Summer Sun, Something's Begun

By hyejuns

70 2 4

Foi no início do verão que Kang Yejin teve que aprender a lidar, além de seus simples dilemas pessoais, com a... More

Em dias de verão o coração de Yejin também derrete.
De estação em estação.
Problemas que derretem como picolé.
Eu vou cuidar bem de você.
Garotas cintilam rosa.

É só quando chove que crescemos.

10 0 0
By hyejuns

Yejin não sabia muito sobre si, nem sobre os outros. Soube mais sobre Abe Haruno e sua fixação por boinas e manicure quando as duas tiveram que limpar o freezer assim que chegaram, e Yejin contou sobre sua amiga que trabalha no cinema.

— O nome dela é Hyejun — Yejin soprou um riso pra fora quando viu a careta da Haru quando ela resolveu lamber um picolé que quase sobreviveu ao fatal derretimento do episódio anterior. — As vezes eu vou lá só pra comprar pipoca.

— Tem gosto de manga e limão. — Haru fez uma cara azeda. "Me desculpem, picolés." Ela sussurrou para o palitinho indo para a sacola de lixo.

— Ei! Vamos terminar de limpar esse freezer logo. — A outra ordenou, pronta para bater na japonesa com um dos palitinhos.

Ter uma colega de trabalho começava a tornou aquela monótona rotina divertida, Yejin estranhava a maneira que rapidamente se deram bem e a maneira que conversavam diariamente como se se conhecessem a anos, embora a coreana mais falasse sobre coisas superficiais do que realmente falava sobre si, também fazia piadas que possivelmente só Haru encontrava algum tipo de graça.

Naquele dia Haru contou um pouco sobre sua vida, participou de campeonatos de dança esportiva por dez anos e venceu algumas dessas competições, era um grande orgulho para sua mãe. Yejin achou incrível, ficou boquiaberta – e um tanto apreensiva – com as piruetas que a japonesa deu pelo corredor.

— E por que veio pra cá? — Yejin perguntou, assaltando uma das balinhas no pote do balcão.

— Queria tentar algo novo — disse Haru, observando o céu nublado pela vidraça. — Vai chover, mas se eu me apressar posso chegar em casa antes da chuva.

— Você não trouxe um guarda-chuva?

— Eu não tenho um guarda-chuva. — Reparou nas gotinhas que começavam a surgir no vidro, bufou. Fazia calor demais para andar com um casaco de capuz, no fundo apenas admitia que, infelizmente, sua boininha iria ficar encharcada até chegar em seu lar, ou por sorte a chuva teria parado até às seis horas.

Infortunadamente a chuva engrossou, se tomou vencida pela situação.

— E como tem sido? — perguntou Yejin, com a balinha de morango derretendo na boca.

— Hum? — Haru distraída indagou, ainda encarando a chuva.

— O que fez de novo até agora?

— Ah! Bem, eu arrumei esse emprego — Suspirou. — Não é muito ainda, nem diferente do japão, mas pelo menos eu conheci você e o Senhor Cho, que são muito amigáveis.

Yejin não pode deixar de achar adorável a maneira fofa que Haru disse e mais adorável ainda quando ela deu a volta no balcão apenas para agarrar o braço de Yejin e repousar a cabeça ali, sem dizer nenhuma palavra.

Contudo, mesmo sendo fofíssimas essas aproximações repentinas de Haru, causavam uma precipitação indesejada no coração de Yejin, que em reflexo passou a recuar quando esses afetos duravam tempo demais, como não queria que aquilo pudesse ser mal interpretado pela garota, ela arrumava alguma desculpa e ia pra longe.

E Haru parecia não perceber em nenhum momento o que estava causando.

(...)

A chuva continuava intensa, o Senhor Cho entrou com os ombros encharcados, murmurando de ter se esquecido de seu guarda-chuva. Jogou conversa fiada com Yejin com as perguntas diárias sobre como havia sido o dia, Haru estava terminando de limpar uma das mesinhas que ficava ao lado da máquina de café, o som da chuva se distinguia fortemente com o som frequente da circulação dos automóveis lá fora.

Pensou em esperar um pouco lá dentro na esperança da chuva diminuir, viu Yejin na porta, terminando de ajeitar a jaqueta jeans no corpo e com um guarda-chuva em mãos.

— Haru, vamos?

A japonesa se apressou, tirou o colete azul e colocou em cima da bancada, despediu do Senhor Cho e as duas saíram. Haru agarrava firme o braço de Yejin que segurava o guarda-chuva.

— Onde você mora? — perguntou Yejin.

— Eu pego um ônibus pra chegar no meu dormitório — Haru respondeu, ainda estavam paradas em frente à lojinha. — No ponto de ônibus do próximo quarteirão.

Começaram a andar, Yejin tomou nota de não andar tão rápido como de costume porque Haru poderia não conseguir acompanhar, olhou de soslaio para a japonesa, algumas gotas da chuva escorriam por uma das hastes quebradas do guarda-chuva velho e pingavam no ombro da baixinha, sua avó a fez trazer consigo porque disse que iria chover e não queria ver sua neta chegando ensopada como de costume nos dias chuvosos.

— Troca de lugar comigo, gosto de andar na esquerda — Yejin pediu, rapidamente trocando a mão que segurava o objeto e Haru voltou a agarrar seu braço.

Mesmo com as gotinhas pingando em seu ombro ela não se importava, tentou não encarar Haru naquele período, pois ela parecia muito fofa encolhida da chuva.

— Yejinie, naquele dia que me apresentei te achei intimidadora, sabia?

— Hmm.. Eu realmente sou, é melhor ter cuidado comigo, Haruzinha.

— AhAhAh! Yejinie tem um coração mole, isso sim! Quando você fez aquilo por mim no meu primeiro dia, eu senti meu coração bater mais forte. — Admitiu, os olhinhos brilhantes encaravam Yejin quando essa, sorridente, olhou para Haru.

— Por que me achou intimidadora? — perguntou, voltando a prestar atenção em seus passos e em quanto faltava para virar a esquina do quarteirão.

— Acho que pela sua altura, mas quando o Senhor Cho disse que você era mais nova que eu, fiquei encantada, você parece uma Unnie que na verdade é uma Dongsaeng! Aliás por que não me chama de Unnie?

— Porque você não parece uma Unnie, acho que no futuro serei eu que continuarei te salvando de problemas.

— Não se preocupe, Yejinie, no futuro serei uma boa Unnie, você vai ver! — exclamou, se aconchegando para perto da mais alta.

A japonesa era bem tagarela pra alguém que ainda aprendia a língua coreana, Yejin concluiu. Estava um pouco nervosa em estar tão perto dala, dessa vez não poderia recuar e deixá-la se molhar, por sorte viraram a esquina e o ponto de ônibus já estava próximo.

Quando se aproximaram, Haru sentou no banco, havia uma proteção de vidro para dias de chuva, Yejin preferiu ficar de longe segurando o guarda-chuva. Haru avisou que levava normalmente oito minutos até o transporte chegar.

— Você quer que eu chame um Uber? — perguntou Yejin virando-se para trás, encontrou Haru balançando os pezinhos que não se apoiavam no chão pelo banco ser alto.

— Não, tudo bem, eu gosto de pegar o ônibus. — Estava sorridente.

— Você desembarca em frente à sua casa?

— É alguns metros distante do dormitório, mas tudo bem!

— Você não tem dinheiro? Eu posso pagar se estiver tudo bem pra você. — Yejin insistiu, já tirando o celular do bolso.

— Ahh! Você é muito fofa, Yejinie, mas tudo bem, eu prefiro esperar o ônibus.

Iria insistir mais uma vez, mas desistiu, Yejin gostaria de saber se havia algum motivo para Haru querer tanto pegar o ônibus, ou se não passava de acaso.

— Você não vai ir pra sua casa? — Haru perguntou, verificando os ponteiros no relógio em seu pulso.

— Não tem medo de ficar aqui sozinha?

— Awww, Yejinie vai me proteger do perigo? Que fofa! — Viu as bochechas da Yejin ficar vermelhinhas, achando mais fofo ainda.

— Tsc, tsc. — reprovou, mas deixou escapar um riso envergonhado por realmente ter sentido as bochechas esquentarem. Sua atenção foi tomada por Haru novamente quando ela soltou um súbito "Ai!" — O que foi?

— Ai!! Tem um lixo no meu olho!

— Huh!? Lixo? — Yejin perguntou, Haru se levantou e aproximou-se esfregando o dedo no olho esquerdo. Yejin desocupou a mão que segurava o celular, guardando-o no bolso e sua mão se aproximou da face da japonesa. — Deixe eu ver...

Se inclinou um pouco e pela diferença de tamanho, seus rostos estavam bem próximos, o ar quente de Yejin batia contra a pele de Haru que com profundidade parecia ter estabelecido o olhar na boca da mais alta.

— Acho que não tem nenhum "lixo" aí, Haru. — Yejin disse, rapidamente recuando quando notou a proximidade que estava da outra.

— Quis dizer sujeira! Mas acho que já saiu mesmo. Ah! Olha, meu ônibus está vindo. — Haru ajeitou a boina na cabeça e a franja em seu rosto, seu olhar estava super atento buscando algo dentro do ônibus.

— O que está procurando?

— Ali! A moça de cabelo preto. Woah, ela é tão bonita, não é? — Haru disse apontando (totalmente indiscretamente) para uma garota de cabelos escuros, tinha uma pele alva que contrastava com o tom preto do cabelo e a boca pintada de batom vinho.

— Até amanhã Yejin! — disse Haru, entrando rapidamente no ônibus e sentando no banco atrás da bela garota, acenou pela janela para Yejin e o veículo se distanciou.

Yejin tentou não fazer nenhuma expressão que denunciasse sua perplexidade, fazia tanto tempo que não pensava em sexualidade, em particular na sua sexualidade, um pensamento passou correndo pela sua cabeça, abrindo todas as janelas que ela vinha tentando manter fechada, a moça era realmente bonita, mas apenas pensava em como gostaria que Haru a achasse bonita também.

Continue Reading

You'll Also Like

550K 12.3K 60
A girl who is terrified of the creatures who made themselves known and a possessive Alpha who has waited all his life for his mate.
604K 17.6K 57
*Warning - Contains 18+ Content* He holds my face firmly between two hands. "Sienna, I'm not going to have you for the first time one of Maren's gues...
129K 4K 65
❝ 𝐭𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐚𝐫𝐞 𝐩𝐥𝐞𝐧𝐭𝐲 𝐨𝐟 𝐰𝐚𝐲𝐬 𝐭𝐨 𝐝𝐢𝐞, 𝐛𝐮𝐭 𝐨𝐧𝐥𝐲 𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐜𝐚𝐧 𝐤𝐢𝐥𝐥 𝐚...
37.4M 1.4M 144
"My dad sold me to a pack of werewolves to settle his gambling debt." ❀ "I'm going to count to three," Logan growls. He doesn't have to say the rest...