Teen Mermaids

By _EuVitoria_

3.3K 581 741

Pertencente a dois mundos, Lydia, Rebeka e Luce precisam encontrar suas verdadeiras identidades. Seus c... More

Mudança
Festa na praia
Pulando na água
Poderes
Salva vidas
Uma nova sereia
Cardume
Uma dança
Sentimentos expostos
Doce chamado
Emboscada
Carta reveladora
Respostas
Hipnose
Visitando a vovó
Doador anônimo
O plano
Executando o plano
Livro de porções
capitulo especial - Morgana
Enfrentando tubarões
Capítulo especial - Morgana e Shelby
Evento de talentos
Malévolas
Festa na piscina
Banho de lua
Desafio
Para sempre, meu amor.
Perda de humanidade
Cupcake encantado
Recuperando a humanidade
Expostas
Concha prisão
Capítulo especial - Morgana
Encontro desagradável
Capítulo especial - Morgana
Indo as compras
Capítulo especial - Morgana
Oferta
capítulo especial - Morgana
Resgate
Capítulo especial - Morgana
Primeiro beijo
Capítulo especial - Morgana
Baile de natal
Agradecimentos
Novidades

Uma novidade em Magic city

76 9 27
By _EuVitoria_

Lydia, Rebeka e Lucinda haviam visitado sua avó após o estranho e lamentável episódio na escola, cujo no qual, sua tia não só lhes ameaçou de morte, como também as expôs em frente a olhos humanos. Beka havia narrado detalhe por detalhe do descobrimento de suas verdadeiras origens para os três garotos que estavam presente naquela noite reveladora. A cada palavra da sereia, mais as reações deles variavam, mas no final, não havia muito o que pudessem fazer. Eles sabiam a verdade e não podiam simplesmente se negarem a acreditar nela, já que haviam visto e presenciado a transformação que dava para aquelas meninas, cauda e poder. Apesar disso, eles não conseguiram lidar bem com a situação. Lidar bem... Está ai algo importante que nem elas próprias haviam conseguido fazer, se era difícil para elas compreenderem a si mesmas, como podiam exigir isso de outras pessoas?

Resumindo, depois do acontecido, tudo parecia ter voltado ao normal. James era novamente James, agindo exatamente igual a quando Lydia o havia conhecido. Durante dias, eles se trombaram algumas vezes na escola, mas agiram como se sequer se conhecessem e como se nunca tivessem compartilhado momentos e sentimentos. Eduardo não dava noticias a dias, nem mesmo uma mensagem havia enviado a Rebeka, mesmo assim a garota esperava por ele, dizendo para suas amigas que o garoto só precisava de um tempo para digerir tudo. A única coisa realmente boa, era Luca e Lucinda, eles estavam se aproximando e derrubando quaisquer barreira que pudesse impedir seu encontro um ao outro.

Naquele momento, havia muitos papeis antigos e livros espalhados a sua volta, Lydia estava concentrada em uma pesquisa. Não uma pesquisa qualquer, mas uma pesquisa bem peculiar, denominada: Como matar uma sereia. O que aconteceu naquele noite, havia levado ao auge o seu medo, desde então a garota e suas primas buscavam informações para poderem deter Shelby. Em qualquer hora do dia elas pensavam sobre isso, mas estava cada vez mais difícil de encontrar respostas...

Tentando soprar a imagem da tirana para fora de seus pensamentos, a sereia recomeçou sua leitura. Estava ocupando uma das mesas do coffe magic, estabelecimento de sua mãe. Lendo livros sobre sereias enquanto vez ou outra tomava um pouco de café. Ao pensar na bebida que havia deixado de lado, ela ergueu sua cabeça dos livros, no exato momento em que a porta do local fora aberta, lhe fazendo fitar James e seu grupo de amigos.

Como em uma cena de filme, ela os acompanhou até que os mesmo chegasse no balcão. Em câmera lenta, o capitão se virou para ela, e eles se encararam. Enquanto seus amigos barulhentos faziam algazarra, escolhendo do que iriam se alimentar. Alheios a troca de olhar. Fora um momento triste, de duas pessoas que se conheciam mas fingiam que não. De duas pessoas que se amavam mas agiam como se não se amassem, por puro medo de amar. Por cederem as diferenças de suas personalidades e de seus mundos.

Como todas outras vezes, Lydia teve que escapar daquele olhar. Voltando a focar sua atenção no conteúdo que lia. Mas não conseguia de fato ler, não mais, não depois de vê-lo. Passava brevemente seus olhos pela pagina e retornava seu olhar para ele. James também seguia o mesmo exemplo, ria e conversava com o grupo de populares mas em segundos encarava novamente a garota quieta que estava lendo. E ficaram assim, até que todos os acompanhantes do rapaz pegassem seus pedidos e eles abandonassem o estabelecimento. Lydia bufou e fechou a capa do grosso livro, amaldiçoando o garoto bonito por roubar seu foco.

 Em toda sua vida, James jamais imaginou que trocaria uma tarde ao lado dos melhores e mais ricos adolescentes daquela cidade, para ir encontrar-se com um amigo tão improvável quanto Eduardo. Mas fora exatamente isso o que fizera, após abandonar o Coffe Magic, se despediu de seus bajuladores e pegou o rumo da praia, indo imediatamente até o outro, pois o mesmo o havia chamado, com uma mensagem.

Assim que chegou na praia, retirou sua camisa para ficar um pouco mais adaptado ao ambiente. Obviamente acabou por atrair muitos olhares, já estava acostumado com a situação. Sabia de sua beleza, e não se incomodava nem um pouco em ser o centro das atenções. Por isso não se sentiu constrangido em ser admirado por homens e mulheres enquanto caminhava sobre a areia, de encontro ao amigo que lhe aguardava sentado próximo ao mar.

- Você demorou. - Disse-lhe o garoto, assim que sentiu sua presença. Sequer havia virado para lhe ver e James pode sentir o cheiro forte de álcool assim que a boca do rapaz se abriu.

- Desculpe, fui a outro lugar antes de vir aqui. - suspirou, se sentou e encarou o sol, ele brilhava ardente, quente, intenso. Tal como a personalidade de uma garota que o jovem conhecia...

- Bem... - Eduardo segurava uma garrafa de uísque em suas mãos, antes de completar sua frase, deu um gole tão longo que até parecia beber água. - Eu te chamei aqui para lhe dizer adeus.

- Adeus? - perguntou confuso, arqueando suas sobrancelhas e puxando a garrafa da mão dele, para dar o seu próprio gole. - O que quer dizer com isso?

- Que eu vou ficar um tempo fora. - Eduardo o olhou brevemente, deu de ombros e recuperou sua bebida, ingerindo mais um pouco do liquido enquanto encarava o mar.

- Você quer se afastar dela. - James concluiu, olhando fixamente para o mesmo ponto. - Acho que está um pouco assustado com o que viu...

- E você não? - se alterou um pouco. - Cara, Lydia soltou raios pelas mãos...

- E quanto a Rebeka? - perguntou, roubando novamente o uísque e o bebendo, compartilhando da mesma aflição que seu amigo.

- Eu não sei mais quem ela é. - confessou com um suspiro triste, denunciando sua dor mais do que ele queria denunciar. - Eu não a conheço mais. Entende? Desde o inicio eu fui sincero com aquela garota. E agora é como se ela tivesse mantido uma parte de sua vida em segredo. Ela não confiou em mim, e eu confiei meu coração a ela. Nunca mais conseguirei olha-la com os mesmo olhos...

- É, eu entendo. - James concordou, paciente. Bebeu mais um pouco e passou a garrafa para seu amigo amargurado. Claro que para ele as revelações também haviam sido chocantes. - Mas eu não acho que devesse sumir sem dar noticias a ela. Sabe, isso não é coisa que se faz.

- Eu não vou fazer isso. - explicou, bebendo. - Na verdade, eu vou agora mesmo contar para ela... - comandado pelo álcool, tentou se erguer mas estava muito zonzo e atrapalhado, o outro conseguiu se levantar e lhe equilibrar.

- Agora não, cara. - o censurou, o ajudando a se manter em pé. - Primeiro você deveria se recompor. Por que não passamos na sua casa antes? Você toma um banho e vamos juntos resolver isso.

Eduardo acabou o escutando, depois de muito custo. Deixou que o outro chamasse um uber e os levasse até sua casa, aonde com a ajuda de seu companheiro, entrou para o banho. Retirando as roupas sujas, a embriagues, e trazendo de volta sua sanidade. Precisaria dela para o que estava prestes a fazer.

Depois de conseguir faze-lo ir até o chuveiro, James se sentou sozinho na cama do garoto, esperando o mesmo se lavar e esfriar a cabeça. Como teria que esperar ele se aprontar, observou o quarto em silêncio, tendo a visão de um violão e não se contendo antes de pegar o mesmo em suas mãos. Não conseguiu se segurar e acabou por deixar seus dedos deslizarem nas cordas, emitindo notas de uma canção. Seus lábios logo acompanharam os acordes, para cantar, ele tinha o dom. Aparentemente, o mesmo dom que Lydia Paker tinha de invadir seus pensamentos sem pedir autorização.

- Passaram-se 24 horas, preciso de mais horas com você

Você passou o final de semana se vingando, ooh

Nós passamos as últimas noites tentando melhorar as coisas entre nós

Mas agora está tudo bem, querida

Enrole esse charuto, querida

E fique perto de mim

Porque garotas como você passam tempo com caras como eu

Até o sol se pôr, quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Garotas como você amam diversão, e sim, eu também

O que eu quero quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Eu preciso de uma garota como você

Eu passei a noite passada no último voo para te ver

Levei um dia todo tentando chegar até você, ooh

Nós passamos o dia tentando melhorar as coisas entre nós

Mas agora está tudo bem, querida

Enrole esse charuto, querida

E fique comigo por perto

Porque garotas como você passam tempo com caras como eu

Até o sol se pôr quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Garotas como você amam diversão, e sim, eu também

O que eu quero quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Eu preciso de uma garota como você

Talvez sejam 6:45 da manhã

Talvez eu mal esteja vivo

Talvez você tenha suportado minhas merdas pela ultima vez, sim

Talvez eu saiba que estou bêbado

Talvez eu saiba que você é a garota certa

Talvez você está pensando que é melhor se você dirigir

Oh, porque garotas como você passam tempo com caras como eu

Até o sol se pôr quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Porque garotas como você passam tempo com caras como eu

Até o sol se pôr quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Garotas como você amam diversão, e sim, eu também

O que eu quero quando eu chegar

Eu preciso de uma garota como você, yeah yeah

Ele não havia precisado fazer esforço algum para trazer o rosto da garota de volta a sua mente. Os cachos marrons, os olhos verdes, as sardas, os lábios finos, o sorriso encantador, sua marra... Havia tudo voltado a cada parte da música por ele cantada. James relembrou milhares de momentos ao lado daquela menina. O dia em que a conheceu, o dia que a atingiu com a bola e depois lhe carregou no colo, o dia em que a salvou de abusadores e lhe acompanhou até em casa, a festa na qual a defendeu de um garoto e depois acompanhou-a até o hospital para ver seu pai, Lydia correndo e chorando em seus braços... Tudo se repetiu como em um filme, sua musica atuando como trilha sonora. Quando a ultima nota foi cantada, os olhos de James se abriram. Todas aquelas imagens explodindo em sua memória o deixava confuso, não estava acostumado a ser invadido por tantos sentimentos ao mesmo tempo. Mas tinha certeza de uma coisa, estava apaixonado por ela.

                                        ☀️

Uma nova novidade havia chegado a cidade de Magic City, deixando os adolescentes ansiosos para saírem de suas rotinas. Essa novidade era nada mais nada menos do que um parque de diversões que daria a todos aqueles jovens um programa novo para ocupar os seus finais de semanas livres. Sendo a cidade pacata que era, Magic City não tinha muitas atrações, o que tornava uma inauguração daquelas super interessante, levando todos os moradores da pequena população ansiar e falar dela. E para a surpresa e encantamento de Lucinda Forbes, o seu amor não mais platônico, havia feito (finalmente), o tão esperado convite para um primeiro encontro.

- Eu desisto! - se lamentou, jogando seu corpo de costas na cama, de forma exagerada e teatral, recebendo um olhar de repreensão de seu melhor amigo, que estava a mais de uma hora lhe ajudando a escolher a roupa ideal para o primeiro encontro. - Eu não tenho o que vestir... - choramingou, fazendo drama.

- Você ainda não testou todas elas. - Resmungou Belamy, cruzando seus braços e tentando manter sua boa vontade e paciência. - Pare de fazer birra, gata, todas ficaram ótimas.

- Ótimas? - seu corpo se ergueu se alarmando, seu tom também. Compreendendo pela primeira vez como era estar na pele de uma daquelas patricinhas desesperadas por moda. Escolher do modelo a cor da roupa que usaria naquela noite, parecia estar no topo da sua lista de prioridades. - Não é o bastante... Eu tenho que estar maravilhosa!

- Está parecendo sua mãe agora. - o garoto revirou seus olhos, fazendo pouco caso de todo o seu desespero, para ele desnecessário. - É só um encontro, amada.

- Não sei porque eu chamei você. - resmungou como uma criança mimada cruzando seus braços. Ainda querendo que seu melhor amigo entendesse que naquela noite tinha que estar deslumbrante.

Belamy inaugurou uma expressão ofendida, se preparando para contra-atacar sua melhor amiga. Mas nesse meio tempo, a campainha ecoou os fazendo dar um pulo e levando os olhos de Lucinda se arregalarem em puro choque. Aparentemente, sua pequena dificuldade para escolher uma roupa aceitável para a programação do primeiro encontro, havia lhe sugado mais tempo do que o previsto. Ela não só estava atrasada, seu acompanhante já havia chegado e sua roupa sequer havia sido escolhida. Puta merda. Puta merda. Puta merda.

- Ai não! Ele chegou! - seu desespero e movimentos histéricos fizeram o garoto prender o riso. Ela por sua vez estava agitada e inquieta, não achando o momento nem um pouco engraçado ou satisfatório. - Não ria. Faça alguma coisa. - começou a sacudir suas mãos no ar, como se as tivesse queimado.

- O que quer que eu faça? - continuou rindo da situação, enquanto sua amiga apavorada começava a andar de um lado para o outro, pensando e quase furando o chão.

- Já sei! Cante para ele, ou atue... Piadas! Conte uma piada. - Surtando ela o empurrou para fora do quarto, ele foi arrastado a contragosto, reclamando e lhe implorando para não mete-lo naquela situação. Mas por fim, Luce o trancou do lado de fora, não lhe dando outra opção se não entreter Luca.

- Lucinda Forbes, você me paga! - o grito de seu melhor amigo rabugento foi ouvido junto com um bufar, logo os acompanhando surgiu os passos do garoto ir abrir a porta.

Luce respirou fundo quando olhou para o centro de seu quarto, havia uma enorme montanha de roupa acumulada no chão. Lembrava-se muito bem de ter tirado cada peça do roupeiro em busca do look perfeito, havia gastado tanto tempo ali que o tempo havia se esgotado. Suspirou novamente e se jogou no bolo de roupa, sendo engolida por ele enquanto o remexia atirando vestimentas para todos os lados e buscando as pressas pela coisa mais aceitável que encontrasse.

Agora que o garoto já lhe esperava lá embaixo, não pode dar tanta importância assim para seu visual. Não queria que Luca percebesse o quanto estava afobada para aquele encontro, não queria parecer desesperada, mas estava. Porém tinha que agir o mais indiferente possível, por isso se vestiu apressada, colocando uma saia rosa e um top branco, por debaixo da saia que batia pouco acima de seus joelhos, um pequeno short para cobrir-lhe o essencial. O look ficou casual, algo parecido com um vestido. Simples e bonito. Deixou seus crespos cabelos negros soltos, a maquiagem a mais discreta possível, nada muito elaborado. Estava atraente, mas sua insegurança nunca lhe deixaria extremamente contente. Encabulada, abriu a porta para sair do quarto. Se aproximou bem devagar e em silêncio, querendo ver como os dois jovens estavam se saindo sem sua presença.

– Tudo bem... - Belamy parecia gargalhar exageradamente. Mas só sua risada era ouvida: - Eu tenho mais uma. É mais ou menos assim... A mulher foi na delegacia e disse: seu delegado, meu marido saiu de casa ontem a noite, disse que ia comprar arroz e até agora não voltou. O que eu faço doutor? - antes de terminar o que narrava, começou a rir de sua própria piada. Com um humor inabalável e ainda com a voz um pouco afetada pela crise de risos, completou: – E ele disse: sei lá, faz macarrão!!

Luca forçou uma gargalhada, ele não parecia achar a menor graça, mas se esforçou. Lucinda também não havia visto todo aquele divertimento na mera piada, mas teve que prender um riso porque a cena era realmente ilária.

O garoto apesar de tentar interagir com o outro, acabou por desviar seus olhos para o corredor do qual um pouco tímida, Luce vinha surgindo. Ele lhe olhou o tempo inteiro, enquanto corada e com as mãos a frente do corpo delicadamente, ela dava pequenos passos. O rosto dele tinha uma expressão apaixonada, enquanto um sorriso surgia naturalmente em seus lábios, sem que ele necessitasse fazer esforço. A sereia parou em frente a ele, um pouco desconfortável com sua atenção.

- Você está... Linda. - após um suspiro maravilhado, Luca pareceu encontrar as palavras, fazendo ela rir de forma genuína de seu jeitinho adorável. Eles se encararam, podendo contemplar os sentimentos que estavam despertando um no outro. Luce se sentia realmente em um dos muitos filmes clichês ao quais havia assistido, mas teve o seu momento destruído pelo limpar de garganta do seu melhor amigo.

- As rosas. - Belamy murmurou discretamente para Luca, mas Luce ouviu e seu coração quase parou de bater quando o seu parceiro pareceu se lembrar de algo, pegando algo de cima do sofá e voltando para perto dela com um sorriso charmoso e tímido. Trazendo em suas mãos, magnificas rosas vermelhas.

- Eu as trouxe para você. - explicou o obvio, sem graça. Talvez se sentindo um romântico patético comparado aos outros adolescentes de sua atualidade. Mal sabendo a emoção que a menina sentiu ao recebe-las, havia planejado aquele momento por anos em incontáveis noites.

- Obrigada. Elas são lindas. - Murmurou perceptivelmente feliz e constrangida.

De uma forma cavaleira, o rapaz muito bem vestido lhe ofereceu seu braço de músculos firmes e rígidos. Toda sorridente a menina aceitou ao seu convite e juntos tomaram o rumo do parque em um silêncio confortável. O caminho todo trocaram olhares.

Quando chegaram ao mais novo destino dos finais de semanas dos moradores daquela cidade, Luca pagou e agradeceu ao motorista do Uber, logo voltando para junto da moça e entrelaçando seus dedos, suas mãos encaixavam tão perfeitamente que pareciam um quebra-cabeça. Luce sorriu quando o menino lhe deu a mão e junto, diante dos olhos de quem quisesse ver, desfilaram como um verdadeiro casal.

A cabeça de Lucinda explodia com todos os problemas que lhe cercava. Mas no momento ela só queria desfrutar daquela noite linda e estrelada. O lugar no qual se encontrava estava rodeado de brinquedos e luzes, pessoas e alimentos gostosos. Era algo magnifico, tudo era tão colorido e empolgante.

- O que acha de irmos na roda gigante? - o garoto ofereceu, parando de andar sem soltar a mão dela. Lucinda não conseguia parar de sorrir.

- Eu adoraria. - Disse com seus olhos brilhando.

Compraram ingressos para poderem aproveitar cada mínimo detalhe do passeio. O lugar estava cheio de gente, entre eles vendedores de algodão doce, maça do amor, amendoim, tiaras enfeitada, pipoca, refrigerantes, entre muitas outras coisas que proporcionavam a todos muita diversão. O clima era agradável, tinha tudo para ser uma noite perfeita. Luca lhe ajudou a subir na montanha russa, logo em seguida se certificou de que ambos estavam bem seguros no brinquedo.

- Você está nervosa? - ele perguntou, ao perceber o quanto ela remexia suas mãos uma na outra o tempo inteiro. O acento estava ganhando altura, os afastando do chão e deixando-os um pouco mais próximos das estrelas.

- Bom... Você é o primeiro cara com o qual eu vou a um encontro. - respondeu um pouco tímida, mas como poderia esconder? Seu nervosismo era transparente.

- Eu espero ser o ultimo cara que vá te levar a encontros. - Murmurou, a resposta dele correspondeu a todas expectativas e Luce sorriu, logo em seguida fora puxada para um beijo delicado e lento. Era sem duvidas um momento especial, ela se lembraria para sempre do dia que fora beijada na montanha russa pelo garoto dos seus sonhos. Depois daquele momento, a noite pareceu uma linda cena de uma comédia romântica. Eles curtiram todos os brinquedos, até mesmo os mais infantis, assumindo também o volante do carrinho de bate bate.

- Quem chegar primeiro ao outro lado da pista, ganha. - Lucinda em certo ponto havia lançado o desafio, feliz por estar tão leve e descontraída. Mas como era uma garota bastante competitiva e perfeccionista, deu o seu melhor para desviar dos outros carros elétricos, enquanto por sua vez Luca não fazia o menor esforço, pois sabia o quanto aquela conquista deixaria sua garota ainda mais alegre do que ela estava. E ele gostava, a como gostava de vê-la animada, vencedora, poderosa. Gostava tanto que não ligou quando ela lhe venceu e se perdeu no sorriso que a jovem exibiu, para ele a comemoração dela foi em câmera lenta, porque não conseguia desviar os olhos de seus movimentos e sorriso.

- Você tem que admitir que eu sou uma velocista. - ela brincou concentrada em tomar seu sorvete. Seu busto sujo pelo doce fez o garoto rir. Lucinda estava alheia ao quanto adorável ele estava lhe achando.

- Você é a melhor motorista desse parque. - Concordou a puxando para seus braços e dando um beijo no topo de sua cabeça. A sereia riu, aprovando o gesto. - Espere aqui, eu já volto. - pediu-lhe segundos depois, enquanto ainda desfilavam no meio da multidão e gritaria. Luce concordou e ele beijou levemente seus lábios, antes de sair e lhe deixar ali aguardando.

O tempo no qual ela ficou sozinha fora curto, porque a Barbie falsificada havia apenas esperado o bom garoto se afastar para brotar do meio de toda aquela gente que havia ido para a inauguração do parque. Ela estava linda e intimidadora como sempre, tanto que Luce se sentiu pequena em sua presença.

- Você acha que venceu? - sua voz surgiu do nada, fazendo a sereia dar um pulo e sujar sua roupa com sorvete. Logo em seguida revirou seus olhos, porque não queria entrar em uma discussão. Não na noite perfeita. - Só por que está andando por ai de mãos dadas com ele? Por que o beijou? Ele pode segurar a sua mão e beijar você. Mas não a ama. Não é você, sou eu quem ele ama.

Luce esperou que ela terminasse seu discurso patético, não cairia nas suas provocações.

- Você está brava porque não é a sua mão que ele está segurando, não é você quem ele está beijando. Mas eu não te culpo, você é só uma pobre garota que não tem o amor correspondido, acontece muito nessa idade, tem um milhões de musicas falando sobre isso. Eu mesma já fui essa garota. Mas quer um conselho? Qualquer cara adoraria estar ao seu lado, você é realmente brilhante, não deixe a sua solidão te ofuscar. Você merece bem mais do que um amor mendigado, então supere e recomece, as vezes podemos ser bem mais felizes quando paramos de invejar a felicidade alheia. Ele é o meu amor verdadeiro, encontre o seu.

Betty arqueou uma de suas sobrancelhas, surpresa com a forma elegante na qual a outra havia lhe vencido. Lucinda não havia tentado lhe atacar e sim, lhe ensinar que mulheres não deveriam se odiar, ainda mais quando o tópico do ódio é um garoto. Satisfeita consigo mesma, a garota deixara a outra para trás, tendo que lidar com suas próprias frustrações.

- Está tudo bem? - Ela notou o medo na voz de Luca e percebeu que ele havia visto sua ex indo perturba-la, todo o corpo dele estava tenso.

- Mais do que bem. - assegurou, ficando na ponta dos pés para beijar-lhe a bochecha. Depois seus olhos brilharam ao encontrar nas mãos do garoto um urso. - O que é isso?

- Eu comprei para você.- Ele sorriu encabulado e Lucinda descobriu que não podia ter escolhido o cara mais certo para se apaixonar, mas não porque ele havia lhe comprado um presente e sim porque o presente possuía a forma de uma sereia. Ele só não lhe aceitava, como fazia questão de faze-la se aceitar e em seu ponto de vista, era assim que se cultivava um amor pelo qual se vale apena lutar. 

☀️

Ah, sim, com certeza aquela era uma noite agradável. Rebeka estava cercada por diversão, sabores e romance. Para onde olhava havia vendedores de doces e salgados, brinquedos com luzes coloridas e muitos casais apaixonados. Ela não era muito fã de parques, não que não gostasse da ideia em si, mas ao seu olhar, era só um programa bobo e clichê para adolescentes bobos e clichês. Mas naquele dia, o lugar lhe parecia incrivelmente aceitável, pois agora fazia parte do grupo de bobos apaixonados. Havia se tornado uma no dia em que um garçom derrubou bebida em suas roupas. Enfim, a noite não estava sendo péssima. Mas enquanto andava sozinha por entre diversos namorados, se sentiu excluída e aquilo só fez com que a saudade que sentia de Eduardo aumentasse. Não queria pressiona-lo nem nada, o entendia e concedia o tempo que sabia que o garoto estava precisando após escutar dos lábios de sua ficante que ela era literalmente uma sereia. Mas isso não diminuía sua chateação com o sumiço dele. No meio de sua caminhada, suspirou cabisbaixa. Até que resolveu erguer seu olhar e capitou no meio da multidão, alguém que acelerou seu coração. Lhe deixando em um misto de animação e nervoso ao vê-lo. 

Como se sentisse seu olhar, Eduardo também olhou em sua direção e ficaram se encarando mutuamente por segundos, mais do que pequenos passos de distância os separava. Seus rostos ligados um no outro, mesmo com tantos outros em suas voltas. Seus corpos se moveram um até o outro e com seus cabelos balançando, Rebeka correu até ele, não se contendo e pulando em seus braços assim que o alcançou. Doeu profundamente a forma como fora recebida, não que ele tivesse lhe empurrado ou recusado seu abraço, mas não o devolveu, tão pouco correspondeu a toda sua alegria ao vê-lo. Apenas ficou parado feito estátua enquanto a garota continuava agarrada ao seu pescoço. 

 - O que houve? - lhe olhou confusa e com suas expectativas indo para o ralo. Conhecia o bem demais para saber que aquele comportamento frio, significava algo muito ruim. 

 - Precisamos conversar. - seu tom não era carinhoso, mas possuía cautela. Como se andasse sobre ovos. Seus olhos fugindo do rosto dela, sua atenção desviando para qualquer outro canto. Típica atitude de quem está prestes a partir um coração.

 - Tudo bem... - as palavras mal saiam de seus lábios, ela buscava o tempo todo pelo olhar dele, mas Eduardo parecia não conseguir lhe fitar. - Vamos para um lugar mais calmo. - sugeriu, estranhando e tentando pegar sua mão para andar, mas bruscamente o rapaz desviou de seu toque e saiu a passos pesados a sua frente, lhe fazendo segui-lo com o coração doendo, pressentindo que algo estava errado. - Aqui já está bom. - ela própria parou seus movimentos, uma vez que estavam sozinhos atrás de um brinquedo. Suspirou profundamente, se preparando e exigiu: - Diga. Faça logo o que venho fazer.

 Eduardo parou e ainda de costas para ela suspirou, virando-se lentamente e encarando os olhos dela, já cheios de magoa e dor, parecendo um pobre animalzinho ferido. Seria bem mais difícil do que ele havia previsto... 

 - Eu estou indo embora, Rebeka. - Disse de prontidão, sentindo o gosto amargo de suas palavras e vendo o rosto dela assumir uma expressão nada boa. Doía nela. Doía nele. Não há nada mais doloroso do que o amor.

 - Por que? - Com seu coração esmagado ela quis saber. Precisava saber. Ninguém desistia do amor sem um motivo. E era isso o que Eduardo estava fazendo, ele estava desistindo da história deles. Do amor deles.

 - Eu preciso... - olhou finalmente para os olhos dela, brilhando com dor. Não poderia destruir ainda mais o coração daquela garota, se é que isso era possível. E se dissesse a verdade, terminaria de arruiná-la. - Preciso resolver umas coisas. 

 - Não minta! - ela gritou, se surpreendendo com a vontade que sentia de chorar. Aquilo nunca aconteceu. Nenhum garoto havia lhe machucado antes. - É por minha causa. Pelo o que eu sou... 

 - Você não tem nada haver com isso. Por favor... - A voz dele também se alterou um pouco, soando como um lamento.

 - Eu tenho sim! - sua voz saia chorosa, mas nem uma lágrima caia. Queria muito que aquilo não estivesse acontecendo. - Olhe para você... Nem consegue me encarar. 

 - Rebeka. Eu... Eu sinto muito. - ele Suspirou, parou de falar alto e se obrigou a sustentar o olhar dela, acabando com sua mentira. - Eu juro que tentei entender, eu ainda estou tentando. Mas agora, não posso fazer isso. Eu não consigo...

 - Não consegue aceitar a garota por quem está apaixonado? - apesar da dor, ainda havia esperança em seus olhos. 

 - Mas você não é mais a garota por quem eu me apaixonei. - declarou com voz baixa e o olhar triste. O coração de Rebeka parou. Ela não se moveu, tentando com dor digerir aquelas palavras. Eduardo engoliu em seco, se aproximou, beijou a bochecha dela e murmurou: - Eu sinto muito, dama. Espero que seja feliz... 

 Seu rosto permaneceu impassível até que ele deu as costas para a garota e começou a chorar de mansinho, se afastando dela em prantos, o coração tão partido quanto o estado no qual havia deixado o dela. Deixada para trás, ela também chorava, inconformada enquanto pensava: e lá se vai o grande amor da minha vida.

Continue Reading

You'll Also Like

12.5K 1.2K 81
poemas gerados através de meu âmago. leia eles e talvez você consiga enxergar toda a dor que assola meu peito, mas não tema, há amor aqui dentro tam...
861K 42.9K 117
"Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite. Lute. Conquiste. E acima de tudo, seja feliz!" PLÁGIO É CRI...
208K 7.7K 48
sn é uma menina de poucas condições,sua mãe morreu sn tinha 5 anos,ela ficou com seu pai que também acabou partindo, então foi morar com uma tia, che...
471K 4.4K 5
Elle Jones, cansada da monotonia, decidiu sair de sua pequena cidade no menor estado dos Estados Unidos para enfrentar as loucuras de Nova Iorque, um...