Você de novo? (Quadrilogia Mu...

By litielerocha

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Anne de Souza é uma mulher negra, muito obstinada, sincera e que luta para conquistar o que quer. Em sua juve... More

Personagens
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9 # BÔNUS#
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo final
Epílogo
#Agradecimento#
# BÔNUS BIA #
Aviso - Novo Livro
Postagem livro novo
#BÔNUS#

Capítulo 1

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By litielerocha

Dizer adeus as pessoas que amamos e algo que nunca imaginamos ter que fazer, mas quando isso acontece se torna algo devastador, e o que nos resta é seguir apenas com à saudade, e isso sempre nós acompanhará....

〰️✴〰️✴〰️✴〰️

Depois de três anos viajando por vários lugares do mundo, com a companhia de dança do Rio de Janeiro como coreógrafa de alguns artistas da música, neste momento estava retornando para o Brasil.

Sempre que conseguia passava pelo Rio para ver meu pai, Nick e sua família.

Nicolas, era meu melhor amigo. Na verdade era mais que isso, ele era o irmão que nunca tive e eu a irmã que ele nunca teve.

Nossa amizade começou graças às nossas mães que também eram melhores amigas. Crescemos juntos e isso ajudou Nick e eu a nós tornamos inseparáveis.

Também tinha o Rafael, o irmão de Nick, mas como ele era mais velho, então ele não ficava com a gente. Eu confesso que nem fazia questão, pois ele era muito irritante.

Quando perdi minha mãe, eu tinha 15 anos de idade. Desde então, a senhora Carmem tem cuidado de mim como se eu fosse sua filha.

Ela fez questão de pagar pelos meus estudos, pois foi mais uma das promessas que ela fez a minha mãe.

Na época meu pai não achou uma boa ideia. Mas ela conseguiu convencê-lo e no final ele acabou aceitando.

Minha família era de um mundo totalmente oposto da de Nick. Os Alburquerque eram donos de várias cadeias de hotéis pelo Brasil e fora do país, eles tinham muito dinheiro. Já meus pais eram professores de escola pública. Essa diferença de posição social nunca impediu nossas mães de serem amigas e nem de Nicolas e eu nos tornamos amigos também.

Contudo, eu nunca imaginei, nem nos meus piores pesadelos, que o motivo para me fazer retornar ao Brasil, neste momento, seria para enterrar o meu melhor amigo.

Quando meu pai me telefonou avisando do que tinha acontecido com Nick e Valentina, fiquei desesperada. Na hora eu não consegui acreditar.

— Pai, isso é mentira. — Digo com a voz trêmula.

Senti minhas pernas fraquejarem, então tive que me encostar na porta do banheiro.

— Filha, eu gostaria que fosse, mas não é querida. — Disse meu pai.

O grito que ecoou de minha garganta foi assustador... desesperador.

— Não, nãooooo. —  Grito aos prantos ao mesmo tempo em que meu corpo deslizava pela porta caindo no chão.

Ainda estava segurando o celular em minhas mãos. Escutava a voz do meu pai do outro lado da linha me chamando, mas parecia que eu estava em estado de transe.

Tudo que consegui fazer foi chorar feito uma criança pequena. Sentia uma dor terrível em meu peito, como se uma parte de mim estivesse sendo arrancada.

— A senhorita gostaria de uma água? —  Diz a aeromoça me trazendo de volta para realidade.

Senti uma lágrima rolar por minha face e levei a mão rapidamente para limpa-la. Depois virei na direção dela e falei:

— Não obrigada.

Assim que aeromoça se afastou voltei a mergulhar nos meus pensamentos.

〰️✴〰️✴〰️✴〰️

Caia uma chuva fraca naquele inicio de tarde, mas não estava preocupada em me abrigar embaixo do guarda- chuva.

Estava ali parada, totalmente perdida
A sensação que eu tinha era que apenas meu corpo estava presente naquele local, minha mente ainda tentava processando o que tinha acontecido.

Diversas vezes me questionei o porquê Nicolas e Valentina tinham que ter partido tão cedo. Eles tinham tanta coisa para viver juntos, eram tão novos e ainda por cima tinham construído uma família linda.

De repente, a imagem de Sofia vem a minha mente. E me pergunto o que seria dela agora sem os pais. Tudo bem, que ela era muito novinha para entender, mas quando começasse a crescer iria querer saber deles, sentiria a falta de seus pais. Eu sabia por experiência própria a falta que uma mãe fazia na vida de uma garota.

Olhei ao redor tentando ver se ela estava por perto, mas não há encontrei. Dei graças a deus por não ve-la alí, pois não acho que seria prudente para uma garotinha presenciar o enterro dos próprios pais.

Neste exato momento, meu olhar se chocou com um par de olhos penetrantes que me fitavam intensamente. Senti -me estremecer.

Meu olhar ficou preso ao de Rafael. Tentei ver algo por de trás daquela máscara impenetrável, mas nada.

As lembranças do passado voltaram a dominar meus pensamentos. Foi como se eu estivesse entrado numa máquina do tempo.

— Rafael, você é um babaca — Digo com muita raiva ao ouvir ele dizendo para o Nicolas parar de passar tanto tempo comigo e arrumar uma namorada.

Sai agora do meu quarto — Diz Nick visivelmente furioso.

Calma Nicolas, só estou falando, pois essa magricela, vai ficar no seu pé até quando? Desse jeito não conseguirá arrumar uma namorada.

Ao pronunciar essas palavras Rafael me olha com um brilho de divertimento e sorri.

Minha vontade era esbofetear aquele rosto perfeito.

Fiquei possessa. Quem ele pensa que era para falar comigo daquela maneira.

Levantei da cama e andei em sua direção. Parei alguns centímetros dele, mas como era muito mais baixa do que ele, tive que levantar minha cabela para encará-lo.

Rafael, porque está tão preocupado com o tempo que Nick e eu passamos juntos? —  Indago.

Percebo que minha pergunta o atingiu em cheio. Ele parecia desconcertado, mas logo deu um jeito de vestir aquela carapaça de pura arrogância.

Ora, ora, pequena Anne. O que você faz ou deixa de fazer não me interessa, mas vê se não atrapalha meu irmãozinho. Com você sufocando ele vai ser difícil do moleque arrumar uma namorada.

Antes que eu pudesse falar algo Rafael saiu do quarto rindo da minha cara.

Tentei compreender o motivo dele se incomodar tanto com minha relação com seu irmão.

Nem percebi quando Nick parou ao meu lado e me girou pelos ombros para que olhasse para ele.

Anne, não de ouvidos ao Rafael ele é um imbecil sem coração, ele adora implicar com você, pois é a única que discute com ele e não se deixa intimidar. E outra você não me atrapalha em nada
— Diz Nick, me fazendo um carinho no rosto.

Ok Nick, mas você nunca deixe de fazer algo por minha causa — Completo.

Ele dá uma risadinha e balança a cabeça concordando.

Falando em relacionamento, como vai seu lance com a Rebeca? — Pergunto levantando uma sobrancelha de maneira inquisidora.

Ao ouvir o nome da garota, Nick fica vermelho. A Rebeca era uma das garotas mais linda da escola e Nick tinha uma queda por ela.

Convidei ela para festa dos meus pais no sábado. — Diz Nick.

Droga, a festa de aniversário de casamento dos pais de Nick, havia esquecido completamente - digo para mim mesma.

Você esqueceu né? — Ele conclui só pela expressão do meu rosto.

Sim. —  Respondo fazendo uma careta.

Lembra que me prometeu que iria viria? — Questiona Nick, e eu concordo balançando a cabeça...

A festa do senhor e da senhora Alburquerque, estava linda. Havia muita gente, eles decoram o jardim, e até mesmo tinha uma banda tocando música ao vivo.

Entrei no salão principal da mansão, e fiquei procurando por Nick. Ao olhar para o lado dou de cara com minha imagem no espelho.

Neste momento, agradeci aos céus a ajuda da senhora Carmem com a escolha do vestido, pois se fosse pelo Nick eu colocaria qualquer roupa e acabaria passando o maior vexame, pois todos estavam bem vestidos.

Ei Anne.

Me virei ao escutar a voz de Nick. Ele é Rebeca vinham em minha direção. Observei como os dois ficavam lindos juntos. Eles formavam um belo casal.

Oii gente, estava a procura de vocês. — Respondo assim que eles se aproximam.

Vamos dançar? — Convida a Rebeca.

Sim vamos.

Nos dirigimos para pista de dança, onde já havia algumas pessoas.

Adoro essa música. — Digo a eles e começo a dançar.

Meu sonho era ser dançarina profissional, amava dançar. Até mesmo fazia aulas de dança na escola em meu tempo livre.

Alguns minutos depois, começou a tocar uma música romântica e aproveitei para ir buscar algo para me refrescar. E deixar que Nick aproveitasse com a Rebeca.

Nick, vou buscar algo para beber e me sentar um pouco — Digo

Tudo bem. — Responde ele.

Sai em buscar de algum garçom e logo avisto um. Assim que pego uma água, me dirigo até a nossa mesa, sento-me e fico observando Nick dançando.

Levei um susto ao escutar uma voz sussurrando próximo a minha orelha.

Com ciúmes?

Só podia ser o insuportável do Rafael. Definitivamente, ele queria acabar com meu sossego.

Me viro tão depressa que meu rosto fica muito próximo ao dele, mas não recuo. Sinto um arrepio percorrer meu corpo e seu cheiro me provoca uma sensação estranha.

Quando você vai parar de me incomodar Rafael? — Questiono irritada.

Ele levanta uma de suas sobrancelhas e da um meio sorriso. Meu Deus como uma pessoa conseguia ser tão linda e desprezível ao mesmo tempo.

Nunca!

Ao escutar o que ele fala me levanto e caminho apresadamente em direção a estufa, que ficava no sentido oposta de onde estava acontecendo a festa.

Queria ficar o mais longe possível dele. Mas ao entrar, não percebi que ele estava atrás de mim.

Pequena Anne, você acha que o Nick vai olhar para alguém como você, enquanto pode ter garotas como Rebeca.

Ao ouvir aquilo, perdi o controle e acabei dando um tapa em seu rosto. Mas não me arrependi do que fiz.

Olha aqui Rafael, estou cansada dessas suas provocações, a partir de hoje você nunca mais irá me diminuir — Grito com tamanha fúria.

Rafael me encarou com tanta raiva que pensei em recuar, mas me mantive firme.

Nunca mais encoste um dedo em mim

Seus olhos estavam tão escuros e uma veia pulsava em seu pescoço que por um fração de segundos achei que ele iria perder o controle.

E você nunca mais tente me humilhar— Digo num tom que expressa toda raíva que estava sentido.

Definitivamente eu não conseguia compreender o que tanto incomodava Rafael no meu relacionamento com Nick.

Me diga, qual o problema de Nick se interessar por alguém como eu? — Digo de maneira provocativa.

Nessa hora, os poucos centímetros que nos separavam deixaram de existir, ele estava tão próximo que sentia seu cheiro, sua respiração em meu rosto.

O problema é que você nunca será dele, entendeu? — Diz Rafael num tom de possessividade.

Foi nesse instante que aconteceu a coisa mais inusitada. Eu não estava pronta para o que venho a seguir.

Rafael, levou uma de suas mãos até minha face e a acariciou. Eu fiquei totalmente imóvel. Tentei controlar minha respiração que se tornava ofegante, mas sem nenhum sucesso.

Senti a outra mão de Rafael em minha cintura e depois ele me envolveu alinhando meu corpo ao dele.

Seus olhos estavam fixos em minha boca. Vi um brilho de desejo cintilar em seu olhar. Sabia o que ele faria a seguir, mas não tentei impedi -lo. Eu também queria aquilo.

Ele aproximou seu rosto e roçou seus lábios nos meus. Depois, mordeu de leve meu lábio inferior.

Sentia meu coração bater num ritmo descompassado, minhas pernas ficaram bambas. "Meu Deus o que estava acontecendo comigo?", penso apavorada.

Rafael intensificou o beijo. Sua língua explorava o interior de minha boca e eu fazia o mesmo.

Suas mãos acariciavam minhas costas. Aquilo estava me deixando excitada. Instintivamente, passei meus braços ao redor de seu pescoço e colei mais meu corpo ao dele.

Senti as mãos de Rafael explorarem meu traseiro e depois ele apertou. Sentia a ereção dele contra minha barriga.

Eu sentia tanto tensão que chegava a pulsar e doer a região entre minhas pernas. Comecei a desabotoar sua camisa, enquanto estávamos com nossos lábios grudados.

Passei a ponta dos meus dedos pelo tórax de Rafael, depois de maneira provocativa trilhei com as minhas unhas. Ele deixou escapar um gemido.

Senti o zíper do meu vestido sendo aberto. E Rafael puxando a alça para baixo, liberando um dos meus seios, ele inclinou a cabeça para frente e sugou meu mamilo. Arquei as costas, para lhe dar livre acesso.

Eu não me permiti pensar em nada naquele momento. Eu só queria aproveitar essa experiência única com Rafael

Ele continuou a castigar meu seio, mordiscando e depois soprando, me excitando cada vez mais.

Deus, aquilo era tão bom. Era a primeira vez que deixei alguém fazer aquilo comigo.

De repente, Rafael parou abruptamente e se afastou de uma maneira brusca, quase me derrubando. Aquilo me deixou sem reação.

Ele começou a abotoar a camisa. Sua fisionomia era indecifrável. Por um instante eu fiquei imóvel, totalmente confusa.

O quê será que eu fiz para ele se afastar daquele jeito? — indago mentalmente.

Devagar levanto as alças do meu vestido cobrindo meus seios e tento puxar o zíper do vestido, mas não alcanço. Rafael se aproxima e me ajuda a fechar, depois volta a se afastar.

O que foi Rafael? — Perguntou me sentido confusa.

Mas a resposta que recebi a seguir foi pior que levar um tapa na cara.

Anne, você achou mesmo que eu iria transar com você? Nunca fui de pegar os restos do meu irmão e com certeza não vai ser agora que irei fazer isso.

As palavras morreram em minha garganta. Não consegui emitir um único som se quer.

Eu achei que ele já tinha terminado de pisotiar em cima de mim, mas havia me enganado.

Se bem que pessoas como você servem apenas para isso mesmo.

Esse insulto me despertou do meu estado de transe, levantei meu olhar e o encarei.

Pessoas como eu? Deixa eu ver se entendi o que você quer dizer. — Digo, tentando me controlar, pois achei que iria explodir de tanta raiva, minha vontade era de socar Rafael — Você está  insinuando que pessoas negras, como eu, só servem para serem usadas, é isso?

Ele deu uma risada carregada de amargura e não respondeu nada.

— Seu canalha, desgraçado. Eu te odeio tanto. Nunca mais quero ver você na minha frente. — Digo e corro para longe dali.

Só parei quando estava no portão da casa de Nick. Neste momento lembrei que não podia ir a pé, pois minha casa era longe dali.

"Mas se fosse preciso para ficar longe de Rafael eu iria até caminhando", meu subconsciente grita.

Continue andando, até que avistei um táxi que estava saindo da casa dos Alburquerque. Fiz um sinal para que ele parasse e embarquei logo em seguida.

Durante o trajeto para casa. Permiti que as lágrimas descessem por minha face.

Você está bem mocinha? — Pergunta o motorista e eu apenas afirmo com a cabeça....

Depois daquela noite, nunca mais voltei a ver o Rafael. Soube por Nick, que ele antecipou sua ida ao exterior no dia seguinte para ingressar na faculdade.

Nunca contei a ninguém sobre o que aconteceu naquela festa, nem mesmo ao Nick...

Uma lágrima rolou por minha face, me trazendo de volta para o presente. Nem me dei de conta, que havia parado de chover.

Minha visão estava embasada pelas lágrimas. Rapidamente baixei a cabeça, pois não queria que ninguém percebesse que está chorando, porém quando voltei a encarar Rafael percebi que ele estava me olhando.

Não queria parecer vulnerável, estava me segurando para não desabar. Mais tarde quando estivesse sozinha eu choraria e sofreria por tudo que estava sentindo. Mas agora tinha que ser forte para dar apoio aos pais de Nick.

A fisionomia de Rafael era abatida, sabia o quanto ele estava sofrendo. Mas ele também se mantinha firme.

Neste momento, escuto alguém gritando bem próxima de onde eu estava.

— Não, minha filha amada.

Era só o que faltava, penso. A víbora da mãe de Valentina começar a fazer seu showzinho. Minha vontade era de ir até lá e arrasta-lá para fora pelos cabelos.

Aquela mulher sempre odiou a própria filha. Ela só aturava a Valentina, pois seu marido havia deixado tudo para filha e como nunca trabalhou eraValentina quem a sustentava.

Ela começou a proferir um monte de acusações ao pobre Nick.

— Ele matou minha filha — Grita Patrícia.

O acidente de carro foi apenas uma infeliz fatalidade — penso para mim.

Dona Carmem começou a chorar com a cena da mulher. Rapidamente Rafael se aproximou de Patricia e a segurou pelo braço. Depois falou algo próximo ao seu ouvido e nesse momento ela parou com seu teatro e ficou calada. Ele volta para o lado de seus pais.

Fiquei me perguntando o que foi que ele falou para ela ficar quieta.

Algumas horas depois, foi o momento do adeus a Nick e Valentina. Foi horrível. Achei que os pais de Nick não iam aguentar, mas Rafael estava alí dando apoio a eles.

Já passava das cinco da tarde, quando tudo terminou. As pessoas prestaram suas condolências a familia, depois foram embora.

Me aproximei do senhor é senhora Alburquerque para falar com eles. Percebi que Rafael não estava com eles, na verdade não o vi em lugar algum, talvez já tivesse ido embora.

— Minha filha! — Diz a senhora Carmem me apertando com força num abraço carinhoso — Quanto tempo?

— Dona Carmem, que saudade — Digo ainda abraçando-a — Seu Xavier — O cumprimento —Desculpem-me não ter vindo falar com você antes, mas estava tão...

— Shh. - ela me interrompe — Eu entendo minha filha, sei o quanto vocês eram próximos. — Diz ela limpando as lágrimas que caiam.

— E você pretende ficar no Brasil até quando? — Ela me pergunta com um olhar ternuo.

— Bom, não sei ao certo. Eles me deram um mês para descansar, depois posso retornar para companhia de dança —
Vejo em seu olhar que minha resposta a deixou ainda mais triste — Mas, não se preocupe com isso. Prometo, que esse tempo que ficarei aqui, posso lhe fazer compania e ficar um pouco com a Sofia.

Eu era a madrinha de Sofia, e das vezes que fui ao Brasil, visitava ela. Todos os dias Nick e eu nos falavamos via skipe, mesmo longe nunca perdemos o contato.

— Tudo bem minha filha — Diz dona Carmem, me dando um sorriso sem ânimo algum. — E Pedro?

— Papai ficou muito abalado e queria muito ter vindo. Mas ele começou a lembrar da mamãe, então disse para ele ficar em casa. Isso seria demais para ele.

— Entendo.

— E Sofia? — Pergunto.

— Ficou com a babá. Mas não tivemos coragem de falar nada para ela. Sofia é muito novinha para entender.

— Sim.

Conversarmos por mais alguns minutos até que Dona Carmem pediu licença para se retirar.

— Minha querida se não se importa preciso descansar um pouco. —  Diz ela

— Claro, vá descansar.

Dona Carmem se vira para o seu marido, Xavier, e diz:

— Vamos meu bem?

— Vamos minha querida — Diz Xavier, mas antes de guiando-a até o carro, ela me dá mais um abraço.

— Anne, apareça para ver a Sofia amanhã. — Diz Carmem.

— Ok, eu irei.

Comecei a andar em direção ao estacionamento, quando o Dr. Bruno, um senhor de mais ou menos 60 anos me chamou.

— Anne.

— Oi doutor Bruno, como vai?

— Bem. Desculpe te incomodar neste momento tão devastador, mas preciso que você compareça na segunda as duas da tarde no meu escritório.

— Para quê?

— Bom, terá uma reunião onde será lido o testamento de Nicolas e Valentina e você deve estar presente.

— Ok, Dr. Bruno — Falei meia incerta. Pois não via nenhum motivo para eu estar presente na leitura do testamento.

Talvez, Nick tenha me deixado sua coleção de livros e CD's. Pois lembro que sempre incomodava ele para que me desse de presente. Ou ele queira que eu atenda algum pedido seu. E como sua melhor amiga, irei realizar sem dúvida alguma.

— Estarei lá — Digo e me despeço do Dr. Bruno.

Mas antes de entrar no meu carro, olho mais uma vez em volta para ver se vejo Rafael, mas nem sinal dele.

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