O Misterio do Cristal de Gelo...

By LadyJoker01

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Ulquiorra Cifer é um detetive particular que trabalha na agência de detectives do renomado Aizen Sōsuke, que... More

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Hora Extra

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By LadyJoker01

O sol havia acabado de nascer quando o último cliente do clube noturno, Gran Caida, saiu pela porta da frente. A jovem Sung-Sun pediu aos seguranças para fecharem e apagarem todas as luzes da entrada da frente, para evitar a entrada de mais clientes. Orihime ainda usava o vestido branco do show da noite passada, estava exausta, mas também estava faminta. A ruiva entrou na cozinha do bar e fez um sanduíche de presunto com nutella de café da manhã.

Uma morena de cabelos cacheados castanhos com olhos cor de esmeralda entrou no local, usando o mesmo vestido branco que Orihime.

Mila Rose — Como você consegue comer isso aí? — questionou com a sobrancelha franzida, olhando para o sanduíche um pouco enojada.

Orihime — Não é ruim, na verdade, é uma delícia. Gostaria de experimentar? — A ruiva estendeu o lanche mordido para a companheira.

Mila Rose — Er, não obrigada. — Virou-se, abrindo a porta da geladeira e retirando uma maçã. — Você soube que o número de hoje mudou, certo? — perguntou, mordendo a fruta logo em seguida.

Orihime — Não... O que mudou? — perguntou a ruiva, preocupada.

Mila Rose — O senhor Louisenbairn quer que eu cante com vocês duas hoje à noite.

Orihime — Sem problemas, teremos só que dividir o repertório, há algumas músicas que a Rangiku-san não conseguiu decorar ainda.

Mila Rose — Oh, então é esse o nome dela. Ainda não tive oportunidade de falar com a novata — comentou, mordendo novamente a maçã.

Orihime — Podemos resolver isso hoje então — sorriu gentilmente e, logo em seguida, bocejou.

Mila Rose — Você deveria descansar. Vou pedir a Emmylou para avisar quando a novata chegar.

Orihime — Mila-chan você também deveria descansar — comentou a ruiva, terminando o seu sanduíche.

Mila Rose — Eu irei, só tenho que resolver umas coisas... — finalizou a conversa, retirando-se da cozinha.

Mila Rose dirige-se à área de bebidas, onde Tier Halibel encontrava-se enxugando um copo de shot enquanto Sung-Sun e Emilou Apacci estavam sentadas nas cadeiras conversando.

A loira colocou o copo de shot em cima do balcão e pôs uma dose de tequila dentro dele. Emmylou agradeceu a Halibel e, quando ia segurar o pequeno copo, foi surpreendida por uma mão o agarrando primeiro.

Emilou — Mila Rose! Esse era meu! — protestou.

Mila Rose — Você não deveria estar bebendo a essa hora da manhã — disse em resposta aos protestos da amiga, bebendo todo o conteúdo do copo em seguida. Após o ato, pôs o copo no balcão, para que Halibel o enchesse novamente.

Emilou — Eu não deveria?! Olha para você! Você que não deveria estar bebendo a essa hora da manhã! — Bateu a mão na mesa.

Sung-Sun — Na verdade, nenhuma das duas deveriam estar bebendo a essa hora, mas tudo bem. Quando vocês tiverem um ataque de cirrose, somente eu serei o centro das atenções aqui.

— O que você disse?! — As duas garotas disseram em uníssono.

No meio dos gritos das três, Halibel tomou o shot que estava em cima da mesa, enquanto pensava "Esse vai ser um longo dia." Ainda com a mente ignorando a briga de suas companheiras, a bargirl começou a organizar seus materiais para acabar seu expediente, quando notou que Orihime caminhava para atrás do palco.

O Gran Caida possuía quartos para os seus funcionários caso precisassem dormir lá. Orihime abriu a porta de um deles, deitando-se na cama completamente exausta.

Eram 09h: 50min quando o alarme a acordou de seu sono. A garota pegou o celular e ligou para o primeiro número de sua lista de contatos, torcendo para que ele atendesse.

Mulher... — disse a voz grave do outro lado da linha

Ulquiorra-kun que bom que atendeu, pensei que estaria ocupado, mas decidi te ligar mesmo assim, aparentemente tive sorte — sorriu.

Mulher, já lhe pedi para que não me chame de "Ulquiorra-kun".

E eu já pedi para que não me chame só de "Mulher".

Ela escutou o suspiro dele.

Por que me ligou Orihime?

Gostaria de saber se você irá ver minha apresentação hoje.

Acabei de pegar um caso, gostaria de resolvê-lo logo.

Entendo... — Orihime abaixou o tom de voz, tentando parecer triste.

Mas tentarei ir.

Oh obrigada Ulquiorra-kun, quer dizer, Ulquiorra — falou eufórica.

Por que quer tanto que eu vá hoje?

É a estreia da nova garota, Matsumoto, vamos cantar em dupla hoje.

Entendo... Tentarei ir, mas agora tenho que desligar

Tchau — despediu-se feliz.

Orihime deu um largo sorriso, guardando o seu celular de lado, porém foi surpreendida por uma nova ligação. Olhando para o visor, percebeu que era uma ligação de Rukia.

Alô Kuchiki-san, bom dia — atendeu sorridente.

Bom dia Inoue-san, como você está?

— Estou bem, acabei de acordar de uma soneca.

— Você ainda não foi para casa? — Seu tom indicava preocupação.

É, hoje estou fazendo hora extra.

Entendo... Mas você ainda irá conseguir ver o Chad hoje a tarde?

Ainda não tenho certeza, tenho que ensaiar com a garota nova, mas tentarei ir.

Está bem, espero que você consiga, tenha um bom dia de trabalho.

Obrigada Kuchiki-san.

Tchau.

Rukia desligou.

Orihime largou o celular e andou em direção ao banheiro do quarto, necessitava tomar um banho. O vapor da água já nublava o box do chuveiro quando Orihime ouviu algumas batidas na porta do cômodo, a ruiva desligou o chuveiro para escutar a voz que falava com ela.

Emillou — Orihime, Rangiku Matsumoto está te esperando.

Orihime — Já estou indo — disse dentro do banheiro.

Ela terminou o seu banho o mais rápido possível, vestiu-se e foi para o lado de fora. Matsumoto estava sentada em cima de uma das mesas mandando mensagens, suas bochechas estavam levemente coradas.

Orihime — Bom dia Rangiku-san — sorriu.

Matsumoto — Bom dia Orihime — respondeu, levantando-se para abraçar a garota, que retribuiu o gesto um pouco sem jeito.

Orihime avistou Mila Rose saindo de trás do palco ainda bocejando e a chama. A morena se aproxima ainda sonolenta.

Orihime — Rangiku-san essa é Mila Rose — apontou com a palma da mão aberta para Mila Rose. — Mila-chan, essa é Rangiku Matsumoto — repetiu o gesto.

Matsumoto — É um prazer conhecê-la — sorriu.

Mila Rose — Prazer em conhecê-la — retribuiu o sorriso, porém ainda se mantinha um pouco fechada.

Matsumoto — Então, vamos começar esse ensaio logo para eu ficar livre logo.

Orihime — Era isso que eu iria te avisar Rangiku-san, o nosso número mudou.

Matsumoto — Mudou como? — questionou arqueando uma sobrancelha.

Mila Rose — Aquela caveira velha decidiu me acrescentar no show, claro que não tem problema, mas ele me falou isso só hoje de madrugada — Cruzou os braços.

Matsumoto — E quem é a caveira velha? — perguntou com um ar de riso.

Orihime — É o jeito que algumas meninas aqui chamam o Sr. Louisenbairn — respondeu olhando para os lados. — Temos que ter cuidado para que ninguém não nos escute, ele pode se zangar.

Mila Rose — Eu quero que ele se dane.

Matsumoto — Eu gosto da atitude dela.

Orihime — Mila-chan, seja cuidadosa por favor. — A ruiva olhou para os lados novamente, falando de um jeito doce, mas não deixando de repreender a amiga.

Uma garota saiu de dentro da cozinha, possuía longos cabelos negros presos em Marias-chiquinhas e um corpo pequeno, se aproximou do grupo tomando uma lata de refrigerante.

— Fazendo um complô contra o Sr. Louisenbairn, Orihime? — Pôs uma das mãos na cintura, em seu semblante brotava um sorriso maldoso.

Orihime — Lo-Loly não é bem assim — disse nervosa.

Matsumoto — Quem é essa? — cochichou para Mila Rose.

Mila Rose — Essa é Loly Aivirrne, ela costumava ser a cantora favorita do Sr. Louisenbairn, até o dia que a Orihime começou a trabalhar aqui. Agora ela é apenas garçonete — respondeu no mesmo tom.

Loly — Não adianta negar, eu ouvi e irei contar. Pode se considerar sortuda se continuar trabalhando, nem de garçonete você irá servir — comentou com acidez, aproximando-se de Orihime. — Desastrada do jeito que é, será completamente inútil, aposto que nem limpar as privadas você irá saber fazer.

Matsumoto observava as tentativas de Orihime de tentar se defender, mas toda vez que a garota abria a boca a fechava novamente, sem saber o que dizer.

Matsumoto — Por que você não vai cuidar da sua vida? — interrompeu as duas, colocando-se à frente de Orihime.

Loly — O que disse novata?!

Matsumoto — Isso mesmo que você ouviu — Cruzou os braços. — Deixa ela em paz — Rangiku olhou rapidamente para o busto de Loly e acrescentou. — Despeitada.

A garçonete abriu a boca surpresa e ofendida, pensando rapidamente em uma resposta, mas se calou, erguendo o queixo tentando ser superior.

Loly — Humpf, isso não acaba aqui. — A pequena andou convencida até o quarto do seu chefe.

Orihime — Vocês acham que ela vai contar? — observou-a, receosa.

Mila Rose — Não, essa aí só ladra, mas não morde.

Matsumoto — Orihime, você precisa aprender a se defender — disse virando-se para Orihime.

Orihime — E-Eu sei mas... As palavras sempre me escapam... — falou baixo, encolhendo os ombros.

Matsumoto — Tudo bem, agora eu estou aqui e ela vai se pôr no lugar dela. — A ruiva colocou os braços ao redor dos ombros de Inoue a fazendo abrir um pequeno sorriso.

Orihime — Obrigada Rangiku-san.

Mila Rose — Vamos lá — chamou, subindo as escadas do palco. — Me mostrem como será a nossa entrada.

Orihime acenou com a cabeça, indo para o palco animada junto a Matsumoto — que a acompanhava sem a mesma empolgação. "Queria continuar conversando." pensou enquanto mostrava sua parte na coreografia.

As horas se passaram e grande parte das garotas que trabalhavam no estabelecimento já haviam ido para casa e, com o passar do relógio, Orihime ficava cada vez mais apreensiva de não conseguir ensaiar tudo — e consequentemente não conseguindo comparecer à luta de seu amigo.

Ela havia o incentivado tanto para que participasse do torneio, era algo especial para ele e, sendo assim, era importante para ela também.

Matsumoto não aguentava mais fazer tantas vezes o mesmo, porém havia um lado bom: com a entrada da Mila Rose, o seu trabalho tinha sido reduzido mais do que a metade, então ela poderia voltar para casa e relaxar. Um sorriso começa a se formar em sua face, porém algo a tirou agressivamente de sua pequena utopia, um grito muito conhecido por ela preencheu o local.

— Matsumoto! — Era uma voz masculina que a chamava na porta da frente.

Um garotinho de cabelos brancos um tanto revoltos a esperava na porta do clube, acompanhado de um dos seguranças do local. Usava uma camisa preta, calças jeans e tênis, além de aparentar estar muito zangado. As meninas olharam confusas para o menino e em seguida para Rangiku, que descia do palco rapidamente.

Matsumoto — Toshirinho, o que tá fazendo aqui? — perguntou um pouco nervosa. — Você nem deveria ter conseguido entrar aqui — disse olhando para o segurança com os olhos franzidos.

Toshiro — Não me chame assim — Cruzou os braços. — É ridículo.

— Desculpe-me senhora, mas ele disse que era seu parente e que precisava falar com a senhora imediatamente — disse o segurança.

Matsumoto — Primeiramente é senhorita — corrigiu-o ofendida e depois voltou a olhar para o menino. — Toshiro, o que está fazendo aqui?

Toshiro — Preciso de dinheiro.

Matsumoto — Dinheiro? Por que você precisa de dinheiro?! — olhou incrédula para o garoto.

Toshiro — Porque eu estou com fome — respondeu secamente.

Matsumoto — Mas eu deixei biscoitos para você lanchar até que eu voltasse.

Toshiro — Aqueles eram biscoitos caninos!

O segurança escondeu sua vontade de rir daquela situação. Orihime e Mila Rose se aproximaram enquanto Matsumoto riu sem jeito coçando a cabeça.

Toshiro — Sinceramente, eu não sei como você se manteve viva por todo esse tempo.

Orihime — Com licença Rangiku-san, mas quem é esse menino?

Matsumoto — Ele é o meu sobrinho, os pais dele tiveram que viajar urgentemente e deixaram ele comigo — respondeu, olhando para a ruiva.

Toshiro — Teria sido melhor ficar sozinho... — lamentou-se o garoto para si mesmo.

Mila Rose — Se está com fome, pode ir à cozinha daqui — comentou olhando para o garoto e em seguida para Orihime, pensou em pedi-la para cozinhar algo para o garoto, mas desistiu da ideia. — Venha, eu vou fazer alguma coisa para você.

Toshiro olhou para a morena um pouco desconfiado, mas decidiu segui-la até a cozinha.

Matsumoto — Me desculpem por isso — disse levemente constrangida.

Orihime — Tudo bem. — A ruiva sorriu calorosamente para a colega.

Elas voltaram a ensaiar e Toshiro sentou-se em uma das mesas observando-as. O ensaio acabou exatamente ao meio-dia, Matsumoto pegou as suas coisas e saiu do clube com o pequeno Toshiro, Mila Rose os acompanhou até a saída e Orihime dirigiu-se para os armários dos funcionários. A ruiva abriu a porta de metal, quando escutou a voz grossa e severa de seu chefe, Barragan Luisenbarn, atrás de si.

Barragan — Orihime Inoue, vamos ter uma conversa. — Aquilo soava como uma ameaça, ele não havia perguntado se ela estava disponível, apenas havia uma exclamação seca, o que deixou a ruiva ligeiramente nervosa.

Ela virou-se lentamente, observando que atrás dele estava Loly, com um sorriso satisfeito no rosto.

Orihime — Sim, senhor — disse tensa.

O homem olhou para Loly com um olhar de censura, ela pareceu confusa no início, mas logo percebeu o que tinha que fazer e deixou o local, entrando no quarto do seu chefe.

Barragan — Loly me falou que você estava sendo a líder de um grupinho para me difamar.

Orihime — Não foi bem assim senhor, ela intendeu as coisas de uma forma errada, não foi isso que aconteceu... — A ruiva tentava olhar para ele, mas a visão do homem a deixava desconfortável, a fazendo olhar apenas para o pescoço e camisa de seu chefe.

Barragan a interrompeu antes que ela terminasse as explicações.

Barragan — Eu não tenho interesse nas suas desculpas, garota — fez uma breve pausa e em seguida prosseguiu. — Eu sei que aquilo era mentira — gesticulou jogando a mão para trás, aproximando-se da jovem. — Eu quero realmente falar com você sobre outro assunto.

Orihime congela por uns instantes, o que ele gostaria de falar com ela? Algo sobre como seria os próximos números? Ou seria algo sobre os dias que ela teria que trabalhar? Seus pensamentos pararam quando ouviu o que ele tinha a lhe dizer.

Barragan — Você pensou na minha proposta?

Orihime — Q-Qual proposta? — Inoue sabia do que ele estava se referindo, mas perguntou na esperança de que ele estivesse falando de outra coisa.

Barragan — De você ser muito mais do que uma cantora — sugeriu o velho, tocando em uma mecha do cabelo dela. — Muitos dos meus clientes ficaram encantados com você Orihime, eu não os julgo, realmente você é uma jovem encantadora.

Orihime começou a ficar cada vez mais nervosa, ela sabia que o Gran Caida não era só um bar para se beber e assistir a um show variado. O Sr. Louisenbairn também gerenciava encontros românticos entre as suas empregadas e seus clientes — esse foi o maior motivo do protesto de Ulquiorra e Uryuu sobre ela trabalhar naquele lugar. Eles ficaram com medo de que a jovem fosse forçada a realizar tais encontros, mas mesmo assim ela aceitou o trabalho.

Era um bom salário e ela só teria que trabalhar como cantora, porém decidiu não contar aos seus outros amigos onde era o seu novo local de trabalho, eles poderiam julgá-la mal.

Orihime — Obrigada pelo elogio Sr. Louisenbairn, mas eu terei que recusar — respondeu rapidamente e, em seguida, suspirou aliviada quando o seu chefe parou de tocar o seu cabelo.

Barragan — Sabe que ganharia mais que o dobro do que você ganha, não é?

Orihime — Eu sei, mas estou feliz somente na função de cantora.

Barragan — Tsk — Virou-se zangado andando em direção ao seu quarto. — Se mudar de ideia, garota me procure, estarei te aguardando.

Orihime quase despencou no chão quando escutou o som da porta trancando, ela sabia o quanto o seu chefe conseguia deixar a atmosfera pesada e tensa. Só havia sentido isso duas vezes antes: A primeira na entrevista de emprego e a segunda quando pediu para trabalhar em menos dias da semana e, agora, essa era a terceira e mais assustadora de todas.

Inoue respirou fundo, talvez ela devesse realmente escutar o seu namorado e o seu melhor amigo. Deveria largar aquele emprego, poderia arranjar outros, não seria tão difícil, ou iria? A ruiva passou pela bancada da recepção e pegou um cartão, nele havia alguns números de taxistas cuja empresa era afiliada ao estabelecimento — eles eram bem úteis quando havia clientes bêbados demais para irem dirigindo até suas casas, além de serem uma fuga rápida daquele lugar.

Orihime discou rapidamente o número do seu motorista favorito, para sua alegria ele estava disponível e perto da rua do clube. Pouco menos de 10 minutos se passaram quando o carro amarelo estacionou de frente ao estabelecimento, a jovem entrou no carro.

— Bom dia, Orihime — O motorista cumprimentou-a feliz, olhando para Inoue pelo retrovisor. — Aconteceu alguma coisa? Está com um cara tão feia.

Orihime — Oh Yumichika-chan, acabei de passar por uma situação tão tensa — suspirou.

Yumichika — É, eu consigo ver pelas suas rugas novas — comentou, desligando o taxímetro e virando-se para trás. — Foi aquela limão-azedo de novo? Ou foi o velhote?

Orihime — O velhote — disse em um tom triste, dando uma breve pausa. — Ele queria que eu começasse a me encontrar com os clientes do clube — respondeu, olhando para seus pés, tocando a ponta da sua unha do polegar. — E tocou no meu cabelo... Acho que queria algo comigo.

Yumichika — Aquele velho feio não se enxerga mesmo! — Ele elevou o tom da voz. — Eu queria estar lá naquela hora para ele ver uma coisinha! — Ayasegawa acalmou-se um pouco. — Você vai falar para mais alguém? Porque eu acho que você devia.

Orihime — Eu não sei... Se eu falasse algo para o Ulquiorra ele não ficaria nem um pouco feliz... O conhecendo, ele começaria a investigar o Sr. Louisenbairn e descobrir mais algum crime que ele fez e o prenderia. Se eu falasse algo para o Ishida-kun, com certeza ele daria um jeito de processar o Sr. Louisenbairn — suspirou. — Por fim, se eu falar tanto para a Kuchiki-san, o Kurosaki-kun, o Sado-kun ou o Abarai-kun, eles iriam enchê-lo de socos.

Yumichika — Todas as opções são tão boas... — disse olhando para cima, como se estivesse imaginando as cenas.

Orihime deixou escapar uma breve risada.

Yumichika — Então, onde você quer ir agora?

Orihime — Eu quero ir passar em casa. Você estará disponível às 14h:40min?

Yumichika — É meio difícil de dizer com certeza, mas creio que eu esteja.

Orihime — Que bom — sorriu. — Eu vou precisar de você a essa hora.

Yumichika balançou a cabeça em concordância e ligou o taxímetro, dirigindo em direção a casa de Inoue. Após algum tempo eles chegaram ao pequeno apartamento da ruiva.

Yumichika recebeu seu pagamento e a observou ir. O taxista pegou o celular e ligou para o primeiro número de sua agenda.

Yumichika — Ikkaku, você nem vai acreditar...

[...]

Orihime entrou em seu pequeno apartamento.

Orihime — Ulquiorra-kun?! — A ruiva o chamou enquanto retirava os calçados, procurando o namorado no pequeno espaço de seu apartamento.

Após esperar alguns segundos de um sonoro silêncio, ela concluiu estar sozinha. Ao entrar na cozinha, a ruiva encontrou um prato de comida coberto por um abafador e um bilhete.

"Mulher, fiz o seu almoço antes de ir trabalhar, estou ficando preocupado com a comida que você chama de "almoço." Então é melhor você comer isso aqui... Se quiser me ligar para avisar que está em casa, você tem permissão"

Assinado: Ulquiorra

Orihime sorriu ao ler isso, pois Ulquiorra não era do tipo de cara que demonstra os seus sentimentos — algumas vezes até parecia que não os possuía —, mas o jeito que ele demonstrava sua preocupação perante a ela e a forma que tratava quando estavam a sós, era o jeito discreto do detetive de dizer que a amava. A jovem esquentou o almoço no micro-ondas, sentando-se para comer enquanto discava o número do moreno.

Sim?

Obrigada por te feito o meu almoço hoje.

Não precisa me agradecer por isso.

Ela sorriu.

Está bem, como estão indo às coisas aí?

Não posso te falar com tantos detalhes agora, mas as coisas estão indo bem.

Isso é bom, você vai passar em casa alguma hora?

Não, por quê?

Hoje eu vou assistir uma luta de um amigo, então ficarei fora por um tempo.

Certo.

Bom trabalho.

Obrigado... Boa luta.

Ela desligou o telefone sorrindo e percebeu que ainda era cedo, sendo assim, poderia se permitir tirar uma soneca até a hora da luta.

O despertador tocou pela segunda vez do dia, Orihime despertou com preguiça e começou a se arrumar. Ao olhar no espelho percebeu que havia algumas olheiras em seu rosto — mas nada do que um pouco de maquiagem não resolvesse —. Após alguns minutos ela estava pronta e descendo as escadas, enquanto ligava para Yumichika.

O taxista chegou após aproximados 5 minutos, Inoue falou o endereço do clube de boxe, chegando faltando apenas 3 minutos para que a luta de Chad começasse.

Havia muitas pessoas no lugar, a maioria estava sentada, mas isso não durou por muito tempo, pois quando o narrador anunciou o nome do primeiro lutador a sua torcida se levantou rapidamente dando gritos e palmas. Orihime procurou os seus amigos com os olhos até que avistou um rosto familiar.

Orihime — Hey! — Acenou, tentando chamar a atenção deles.

O narrador anunciou Chad para o público.

Ichigo — Por aqui, Inoue — O ruivo apontou para a entrada da área reservada.

A ruiva correu, sentando-se ao lado de Ishida.

Rukia — Que bom que conseguiu vir Inoue.

Orihime — É... — confirmou olhando para o ringue. — É uma longa história.


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