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By Alanizita

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EM PROCESSO DE REESCRITA! O século XIX era um século marcado por preconceitos. Jungkook é um ômega que cresc... More

Aviso aos Bolinhos
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V

Capítulo I

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By Alanizita

Jeon Jungkook 

Viver em uma sociedade onde você era o oprimido era um inferno, que culpa temos de nascer com uma característica que não agrada o patriarcado?

Jungkook acreditava que o fato de ele ter nascido ômega, não o tornava menos capaz que um alfa, sua vida não merecia ser desvalorizada por conta de um simples gênero de nascença, algo que ele não escolheu ser. O que os alfas tinham que ele não tinha? Força? Um corpo maior? Um nó? E que falta faziam essas coisas a ele? Nenhuma. Odiava viver em um mundo onde ele era desprezado por não ser um alfa, mas o que ele poderia fazer sozinho? Havia acabado de chegar a maioridade, teve seu debut na alta sociedade não havia nem dois meses, fora apresentado como futuro Marquês da família Jeon, isso se, se casasse com um alfa, é claro, pois ele não poderia suceder seu título se não tivesse um alfa ao seu lado para legitimar sua herança. Pois mesmo que fosse agora, um adulto aos olhos da sociedade, ele não era capaz de herdar sua herança por ser um ômega.

Ômegas não tinham direito a nada, que não viesse de um casamento.

Jungkook teve sorte de crescer em um lar diferente, seu pai era um homem com mentalidade moderna, era fascinado por leitura e viajou para os mais diversos países para estudo, por isso viu com os próprios olhos diversas culturas diferentes das de onde eles viviam. Por ter tido contato com costumes diferentes, Soohyun criou seu filho com a liberdade que ele merecia, sem restrições de gênero ou qualquer preconceito absurdo implantado pelos alfas. Jungkook cresceu envolto de livros, jogos, esportes e todas as atividades que, tecnicamente, eram proibidas aos ômegas, o que foi um suspiro de alívio em volta do sufocamento contínuo de sua rotina. Porém é claro, que sua realidade não eram somente flores, apesar de seu pai ser muito mente aberta, sua mãe não era, ela era a pessoa que o impediu de aprender os melhores passatempos, como a esgrima, pois de acordo com ela e com a sociedade, um ômega com cicatrizes, perdia o valor.

Sua mãe, era a âncora que o impedia de nadar em direção a liberdade.

— Se a senhora apertar mais, irei desmaiar mãe — Jungkook arfou dolorosamente e segurou-se com força na escrivaninha.

— Seu corpete deve estar devidamente amarrado para que suas curvas fiquem bem visíveis — Sunye, sua mãe disse ao puxar com força os cordões do espartilho que restringia sua respiração.

— Para qual propósito? Que não seja causar a falência de meus pulmões obviamente — choramingou quando sentiu mais um aperto. 

— Para os pretendentes. Hoje haverão muitos, tente se portar bem diante deles, é importante que você atraia olhares hoje — ela disse com um tom de voz extremamente animado, como se aquilo fosse uma incrível notícia.

— Não vou ficar me insinuando para um amontoado de homens velhos se é o que a senhora pensa — sentiu mais um puxão no cordão antes que ele fosse amarrado em suas costas, o que causou um suspiro sôfrego seu.

— Jungkook, por quanto tempo você vai agir assim? Não foi esta a criação que lhe dei! — Ela suspirou logo em seguida.

— A criação que a senhora me deu foi para que eu fosse um bom e submisso esposo. Mas não vou aceitar me casar com um homem velho e ter de me deitar com ele em nome da família — respondeu ao tentar respirar sem sentir suas costelas pressionarem dolorosamente o corpete, andou até sua penteadeira para se sentar. — Mas eu não serei um troféu nas mãos sujas de um alfa velho.

— Não desonre o nome de nossa família Jeon Jungkook! Você já não é mais uma criança, quando deixará de ser imaturo? — Embora não gritasse, Sunye conseguia ser hostil mesmo com sua voz suave e melodiosa.

— Quando deixará de pensar em honra e pensará na minha felicidade? — Virou-se indignado. Ela era sua mãe, não era possível que ela não conseguisse enxergá-lo como algo além de uma moeda de troca.

— Você será feliz quando tiver o nome de um duque e viver uma vida boa ao lado de uma boa família! — Ela respondeu. — Você seria perfeito para ser pretendente do príncipe, mas infelizmente, ele já despojou uma dama.

— Me recuso a me submeter a um alfa que me trate como um troféu! — Virou-se novamente para sua penteadeira e observou seu reflexo no espelho. — Eu só quero ser livre mãe, não quero ser preso por uma aliança e dedicar minha vida a satisfazer meu marido, não entende? 

— Jungkook você não tem escolha, os alfas estão interessados em você, já recebemos muitos pedidos para cortejá-lo. Se você não escolher, seu pai e eu escolheremos em seu lugar — sua mãe simplesmente saiu do quarto e o deixou sozinho com seus pensamentos conflituosos.

Jungkook estava cansado, cansado de ouvir o que tinha que fazer, como se portar e o que vestir como se fosse um boneco de ventríloquo, como se ele próprio não soubesse o que era o melhor para si mesmo. Ele havia feito seus vinte e um anos há pouco tempo e com a maioridade veio as propostas de casamento, não que ele não as recebesse antes, mas que agora eram ainda mais constantes, principalmente por ser um ômega lúpus, graças a sua linhagem sanguínea, passada de geração a geração. Quando Jungkook fazia compras com sua mãe na cidade, recebia vários cortejos de alfas e betas nobres que possuíam “nome” e “status”, sua mãe ficava sempre feliz e o expunha como um cordeiro para o abate, já ele ficava enojado e muito desconfortável, mesmo que tenha alcançado a maioridade, era nojento observar homens com idade para ser seu pai, com a intenção de cortejá-lo.

Homens esses, que demonstravam sua intenção antes mesmo de chegar aos dezesseis anos.

Seu pai sempre foi o único em que podia se apoiar, ser ele mesmo, o único que o entendia e lhe ensinou o que era realmente importante, como a importância de encontrar um porto seguro e que sempre deveria colocar seu bem estar em primeiro lugar em qualquer situação. Coisas tão insignificantes para outros, mas para ele significava muito além de algumas dicas paternas, pois conseguia ser ele mesmo nesses momentos, era Jeon Jungkook, o filho do Marquês, não o ômega Jungkook, futuro brinquedo de um alfa. Odiava ser tachado como frágil e submisso, ele não era e nunca seria um fantoche na mão de ninguém, ele teria sua liberdade e se fosse para se casar, seria com alguém que partilhasse da mesma opinião. Não iria se entregar a alguém que o visse como um objeto, ele seria tratado como um futuro Marquês que era, pois não era um ômega que aceitava menos do que ele merecia.

Por isso Jungkook limpou a lágrima solitária que escorreu por sua bochecha, ele podia ser ômega, mas não seria diminuído por isso, faria tudo o que estivesse em seu alcance para provar que ele era mais que seu gênero. Ele se aprontou como sua mãe pedira mais cedo para fazer, penteou seus cabelos e se perfumou, usou as maquiagens dispostas em sua penteadeira e deixou sua pele de porcelana ainda mais perfeita. Não estava à procura de alfas ou queria se mostrar um bom pretendente, mas ainda assim era vaidoso com sua aparência, pois infelizmente ele dependia muito dela para qualquer coisa que fosse fazer naquele baile ou na sociedade arcaica que vivia, pois se quisesse ser visto como o futuro Marquês, ao menos precisava se portar como um. Esperava que seu pai mudasse de ideia, não queria que sua vida se resumisse a casamento, queria ser mais que apenas um marido de enfeite, será que era demais acreditar que poderia ter uma vida diferente?

Quando terminou de se vestir admirou-se no espelho, seu reflexo era exatamente o que sua mãe tanto prezava, um jovem e bonito ômega, o futuro de sua família e único herdeiro dos Jeon's, mas ao seus olhos aquela era apenas a casca de seu verdadeiro ser. Virou-se em direção a porta e pegou o blazer de seu fraque, colocou suas botas e caminhou até a saída de seu quarto, estava na hora de se juntar a seus pais e ir até o baile que um nobre havia organizado. Provavelmente para expor seu novo troféu, ou como preferiam chamar sua esposa recém casada, pois sempre que havia um casório, havia também um baile para expor a nova aquisição de algum nobre, que sempre fazia da sua noiva ou noivo o tema de um baile, pois assim mostrava a todos o novo ou a nova pessoa infeliz que seria presa em um casamento por interesse.

Desceu as escadas de sua casa e encontrou seu pai sentado no sofá com uma xícara na mão, provavelmente saboreava seu tão adorado chá de camomila. Soohyun era um alfa tranquilo, após fazer anos viajando, não havia nada que ele prezasse mais do que paz após chegar a uma certa idade, agora dedicava seu tempo ao marquezado e a mansão Jeon, que não estava em seu melhor momento. Quando chegou ao final da escada, viu seu pai deixar o café de lado e respirar fundo, o que fez um sorriso surgir em seus lábios, pois não existia um apreciador melhor de seus feromônios do que seu pai. Normalmente, seus feromônios instigavam os alfas de uma maneira diferente, por ser um ômega, seus feromônios naturalmente atraia os alfas e lhes causavam um desejo de possuí-lo, mas com seu pai, tinha o efeito inverso. Os feromônios ômegas tinham um efeito calmante aos pais, trazia um sentimento de conforto e atiçava seu instinto protetor, eram com esses feromônios, que sabiam exatamente onde encontrar os filhotes quando se perdiam da ninhada.

— O mais puro e recém colhido cacau não se compara ao seu cheiro Kookie — Soohyun disse de olhos fechados, mas abriu os olhos assim que se aproximou. — Olá meu amor. — Sorriu e o chamou para sentar ao seu lado.

— Olá papai — sorriu e sentou-se ao lado dele.

— Teve um bom repouso? — Deixou um beijo em sua testa antes de deitar a cabeça de seu filho em seus ombros. — Não está com o semblante alegre de sempre meu pequeno. — O apelido o fez rir, poderia ter a idade que fosse, seu pai iria tratá-lo como seu pequeno filhote.

— Iremos ao baile procurar um pretendente, não é? — Jungkook perguntou baixinho e seu pai pareceu desconfortável. — Não vamos a bailes com frequência pai, não precisa mentir para mim.

— Sim meu amor, iremos procurar um parceiro para você. — Disse no mesmo tom manso de sempre, apesar de nitidamente decepcionado. — Sei que não é isso que você quer, mas não temos escolhas meu bem. Estamos falindo, precisamos nos manter, você é nossa única salvação, desculpa atirá-lo aos leões, mas sem um casamento, não terá um Marquezado para você herdar, precisamos do seu dote.

— Eu vou me casar com aquele homem velho? O que veio atrás de mim há alguns anos? — Jungkook sentiu novamente a repulsa quando um senhor de cinquenta e dois anos foi até seu pai para cortejá-lo.

Ele possuía apenas dezesseis anos na época.

— Não, o Conde Kang não era um bom partido — descartou a possibilidade quase que imediatamente.

— Um pedófilo... — Segredou e seu pai assentiu. — Visconde Mingyu? — Perguntou sobre o alfa que dizia aos quatro ventos que teria a mão de Jungkook.

— Tenho minhas inseguranças quanto a índole deste rapaz, mesmo que sua família tenha sangue nobre — Soohyun divagou e degustou seu chá novamente.

— Ele me assusta, parece me observar sempre às espreitas — reclamou, pois sempre que ia ao mercado, Mingyu o rodeava como uma mosca. Mas é claro que sua mãe adorava, pois tudo o que ela prestava atenção, era no dote generoso que receberia.

— Sei que não é o que você quer, mas eu prometo que escolherei um bom partido e só irei aprovar o rapaz que sei que irá cuidar de você com o carinho que merece — seu pai tentou tranquilizá-lo.

— Eu não vou me subjulgar pai, não vou. Me recuso a aceitar qualquer ordem de qualquer alfa fora o senhor — disse irredutível.

— Kookie... — Usou o apelido que usava quando ele era criança e deixou a xícara sobre a mesinha. — Alguns alfas não usam sua dominância natural para subjulgar os ômegas, usam sua voz e sua força para isso. Vou fazer o meu melhor para encontrar um alfa que não se encaixe nessas características, mas caso eu falhe, jamais, eu repito, jamais o enfrente de maneira alguma. — Soohyun pediu, na verdade quase implorou, o que chamou a atenção de Jungkook.

— Pai você sempre me ensinou a ser independente, a não me sujeitar e não aceitar ordens que façam eu me sentir inferior. Por que está pedindo isso a mim agora? — Perguntou confuso.

— Porque muitos alfas não gostam de ser contrariados e desafiados meu bem. Infelizmente não há nada que os impeçam de puni-lo caso sintam que é necessário, pois as leis lupinas estão ao lado deles — acariciou suas bochechas, seu olhar era de puro lamento.

— Corro o risco de ser agredido? — Perguntou incrédulo.

— Infelizmente sim, por isso temo que seu temperamento forte não seja bem visto por seu pretendente, porque se seu parceiro levantar a mão contra você, não estarei sempre ao seu lado para impedir — respondeu com tristeza. — Embora espero que ele não faça isso, pois serei condenado a morte por assassinato se encostarem um dedo em você.

— O senhor nunca levantou a mão contra minha mãe — Jungkook resmungou baixo, indignado com seu futuro.

— Não faço isso porque não é o certo, essa atitude vai contra todos os meus princípios — expkicou e Jungkook assentiu. — Mas nem todos possuem a mesma índole que eu, eles não terão dó em ensiná-lo a obedecer e seguir seus comandos como um bom “ômega” deve fazer. Por isso siga as instruções de sua mãe Kookie, por mais que você não goste delas, sua mãe lhe preparou e ensinou bem para que você não tenha que ser repreendido por mal comportamento.

— Se eu fosse alfa tudo seria diferente — abaixou a cabeça, estava farto de ser menosprezado. Todos os dias tinha medo de deitar sua cabeça no travesseiro e encarar o dia seguinte, pois ser um ômega, o deixava vulnerável as mais diversas violências.

— Se você fosse alfa, aqui em casa não mudaria nada meu amor — Soohyun ergueu seu rosto, para que pudesse olhar em seus olhos. — Pois eu o criaria da mesma maneira, você apenas teria algumas regalias que infelizmente eu não posso lhe oferecer por ser biologicamente mais frágil, de acordo com as leis estúpidas dos monarcas.

— Espero que o príncipe herdeiro tenha um pensamento diferente do pai e seja um monarca justo — suspirou e Soohyun assentiu. — Por que a monarquia atual é tão injusta? Por que não posso gozar dos mesmos direitos que um alfa? O que me torna inferior?

— O simples fato de você ser ômega, de acordo com eles, seu gênero é considerado próprio para o prazer e procriação. Este é o seu “dever” como ômega, satisfazer e dar herdeiros a seu parceiro — seu pai fez aspas com as mãos e revirou os olhos. — Isso o torna inferior aos olhos da aristocracia e da monarquia, não lhe vêem como um ser humano que partilha do livre arbítrio, lhe vêem como uma máquina de sexo, feita para o prazer e reprodução.

— Mesmo assim pai, farei da vida do meu parceiro um inferno, não me importa se irei apanhar no processo. Não quero me casar, mas se serei obrigado a isso, que ele lide com meu temperamento também — levantou-se e seguiu para fora da casa, em direção ao jardim. 

Sabia que seu pai estava certo, mesmo que ele próprio escolhesse a dedo seu pretendente, havia a possibilidade de ser um alfa horrível ou um beta de má índole, sendo ele um ômega, sempre seria a parte desprezada de qualquer situação. Jungkook caminhou até o jardim para sentar-se em seu balanço, apenas esperar que sua mãe venha chamá-lo para irem acabar sua vida, por isso ele olhou para o céu e aproveitou seus últimos momentos como uma alma livre. Ficou bons minutos sentindo a brisa fresca em contato com sua pele antes de sua mãe o chamar para saírem, ela trouxe alguns adereços que havia feito questão de deixar para trás, somente para adorná-lo ainda mais, para deixá-lo mais chamativo aos olhares alheios. Se o intuito de Jungkook era parecer um marquês, o intuito de Sunye era transformá-lo em um ornamento.

Seu pai já estava do lado de fora da casa, a espera do dois para irem ao baile, assim que caminharam até a carruagem que os esperava do lado de fora do portão, seu pai ajudou sua mãe a entrar com seu grande e extravagante vestido, Soohyun apenas subiu após ajudar seu filho também. O cocheiro seguiu o caminho para fora da mansão Jeon e os levou até o centro da cidade, até a casa de um barão onde acontecia o baile em comemoração ao seu noivado, como Jeon havia previsto. Apesar do barão não ser o mais influente da aristocracia, suas conexões o deram um grande espaço e convidados influentes, como o ducado dos Kim’s, o marquezado dos Jeon’s e até mesmo o príncipe herdeiro, que havia marcado presença, já que a esposa do barão, era uma prima distante do príncipe.

Jungkook estava extremamente desconfortável com aquelas roupas, ele usava um fraque, um belo e esplendoroso fraque, que foi feito sob medida para seu corpo, cada milímetro de tecido foi costurado pela melhor alfaiataria do reino. A camisa branca com babados no pescoço era feita do mais fino tecido e possuia babados nas mangas também, que ficava para fora do blazer, o corpete preto que apertava suas costelas estava muito bem amarrado em suas costas e deixava uma curva bonita em sua cintura. Suas calças eram coladas em suas coxas e suas panturrilhas estavam adornadas por uma bota preta que ia até seus joelhos. Ele estava belo aos olhares de qualquer pessoa, belas curvas por baixo daquele grande blazer preto, seu cabelo perfeitamente penteado e jogado de lado em um topete charmoso era a cereja do bolo — certamente chamaria a atenção de muitos pretendentes, como sua mãe queria — que admiravam sua beleza. Seu pai também vestia um fraque arrojado, menos revelador e sufocante que o de Jungkook, formal e sofisticado como o nome de sua família. O nome dos Jeon's era bastante reconhecido, principalmente após o primeiro cio de seu herdeiro.

Jungkook era considerado um dos ômegas mais desejados do reino, mesmo que houvesse acabado de ingressar na alta sociedade, mas isto não o deixava feliz, pois as propostas que recebia eram apenas por sua aparência e não por sua personalidade ou inteligência, sequer sabiam se era letrado. Queriam exibi-lo, ele era um desafio e o alfa que o tivesse a seu lado seria considerado sortudo, o mostrariam a aristocracia como um prêmio, sorririam grandemente por ter aquela beldade dividindo a cama consigo. Seu pai notou seu semblante triste e nitidamente sentiu-se mal por ter aquela responsabilidade jogada sobre seus ombros, já sua mãe não achava certo o marido acobertar as “loucuras” do filho, pois aquilo afetava a imagem da família. Um ômega que não era obediente e bem prendado não era bem visto aos olhos de todos, sua mãe passara anos se dedicando a ensinar todos os deveres de bom esposo. Jungkook aprendeu bem, ele sempre foi um garoto dedicado, mas ele aprendeu aquilo por si mesmo, para saber de portar bem.

Não para impressionar alfas.

Quando chegaram a seu destino Jungkook foi o primeiro a sair da carruagem e oferecer sua mão para que sua mãe descesse, como um belo gesto de cavalheirismo, apesar que sua vontade era simplesmente virar as costas e fingir que não conhecia ninguém. O vestido de sua mãe era grande e ela precisou segurá-lo com as duas mãos para passar pelas escadas que levava a entrada do casarão, havia um senhor na entrada que anunciava o nome dos convidados e quando passaram por ele, o nome de sua família foi anunciado, o que obviamente chamou a atenção de muitos olhares predadores. Como sua mãe lhe ensinou, ele sorriu e comprimentou com uma reverência polida as pessoas presentes, pois era o herdeiro, precisava agir como um, somente assim conseguiria o respeito que tanto queria conquistar.

Seu pai e sua mãe caminharam até um grupo de pessoas que conversavam com taças nas mãos, mesmo a contragosto os seguiu e se juntaram a eles, ouviu vários elogios serem direcionados a si e os agradeceu com um gesto educado de reverência. Após alguns minutos de sorrisos falsos e conversas fúteis sobre terras, casamento e beleza, Jungkook sentiu-se sufocado e pediu licença para beber algo, caminhou para longe daquelas pessoas e foi em direção a mesa que estava disposta para os convidados se servirem. Havia um beta uniformizado que servia as pessoas e pediu um copo de alguma bebida, ele estendeu em sua direção uma taça com uma bebida vermelha e quando ela estava em suas mãos ele se afastou. Não era adepto a bebidas alcoólicas, mas imaginou que se precisasse aguentar aquele baile, precisaria estar minimamente embriagado.

Degustou a bebida que não tinha o gosto muito bom e fez uma pequena careta, logo descartou aquele líquido de gosto forte, precisava de uma bebida alcoólica, mas aquela era alcoólica demais. Colocou sua mão sobre o corpete e tentou respirar fundo, mas claro que não conseguiu com todo aquele aperto, soltou um gemido frustrado e sentiu uma mão em seu ombro, o que o assustou, mas ao virar-se viu Jimin, um de seus poucos amigos naquela reino. Ele era filho dos Park's, nome conhecido por todos pelos belos irmãos Dahyun e Jimin, ambos ômegas, filhos do conde Park Minhwan, amigo antigo de seu pai. Gostava muito de Jimin, era um dos poucos que compartilhavam a mesma visão que ele sobre a vida, mas ao contrário de seu pai, o dele era como Sunye.

— Olá Jungkook — sorriu e o comprimentou com um apertar de mãos, pois mesmo que se abracassem quando estavam a sós, fazer aquilo em público seria considerado inapropriado.

— Olá Jimin — Jungkook sorriu grande ao finalmente encontrar um rosto conhecido. — Como vai você? — Perguntou formalmente e Jimin riu, pois os dois odiavam as formalidades.

— Vou indo, meu pai aceitou a proposta de outro conde. Vou me preparar para o processo de união e me casar daqui a uma semana — suspirou pesaroso. — Dahyun também se casará em breve. 

— Sinto muito Jimin, você ao menos sabe quem é? — Perguntou preocupado, não iria parabenizá-lo quando evidentemente ele não estava contente com o matrimônio.

— Sim, é o filho dos Min's, Yoongi, ele é bem jovem comparado ao último que pediu minha mão. Fomos a um passeio pela cidade no último final de semana, é um bom alfa, sinto que se eu me esforçar eu conseguirei amá-lo um dia. Mas não estou pronto para fazer a união lupina com ele — confessou com um olhar perdido.

— Ele veio com você hoje? — Perguntou ao olhar em volta com curiosidade.

— Sim, está participando de uma roda de conversa com alguns condes e barões. Seu pai está entre eles também — apontou na direção dos alfas, que estavam reunidos em uma roda de conversa.

— Estão provavelmente falando sobre a escolha do meu pretendente — Jungkook fez um bico e o desmanchou assim que lembrou das broncas de sua mãe sobre birra.

— Mais um pretendente? — Perguntou curioso.

— Meu pai disse que iria encontrar um hoje, mas eu o conheço. Ele é metódico demais e minha mãe me arrumou como um pavão hoje, eles já escolheram um, apenas não me disseram porque sabem que eu não aceitaria facilmente — revirou os olhos.

— Espero que seja um bom alfa. Sabe o Soobin? Filho dos Choi? — Perguntou com a voz baixa e Jungkook se aproximou para ouvir melhor.

— O que tem ele? — Perguntou ao procurá-lo com o olhar, disfarçadamente.

— Ele foi prometido ao conde Kang — respondeu enojado.

— Kang? — Reconheceu o nome rapidamente. — Ele já veio me cortejar quando era mais novo, disse que era por eu ser um lúpus, mas a verdade é que ele gosta de crianças? Nojento.

— Realmente, Soobin tem apenas 15 anos. Teve seu primeiro cio a cerca de alguns meses — Jimin respondeu com uma careta disfarçada e Jungkook fez uma expressão enojada.

— Tenho sorte do meu pai ser seletivo quanto a meus pretendentes, minha mãe queria que eu me casasse com Kang, ele tem um nome influente, boa condição de vida e está velho. Mas o que aconteceria quando chegasse o momento de realizar a cópula? Sinto repulsa só de pensar nisso.

— Tenho medo de como o Yoongi será no cio, dizem que o cio de um alfa é o mais perigoso. Eles perdem o controle e ficam mais agressivos — disse Jimin, de maneira apreensiva.

— Vai dar tudo certo Jimin, seja otimista. Minha mãe disse que o cio dos alfas apenas os deixam mais desinibidos, mas ainda tem certo controle de algumas ações.

— Mas não se seus lobos tomarem o controle de suas ações — Jimin respondeu e Jungkook não pôde discordar, leu em livros sobre isso. — Mingyu está a alguns metros lhe encarando, Jungkook.

— Ah é claro que ele seria convidado, não é? — Suspirou desgostoso, mas não virou-se para encará-lo. — Eu realmente não tenho sorte.

— Espero que ele não venha para cá, porquê parece que esta é a vontade dele — disse ao sorrir de maneira forçada a Mingyu e desviou o olhar para onde seus pais estavam. — Jungkook quais as chances de seu prometido ser um dos filhos do duque Kim?

— O ducado dos Kim's? Acho que zero? Eles não estavam fora do país para ajudar na guerra da Europa? — Olhou confuso para o amigo.

— Parece que eles voltaram há alguns dias, a notícia chegou aos ouvidos de todos os ômegas e betas da região. Estão todos praticamente se jogando em cima deles — Jimin parecia bastante interessado no assunto, já que não tirou seus olhos deles, como se fossem celebridades. — Soube que são amigos do príncipe, o rei até deixou quartos separados para a família Kim no palácio.

— É uma família de alfas lúpus, não é? _ Perguntou e Jimin assentiu. — Nunca os vi, mas já ouvi falar deles quando fui à cidade com a minha mãe, eles realmente são famosos, não falam de outra coisa.

— Olhe para trás, estão falando com nossos pais — Jimin pediu e Jungkook virou-se em direção a eles, tentou ser discreto, mas tinha certeza que denunciou sua curiosidade.

Jungkook viu quatro homens junto a seu pai e o pai de Jimin, sua mãe e a mãe de Jimin não estavam na roda, provavelmente conversavam sobre outras coisas em outro lugar, já que os assuntos das ômegas mente fechada eram outros. Não conseguiu ver o rosto de nenhum dos homens que estavam ali, apenas sentiu de longe seus fortes feromônios alfas, todos possuíam porte forte e ombros largos bem marcados pelos blazers, de longe sentia um arrepio na espinha por conta da presença intensa demais. Seu pai cruzou os olhares consigo e sorriu antes de chamá-lo, o que pareceu chamar a atenção dos alfas presentes. Olhou para Jimin e juntos foram em direção ao grupo, seu pai sorria radiante e aquilo lhe preocupou, caminhou até eles e notou que Yoongi estava entre os alfas, por isso Jimin rapidamente ficou ao lado dele, já que eram prometidos, o alfa sorriu em direção a ele e ofereceu seu braço.

Assim que chegou até os alfas seu pai o apresentou aos alfas e Jungkook se curvou respeitosamente, se eram realmente influentes como Jimin havia dito, seriam uma conexão preciosa para o marquezado dos Jeon’s. O alfa mais velho que estava ao lado de Soohyun se apresentou como Kim Jaewook, pai dos outros três homens presentes na roda de conversa, após comprimentar o patriarca, cada um dos filhos apresentou-se e curvaram-se em um gesto de cavalheirismo, após as apresentações conheceu Kim Seokjin, Kim Namjoon e o mais novo Kim Taehyung. Porém, diferentemente de seus irmãos, Taehyung beijou sua mão ao se apresentar e manteve contato visual consigo, Jungkook sentiu o forte cheiro de café do alfa e aquilo o deixou inebriado. Quando notou que aquele gesto demorou mais que o necessário recolheu sua mão com o cenho franzido, ato este que arrancou um sorriso do Kim. 

Seu pai, após as apresentações começou a dizer seus dotes, exibiu suas qualidades como se fosse um leilão, como se ele fosse uma mercadoria. Seu semblante fechou ao constatar que mesmo que não fosse intenção do pai, ele o vendeu como uma pedra precisa, por isso Jungkook não ousou olhar para nenhum dos alfas, que analisavam suas roupas e aparência a cada palavra de Soohyun. Ouviu diversos elogios e tentou os ignorar antes de seu pai o repreender com um aperto fraco no pulso, suspirou e sorriu forçadamente antes de virar seu rosto e simplesmente sair de lá, sequer precisou olhar para trás para saber que os alfas arregalaram os olhos e Jimin provavelmente segurou a risada pelo comportamento inadequado de seu melhor amigo. Sabia que havia deixado seu pai sem graça e o ouvir pedir desculpas por seu comportamento ao se afastar, mas isso foi uma consequência da exibição desnecessária.

Jungkook não era obrigado a ouvir a aquilo e sorrir como se estivesse muito feliz por ser exposto como um pedaço de carne, ele com certeza seria repreendido por seu comportamento quando retornasse a mansão, mas não ligou. Voltou até a mesa onde estava disposta as comidas e pegou um prato para se servir, colocou várias guloseimas e começou a comê-las, não ligava se parecia um esfomeado, mas talvez com aquele corpete ele explodisse de comer antes que sua mãe viesse repreendê-lo. Suspirou após mastigar um doce, porque sua vida precisava ser tão complicada? Qualquer outro iria herdar o marquezado da família e levar a linhagem da família adiante, iria praticar ativamente o administração das riquezas, terras e deveres de um marquês, mas claramente, o fato de ser um ômega o impedia de fazer isso.

— Malditos alfas, nasceram com a bunda virada para a lua — resmungou e encheu a boca de biscoito amanteigado.

— Está com fome Jeon? — Uma voz rouca soou bem próxima a seu ouvido e ele se arrepiou antes de se afastar às pressas. Engoliu tão rápido os biscoitos que se engasgou. — Perdão se te assustei, não consegui me conter, seu cheiro é maravilhoso. — Sorriu e ofereceu a bebida que segurava.

— Sei que sim Taehyung — disse ao virar-se e aceitar a bebida, a devolveu sem qualquer delicadeza assim que bebeu e o alfa sorriu, pois o tratou sem formalidades alguma. Jungkook o reconheceu por seu cheiro antes mesmo de vê-lo. — Consigo sentir seu cheiro de longe, café. 

— Um cheiro um tanto peculiar não acha? — Sorriu e Jungkook ergueu uma sobrancelha.

— Não acho, é um cheiro comum, conheci muitos alfas com essa fragrância — blefou, não conheceu nenhum alfa com o cheiro igual ao dele.

— Oh é mesmo? — Seu sorriso aumentou, claramente ele se divertia com a situação. — Já eu nunca senti um aroma como o seu, chocolate. — Inspirou profundamente, sem tirar o sorriso do rosto. — Muito bom.

— Não posso dizer o mesmo — cruzou os braços após deixar o prato com guloseimas em cima da mesa. — Não gosto de café. — Era mentira isso também.

— Vejo que você é um ômega difícil Jungkook. Será difícil, mas tudo bem, eu aceito o desafio.

— O quê? — Franziu o cenho em confusão. — Desafio?

— Prazer, sou Taehyung, duque da família Kim, seu prometido — se curvou de maneira polida e sorriu graciosamente ao se levantar.

— É um prazer Taehyung — abriu um sorriso cortês e se curvou educadamente também. — Você se arrependerá por ter me escolhido como esposo, farei questão de tornar cada dia da sua vida um inferno.

— Estou contando com isso — Taehyung abriu um sorriso ainda maior.

— O que você quer comigo? — Franziu o cenho confuso. — Pode ter qualquer ômega que quiser, por que eu?

— Porque você é divertido — fingiu pensar bem e Jungkook arqueou uma sobrancelha.

— Mentiroso, todos que se aproximam de mim é por algum tipo de interesse — o encarou com um lugar desconfiado.

— Não vou mentir dizendo que não tenho interesse em você, você é bonito demais para não me cativar, eu te acho incrivelmente bonito e interessante — sorriu galanteador.

— Como é? — Perguntou confuso, acabaram de se conhecer, como podia chamá-lo de interessante?

— Jungkook você foi o único ômega que teve a audácia de me chamar pelo primeiro nome, o único que não veio até mim para se insinuar e o único que fugiu assim que me viu — ele explicou e Jungkook riu desacreditado. — Percebe o quanto isso é cativante? Definitivamente diferente dos ômegas que eu conheci.

— Então é isso? Eu sou um desafio para você, seu orgulho idiota de alfa não admite que um ômega não sentiu atração por você? — Perguntou sem esconder o deboche.

— Você tem uma ideia errada de mim — Taehyung sorriu e passou os dedos sobre a pele de porcelana da bochecha de Jungkook, apesar de não se afastar, o encarou avidamente. — Eu tenho sim uma atração por você, claro, por sua aparência porque eu ainda não tive o prazer de conhecer sua personalidade. E sim você é um desafio para mim, mas não por meu orgulho e sim porque esta é a primeira vez que eu me sinto realmente interessado em conseguir algo.

— Ah sim, esse algo sou eu, que discurso lindo, parabéns — sorriu e bateu palmas, após se afastar do toque dele. — Não sou um objeto a ser conquistado.

— Sim, certamente não é. Não quero você como uma posse, quero você como meu marido, quero que me ame — respondeu e aquilo arrancou uma gargalhada de Jungkook.

— Uau! De repente você me viu e se apaixonou? Conta outra, você me quer para sair se gabando por aí com outros alfas dizendo que finalmente você conseguiu “domar a fera”, o ômega bonitinho que só serve para ser um boneco a ser exibido — fez aspas com as mãos e cruzou os braços em seguida.

— Assim você me machuca — Taehyung fingiu tristeza e sorriu. — Eu vou fazer você se apaixonar por mim Jungkook, guarde minhas palavras.

— Estou ansioso para ver você tentar — Sorriu grandemente em desafio. — Porque eu vou fazer de tudo para esse casamento não acontecer, você é só mais um na lista de pretendentes do meu pai.

— Seus pais não lhe contaram? — Pela primeira vez desde que começaram a conversar Taehyung ficou sério, o que preocupou Jungkook.

— Não me contaram o que? — Olhou para seus progenitores a alguns metros, eles ainda conversavam com os Kim's.

— Você está prometido a mim desde pequeno Jungkook — Taehyung respondeu com o cenho franzido e Jungkook o encarou perplexo. — Nossos pais se encontraram quando estavam servindo pelo nosso país no exército há muitos anos, eram muito amigos. Você era muito pequeno, um bebê, quando seu pai prometeu sua mão a mim, o filho mais novo.

— Meu pai nunca me contou... — Falou com a cabeça baixa, de maneira pensativa. — Era por isso que minha mãe insistia tanto para que eu me comportasse, ela disse que iriam escolher no meu lugar se eu não tomasse uma decisão. Por que eles me deram esperanças de que eu poderia escolher, sendo que meu destino já estava traçado desde pequeno?

— Provavelmente para não ter a mesma reação que eu tive quando descobri — Taehyung respondeu com um olhar distante, Jungkook levantou seu olhar e o encarou. — Eu cresci sabendo que eu me casaria, sendo que meus irmãos poderiam escolher com quem criar laços. Por muito tempo eu te odiei, culpei você por tirar de mim uma coisa que meus irmãos tinham e eu não, a liberdade de poder escolher quem desposar.

— Então porque você aceitou? Você parecia bem contente quando me comprimentou — perguntou confuso.

— Não é como se eu tivesse escolha, mas sendo sincero, eu achei que você era um daqueles ômegas que não fazem nada a não ser abaixar a cabeça e obedecer. Não me leve a mal, acho adorável ômegas assim, mas não me vejo em um relacionamento que eu tenha que ser a autoridade e ficar ditando regras, sempre sendo eu a tomar uma atitude, isso é... Tedioso demais para mim — explicou e Jungkook não poderia se importar menos. 

— Se tem uma coisa que eu nunca farei é abaixar a cabeça para algum alfa — Taehyung sorriu ao ouvir sua resposta.

— Minha mãe me preparou tanto para hoje, disse para eu corteja-lo como um verdadeiro príncipe, pois nenhum alfa jamais conseguiu permissão para cortejar o herdeiro dos Jeon's, que este era um privilégio do qual somente eu possuía desde criança — Jungkook cruzou os braços ao ouvir aquilo. — Eu não estava nem um pouco animado, quando cheguei aqui depois de tanto tempo na Itália, só queria voltar para casa e esquecer que eu já era predestinado, até eu ver você.

— De novo com essa história? — Suspirou. — Eu te odiei desde o momento que meu pai ficou me ofertando para você e seus irmãos naquela roda de conversa. E odiei mais ainda quando você se apresentou como meu prometido. Nenhum alfa tem um interesse em ômegas que não seja de posse e domínio.

— Vou mostrar a você que sou diferente, mas não se engane, eu gosto sim de dominar — se aproximou de seu ouvido e Jungkook sentiu seu corpo paralisar. — Gosto de ômegas submissos a mim, mas apenas embaixo de mim e entre quatro paredes.

Jungkook sentiu uma corrente elétrica passar por todo seu corpo quando o cheiro inebriante de café adentrou suas narinas, aquela explosão em seus sentidos o deixou alarmado e com o coração acelerado. Sentiu o alfa passar o nariz por seu cabelo e respirar fundo, para sentir seu cheiro de perto e soltou um pequeno gemido de satisfação, aquilo assustou Jungkook quando sentiu seu peito se contrair e seu lobo acordar com aquela fragrância deliciosa de café tão perto de seu nariz. Sentiu seu corpo amolecer quando as mãos do alfa foram para sua cintura, assim que suas mãos foram para o peito de Taehyung, para manter uma distância segura de seus corpos, apesar de seu lobo querer exatamente o contrário do que sua cabeça, ainda consciente mandava. O cheiro e a presença de um alfa lúpus como Taehyung, bagunçou seus sentidos como uma droga.

Era uma sensação muito boa ter seus cheiros mesclados e seus corpos tão próximos, não sabia controlar a si mesmo e sua cabeça gritou em volta dos batimentos acelerados do alfa em contato com sua palma, seus corpos simplesmente se moviam para próximo um do outro por puro instinto. Taehyung subiu a mão que antes estava em sua cintura, até a nuca sua nuca, onde passou os dedos por entre os fios antes de afundar seu rosto no pescoço de Jungkook. O alfa apenas sentiu seu cheiro de perto, encostou levemente o nariz em seu pescoço, mas Jungkook sentiu seu interior se contrair ainda mais com aquilo, como se tivesse sido um estinhko muito maior, suas mãos ainda estavam espalmadas no peito do alfa sem vontade nenhuma de afastá-lo novamente. Pelo contrário, segurou com força no blazer de Taehyung, para impedi-lo de se afastar um centímetro que fosse.

Era simplesmente inapropriado a maneira que estavam tão próximos um ao outro, eram ambos solteiros e seus noivados ainda não haviam sido anunciados, claramente espalharia rumores maldosos entre a aristocracia. Mas Taehyung parecia tão inebriado por seu cheiro quando ele próprio, o lobo de Jungkook uivava inquieto em seu peito e queria assumir o controle, mas os resultados daquilo seriam catastróficos, pois suas partes lupinas não sabiam se controlar quando achavam um par ideal. Ele lutava contra seu lobo internamente para impedi-lo de reinvindicar o alfa como seu, mas seus pensamentos foram silenciados no momento em que sentiu as presas de Taehyng arranharem a pele de seu pescoço. Naquele momento, sua parte lupina nublou qualquer pensamento coerente e Jungkook fez o que seus instintos pediram, apenas cedeu mais espaço ao alfa para que ele fizesse o que queria.

Que o marcasse.

Não eram eles ali, eram seus lobos, eles haviam perdido a batalha e nem sequer haviam percebido, um alfa e um ômega, não eram mais Jungkook e Taehyung, eram apenas dois companheiros destinados ansiosos para se unirem, tiveram uma conexão de almas profunda, que eram contadas apenas em livros. Uma ligação de almas era algo exatamente antiga, vinda de uma época em que as partes lupinas eram muito mais presentes, onde os deuses escreviam seus nomes nas linhas do destino e não havia qualquer ligação que se comparava, era a aliança mais fortes entre os lobos, ao lado da ligação entre os lobos e seus filhotes. Sentir aquilo pela primeira vez era conflitante, por se raro, a maioria pensava ser apenas um mito, por isso não sabiam o que estava acontecendo com eles até experimentarem a sensação indescritível que era ter seu par predestinado nos braços.

Eles eram Soulmates. 

Taehyung queria marca-lo e Jungkook queria ser marcado.

— N-Não... — Jungkok afastou-se do alfa de maneira abrupta, assustado com seus próprios pensamentos. Viu Taehyung se afastar um pouco letárgico também, notou que os olhos dele em um tom carmim antes de vê-lo piscar algumas vezes e recobrar sua consciência.

Seu lobo havia tomado o controle de seu corpo, assim como o seu também.

Jungkook percebeu que seus olhos provavelmente tomaram outra coloração também, seu lobo reagiu ao lobo dele e aquilo deixou o ômega um tanto assustado, pois nunca vira nada igual acontecer com outros, já leu em livros sobre isso, mas não esperava que aconteceria com ele um dia. Taehyung estava pávido e paralisado a sua frente, podia ver refletido em seus olhos suas íris azuis e aquilo o deixou chocado, ele iria marca-lo... Sentia a sensação de suas presas proeminentes, como se ainda rossassem em seu pescoço, Jungkook observou ele passar a língua por entre os caninos com o cenho franzido, aquilo era indício de que estava pronto para findar a marca. Assim como ele próprio estava pronto para deixar que Taehyung o marcasse, mesmo que a marca feita daquela maneira, não fosse definitiva, a não ser que seus lobos a aceitassem.

— O que eu...? — Taehyung pareceu confuso e se afastou rapidamente. — Eu vou tomar um ar no jardim, vejo você depois. — Se virou e caminhou às pressas por entre os convidados.

— O que foi isso? — Jungkook suspirou alto quando o alfa se afastou e deixou o rastro de sua maravilhosa fragrância de café recém moído.

~❤️~

Perdão pelos errinhos, não tive muito tempo para revisar, mas virei consertar aos poucos.

Ficou melhor? Trouxe mais informações, já que a fic teve um início meio do nada.

Tirei a maldita soMbrancelha que estava me causando pesadelos, mas vou me perdoar, essa fic deve ter uns 5/6 anos.

Interajam comigo no twitter também? Meu user é @alanizita_

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