Acordei sentindo algo pesado por cima de mim, abri os olhos sentindo a claridade debochar da minha tentativa de enxergar alguma coisa. O que quer que estivesse em cima de mim, agora estava no chão pois eu o empurrei.
— Ai!
Olhei para baixo, Temari estava com a mão na cabeça, provavelmente pela queda.
Levantei procurando meu celular, olhei as horas. Diabos.
— Você precisa ir para casa. — Tossi seco, puxa, minha garganta estava seca.
É impressão minha ou parece que estou de ressaca?
— Dorme comigo e no dia seguinte me coloca para casa? Já vi esse filme.
Eu ri, colocando-a para fora do quarto. Entrei no banheiro e tomei um banho gelado, lavei meu cabelo, notando como estava grande, tenho que cortar.
Vesti uma saia jeans e uma blusa social, calcei minhas chinelas e tirei o excesso de água do cabelo, não estou com saco para secar.
Desci as escadas desconfiada, procurando Sasuke. Já ia dar oito horas e nada dele, estou ficando preocupada... Pensar que estou grávida foi tão ruim assim? Bem, pensando pelo lado de que a primeira transa que tivemos eu engravidei... Nossa, realmente assustador!
Liguei para Naruto e no primeiro toque ele atendeu.
— EU NÃO AGUENTO MAIS! — Gritou no meu ouvido.
— O quê?
— Venha buscar seu namorado imediatamente antes que eu faça um jantar romântico para Hinata e eu com os ovos dele.
Sasuke estava com ele, então. Me sinto aliviada.
— Hinata está aí?
— É sério que é isso que você quer saber?
— O que está acontecendo?
— Seu namorado bêbado está enchendo meu saco. Ele está tagarelando sobre a responsabilidade de ser pai, ele acha que eu preciso disso?! Teme!
— Vocês dois precisam.
Percebi o que havia falado e tapei minha boca imediatamente.
— Venha buscá-lo, ele não pode dirigir nesta situação.
Por sorte Naruto era lerdo demais para ler as entrelinhas.
— Minha carteira está vencida.
— Ninguém vai te prender... Vai levar uma multa se te pegarem, mas a culpa foi dele, ele que pague!
Pensei por alguns segundos, Naruto estava certo, eu não podia deixar Sasuke vir sozinho e bêbado.
Calcei um par de tênis e peguei um casaco. Naruto me mandou a localização, então peguei o primeiro táxi só de ida.
Cheguei na casa de Hinata e ouvi gritos lá dentro, abri a porta sem sequer bater e encontrei Naruto limpando o chão enquanto resmungava e Sasuke deitado no sofá enquanto cantava/gritava "All By Myself", da Celine Dion.
— OUUU BAI MAI SEEEELF!
— CALE A BOCA! — Naruto gritou.
Entrei no local vendo Hinata chegar com um copo d'água e alguns comprimidos.
— Vamos embora, Sasuke. — Estapeei seu braço, ele abriu os olhos e me encarou.
Seu rosto ficou confuso, mesmo assim ele levantou e me seguiu até a saída. Procurei em seus bolsos a chave do carro, peguei e abri a porta para ele entrar.
— Você quer me levar para um motel ou algo assim?
Me surpreendi com sua fala, mas seus olhos não focavam em mim pela sua embriaguez.
— EU — Gritou. — Quero deixar claro que... hic!— Engoliu a própria fala, mas continuou. — Eu tenho namorada.
Abri a boca surpresa.
— Então nem tente nada comigo, zua baranga hic!
Me sentiria ofendida em qualquer outra situação, mas tudo que fiz foi abrir o sorriso, não conseguiria explicar o que senti ao ouvir aquilo. Talvez orgulho?
Empurrei-o para dentro do carro ouvindo seus resmungos. Entrei também, pondo as mãos no volante e lembrando de como era dirigir, mesmo assim torcia para que nenhum policial nos parasse e pedisse minha carteira de motorista.
Do nada ele soltou uma gargalhada, me fazendo dar um pulo de susto.
— Mas que porra..?
— Cantada legal. — Falou enquanto limpando as lágrimas.
— Eu não-
— Mas como já te disse, tenho namorada! E em breve ela será minha noiva... — Gargalhou outra vez. — Acho que vou ser pai!
Agora eu estava definitivamente chocada. Era muita coisa para digerir e talvez estivesse ouvindo coisas, comecei a pensar se também estava bêbada ou em condições de dirigir.
— Eu até tenho uma supresa para ela... — Ele estava quase cochilando. — Adivinha? Eu vou... — Dormiu finalmente, me deixando totalmente nervosa e curiosa.
Tive vontade de acordar aquele cabeça oca e fazê-lo me contar que tal surpresa era aquela.
Resolvi me recuperar e finalmente sair dali, dirigi até lá pensando no que ele quis dizer com "será minha noiva", é o que eu estou pensando?
Belisquei minha bochecha, tentando me concentrar na estrada e não me iludir com pensamentos do tipo.
Chegamos em casa e eu bati em seu braço para acordá-lo, de jeito nenhum conseguiria carregar um homem daquele tamanho até dentro de casa.
— Sasuke... — Chamei. — Sasuke!
Ele abriu os olhos lentamente, me olhando como se estivesse ofendido.
— Vamos entrar.
— Eunan...
O que?
— Eu não vou entrar com você... — Fechou os olhos e dormiu novamente, comecei a me estressar.
— Sasuke Uchiha levante imediatamente e entre dentro daquela casa. — Soltei ríspida.
Seus olhos se abriram no mesmo segundo, arregalados.
— Mamãe?! — Levantou andando rápido e desajeitadamente. — Por que não disse logo?
Bufei e o segui.
No dia seguinte, quem aparentava estar de ressaca era eu, novamente para variar.
Levantei e fiz minhas higienes matinais, saí do quarto a procura de Sasuke que dormiu no sofá na noite anrerior. Estava preocupada e brava.
Mas acimande tudo: curiosa. Ele falou umas coisas interessantes.
Encontrei-o sentado passado as mãos no cabelo, bagunçando mais do que já estava. Me aproximei segurando o riso de sua situação, eu não recomendo uma bebedeira dessas a ninguém!
Ele percebeu meu movimento e me olhou, bugou quando viu meu risinho.
— Nem vem.
— Você bebeu todas! — Ri. — Nem me reconheceu.
— Eu não lembro de nada. — Deitou.
— Eu desejaria não lembrar de quando você vomitou na cozinha quando entramos.
— Você foi me buscar?
— Você me chamou de mamãe! — Ignorei sua pergunta, mas parei de zombar quando ele passou a mão na cabeça.
— Minha cabeça está explodindo...
— Vou pegar algo para você tomar.
Caminhei até a cozinha procurando nas cavetas algum remédio, peguei também um copo de água e levei até ele.
Observei-o tomar fazendo uma careta e descobri que Sasuke Uchiha não gosta de remédios. Ele parecia tão indefeso, eu queria o guardar em um potinho com aqueles cabelos bagunçados que tanto me atraem. Inconscientemente levei minha mão até seus fios negros e fiz um carinho ali, sorrindo envergonhada quando ele me olhou confuso.
Tentei tirar minha mão, mas ele a segurou e fez com que eu continuasse. Me puxou pela cintura fazendo que eu caísse em cima dele, sorri abobalhada apreciando aquele momento.
Não pude deixar de ficar nervosa ao lembrar das palavras dele na noite anterior, algo grande me aguardava e eu não sabia se era bom ou ruim.
A noite caiu e Ino me ligou pedindo que eu a encontrasse urgentemente em sua casa. Vindo dela, para ser urgente, ou era algo muito importante ou algo nada importante. Ela poderia muito bem estar me ligando porque sua unha quebrou, era imprevisível.
Mas seu tom de voz ansioso me deixou três vezes mais ansiosa, corri para lá e abri a porta sem bater. Ela estava na sala mexendo no celular, quando me viu, escondeu-o atrás de si.
— Mal educada!
— Me fez sair de casa até esse rodízio para esperar você atender a porta?!
— Rodízio é a casa da sua mãe! — Gritou.
Que mãe?
Andei até ela em passos apressados me preparando para sacodir seus ombros até que ela me conte o que diabos ela quer, mas ela se afastou.
— Você e Hinata estão gravidas.
— Eu não estou...
— Eu quero ficar buchudinha também!
— Você nem namora com ninguém! — Fez uma cara triste. — Não se decide entre Gaara e Sai, tomara que fique sem os dois.
Me joguei no sofá tirando o celular do bolso da calça ignorando sua careta.
— Eu amo os dois.
— Não me faça dizer o que você ama nos dois.
— Credo, que bicho te mordeu hoje?
Suspirei.
— Desculpa, é que eu estou ansiosa com uma coisa.
— Que coisa? — Sentou ao meu lado.
— Promete que não vai dizer a ninguém? — Concordou. — Eu acho que Sasuke vai me pedir em casamento...
Ela abriu a boca, mas parecia mais indignada do que surpresa. Pareço uma perita em micro expressões faciais? Andei maratonando um canal brasileiro... Metaforando, não entendo nada do que ele diz.
— Que imbecil. — Bateu a mão na testa.
— Quê?
— Nada... — Olhou alguma coisa no celular. — Por que não vai para casa esfriar essa sua cabecinha? Está divagando demais! Não sei se percebeu, mas está namorando Sasuke Uchiha, você não deve nem pensar em casamento, ele deve repudiar isso!
Aquelas palavras foram um soco certeiro em minha barriga. Ela está certa? Grande parte de mim diz que sim e a outra permanece em dúvida.
Cheguei em casa encontrando tudo escuro, Sasuke não parecia estar em casa. Se alguém me ligasse dizendo que ele está bêbado, eu juro que o pego pela orelha e o trago até aqui o arrastando...
Escutei um barulho alto no andae de cima e um calafrio percorreu meu corpo. Corri até a cozinha e a primeira arma que vi foi uma frigideira, agarrei-a e andei até lá em passos trêmulos, estava morrendo de medo e orando para todos os santos que conhecia.
Meu lado Caçador lembrou que contra um possível fantasma, uma frigideira de alumínio não era nada, me senti nua. Onde eu vou encontrar ferro?
Caminhei silenciosamente, mas meu coração parecia uma escola de samba dentro do meu peito.
Espera... Samba? Bom carnaval, vozes na minha cabeça!
Certo, isso foi estranho, vou ignorar.
O corredor estava escuro exceto pela vaga luz que saia do quarto de hóspedes, droga, minhas pernas fraquejaram. Me forcei a ir até lá e empurrei a porta que rangeu como num filme de suspense.
Soltei a frigideira no chão quando encarei o que estava à minha frente. Sasuke deu um pulo e se virou para mim, a mulher que estava na frente dele me olhou assustada também.
A partir dali eu só vi a parede, porque fui correr e acabei batendo minha incrível testa. Depois, corri para o andar de baixo e abri a porta, mas fiquei ali parada, meu coração a mil, minha boca entreaberta, minhas mãos suadas e tremendo.
Sasuke estava me traindo?
Pensar nisso fez meu estômago revirar, mas não ficou só por isso, me abaixei rapidamente e vomitei sentindo minhas entranhas saírem pela boca, eu odiava vomitar.
— Sakura! — Ouvi a voz de Sasuke, em seguida sua mão quente em meu ombro e costas, fazendo um carinho.
Olhei para ele com os olhos tristes, logo passaram a ser raivosos e levantei o empurrando.
— Quem é aquela meretriz?! — Apontei para a mulher que tentava sair de fininho.
Sasuke me encarou calado, confuso.
— Não vai responder? Era dela que estava falando quando disse que tinha namorada? Na verdade você não me confundiu com ninguém?!
— Do que você está falando?!
— Seu histrião! — Xinguei e ele fez uma cara de quem não entendeu nada.
— Vamos entrar, estamos chamando atenção desnecessária.
— Não entro aí com você. — Bati o pé.
Sasuke passou a mão no rosto e me olhou impaciente, por pouco tempo pois meus pés foram tirados do chão quando Sasuke me ergueu e me jogou em seu ombro. Sacudi meu corpo tentando me soltar, mas ele era mais forte e me carregou escada acima. Entrou no quarto de hóspedes que eles estavam antes e me colocou no chão.
Corri a toda velocidade até a porta, mas senti uma dor aguda na minha testa quando Sasuke foi mais rápido e a fechou.
— Não faço ideia do que você está falando, sua paranóica, mas veja isto. — Remexeu em alguns papéis em cima de uma mesinha de trabalho e me entregou um deles.
Era a planta de una casa.
— É a planta da nossa casa. — Ele disse se aproximando cautelosamente.
— Eu venho preparando isso à duas semanas... E depois de descobrir que você está grávida...
Mas eu não estou, porra.
— Resolvi apressar as coisas e pedi a Ino que te distraísse e chamei a arquiteta, mas você descobriu antes.
Minhas mãos usaram tanto quanto meu rosto, eu devia estar um tomate de nervosismo.
— Sakura, eu te amo, você sabe disso.
Sorriu enbobalhado e eu o acompanhei olhando em seus olhos.
— Desde que você entrou na minha vida para ser meu projeto de babá, eu deixei de ser aquele cara ranzinza que odeia a cor rosa. O Sasuke Uchiha que ninguém gostava, eu mudei sem nem perceber apenas ao conviver com você.
Eu não me segurei e deixei que lágrimas caíssem, eu estava aliviada e feliz. Uma sensação de leveza me tomou, eu nunca me senti assim. Sasuke como sempre me proporcionando sentimentos novos.
— Vamos pular esta parte porque eu odeio essa melosidade! — Ele disse e eu ri.
Sasuke olhou para os quatro cantos do quarto antes de se ajoelhar totalmente corado, meu coração disparou tanto pela sua expressão e biquinho quanto pelo que veio a seguir.
— Quer largar de ser Haruno e se tornar a Senhora Uchiha, vivendo comigo todos os dias da minha vida?
Minhas pernas fraquejaram no mesmo instante e acabei me ajoelhado também, eu parecia feita de lágrimas pois era isso que transbordava.
— Sasuke, seu... Shanaroo! — Chorei mais ainda. — É claro que aceito!
Me joguei nele e caímos no chão, o beijei como se fosse fosse a última vez, mas aquilo não passava de um início.
^^ ^^ ^^ ^^
Bem, é onde chega a parte que vocês me xingam, eu acho rsrsrs.
Sou o tipo de "mãe de fanfic" que diz: na volta a gente compra, mas acabo não comprando. No caso, acabo não postando no dia prometido.
Mas há uma explicação! Sempre há, não é? Senti que a fanfic precisava de mais e continuei escrevendo até ficar satisfeita.
{ Perdoem qualquer erro, não foi revisada ainda. }
Enfim, amo vocês, aproveitem o carnaval.
> Não é não!
> Cuidado com as IST's.
> Curtam apesar de tudo.