal, como vocês estão? - pergunto a eles com um sorriso no rosto e eles retribuem meu cumprimento.
Iniciei demostrando calmamente alguns passos com a batida da música "contatinho".
As aulas eram sempre bem animadas, tanto que até senhoras de quase 60 anos iam fazer, pois amavam.
- Sua aula estava maravilhosa, como sempre Anne - Fala Diana sorridente.
Ela era uma senhora de aproximadamente 50 anos de idade, além disso era extremamente simpática.
- Que bom que gostou e amanhã prometo que será melhor - digo sorrindo para ela, então, Diana se despede me dando um abraço caloroso.
Amava meus alunos, eles eram super amorosos e dedicados.
Já eram 18h quando finalizei minha última aula. Me despedi dos meus alunos desse horário e fiquei a espera de Rafael. Enquanto isso Bia estava me ajudando a organizar as coisas para encerrar o expediente por hoje.
Neste momento, um homen entra no estúdio, logo o reconheço.
- Oi Danilo, que surpresa - digo meia confusa com a sua presença ali.
- Olá Anne, desculpa não avisar que eu vinha, mas acabei ficando com um papel do contrato do imóvel que deveria ter deixado com você. E como não consegui te contatar por telefone, resolvi passar aqui e deixar - Diz ele sorrindo e me entrega o emvelope.
- Ah obrigada, mas não precisava se deslocar até aqui só para isso.
Bia que estava parada próxima a janela, pigarreou e quando a encarei vi um brilho de divertimento em seu olhar.
- Sem problemas- Diz ele e depois olha ao redor - ficou lindo o seu espaço.
- Obrigada - Digo
- Boa noite - Diz Rafael.
Neste momento gelei, pois tive medo que ele criasse caso por causa da presença do Danilo, já ele foi motivo de uma de nossas brigas no início do casamento.
Percebo pelo olhar de Rafael que ele não estava gostando nem um pouco de ver o meu corretor alí.
- Boa noite. - Diz Danilo.
Logo me apresso em apresentá-los, mas sabia que isso não era necessário, pois Rafael já sabia que o corretor era.
- Rafael, esse é Danilo Braga...
- Sim, eu sei - Me interrompe ele com cara de poucos amigos.
Depois Rafael volta sua atenção para o Danilo e se apresenta de uma maneira um pouco arrogante.
- Sou Rafael Alburquerque, marido da Anne - diz ele estendendo sua mão para o outro homem.
- Prazer em conhece-lo - diz Danilo apertando sua mão - Bem, já vou indo Anne - completa Danilo ao se virar agora para mim.
- Ok, obrigada pelo documento - Digo e ele assentiu com um gesto de cabeça. Depois se despede e vai embora.
- O que esse sujeito queria? - indaga Rafael com feições sérias.
- Ele venho apenas trazer esse documento do imóvel que me esqueci de pegar - respondo levantando o envelope que Danilo havia deixado - Ele tentou me ligar, mas não conseguiu, então, resolveu trazer pessoalmente.
- Sei.. - Diz Rafael levantando uma de suas sobrancelhas.
- Ei, não fica com essa cara - Digo me aproximando dele e fazendo um carinho o em seu queixo - Agora vou terminar de fechar tudo para irmos embora garotão - Digo passando por ele e lhe dando um tapinha no traseiro.
- Garotão? - repete ele soltando uma gargalhada.
Assim que me despedi de Bia e caminhei em direção ao carro, que Rafael deixou estacionado na frente do meu trabalho. Neste momento, senti uma sensação de estar sendo observada. Abruptamente, parei e fiquei olhando para todos os lados a procura de alguma coisa ou de alguém, mas não vi nada diferente.
- Anne, o que foi? - Rafael indaga com um expressão preocupada.
- Não sei... tive a sensação de estar sendo vigiada. - Digo balançando a cabeça - Esquece, deve ser o cansaço mexendo com minha cabeça.
Assim que chegamos em casa, Sofia correu para nos receber.
- Oi Margo - Digo assim que entrei na sala e soltei minha mochila no sofá.
- Oi querida. - Diz ela pegando alguns brinquedos de Sofia e guardando na caixa.
- Vêm cá meu amor - Diz Rafael pegando Sofia no colo e depositando um beijo em seu rostinho.
- Pepa papai - Diz ela apontando para a TV.
Sofia era uma garotinha maravilhosa, alegre e carinhosa. Além de amar assistir a pepa.
Ela já nos via como os pais dela. Porém, a todo momento mostravamos fotos de Nick e valentia. Explicavamos que eles eram seus pais e que haviam deixado Rafael e eu tomando conta dela, pois haviam virado estrelinhas. Contudo, Sofia ainda era muito novinha para compreender tudo que aconteceu.
Decidimos que iríamos deixar ela nos chamar como quisesse, mas que sempre contariamos quem era seus pais biológicos. Até porque amávamos ela como uma filha.
- Vamos assistir a pepa então. - Declara Rafael cruzando o espaço para sentar-se no sofá.
Sofia ficou toda animada, prova disso foi que ela envolveu o pescoço Rafael com seus bracinhos e encostou seu rostinho no dele.
Vendo aquela cena, disse a mim mesma que era tudo que eu queria na vida.
Me aproximo deles e deposito um beijo no nariz de cada um. Sofia começa a rir com seu meu gesto e Rafael me faz um carinho nos cabelos e me olha com ternura.
Enquanto eles assistiam TV, aproveitei para tomar um banho.
Depois que Sofia jantou, carreguei ela para o quarto. Assim que ela adormeceu eu desci para jantar com Rafael.
Encontrei ele sentando no sofá olhando alguns papéis.
- Vamos comer ?
- Sim vamos - Diz ele, deixando os papéis de lado e vindo na minha direção.
Ele me puxa para junto de seu corpo e me beija apaixonadamente. Rafael afasta seus lábios dos meus, mas fica com sua testa encostada na minha.
- Você já pensou o que vai querer ganhar de aniversário? - Ele pergunta tomando meu rosto entre suas mãos.
- Ainda falta um mês. E outra, o melhor presente eu já ganhei, que é você e a Sofia - Digo sorridente e ele volta a me beijar.
- Vou pensar em um presente para te dar "Minha pequena" - diz ele acariciando meu rosto - Agora vamos comer que estou morto de fome...
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Duas semanas depois...
Rafael e eu havíamos decidido colocar a Sofia na escolinha, apenas no período da tarde. E hoje era o primeiro dia dela.
Rafael me ligou alguns minutos atras me avisando que não conseguiria chegar a tempo de levar Sofia na escola comigo, pois teve que resolver alguns problemas no trabalho.
- Tudo bem - Digo pegando a mochila da Sofia e colocando no banco de trás do carro.
- Depois me ligue para me falar como foi - pediu Rafael
- Pode deixar. Agora tenho que desligar. - Digo pegando Sofia do colo de Margo.
- Até mais.
Eu estava nervosa e com meu coração apertado, pois tinha medo que Sofia estranhasse e começasse a chorar, não iria aguentar. Mas sabia que tinha que transmitir segurança a ela, então durante o trajeto conversei com ela sobre as coisas legais que ela iria fazer sem a mamãe, o papai e a Margo.
Assim que estaciono o carro na frente da escola olho para trás e digo:
- Meu amor, qualquer coisa que precisar você chame a professora que ela me liga na mesma hora para mamãe.
- Tá - diz ela sorridente
- Meu amor, sábia que nesta escola, tem bastante amiguinhos para você brincar, além disso tem pracinha com escorregador que você adora - Digo tirando ela da cadeirinha.
- Eba- diz Sofia muito feliz me fazendo sorrir diante de tamanha animação.
Sofia entrou na sua sala e foi direto para os brinquedos que estavam em cima de um tapete. Para minha surpresa e felicidade, ela não chorou pelo contrário estava bem animada.
Conversei alguns minutos com a professora dela que garantiu que qualquer coisa iria ligar para meu celular ou para o de Rafael.
Quando sai da escola e estava me dirigindo para o carro, tive aquele mesma sensação que estava tendo fazia algumas semanas, de estar sendo observada.
Olhei ao redor, mas não vejo nada. Então, entro no carro e vou direto para o trabalho.
Chego no estúdio e vou direto para o vestiário colocar minha roupa. Como ainda tinha um tempo antes da minha primeira aula, aproveitei para verificar minha agenda e dar uma conferida nas fichas dos alunos.
- Oi Bia, pode me passar a agenda - peço a ela.
- Oi Anne. - diz ela ao mesmo tempo que pegava a agenda e me alcançava.
Dei uma rápida olhada, para ver os horários de todas as aulas. Depois conferi a quantidade de aulas que tínhamos na semana e quais eram os horários que cada professora tinha, para ver se dava para encaixar mais gente.
- Menina, quem era aquele Deus grego que esteve aqui outro dia ? - Pergunta chamando minha atenção para ela.
- De quem está falando mulher? - indago fingindo não saber de quem ela estava falando, mas na verdade sabia muito bem que ela se referia ao Danilo.
- Não se faça de boba mocinha - diz ela, estreitando seu olhar para mim.
- Ah, você está falando do Danilo, meu corretor - Digo com ar debochado.
- Viu como você sabe de quem esrou falando - Diz ela apontando o dedo indicador na minha direção e rindo - Ele é muito bonito - completa ela, apoiando seu cotovelo sobre o balcão e descansando sua face na palma da mão e dá um longo suspiro.
- Acho que alguém gamou no Deus grego - falo de maneira irônica.
- Não amiga. - Se apressa em dizer Beatriz - Mas, notei que ele esta todo assanhadinho para o seu lado - Diz fingindo estar decepcionada.
- Você está louca, ele sabe que sou casada. - E se você está interessada nele, posso lhe dar o seu cartão. Quem sabe você possa precisar pesquisar alguns imóveis - digo num tom de zombaria, fazendo Bia rir.
- Não...
- Ok, se mudar de ideia. - Digo piscando para ela.
- Quem sabe algum dia não resolva comprar um imóvel - Diz ela entrando na brincadeira.
Enquanto Bia organizava os materiais para uma aula de yoga eu terminei de fazer minhas coisas.
Meu celular começa a tocar. Rapidamente, corro até o balcão para pega-lo, pois podia ser da escola da Sofia.
Quando olheo pra tela vejo que era um número restrito, então não atendi. Depois de alguns segundos volta a tocar. Resolvo a atenter.
- Alô, quem fala? - pergunto.
Apenas o silêncio do outro lado da linha. Ninguém respondeu.
- Oiii - Digo um tanto impaciente.
Neste momento, escuto o som da respiração da pessoa do outro lado da linha. Tive um pressentimento ruim. Rapidamente, desligo.
Achei muito esquisito tudo aquilo. Porém, não voltei a receber mais ligações assim.
Mais tarde liguei para o Rafael para contar como havia sido o dia da Sofia na escola.
- Vou busca-la na escola e passo para pegar você para irmos para casa do seu pai - Diz ele.
- Ok