O Misterio do Cristal de Gelo...

By LadyJoker01

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Ulquiorra Cifer é um detetive particular que trabalha na agência de detectives do renomado Aizen Sōsuke, que... More

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By LadyJoker01

Havia se passado algum tempo após a luta de Chad e a turma de amigos decidiu sair do galpão para comer alguma coisa, já que muitos deles ainda não tinham comido e estavam com muita fome. Eles caminharam pela rua até encontrar um foodtruck e onde compraram seus lanches.

Orihime — Eu estava sentindo falta disso, todo mundo saindo junto e se divertindo — disse com um enorme sorriso no rosto e o nariz sujo de mostarda.

Rukia — É verdade, isso só aconteceu uma vez, que eu lembre — comentou dando uma mordida no lanche.

Uryuu pegou um dos seus lenços e entregou a Orihime, para que ela pudesse limpar o seu nariz sujo. Keigo comia o seu sanduíche quando foi interrompido por uma ligação da sua irmã.

Ichigo — Aconteceu alguma coisa?

Keigo — Ela só quer que eu vá para casa agora, algo como ajudá-la em umas tarefas de casa, senão ela irá esconder o meu vídeo game. — Ele flexionou os joelhos e olhou para o céu, colocando as suas palmas das mãos para cima. — Oh, como ela é cruel! Não se faz isso com um homem!

Renji — Esconder o videogame realmente é um golpe fatal — O ruivo falou com um falso tom sério, brincando com o desespero do amigo.

Mizuiro digitava alguma coisa no celular e deu um sorrisinho olhando para a tela, em seguida olhou para a cena que o amigo estava fazendo.

Mizuiro — Vamos Keigo, eu te acompanho até em casa.

Keigo — Valeu cara — O moreno se recompôs, como se nada tivesse acontecido, e colocou o skate no chão.

Mizuiro sorriu em retribuição e repetiu o gesto do amigo.

Orihime — Não durou muito tempo... — lamentou fazendo bico.

Rukia — Sempre tem outras oportunidades, Inoue-san.

Mizuiro — Espera aí — disse pegando o celular novamente e digitando mais uma mensagem.

Keigo — Você está falando com alguma garota?!

Mizuiro — É — respondeu trivialmente.

Keigo — Oh cara, por que você sempre se dá bem com as garotas?! — reclamou de forma dramática colocando o pé em cima do skate.

Mizuiro deu de ombros, colocando o pé no skate e acenando para os amigos, Keigo suspirou e depois deu impulso no skate.

Renji — E aí gente, que tal a gente ir pra aquela praça que a gente tava antes?

Ichigo — Boa ideia.

A turma restante andou até uma pequena praça que estava logo à frente. Orihime, Rukia e Ishida sentaram-se em um dos bancos em frente a fonte de água, enquanto Renji sentou-se em seu skate, Ichigo ficou de cócoras no chão e Chad ficou em pé ao lado de Ichigo.

Ishida — Não seria mais fácil sentar no chão, Kurosaki?

Ichigo — Não, eu estou bem assim — respondeu, balançando-se.

Rukia — Tem certeza? Eu poderia te chutar daqui e te derrubar — dizia esboçando um sorriso maldoso.

Ichigo — É um blefe — comentou trivial.

Rukia — Sério? — Levantou lentamente a perna, sorrindo.

Renji — Acho que só com um chute não seria tão efetivo Rukia, mas, talvez se eu lhe desse um soco... — falava pensativo, juntando-se à provocação.

Ichigo — Ei, vocês estão com algum complô ou algo do tipo?!

Rukia chutou as pernas de Ichigo o fazendo perder o equilíbrio, caindo no chão. Rukia e Renji riram alto, enquanto Ishida e Orihime se permitiram dar uma pequena risada, apenas Chad ficou sério.

Ichigo — Muito engraçado, Rukia. — disse levantando-se e pegando um pouco de terra e folhas secas do chão.

Rukia — Realmente foi mesmo — falava ainda rindo e batendo na mão de Renji, que estava estendida no ar para um high five.

Ichigo levantou-se por completo e ficou de frente a Rukia, jogando as folhas e a terra no cabelo dela.

Rukia — Caramba, Ichigo! — A morena deu outro chute nas pernas dele e depois começou a tirar as folhas do cabelo. — Se não queria que eu te chutasse, não tivesse sentado na minha frente de uma forma tão tentadora, eu precisava fazer isso.

Renji — Inocentada de todas as acusações.

Ichigo — Eu não quero ficar em pé — disse limpando as mãos na calça.

Uryuu — O Sado está em pé e não está reclamando — alfinetou.

Chad — Eu gosto de ficar em pé.

Nesse momento o celular de Renji tocou e a atenção de todos se voltou para o som da música Back In Black do AC/DC, ele segurou o aparelho e ficou surpreso em saber quem estava ligando-o.

Renji — Eu volto já — avisou enquanto se levantava do skate, andando na direção da fonte e atendendo o celular.

Yo Hisagi.

Yo Renji, como tá as coisas aí?

Estão indo como sempre, faz tempo que não recebo ligações suas, o que tá rolando aí?

Está tudo uma correria, todos os jornais e blogs da cidade querem fazer uma reportagem sobre o que aconteceu lá na mansão Kuchiki, na verdade, eu e o Izuru acabamos de sair de lá.

E ele deixou vocês entrarem?— Renji pareceu surpreso, porém com um tom de riso.

É claro que não, eles estão deixando isso privado o máximo... E é por isso que eu gostaria que você me ajudasse em uma coisa.

Que coisa? — O ruivo sentou-se na borda da fonte.

Você poderia pedir a Rukia Kuchiki que nos desse uma exclusiva?

Renji deu uma breve risada e voltou a falar.

Como você tem uma boa imaginação, Hisagi.

Por favor, cara.

Eu não sei se consigo convencer ela — coçou a cabeça.

Jogue um pouco do seu charme que vai dar certo — Hisagi começou a rir do outro lado da linha.

Renji riu também, quando escutou uma terceira voz falando, era o seu amigo Izuru.

Com um pouco de sorte você pode até conseguir um encontro — disse Izuru e após isso o tatuado escutou os dois amigos rindo.

É mais fácil eu conseguir que o Senhor Kuchiki dê uma exclusiva para vocês dois.

Vamos sair hoje à noite, eu descobri um lugar legal pra a gente ir, depois a gente conversa sobre isso melhor — Hisagi voltou a falar.

Certo, vejo vocês dois mais tarde.

Renji desligou o celular e voltou para onde os seus amigos estavam, para a sua surpresa Ichigo estava agora sentado no colo de Rukia, imediatamente o rapaz sentiu um pequeno aperto no peito e deu um suspiro, voltando a sentar-se no skate. Olhando para frente o tatuado notou que não era o único incomodado com isso, Ishida também parecia estar sentindo algo.

Renji — Eu saio por uns instantes e vocês já estão assim? — perguntou dando uma risada um pouco forçada, tentando deixar o clima ainda suave como estava antes.

Ichigo — Uns instantes? — falou ironicamente.

Orihime — O Kurosaki-kun e a Kuchiki-san conseguiram resolver o problema de onde o Kurosaki-kun iria se sentar e, que fosse de uma forma que a Kuchiki-san não pudesse machucá-lo — sorriu. — Só está um pouco... — A ruiva olhou para Rukia, que estava sendo quase toda coberta pelo corpo de Ichigo. — Desproporcional...

Rukia colocou a cabeça para frente, ficando entre o peitoral de Ichigo e o ombro de Orihime.

Rukia — Eu não ia sentar no colo dele.

Ichigo — Por que não? — perguntou inocentemente.

Rukia — Porque não. — disse em um tom levemente irritado.

O tempo passava tão rápido quanto um suspiro e o sol começava a se pôr entre os prédios de Karakura. Orihime olhou no relógio de seu celular e se assustou com o horário.

Orihime — Oh não, estou quase atrasada para o meu trabalho — levantou-se rapidamente do seu lugar no banco. — Eu ia passar em casa antes, mas acho que agora não vai dar tempo — lamentou-se suspirando.

Ichigo — Onde está trabalhando, Inoue? — Ao notar que o lugar de Orihime estava vago, o ruivo apenas deslizou e sentou-se nele.

Rukia ao sentir o peso sendo retirado de seus membros inferiores, tratou de alongar-se antes que sentisse algum tipo de câimbra.

Orihime — É como se fosse um bar — direcionou o seu olhar para todos. — Muito obrigada por hoje pessoal, foi maravilhoso. Tchau — sorriu e virou-se caminhando.

Uryuu — Espere, Orihime — Ishida levantou-se rapidamente do banco. — Eu te levarei até lá.

A ruiva parou de caminhar e virou novamente em direção dos seus amigos, observando o de óculos se aproximar dela.

Orihime — Obrigada Ishida-kun. — Ela sorriu para ele, que retribui o com um pequeno sorriso para a amiga.

[...]

Ishida e Orihime continuaram caminhando em silêncio e, após estarem em uma certa distância da praça que estavam, Uryuu decidiu falar.

Uryuu — Por que está com tanta vergonha de dizer onde está trabalhando agora, Orihime?

Inoue surpreendeu-se com a pergunta, pois ela já havia falado sobre isso com ele antes. Tanto Ishida quanto Ulquiorra não gostavam do Gran Caída, diziam que aquele não era um ambiente para ela e, após os acontecimentos de mais cedo, ela estava começando a pensar dessa forma também. O casal de amigos passou por mais um quarteirão.

Orihime — Eu não sei se eles seriam tão compreensivos como você e o Ulquiorra-kun, tenho medo que eles achem que estou fazendo algo a mais do que cantar, você entende? — perguntou insegura.

Uryuu — Orihime, eles também são os seus amigos, eles te conhecem, é claro que eles não iriam pensar algo errado de você — O moreno a olhou, seus olhos eram sérios, porém gentis.

Orihime — Mas...— Ela começou a falar, porém, é interrompida novamente por Uryuu.

Uryuu — Não se preocupe com o que eles vão pensar, além disso, sempre se pode explicar a situação.

Orihime — Obrigada Ishida-kun, eu não irei mais esconder isso — A ruiva deu um breve sorriso.

A rua onde o Gran Caída se localizava era bastante movimentada, mas não havia só aquele lugar para o entretenimento dos cidadãos de Karakura, logo a frente do Gran havia outro bar — um pouco mais discreto do que o seu concorrente — apenas com uma placa sinalizando o nome do local "The Luck Day".

Uryuu — Orihime eu vou te deixar aqui, tá bem?

A ruiva confirmou com a cabeça enquanto se virou em direção a um pequeno beco na lateral do bar, entrando por uma porta no lado dos fundos. Ishida olhou para os lados e atravessou a rua, entrando no outro bar à frente. O local estava lotado de homens jogando vários tipos de jogos de apostas, mas uma mesa específica chamou-o à atenção. Um homem olhos azuis e cabelos castanhos acima dos ombros, que possuía um belo cavanhaque, jogava buraco com uma garotinha de cabelos verdes, seus finos gritos preenchiam o lugar.

— Stark, você está roubando! — A criança gritou, apoiando os braços em cima da mesa, quase se levantando da cadeira.

— Lilynette pare de gritos... — pediu o homem em um tom de voz baixo e um tanto cansado.

— Mas isso é injusto, vou acabar perdendo toda a minha mesada por sua causa! — A pequena escorou-se na cadeira de braços cruzados.

— Eu te disse que aqui não é lugar para crianças — repreendeu a garota tomando um gole de conhaque. — Esse é só um teste, se quiser ganhar desses caras vai ter que se esforçar mais.

— Certo, vamos outra rodada. — Sua voz soava confiante, sentou-se novamente e tomou um gole de sua caixinha de leite.

Uryuu estranhou a presença de uma criança ali, a presença delas não era proibida, mas mesmo assim era inapropriado — havia venda de bebidas alcoólicas, apostas e homens bêbados andando pelo salão. Enquanto pensava nisso, Ishida quase esbarrou em um homem, ele era bem maior do que o moreno, com aproximadamente dois metros. O senhor virou-se em sua direção, seu sorriso era inconfundível tanto quanto a sua voz.

— Olha só quem acabou de chegar aqui! Parece que o mauricinho realmente é um homem de palavra! — O homem esguio deu uma sonora gargalhada.

Uryuu — Saia do meu caminho, Nnoitra — disse olhando para cima, já que o seu confrontador era bem maior que ele.

Nnoitra — Está tão confiante hoje riquinho, veremos se irá continuar assim depois de perder para mim de novo — riu novamente.

Uryuu passou por Nnoitra e se dirigiu a uma mesa de sinuca pegando um dos tacos disponíveis.

Uryuu — Pare de tentar me provocar e ande logo, eu não tenho o dia todo — respondeu sério.

O desafiante aproximou-se da mesa de sinuca e recebeu o seu taco de um homem que estava ao seu lado, organizando as bolas do jogo enquanto olhava para Ishida, em seu rosto era notório o seu sorriso perturbador.

[...]

Enquanto isso, Ichigo, Rukia, Chad e Renji continuavam na praça, desta vez Chad estava sentando no lugar onde Ishida estava sentado antes.

Chad — Está ficando tarde, tenho que pegar minhas coisas no galpão — levantou-se.

Ichigo — Oh está bem, nós vemos outro dia Chad — O ruivo acenou para o amigo, que estava começando a se distanciar, Chad retribuiu o aceno e caminhou para fora da praça.

Rukia — Ichigo você deveria se atentar a hora também, não se esqueça que o seu pai te quer cedo em casa.

Ichigo — Não pode está tão tarde assim, Rukia — comentou olhando para o relógio do celular. — Oh não... — levantou-se com pressa do banco. — Estou dez minutos atrasado, preciso correr.

Renji — Espera, Ichigo, use o meu skate — empurrou o objeto na direção do garoto. — Você me devolve depois.

Ichigo — Valeu, Renji — agradeceu e em seguida olhou para a garota.— Seu irmão nunca mais vai te deixar ir comigo pra lugar nenhum — lamentou-se, porém ainda mantinha um tom divertido.

Rukia — Depois você pensa nisso, anda logo cabeção.

Ichigo deu um impulso no skate e deslizou velozmente acenando para os amigos.

Renji — É, parece que eu vou ter que deixar em casa, Rukia — Ele a olhou.

Rukia— É — concordou levantando-se. — Acho melhor irmos logo, o caminho é longo.

Renji — Tem razão.

A dupla saiu da praça e caminhou em silêncio, Renji queria puxar alguma conversa com Rukia pelo percurso, como a própria havia dito o caminho era longo e fazê-lo em silêncio seria um pouco chato, mas não sabia como ainda.

Renji — Rukia, você se lembra daqueles meus dois amigos que estavam há uns anos à frente de nós na escola?

Rukia — Fala daquele que tem um "69" tatuado no rosto e aquele loiro?

Renji — Exatamente! — deu uma risada sem jeito. — Você tem uma boa memória, Rukia.

Rukia — Na verdade, eles eram os únicos caras que eu via você sendo realmente íntimo, mas o que tem eles?

Renji — Eles conseguiram um emprego como repórteres na Gazeta de Karakura.

Rukia — Bem, isso é algo legal — A morena deu um sorriso amarelo, pois não sabia onde o ruivo queria chegar com aquilo.

Renji — É, e eles me pediram para falar com você.

Rukia — Comigo? — Seu tom indicava surpresa.

Renji — Eles gostariam de saber se você poderia dar uma entrevista sobre o roubo na sua casa — comentou receoso.

Rukia — O nii-sama não quer que eu fale nada sobre isso, somente o necessário. Além disso, acho que ele já falou tudo que era de interesse para a mídia — suspirou.

Renji — Você não poderia dar nenhuma chance para eles?

Rukia — Eu não sei... — respondeu com a voz baixa, incerta, parando de andar logo em seguida.

Renji — Por favor, Rukia — falou abaixando-se na altura dos olhos dela.

Rukia ficou pensativa por alguns segundos, desviando dos olhos castanhos do tatuado, mas em seguida voltou a fitá-lo.

Rukia — Certo, eu posso dar uma entrevista para eles — suspirou.

Renji — Você é incrível, Rukia! — O garoto deixou-se ser guiado por suas emoções e segurou a garota no braço, abraçando-a. — Aproveitando que você está tão receptiva, gostaria de sair comigo?

Rukia — Primeiramente Renji, me coloca no chão. — Ele atendeu o pedido da jovem. — Obrigada. — A morena deu uma pequena pausa antes de voltar a falar. — E em segundo, desculpe Renji, mas eu não estou interessada, mas se você quiser sair com o pessoal eu adoraria ir também — sorriu sem jeito. Já fazia algum tempo que ela sabia dos sentimentos do seu amigo, mas infelizmente, não sentia o mesmo por ele.

Renji — Tudo bem. — Tentou disfarçar a sua frustração com um sorriso falso.

Rukia — Vamos logo — gesticulou com a mão, voltando a andar.

Os prédios altos da cidade começaram a dar espaço às árvores e flores que enfeitavam a parte nobre da cidade — fruto do ato de "cortesia" da família Kyoraku quando eles se alojaram na cidade com suas floriculturas. A mansão Kuchiki era a primeira a ser vista de onde os jovens estavam, Rukia notou que a sua casa estava rodeada de homens vestindo ternos pretos e braçadeiras com o símbolo da família Shihouin.

Rukia — O nii-sama realmente não quer que o que aconteceu ontem volte a acontecer — comentou.

Renji concordou com a cabeça e caminhou até onde costumava estar o portal junto a Rukia. Alguns homens estavam instalando um novo portão, bem mais moderno e elegante.

Rukia — Obrigada por ter me deixado em casa, Renji — agradeceu olhando para o seu companheiro.

Renji — Não precisa me agradecer por isso...

Ela fez um soquinho com a mão e bateu no soquinho dele, depois entrou na casa, passando pelo jardim da frente e notando que havia algo diferente, uma câmera encontrava-se semi escondida atrás de alguns bambus. Rukia andou um pouco mais depressa, procurando o seu irmão, até que escutou uma voz desconhecida e, em seguida, a voz de seu avô.

Eles estavam na área mais moderna da casa, onde as paredes de fusuma foram substituídas por paredes feitas de concreto — devido a um acidente ocorrido no passado —, a jovem decidiu esconder-se atrás delas escutando a conversa.

Byakuya — Obrigado por vir aqui pessoalmente, senhor Tsunayashiro.

Tokinada — Não precisa me agradecer, senhor Kuchiki — esboçou um largo sorriso.

Ginrei — Onde as câmeras foram instaladas, senhor Tsunayashiro?

Tokinada — Ao todo são seis câmeras na área dos jardins, com mais três câmeras na entrada e quatro na sala dos tesouros.

Byakuya — Certo... Espero que somente essas sejam o suficiente.

Tokinada — Os senhores poderão acompanhar as câmeras através desse aplicativo — O homem mostrou o celular a Byakuya. — Só basta inserir o seu número de cadastro e senha para ter o acesso.

Ginrei — Enquanto o pagamento? — questionou-se o mais velho, tocando o bigode

Tokinada — Considerem isso como uma troca de favores, quando nós precisarmos de vocês, gostaríamos de ter o seu apoio.

Rukia retirou-se antes que ele terminasse de falar, não podia arriscar que alguém a visse espiando, sendo assim, caminhou para o seu quarto e deitou na cama pensativa.

[...]

Ichigo impulsionava o skate com força, deslizando tão rápido a ponto de quase atropelar algumas pessoas pelo caminho. O céu estava cada vez mais escuro e a impressão de que a sua casa ficava em outra cidade aumentava cada vez mais — sendo assim, ele decidiu cortar caminho, entrando em um beco que poderia servir como atalho.

Haviam em torno de seis caras se empurrando no meio do atalho, eles eram bem barulhentos e chamativos, Ichigo passou pelos garotos, tentando não atropelá-los e mantendo a sua velocidade, porém acabou atravessando em cima de uma pequena poça de lama, sujando o tênis de um dos rapazes.

Em condições normais Kurosaki pararia para se desculpar, mas estava realmente sem tempo, então só seguiu o seu caminho, ou ao menos tentou, em questão de segundos sentiu-se sendo puxado para trás e caindo brutalmente no chão sujo de água amarronzada.

Ichigo — Você está louco cara?! — falava enquanto se levantava, tentando olhar para o homem que havia o derrubado.

Seus cabelos azulados e espetados chamaram rapidamente a atenção de Kurosaki, ele era alto, musculoso e usava uma jaqueta da universidade de Karakura. Ichigo encarou o rapaz, seus olhos castanhos fuzilavam os olhos azuis do seu agressor.

— Bom arremesso, Grimmjow! — gritou o menor do grupo.

Grimmjow — Cale-se Di Roy, eu não preciso dos seus incentivos — disse sem tirar os olhos de Ichigo. — Eu estou louco?! Acho que você entendeu errado ruivo metido, o louco daqui é você.

Ichigo irritou-se com aquela atitude e passou por Grimmjow batendo no seu ombro.

Ichigo — Sai do meu caminho, não tenho tempo para brigar com você — colocou o pé em cima do skate.

Grimmjow cerrou os olhos e colocou a mão esquerda no ombro direito de Ichigo, o virando para a sua frente e o socando na face com o seu punho direito, o ruivo desequilibrou-se do skate e caiu um pouco na direção da parede. Sem esperar que a sua visão voltasse a focar, Ichigo socou Grimmjow na face — que acabou virando o rosto devido à intensidade do golpe.

Grimmjow — Seu pedaço de merda — disse ao perceber que havia cortado levemente o seu lábio superior, dando um sorriso de canto de boca logo em seguida.

Os outros garotos tinham feito uma barreira humana, fechando todos os lados do beco, eles gritavam o nome de seu amigo. "Acabe com ele", "Soca ele" entre outros comandos de briga podiam ser ouvidos por todo o beco. Grimmjow adorava a sua plateia, adorava quando seus amigos o tratavam do jeito que ele queria ser tratado, como um rei, o melhor de todas as brigas, o melhor de todos.

O homem de cabelos azuis avançou para cima de Ichigo com o intuito de pressioná-lo contra a parede, ele queria ouvir um pedido de desculpas e também humilhá-lo, porém Ichigo conseguiu desviar do ataque direto de Grimmjow indo para a sua esquerda e para longe da parede. Embora esse fosse um movimento arriscado, Grimmjow virou-se para frente de Ichigo com o intuito de acertá-lo, mas foi surpreendido por outro soco frontal, o atingindo no nariz.

Kurosaki preparava-se para dar outro soco no homem, porém quando estava esticando o braço sentiu a mão de Grimmjow o puxando para baixo e o socando na cara novamente. Após socá-lo, o azulado complementou o seu ataque com uma joelhada na barriga do ruivo. Ichigo sentiu uma forte perda de ar e começou a pender para frente, quase caindo, mas Grimmjow o levantou puxando-o pelos cabelos e deferindo outro soco na face — desta vez o nariz do ruivo começou a sangrar.

Ichigo chutou a perna esquerda do universitário, embora tenha sido um chute mal feito, surtiu o efeito que ele esperava, Grimmjow desequilibrou-se caindo sob os seus amigos, que o empurram de volta para perto do seu adversário. Kurosaki queria derrubar Grimmjow, assim poderia socá-lo até que ele ficasse desacordado. Com isso em mente, e aproveitando o que havia acabado de acontecer, ele esperou que o azulado avançasse em direção dele — do mesmo jeito que estava fazendo todas às vezes. Grimmjow atendeu as expectativas de Ichigo e avançou, nesse momento o ruivo abaixou-se rapidamente dando-lhe uma rasteira.

Jaegerjaquez caiu no chão sujando a sua jaqueta de lama, ele tentou levantar-se para não perder vantagem, mas Ichigo avançou ficando em cima dele. O sangue do nariz do ruivo escorria até a sua boca enquanto ele socava a face de Grimmjow, utilizando o soco esquerdo e o direito em sincronia.

O nariz e boca do azulado começaram a sangrar e os seus amigos pararam de gritar, mudando para uma atitude mais agressiva, avançando contra Kurosaki, tentando tirá-lo de cima do seu amigo. Porém, todos foram interrompidos pelo som de algo batendo em uma lata de lixo.

— Parem com isso moleques! — Um homem de cabelos afro apareceu em uma das entradas do beco, carregando um taco de beisebol e andando ferozmente na direção dos garotos.

Imediatamente os amigos do universitário saíram de cima de Kurosaki, e ele de cima de Grimmjow, o deixando no chão.

— Saiam logo daqui! — O homem voltou a gritar e girar o taco.

Jaegerjaquez levantou com a ajuda dos seus companheiros, enquanto Ichigo andou ofegante em direção ao skate.

Grimmjow — Isso ainda não terminou maldito! — gritou enfurecido apontando para Ichigo.

Kurosaki impulsionou o skate com dificuldade, ele não apanhou tanto quanto Grimmjow, mas ainda sentia muita dor na barriga e na face. Mesmo que limpasse o sangue do seu nariz, ele insistia em cair, Ichigo queria que pelo menos essa evidência de luta sumisse, já que quando chegasse em casa ainda teria que lidar com o seu pai bravo.

Ichigo — Essas merdas só acontecem comigo — suspirou irritado.

Após alguns minutos ele chegou em casa, Yuzu atendeu a porta e, assim que viu o estado do irmão, se desesperou. Ele estava sujo de lama e suor, além do fato de está com o nariz e com alguns arranhões superficiais na bochecha direita e a esquerda estava começando a inchar.

Yuzu — Ichi-nii o que aconteceu com você?! — perguntou desesperada.

Ichigo — Só acabei entrando em uma briga, não há nada o que se preocupar Yuzu. — deu um sorriso dolorido. — Estou muito atrasado?

Yuzu — O papai está bem bravo — disse enquanto acenava afirmativamente com a cabeça

Ichigo — O velho... — falou coçando a cabeça e deixando os calçados na entrada. — Acho melhor eu me apressar, onde estão os outros?

Yuzu — O papai quis mostrar algumas fotos nossas enquanto você não chegava, acho que se você for agora ele não vai ver.

Ichigo confirmou com a cabeça e andou o mais rápido que pôde para as escadas, subindo os degraus com calma e indo em direção ao seu quarto, porém, sentiu uma forte cotovelada no seu braço o empurrando contra a parede, o ruivo soltou um gemido de dor.

Isshin — Está atrasado! — cruzou os braços, liberando o garoto da parede.

Ichigo — Eu sei — disse zangado. — Dá pra você parar de piorar os meus machucados?! — reclamou, voltando a caminhar para o seu quarto.

Isshin — Você arranjou briga com quem dessa vez? — O acompanhou até o quarto, falando em tom rígido.

Ichigo — Eu sei lá, um cara simplesmente quis brigar comigo — respondeu entrando no quarto e tirando a camisa.

Isshin — E é claro que você deveria atender os desejos dele, não é?! — bufou olhando para o filho e analisando os seus ferimentos, algumas marcas roxas estavam começando a aparecer na sua região lombar, sem contar os ferimentos na cara.

Isshin — Se apronte rápido, vamos te esperar na mesa de jantar, coloque um algodão no nariz para estancar o sangue — ordenou enquanto andava até a saída do quarto, ouvindo o seu filho murmurar. — Depois do jantar vá à clínica, quero analisar os seus ferimentos melhor — fechou a porta deixando o quarto.

Ichigo foi ao banheiro e tomou o seu banho, limpando todos os seus ferimentos e, logo após, colocou o algodão no nariz, como o seu pai havia dito para fazer. Após alguns minutos ele dirigiu-se à sala de jantar, onde seu pai e irmãs já estavam sentados à mesa acompanhados de seus primos.

Ganju — Olha só, a estrela de Hollywood acaba de chegar — comentou rindo da própria piada.

Ichigo — Cala a boca, Ganju. — respondeu com um tom levemente irritado, mas com um micro sorriso no rosto, enquanto sentava ao lado de Yuzu e Karin na mesa.

Kaien — É bom te vê primo — O moreno sorriu alegre para o parente.

Ichigo — Também fico contente em vê vocês de novo.

Kuukaku olhou para o rosto de Ichigo.

Kuukaku — Andou se metendo em brigas, Ichigo? — questionou em tom de brincadeira. — Você não muda mesmo.

Ichigo — A culpa não foi minha dessa vez. — disse segurando o prato.

Ganju — Então como foi? Você ficou apanhando e chorando? — provocou-o, soltando uma gargalhada.

Ichigo — É claro que não, eu ganhei a luta.

Karin — Você conhecia ele Ichi-nii? — A pequena intrometeu-se na conversa.

Ichigo — Não, ele era um cara estranho de cabelo azul, — ficou pensativo por uns instantes. — Grimm... Grimmbow... Grimmjow, acho que era esse o nome dele — dizia enquanto colocava a comida no prato.

Kaien — Grimmjow? Grimmjow Jaegerjaquez?! — perguntou surpreso.

Ichigo — Eu sei lá — respondeu desinteressado.

Karin e Kuukaku deixam escapar uma pequena risada nasal.

Kaien — Acho que sim — concluiu o primo mais velho. — Já estudei com ele por um ano, era o encrenqueiro da escola, sempre arranjando brigas por qualquer coisa.

Ichigo — Eu notei — falou mordendo um pedaço de carne.

Isshin — Então garotos, quando chegaram a Karakura? — perguntou, tentando mudar o assunto na mesa.

Kuukaku — Nós chegamos antes de ontem, mas as coisas ficaram tão corridas que só conseguimos parar hoje à noite.

Kaien — Nós estávamos planejando vir aqui mais cedo, mas tivemos que resolver algumas coisas com o seguro do mercadinho do Ganju — O moreno colocou uma porção de arroz na boca.

Yuzu — O que aconteceu com o mercadinho Ganju-chan? — olhou para o primo preocupada.

Ganju — Umas garotinhas arruaceiras me assaltaram, elas acabaram quebrando algumas coisas e levaram outras do estoque — respondeu o moreno com a boca suja e cheia de macarrão. — Mas o prejuízo não foi tão grande assim.

Yuzu — Kaien-chan, a faculdade é tão divertida como os filmes mostram? — Mudou de assunto, olhando empolgada para o primo.

Kaien — Desculpe me decepcioná-la Yuzu, mas ela não é, eu tenho uma rotina de estudos bem extensa. — respondeu dando uma leve risada.

Kuukaku — É verdade, ele passa mais tempo na biblioteca do que na nossa própria casa — disse em tom de riso.

Kaien — Tenho que me manter estudando — falou bagunçando o cabelo da irmã levemente. — E você deveria se manter também, você disse que esse ano iria entrar na faculdade.

Ganju — Faculdade de que mana?

Kuukaku — Ainda não sei, falei isso pra ele parar de me atormentar.

Ichigo — Vocês vão ficar aqui até quando?

Kaien olhou para Kuukaku e em seguida olhou para Ichigo.

Kaien — Estávamos planejando ficar por uma semana, mas já se passaram três dias desde a nossa chegada e ainda não conseguimos ver todo mundo e resolver o que a gente queria...

Kuukaku — Então acho que vamos ter que colocar mais uma semana na agenda — deu de ombros sorrindo.

Eles continuaram a jantar e, quando todos haviam acabado, Isshin levantou-se para pegar a sobremesa na geladeira, voltando com um enorme pudim.

Isshin — Esse foi o primeiro pudim que a Karin e a Yuzu fizeram sem a minha ajuda, não sejam muito cruéis com elas caso ele não esteja bom — sorriu enquanto cortava os pedaços e distribuía para cada um.

Yuzu — Eu espero que esteja bom... — A garotinha juntou as mãos, falando com insegurança. — Quase deixei a calda queimar...

Ganju — Eu aposto que ficaria uma delícia mesmo assim. — Ele deu uma piscada para a prima que sorriu.

Ichigo deu a primeira colherada no doce e o comeu.

Ichigo — Não precisa se preocupar Yuzu, está ótimo — sorriu carinhosamente para a irmã.

[...]

Após o jantar, a família se reuniu na sala de estar e conversaram sobre as lembranças do tempo em que Ichigo e os primos eram pequenos; Isshin contava histórias do tempo em que a sua esposa Masaki estava viva e das brincadeiras que ele e a sua irmã costumavam fazer quando "Os tempos eram mais fáceis", até que chegou a hora de Karin e Yuzu subirem para dormir.

Ganju — Acho que deveríamos ir também — disse esticando os braços e deixando escapar um bocejo.

Isshin — Ichigo, vá organizar o saco de dormir do Ganju.

Ganju — Não precisa se preocupar, tio. Eu já sei onde as coisas ficam. — O moreno deu um joinha com a mão, sorrindo e, logo em seguida, começou a subir as escadas.

Kuukaku — Acho que eu deveria ir também — comentou levantando-se do sofá.

Ichigo — Boa noite, Kuukaku — acenou para a prima.

Isshin — Seu quarto é o terceiro à esquerda.

Kuukaku confirmou com a cabeça e também subiu as escadas para os quartos.

Kaien — Bem, já que todos estão indo dormir, me sinto obrigado a ir também — O jovem levantou-se da cadeira. — Boa noite, tio. Obrigada por está sendo tão hospitaleiro.

Isshin — Não há o que agradecer, Kaien. — O patriarca deu um tapa nas costas do sobrinho.

Kaien — Até mais tarde, Ichigo. — despediu-se enquanto subia as escadas.

Isshin — Até que foi uma noite legal, não acha, Ichigo? — disse olhando para o seu filho.

Ichigo — É, foi.

Isshin — Vamos para a clínica, tenho que te dar algumas medicações.

Ichigo e Isshin caminharam em direção a clínica Kurosaki. O ruivo sentou-se em uma das marcas e o seu pai deu uma rápida olhada nos seus ferimentos, após uma breve análise virou-se pegando uma pomada amarelada e o entregando.

Isshin — Passe isso todas às vezes que tomar banho e não ficará muito inchado e sem tantas marcas roxas. — Ele andou até um pequeno freezer no canto da sala, retirando uma pequena bolsa de gelo. — Coloque isso nas áreas mais doloridas.

Ichigo — Valeu velho — agradeceu enquanto se levantava da marca, andando em direção a porta.

Isshin — Boa noite, Ichigo e se lembre, da próxima vez já sabe o que fazer — advertiu, guardando os materiais que não havia utilizado.

Ichigo subiu as escadas e andou em direção ao seu quarto, abrindo a porta devagar em tentativa de não acordar seus primos. Assim que o seu pé cruzou a barreira entre o chão do corredor e seu quarto, ele conseguiu ouvir o som inconfundível do ronco de Ganju, "Ele não trouxe a porca, mas ele é um ótimo substituto dela", pensou.

Ele olhou para o saco de dormir de Kaien — que ainda estava acordado usando uma lanterna por baixo das cobertas. Sendo assim, Ichigo passou por ele tentando não o atrapalhar, deitando na sua cama silenciosamente. Os minutos se passavam e o ruivo não estava conseguia adormecer devido à luz branca, ele cutucou a cabeça de Kaien, que rapidamente retirou o seu lençol.

Kaien — Oh desculpe Ichigo, minha luz está te incomodando? — perguntou dando um sorriso amarelo.

Ichigo — Exatamente.

Kaien — Eu irei desligá-la imediatamente, eu só preciso... — O moreno começou a tirar vários papéis de dentro do seu lençol, sentindo-se envergonhado pelo incômodo que havia causado. — Tirar a minha bagunça aqui.

Ichigo reparou que os papéis que estavam com Kaien não tinham kanjis e nem outra língua que ele conhecia, o jovem não era do tipo de se chamar de curioso, mas não pode se conter e acabou perguntando.

Ichigo — Kaien, que língua é essa?

Kaien — Ah isso... — Ele segurou um dos papéis. — É algo que meu professor passou para os melhores alunos dele, o Sr. Minoru deixou escapar que daria um prêmio especial para quem conseguisse decifrar.

Ichigo — Isso parece ser bem difícil. — coçou a cabeça enquanto olhava para os papéis.

Kaien — Você nem faz ideia. — O moreno deu uma breve gargalhada, sem se preocupar de acordar o seu irmão. — Mas eu vou deixar para trabalhar nisso amanhã — concluiu, apagando a luz da lanterna. — Boa noite, Ichigo.

Ichigo — Boa noite, Kaien — disse deitando-se novamente na cama, fechando os olhos e adormecendo.

Fanfic revisada: 17/04/2023

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