O Misterio do Cristal de Gelo...

By LadyJoker01

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Ulquiorra Cifer é um detetive particular que trabalha na agência de detectives do renomado Aizen Sōsuke, que... More

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By LadyJoker01

Byakuya virou-se em direção à porta dirigindo-se a ela.

Byakuya — Hanataro — chamou-o em um tom baixo e calmo, porém alto o suficiente para fazer com que um pequeno homem aparece-se correndo pelos corredores silenciosos.

Hanataro — Chamou, senhor Kuchiki?

Byakuya — Hanataro, quero que me consiga uma escada.

Hanataro — Sim, senhor Kuchiki. — O pequeno confirmou com a cabeça, saindo correndo pelos corredores.

Byakuya — Estará aqui em breve — Virou-se para o detetive.

Ulquiorra — Como o senhor ficou sabendo que havia sido roubado, senhor Kuchiki?

Byakuya — Eu despertei por volta das cinco horas da manhã. Ao sair dos meus aposentos um dos meus empregados disse que havia algo de errado na área dos tesouros da família, quando cheguei, notei imediatamente que o Cristal de Gelo havia sumido.

Ulquiorra — Há seguranças no interior da mansão, senhor Kuchiki?

Byakuya — Sim, ficam dois seguranças na porta desta sala.

Ulquiorra — Mas eles não entram aqui, certo?

Byakuya — Está correto.

Hanataro adentrou na sala dos tesouros carregando uma escada de madeira maior do que ele mesmo.

Hanataro — Aqui está a escada que o senhor pediu, senhor Kuchiki — o servente deixou a escada perto do nobre.

Byakuya — Obrigada Hanataro, fique por perto caso nós precisamos de você novamente.

Hanataro — Sim, senhor — reverenciou o Kuchiki, retirando-se da sala.

Ulquiorra pegou a escada e subiu em cima dela, retirando o teto danificado e mostrando o buraco encontrado.

"Um homem grande poderia se esconder por aqui." Ele pensou enquanto engatinhava pelo teto da sala, o local era escuro, cheio de teias de aranha e bastante largo. "O ladrão poderia ter entrado por qualquer lugar da casa, mas, teria que verificar todo o perímetro."

O detetive ligou a lanterna do seu celular e continuou engatinhando. Após alguns minutos, o moreno supôs que provavelmente encontrava-se na cozinha da mansão.

Ulquiorra — Ele precisou da planta da mansão para chegar até lá — suspirou. — Deveria ter entrado sem o casaco.

Mais de dez minutos se passaram, e os joelhos de Ulquiorra estavam doloridos, quando ele finalmente viu uma forte luz à frente. O detetive rastejou rapidamente até ela, descobrindo um buraco mal feito no assoalho, desceu por ele cuidadosamente, sentindo uma pequena escada improvisada por tijolos junto à parede.

Ulquiorra — Inexperiente.

O moreno olhou ao redor, tentando se orientar, chegando a conclusão que provavelmente estava na área de trás da casa. Havia um criador de pássaros tradicional à sua direita e um pequeno lago perto do muro, onde carpas nadavam tranquilamente.

Ulquiorra aproximou-se do muro branco, reparando que havia marcas de pés sujos de lama nele, "Pés de um homem adulto." Foi o que escreveu em seu pequeno bloco de anotações, a ponta da caneta ainda tocava o papel quando Cifer começou a sentir uma presença estranha, como se estivesse sendo observado.

Ulquiorra — Quem está aí? — perguntou ainda observando o muro.

— Eu que devo lhe perguntar isso, rapaz.

O moreno virou-se em direção a voz, encarando um homem de meia-idade com longos cabelos cinza e bigode volumoso, seus olhos cinzentos fitavam Ulquiorra com desconfiança enquanto segurava um pacote de comida para pássaros.

Ulquiorra — Sou o detetive Cifer, senhor.

— Você é o detetive da polícia? — O homem continuou fitando-o, andando em direção ao criador.

Ulquiorra — Não, senhor.

— Meu neto deve está mesmo muito desesperado para ter te chamado — Ginrei Kuchiki concluiu, focando a sua atenção para os pássaros.

Ulquiorra — Então o senhor é o avô do senhor Kuchiki, sendo assim creio que seja a pessoa mais indicada para me responder isso. O que é precisamente esse Cristal de Gelo?

Ginrei — Diferente do que o nome propõe, o Cristal não é uma joia, e sim, uma pequena caixa de madeira talhada de coloração branca. Ela está na nossa família desde o tempo da fundação de Karakura, foi um símbolo da unificação dos clãs.

Ulquiorra — Há mais algo que possa possibilitar o reconhecimento desta peça?

Ginrei — Nas laterais da caixa há alguns símbolos talhados.

O detetive anotou esses detalhes em seu bloco.

Ulquiorra — Interessante... — disse com a mente distante, pela descrição de Byakuya Kuchiki e o nome do objeto, parecia que esse era mais um caso de roubo de joias, mas agora era algo mais intrigante.

Uma caixa de madeira velha não teria muito valor, mas aquela, sim, o ladrão sabia do valor histórico da peça. Talvez ele quisesse vender para algum museu da cidade, talvez já houvesse vendido, talvez alguma das famílias dos clãs antigos quisesse o objeto simbólico — o que era um bom palpite. Porém, aquilo não se conectava muito bem, pois eles poderiam ter contratado alguém mais profissional para realizar o roubo, mesmo assim não era bom descartar a opção por completo.

Ulquiorra — Senhor Kuchiki, como a família Kuchiki conseguiu o Cristal de Gelo?

Ginrei — Eu gostaria de poder te falar, rapaz, mas essa é uma informação que não possuo.

Ulquiorra — Obrigado pela ajuda, senhor Kuchiki — O detetive confirmou com a cabeça, andando de volta para a casa em seguida, guiando-se pelo jardim.

O depoimento do senhor Ginrei Kuchiki serviu como uma segunda luz para o caso, Ulquiorra esperava ter essa luz após conversar com a equipe de segurança da mansão, mas os planos mudaram, após sair da mansão Kuchiki ele já sabia aonde ir.

Seguindo um caminho rústico de pedras, ele deparou-se com o jardim da frente, o mesmo que havia visto quando chegou na mansão. Ao olhar para o portão, o detetive avistou dois seguranças do lado de dentro da casa, tentando inutilmente consertar o portão da frente.

Ulquiorra — Com licença, senhores.

Os homens pararam de trabalhar, virando-se em direção da voz que os chamou.

Ulquiorra — Gostaria de ter os seus depoimentos da noite passada — disse sério, enquanto pegava novamente o seu bloco.

— Foi por volta das 04:00 horas da madrugada. Nós estávamos aqui no portão do lado de fora quando fomos surpreendidos por uma forte luz vermelha vindo em nossa direção — O primeiro segurança falou.

— Ela nos cegou por uns instantes e, quando nos demos conta, o portão estava arrombado. Presumimos que o ladrão havia entrado por ele, mas nossa equipe não encontrou ninguém — complementou o segundo homem.

Era uma resposta evidente para Ulquiorra, o ladrão não havia cometido aquele crime sozinho. Enquanto o cúmplice distraia os seguranças, ele teria muito tempo para conseguir invadir a mansão pelo lado sul.

Ulquiorra — Posso analisar o portão?

— Claro, senhor — respondeu o primeiro segurança, abrindo passagem.

Ulquiorra agachou-se e focou o seu olhar para o mecanismo que fazia o portão funcionar. Em uma análise um pouco mais aprofundada, foi possível notar que, em algumas engrenagens, parecia haver algum tipo de cola misteriosa.

A luz descrita pelos seguranças era um material novo para o detetive também, claro que poderia ser somente um sinalizador — mas sinalizadores não tem poder suficiente para quebrar um portão e deixar resíduos. Cifer retirou um pequeno saco de plástico e um lápis de dentro do bolso externo do seu sobretudo, tentando retirar uma amostra do material cutucando-o com o grafite.

A cola era bastante resistente, sendo assim, o moreno optou por levar uma engrenagem contaminada. "Terei que entregar isso ao Szayel Aporro, não queria ter contato com aquele homem, mas dessa vez será necessário." Lamentou-se o detetive em seus pensamentos, enquanto levantava-se olhando os seguranças novamente.

Ulquiorra — Obrigado pelos depoimentos, senhores — Fazendo um breve aceno com a cabeça, o detetive retirou-se do local.

Byakuya observava Cifer entrando novamente na sala dos tesouros, seu sobretudo estava sujo de poeira e de teias de aranha, não tinha um semblante cansado, mas o ricaço sabia que o detetive deveria estar — havia se passado bastante tempo desde que o homem havia entrado pelo buraco do teto.

Byakuya — Alguma novidade?

Ulquiorra — Ele entrou pelos fundos e sabia a planta da mansão, por acaso elas estariam disponíveis em algum lugar, senhor Kuchiki?

Byakuya — Essa é uma casa secular, senhor Cifer, a maioria das cópias das plantas estão em uma área restrita da biblioteca de Karakura, como parte do patrimônio cultural da cidade.

Ginrei — A mansão Kuchiki sofreu várias alterações com o passar dos tempos, por isso todas às vezes que há mudanças nós precisamos mandar a nova planta para a prefeitura — disse o Kuchiki mais velho, intrometendo-se na conversa ao passar pela porta da sala.

"Terei que passar na biblioteca de Karakura." Ulquiorra suspirou, quanto mais rápido tentava resolver o caso, mais lugares ele precisava ir — o que era algo comum na sua profissão —, mas estava receoso de se atrasar para a apresentação da sua companheira.

Ulquiorra — Antes de partir, os senhores teriam algum suspeito?

Os senhores Kuchiki entreolharam-se e, em seguida, olharam novamente para Ulquiorra.

Byakuya — Muitos almejam a nossa riqueza, senhor Cifer, sendo assim, nós desconfiamos de todos ao nosso redor.

Ulquiorra — Entendo, bem obrigado por abrirem as portas para que eu pudesse investigar a sua casa, senhores Kuchiki — agradeceu, pondo as mãos no bolso do sobretudo e caminhando para a saída do local.

Byakuya — Caso tenha novidades, nos ligue imediatamente.

Ulquiorra olhou para Byakuya por cima do ombro e, em seguida, continuou a andar, ficar espalhando informações não era o seu estilo. Ele passou pelo portal quebrado, notando que os seguranças não conseguiram retirar a cola estranha do equipamento e decidiram deixar de lado.

Saindo da mansão Kuchiki o moreno dirigiu-se para a esquerda, notando a presença do táxi de Ikkaku — o careca conversava com seus clientes, que vestiam roupas simples, porém seguravam câmeras e um equipamento pesado. "Esse caso não é mais um segredo."

O detetive foi interrompido de sua breve observação pelo toque de seu celular, o nome "Mulher" aparecia nítido no visor.

Sim?

Obrigada por ter feito o meu almoço hoje.

Não precisa me agradecer por isso — Encostou-se no muro da mansão Kuchiki.

Está bem, como estão indo às coisas aí?

Não posso te falar com tantos detalhes agora, mas as coisas estão indo bem.

Isso é bom, você vai passar em casa alguma hora?

Não, por quê?

Hoje eu vou assistir uma luta de um amigo, então ficarei fora por um tempo.

Certo.

Bom trabalho.

Obrigado... Boa luta.

Ele desligou, olhando brevemente para o céu. Orihime estava em casa e se alimentando, ele gostaria de acompanhá-la, mas o trabalho ainda não havia acabado. Sendo assim, o detetive caminhou calmamente até a mansão vizinha a Kuchiki: A casa dos membros do clã Shihouin.

Este clã era altamente reconhecido por seu histórico de militares, então não foi de espantar a quantidade absurda de seguranças rondando o seu território. Diferente dos outros clãs, os Shihouin treinavam os seus próprios homens, criando uma conduta extremamente profissional e, até mesmo, mortal.

Ao andar perto da calçada de entrada, Ulquiorra conseguia sentir os olhares desconfiados deles. Ele sobe umas pequenas escadas que davam acesso a uma guarita, apertando o botão da campainha e instantaneamente viu uma janela da guarita se abrir, dando visão a um homem todo vestido de preto e de óculos escuros.

— Identifique-se.

Ulquiorra — Detetive Ulquiorra Cifer, gostaria de falar com a senhorita Yoruichi Kisuke Shihouin.

O homem olhou para Ulquiorra e virou-se pegando um telefone, trocando algumas palavras com alguém de dentro da mansão.

— Você tem permissão para entrar.

O portão de entrada abriu-se para o detetive e, para a sua surpresa, quem estava à sua frente não era mais um dos homens de preto e sim duas crianças. A primeira era um garoto que possuía cabelos vermelhos muito arrepiados e segurava um taco de beisebol; a segunda era uma garotinha de cabelos pretos com uma blusa branca e uma saia rosa comprida.

— Olá, senhor Cifer, meu nome é Jinta e essa garota ao meu lado se chama Ururu, a gente vai te levar até a chefia — disse o garoto.

Ururu — Jinta, você não deveria chamar a mamãe assim... — falou baixo, olhando para o irmão de baixo para cima, como se tivesse medo dele.

O menino deu um leve tapa na cabeça da irmã.

Jinta — Eu chamo ela do que eu quiser — Cruzou os braços. — Por aqui senhor Cifer.

Diferente da mansão Kuchiki, que era cheia de grama e árvores, essa mansão possuía uma grande área feita somente de areia e era pouco arborizada — em uma árvore específica havia um balanço de pneu e algumas bonecas largadas —, o chão tinha muitas pegadas, como se pessoas tivessem corrido por aquele lugar recentemente.

O garoto começou a guiá-lo para a parte sul da mansão, onde duas coisas chamaram a atenção dos olhos do detetive. A primeira era outra construção que parecia uma loja — uma placa localizada em cima do lugar dizia "Cantinho do Urahara." — aquele lugar despertou os instintos de Ulquiorra, logo após falar com a representante dos Shihouin ele daria um jeito de entrar lá dentro e a segunda coisa foi a própria Yoruichi e seu marido, ambos estavam no chão deitados em direções opostas e rindo.

Jinta — Temos convidado.

Yoruichi e Urahara levantaram-se do chão ainda rindo e limpando a areia de suas vestes, o casal estava suado e ofegante.

"Deveriam estar praticando algum tipo de exercício." Assumiu o detetive, porém ao olhar bem para o rosto do homem, Ulquiorra notou que havia um hematoma recém-formado em sua bochecha. Urahara chamou a pequena Ururu para perto e sussurrou alguma coisa em seu ouvido, ela concordou com a cabeça e saiu correndo para dentro da casa.

Yoruichi — Bom dia senhor Cifer, o que traz a sua ilustre visita aqui?

Ulquiorra — Eu gostaria de poder fazer algumas perguntas aos senhores.

Urahara — Devem ser relacionadas ao roubo do Cristal de Gelo, não é?

Yoruichi — Ah é verdade, ele foi roubado recentemente.

Ulquiorra deixou escapar uma pequena expressão de confusão por alguns segundos, como eles poderiam saber sobre isso? A mídia ainda não tinha publicado nada sobre e o próprio senhor Kuchiki queria isso o mais sigiloso possível.

Urahara — Nossa, do jeito que falamos agora, foi bastante suspeito — comentou rindo brevemente, balançando a mão no ar.

Yoruichi — Não se preocupe, senhor Cifer, eu e o Byakuya nos conhecemos desde que ele era uma criança, somos bastante íntimos, ele me telefonou contando o ocorrido.

Ururu voltou à cena carregando três copos de vidro, acompanhada por um mordomo que trazia uma enorme jarra de água. A garotinha entregou os copos aos adultos presentes.

Urahara — Gostaria de um copo de água, senhor Cifer? — questionou-o agarrando a jarra de água e enchendo o primeiro copo.

Ulquiorra — Sim — estendeu o copo para o loiro à sua frente.

Uma garota de macacão preto saiu de dentro da casa, deparando-se com aquela pequena reunião, seus cabelos eram curtos e pretos.

— Yoruichi-sama, o almoço está pronto.

Yoruichi — Obrigada por ter nos avisado, Soi Fong — A morena sorriu, vendo a jovem ficando com as bochechas coradas, em seguida ela voltou-se para o detetive. — Gostaria de almoçar conosco? Podemos responder todas as suas perguntas após isso.

Ulquiorra tomou seu copo de água e o colocou em cima da bandeja do mordomo, embora não quisesse aceitar, era difícil negar que ele estava com fome.

Ulquiorra — Claro.

Yoruichi deu seu último golpe e tomou a frente de todos, passando pela jovem Soi Fong. Ulquiorra, Urahara e as crianças a acompanharam, após alguns minutos andando eles chegaram à cozinha da mansão. Havia uma mesa enorme, os funcionários colocavam a comida sobre a mesa e logo em seguida se sentavam.

Yoruichi e Urahara se sentaram cada um em uma ponta da mesa —Urahara como chefe da família Kisuke e Yoruichi como chefe da família Shihouin —, a jovem Fong sentou-se na cadeira central à mesa como a representante da unificação do clã Fong com o Shihouin e Ulquiorra sentou-se em frente a ela.

Yoruichi — Sinta-se à vontade para comer o quanto quiser.

Após estas palavras ditas todos começaram a comer, alguns incluindo a Shihouin comiam como selvagens, Ulquiorra olhava para eles com uma mistura de confusão e nojo enquanto colocava educadamente a comida em seu prato. Durante a mastigação, observava o comportamento dos presentes à mesa, "Os nobres realmente têm modos de agir bem característicos." Fazia uma comparação mental da forma que os Kuchikis e os clãs presentes à mesa se portavam na frente de visitas.

Urahara — Então Ulquiorra-san, anda tendo muito progresso em sua investigação?

Ulquiorra — Desculpe-me senhor Kisuke, mas não posso compartilhar esse tipo de informação — disse olhando para o loiro.

Urahara — Oh, eu entendo... — Retirou o seu leque do bolso. — Há toda uma burocracia de sigilo nessas coisas.

Os presentes comiam e conversavam, com exceção ao detetive Cifer, que comia em silêncio e com postura. Após um tempo todos haviam terminado a refeição e retiravam-se para continuar suas tarefas diárias. Yoruichi, Urahara e Ulquiorra se levantaram e andaram novamente até o quintal, a mulher sentou-se em um pano no chão, apoiando suas mãos em algumas almofadas, Urahara sentou alguns centímetros de distância dela, enquanto indicava a Ulquiorra onde ele deveria sentar.

Yoruichi — Agora podemos conversar à vontade, senhor Cifer.

Ulquiorra — Obrigado pelo almoço, senhora Shihouin...

Yoruichi o interrompe.

Yoruichi — Somente Yoruichi, por favor.

Ulquiorra — Certo Yoruichi e senhor Kisuke — deu uma breve pausa antes de começar. — O que vocês sabiam tanto do cristal roubado?

Yoruichi — Bom senhor Cifer, acredito que o senhor saiba que o Cristal significa a unificação dos 3 clãs fundadores: A madeira significa a durabilidade e a força dos membros do clã Shihouin, o branco é a elegância e pureza dos membros do clã Kuchiki e os detalhes talhados significam a sutileza dos membros do clã Tsunayashiro, juntos eles construíram a cidade de Karakura.

Enquanto Yoruichi falava, Urahara abanava-se com o seu leque olhando para os seios da esposa. Ulquiorra ouvia com atenção, o cristal era algo simbólico para a mulher que estava a sua frente, seria todas as famílias nobres assim?

Ulquiorra — Se o cristal era a representação da união dos clãs, por que os Kuchikis ficaram com ele?

Yoruichi — Eu me perguntei isso a um tempo atrás, mas infelizmente não encontrei nenhuma resposta.

Urahara — É realmente um mistério intrigante — falava ainda olhando para os seios da esposa, recebendo um soco na face logo em seguida, quando a morena percebeu o que ele fazia. — Ai ai... — queixou-se, massageando o novo hematoma, porém rindo da atitude da mulher. Quando o ardor do golpe cessou, o loiro focou sua atenção no detetive falando sério. — Há várias histórias de como os Kuchikis conseguiram a posse do cristal, os clãs primários preferem não falar sobre isso com certeza, pois nenhuma história é confirmada, já as outras famílias nobres gostam de imaginar as suas próprias versões.

Ulquiorra — Como, por exemplo?

Urahara — Nós da família Kisuke gostamos da versão em que os Kuchikis ganham em uma competição de pedra, papel ou tesoura.

Yoruichi produziu um som de risada contida.

Urahara — Mas é claro que isso não aconteceu, os membros da família Kyoraku tem a teoria de foi os Kuchikis que construíram o Cristal e decidiram compartilhar com os outros, até que é uma teoria interessante, mas não acho que tenha realmente acontecido.

Enquanto escutava as histórias, Ulquiorra tentava observar as expressões faciais dos seus suspeitos. Yoruichi tenha uma expressão leve, mesmo falando sobre um assunto sério, ela realmente não sabia muitas coisas, enquanto Urahara — mesmo que estivesse com um leque cobrindo quase toda a face e um chapéu escondendo boa parte da sua testa, Ulquiorra conseguia olhar bem para os seus olhos, às vezes centrados nos olhos do detetive, mas às vezes olhava para a direita e piscava em um ritmo normal —, ele não mentia, mas algo naquela atmosfera estava suspeita.

Um gato preto aproximou-se da mulher, ela o segurou nos braços e acariciou-o, Urahara parou de falar e olhou para a esposa, seus olhares se encontraram, como se estivessem lendo a mente um do outro.

Yoruichi — Vá em frente — disse para o marido, voltando a atenção para o gato.

Urahara — Senhor Cifer, se importaria de me acompanhar até meu "cantinho"?

Ulquiorra — Não. — Levantou-se.

O homem loiro levantou-se e o acompanhou em direção a construção no fundo do quintal da mansão.

Urahara — Sabe senhor Cifer, os Kisuke sempre foram muito curiosos, alguns dizem que somos muito metidos, eu até tenho que concordar. Mas se não fosse assim não teríamos construído a biblioteca central de Karakura — comentou, abrindo a porta do pequeno prédio e ligando as luzes.

Ulquiorra olhou ao redor, o lugar parecia uma pequena loja, havia objetos que pareciam doces e várias caixas de papelão juntas uma em cima da outra.

Urahara — Esse é um dos meus pequenos passatempos — olhou para Ulquiorra. — Yoruichi me apelidou de cientista maluco, o que não deixa de ser um pouco verdade... — O loiro continuou andando em frente enquanto o detetive olhava as prateleiras da "loja". — Gosto de inventar coisas como essa — disse pegando um objeto pequeno de uma das prateleiras, assemelhava-se a um pacote de bala. — Essas são as minhas pastilhas energéticas, tem um gosto bem melhor do que energético e é mais portátil, sem contar que é mais barato para se fabricar, embora eu não recomendo que pessoas com problemas cardíacos consumam — deu um breve riso. — Eu não quero ser responsável por acidentes.

Ulquiorra — Por que me trouxe aqui, senhor Kisuke?

Urahara — Você não é do tipo de enrolação, não é? — comentou dando um sorriso satisfeito de canto de boca. — Como um homem que preza pelo conhecimento e pelo poder da curiosidade — falava indo para trás de um balcão e abaixando-se, abrindo uma gaveta e em seguida voltando a olhar para Ulquiorra. — Creio que estarei fazendo uma boa ação em lhe dar isso — O homem pôs uma chave em cima da mesa.

Ulquiorra a segurou, sem entender ainda o que aquilo queria dizer.

Ulquiorra — De onde é essa chave?

Urahara — É para a área privada da biblioteca, somente os membros da família Kisuke têm acesso a ela, mas acho que essa chave estará em boas mãos.

Ulquiorra — Obrigado pela confiança, senhor Kisuke — disse guardando a chave e olhando para o relógio, o tempo não estava muito ao seu favor. — Agora, se me permite, tenho que falar com outras pessoas — Virou-se.

Urahara — Boa sorte na investigação, Ulquiorra-san — disse voltando a se abanar com o leque, pensando consigo mesmo: "Espero que você consiga nos ajudar...".

Fanfic revisada: 26/03/2023

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