Zyon
Parado em frente ao elevador
olho para aquela cena ridícula
sem ao menos o que falar, tão pouco
o que pensar... O que esse homem faz encostando na MINHA ESPOSA? Não sou um homem ciumento e tento ser
o mais controlado possível, mas não há homem no mundo que consiga ficar tranquilo vendo algo assim.
- EU VOU TER QUE FALAR
DUAS VEZES? Tire já as suas
mãos da minha esposa!- disse
mais uma vez, só que dessa um
pouco mais alterado do que antes.
Suila parecia não estar
nada bem com aquela cena,
bem diferente do desgraçado
que parecia se aproveitar de tudo.
Meus olhos estavam sobre
aquele cara e mesmo não tendo
o visto nunca em toda minha vida,
tenho certeza que ele não presta.
Um fato engraçado e bem
importante sobre mim, é que
eu costumo pescar todo o caráter
da pessoa desde a primeira vez que coloco os seus olhos ela... Sei quando alguém é bom e também sei quando uma pessoa tem um coração ruim, é esse cara não é uma boa pessoa.
O desgraçado finalmente
deixou minha esposa de lado
após meu pedido e ele ainda teve
a cara de pau de sorrir para mim.
- Me desculpe por toda essa
cena Senhor Rashid... Sua esposa
acabou tropeçando e a ajudei. Sou Pierre Bernard, irei cuidar de todo o marketing em seu projeto. Pra mim é um prazer conhece-lo.- ahh, então ele irá trabalhar com minha esposa.
Quando Suila me disse que
iria ser auxiliada por um homem
já sabia que era uma má ideia, agora que o vejo frente a frente tenho toda a certeza disso... Não permito que Suila trabalhe junto com esse lobo faminto.
O tal do Pierre deu um
passo a frente e estendeu
as suas mãos como quem
queria me cumprimentar,
mas não movi um membro
do meu corpo e nem fiz questão
de responde-lo, até porque pra
mim não há prazer nenhum.
- Tenho certeza que meu
marido também está muito
feliz em conhece-lo, Pierre.
Quer saber de uma coisa? Acho
melhor a gente marcar a nossa
reunião amanhã.- Suila sugeriu
ao idiota do seu novo funcionário.
Fiz questão de mostrar
para aquele homem que
não estava nenhum pouco
feliz com sua presença, aliás,
quero mais é me livrar dele.
- Okay Senhora Albani!
Se precisar de mim pode
me ligar, ficarei atento. Já
vou indo, com licença!- Pierre
disse se retirando de nossa presença
e nos deixado totalmente a sós.
Sabe qual a pior parte
de uma pessoa dissimulada?
Eles fingem muito, mas muito bem!
- Suila, eu não quero que
você trabalhe com esse cara.- fui direto ao assunto que me interessa.
Minha esposa já parecia
estar aguardando pela aquela
reação minha, porque ela apenas
suspirou e me olhou seriamente.
- Por favor Zyon não
começa com isso... Juro
pra você que eu só cai e ele
me ajudou, foi apenas isso.- Suila
logo saiu em deseja daquele cara.
- Eu sou homem Suila
e conheço quando um
homem não está com boas
intenções... O jeito que aquele
cara estava olhando pra você já
disse tudo, ele te deseja Suila!
Suila deu um passo a frente
ficando mais próxima de mim,
ela trouxe a suas mãos para o meu rosto e sorriu sem mostrar os dentes.
- Aqui não é lugar pra isso!
Vamos para sua sala e lá nos
conversamos sobre esse assunto.- ela foi muito firme ao falar comigo.
Ela não esperou que eu
dissesse mais nada, apenas
deu as costas para mim e saiu
andando na frente... A única coisa
que me restou fazer foi ir atrás dela.
Quando a porta do elevador
fechou-se, Suila não resistiu e
começou a falar novamente.
- Meu amor... Por favor vê
se entende o meu lado. Pierre
é um ótimo profissional e eu jogo
pra você que ele não me desrespeitou em momento algum, não há motivos firmes pra que você não queira que ele trabalhe comigo.- Minha esposa logo disse querendo me convencer.
Eu confio cegamente em
minha esposa e sei que ela
jamais faria algo contra as
minhas costas, mas NELE eu
não confio... Conheço a cabeça
de um homem e não quero um
cara como ele todos os dias ao
lado da minha esposa, minha Suila.
- Zuina... Não tente me
convencer sobre isso! Você
sabe que confio cegamente
em você, mas vi nos olhos dele
as suas reais intenções.- a respondi.
- ELE É SÓ UM FUNCIONÁRIO
DA EMPRESA ZYON, NÃO TEM
COMO ELE FAZER ALGO CONTRA
MIM. Vê se entende isso!- ela disse
já começando a se alterar comigo.
- Ahh tem, sempre tem!
Se Suila soubesse o que
passa na cabeça desses homens
ela jamais diria algo assim... Nos
olhos daquele Pierre pude ver que
suas intenções com Suila não eram apenas profissionais. ELE quer muito mais que isso e sei que homens como ele não costumam desistir tão fácil.
A porta do elevador se
abriu novamente e Suila
que parecia já estar em seu
limite saiu na frente pisando duro,
e mais uma vez tive que ir atrás dela.
Ao entrar em minha sala
bati a porta com força e sua
única reação com meu ato foi
me fitar com toda a sua furia.
- Eu passei os últimos
meses entrevistando varia
pessoas Zyon e NENHUMA me
agradou Zyon... Você não tem a
noção do trabalho que eu tive para achar um bom profissional, é por isso que quer tanto despacha-lo daqui.- ela voltou a falar no momento em que viu que estávamos a sós mais uma vez.
- Então esse é o seu grande
problema, Suila? Vou resolve-
lo em cinco minutos! Acho um
profissional melhor que ele pra
você em rapidamente e ele estará
em Dubai até amanhã.- argumentei.
Minha esposa me olhou
como se eu fosse um bobo
ao dizer aquilo, ela revirou
os olhos e começou dar risada.
- O que esse cara te fez
de tão grave pra você estar
assim, Zyon? Já te disse que ele
NÃO tentou nada contra mim. Eu tropecei e ele me amparou, foi tudo
o que aconteceu.- Suila insistiu.
- EU JÁ ENTENDI!
- Então por que não para
com essa besteira de uma vez
por todas? Não há motivos algum
pra você estar tão preocupado assim.
Me calei emburrado ao
ouvir Suila falar, me encostei
em minha mesa apoiando-me ali
e passei as mãos por meus cabelos
em um gesto de nervosismo.
- Eu não quero outro homem
por perto Suila... Tenho medo de
você achar outro melhor que eu e
eu acabar te perdendo pra sempre!- confessei pra ela sendo honesto.
Até esse momento Suila
estava prestes a soltar fogos
pelas ventas, mas ao ouvir a
minha última frase ela só sorriu
e veio até vagarosamente.
- Habibi! Não se preocupe
com isso NUNCA Zyon, você
não vai me perder... Você é o
único homem que quero estar,
os seus braços são únicos em que quero me achegar, seu corpo é o único que quero sentir e os seus
lábios são os únicos que quero
beijar. Não há e nunca haverá
outro alguém Zyon, eu só quero
você!- Suila declarou-se para mim.
Eu estava zangado com
o mundo pela situação e
havia colocado na cabeça a
ideia que não iria me acertar
com ela até que ela despachasse
esse cara daqui, mas mais uma vez
me deixei levar pelas suas palavras
e seus lindos olhos castanhos.
- Você é o amor da minha
vida Zyon... É o meu Habibi!- Suila
diz envolvendo seus braços em volta do meu pescoço e me beijando do seu jeito carinhoso, mas muito intenso.
Suila sabe exatamente como
tirar tudo o que quer de mim,
nesse momento mesmo me fez
mudar de ideia com suas palavras
doces e esses seus olhos me fazem
de mim o seu eterno escravo... Uma
vez minha mãe me disse para tomar cuidado com as mulheres, porque elas têm o poder de enfeitiçar um homem e hoje vejo que ela estava totalmente certa. Suila faz de mim o que quer e no fim do dia fico feliz de fazer todas as suas vontades e ver seu sorriso.
- Ele pode ficar, MAS todas
as suas reuniões serão com a
sua secretária presente e se ele
olhar pra você de modo diferente
me diga e eu o mandarei de volta
para casa IMEDIATAMENTE.- digo.
Suila sorriu de lado, ela
trouxe as suas mãos para a
minha gravata ajeitando-a e
deixou um selinho em meus lábios.
- Okay Habibi... Você cedeu
de um lado e eu vou ceder do
outro. Minha mãe sempre diz
que os casamento devem ser desse jeitinho, tudo resolvido com muita conversa e compreensão.- Suila disse seriamente me fazendo sorrir.
Nesse momento já havia
me esquecido de minha raiva,
então levei as minhas mãos até
a sua cintura e a puxei para mim
juntando ainda mais nossos corpos.
- Sua mãe está certa Habiba,
nós somos uma prova viva disso.
Até hoje só nos resolvemos assim e
que assim continue. Insha'Allah!
Minha esposa se aconchegou
ainda mais em mim, ela deitou a
sua cabeça contra o meu peito e pude ouvi-la suspirar bem baixinho.
- Insha'Allah!- ela repetiu
fazendo meus braços de morada.
Deve ser muito engraçado
pra quem olha a minha relação
com a Suila de fora. Nós temos os nossos atritos como todo casal, mas
as nossas brigas não duram mais de uma hora e sempre nos entendemos.
Creio que o nosso amor é forte demais pra se abalar por qualquer coisinha.
Após tudo ser resolvido
da maneira mais sensata e
calma do mundo, Suila e eu
vimos que já havia passado da
hora de retornarmos ao nosso
trabalho e foi exatamente isso
que fizemos... Ela foi para a sua
sala e eu permaneci na minha.
Mesmo após fazer aquele
acordo com minha esposa e
tudo estar resolvido, vi que era
melhor pra nós dois que os meus olhos estivessem sobre esse tal de Pierre e quero estar a par de tudo
que ele já em em toda a sua vida.
Ao ficar finalmente a sós
em minha sala, vi que só havia
uma coisa a se fazer no momento.
- Senhor Rashid? Bom dia!
Diga em que posso ajudá-lo.- um velho amigo, que também trabalha na área da investigação atendeu o meu telefonema com rapidez e agilidade.
- Bom dia! Ali, preciso que
você faça um favor para mim.
Acabou de entrar um homem na empresa e não sei se posso confiar nele. O seu nome é Pierre Bernad, ele é francês e tem ótimas recomendações, mas ainda assim não confio nele.- falei logo tudo que tinha pra falar com ele.
Não posso negar um pedido
vindo de Suila, é por isso que
"permito" que ela trabalhe com
Pierre, mas isso não quer dizer que
me esquecerei dele, porque pode ter
a certeza que meus olhos e ouvidos estarão atentos a ele vinte e quatro horas por dia... Isso é algo certo!
- Como sempre, darei o
melhor de mim para servi-
lo, senhor. Fique tranquilo,
porque irei vasculhar a sua
vida e assim que souber de algo
retorno a ligação.- ali rapidamente respondeu-me e depois disso a nossa ligação imediatamente chegou ao fim.
Sentei-me a minha mesa
ao finalizar a ligação e peguei
aquele portifólio do Pierre mais
uma vez o fitando com atenção.
Sinceramente não sei o que me deu
na cabeça quando concordei com essa ideia da Suila de contratar esse cara, algo em mim diz que ele não é uma boa pessoa e minha intuição é algo que raramente falha... A única coisa que me conforta é ter a plena certeza de que se ele não é uma boa pessoa, saberei disso o quanto antes.
Ali é o melhor investigador
que já conheci na vida, então se
esse francês já fez algo de errado em
sua vida ou oferecer qualquer perigo para minha esposa, ele irá voltar para onde veio na velocidade da luz.
Estava sentado a minha
mesa ainda muito pensativo,
quando de repente batidas soaram
na porta da minha sala e em seguida ela foi aberta e alguém adentrou por ela, aliás, Nádia adentrou por ela.
- As-Salamu Alaikum primo!
Vim até a empresa trazer alguns documentos para o seu pai e decidi
te fazer uma visitinha... Aqui é tudo tão zuino!- Nádia desandou a falar ao passar pela porta da minha sala.
Levantei-me no segundo em
que coloquei meus olhos sobre
ela, sorri de forma sutil e acenei
com a cabeça como comprimento.
- Aleikum As-Salaam prima!
Seja bem vinda e fique a vontade.
Você deseja beber ou comer alguma coisa?- a questionei enquanto voltava a me sentar de frente para ela.
Nádia imediatamente
acenou com a cabeça como
resposta e no segundos seguinte
abriu sua bolsa tirando de lá uma
pequena recipiente de plástico.
- Fiz esses cornos de
gazela mais cedo e como
estava vindo pra cá, decidi
trazer alguns para você e sua
esposa... Olha, não estão bons
como os da tia Sumaya, mas dei
o meu melhor.- minha prima disse
ao me entregar a vasilha nas mãos.
Nádia é uma moça muito
boa, gentil e aplicava. Quando
estava no ocidente ela se aplicou
aos seus estudos e se formou, mas
isso não a empediu de ser uma boa
dona de casa... Que a minha mãe não ouça isso, mas o carneiro de Nádia é algo realmente de outro mundo.
- Que a minha mãe não
ouça isso, mas esses são os
melhores cornos de gazela que
já comi em toda a minha vida.- disse
a ela em um tom de diversão.
- Se quiser posso ensinar
a sua esposa a receita, assim
você poderá comer sempre.
Adorarei ensinar tudo a ela, é
bom que a gente se conhece um
pouco uma da outra.- Nádia sugeriu.
Nádia é mesmo uma pessoa
muito boa, ela é daquele tipo
que quer ajudar todo mundo, e
Suila ainda acha que Nádia não gosta dela... Quer uma prova maior do que essa? Nádia está disposta passar mais tempo com Suila e ajuda-la, isso é um sinal de muito afeto de sua parte.
- Quem sabe um dia... Adoraria
mesmo ver você, minha esposa e
minha mãe fazer algo juntas. As mulheres que mais amo na vida!- confessei a ela sendo honesta.
Minha mãe, minha esposa
e minha prima realmente são
as mulheres que mais amo na
vida, claro que de formas diferentes, mas as amo com todo o meu coração.
- Quer saber? Hoje mesmo
chamarei ela pra irmos juntas
ao shopping. Ensinarei sua esposa
os ensinamentos e a como ser uma boa esposa pra você, pode ter certeza que farei!- Nádia se propôs.
Minha esposa é osso duro
de roer, então não sei se esse
trabalho da Nádia será fácil, mas
se der realmente certo, serei um homem feliz em ve-las juntas.
- Mudando completamente
de assunto... Minha tia comentou
que seu assistente viajou para o Cairo por problemas de família, e me veio uma dúvida, quem está te auxiliando agora?- Nádia questionou-me.
Ahh, esse assunto está me
matando... O meu assistente
teve sérios problemas de família
na última semana e teve que ir às
pressas para o Cairo, e eu fiquei na mão. Até hoje não consegui ninguém
a altura dele para me auxiliar e isso tem me deixado com a cabeça cheia.
- É verdade... Andei procurando
por algum substituto para ele, mas
até agora não encontrei ninguém que me agradasse, então Andreia está me ajudando como pode.- a respondi.
- Por que você não me disse
isso antes? Era eu quem cuidava
da agenda do meu pai nas nossas empresas, então posso te ajudar por aqui. Não sou inteligente ou boa como seu assistente, mas posso quebrar o galho por enquanto.- Nádia se propôs me surpreendo, e muito.
Minha prima é boa em
tudo que faz e tenho certeza
que não terei problemas em
coloca-la para me ajudar, mas
não fazia ideia que ela estaria
disposta a fazer isso por mim.
Seria ótimo! Nádia me auxiliar evitaria a contratação de alguém
e deixará tudo mais fácil quando
meu assistente retornar do Cairo.
- Você realmente faria isso
por mim? Seria ótimo, Nádia!
Isso irá me poupar de um trabalho, você não tem noção do quanto.
Nádia sorriu animada ao
me ouvir, ela acenou com a
cabeça e se ajeitou em seu lugar.
- Sim, farei tudo com prazer!
Mas será apenas por enquanto
e só porque é para você, quando
ele voltar, eu volto para os meus afazeres imediatamente.- Nádia logo coloca as suas condições em jogo.
- Okay, pra mim está ótimo!
Se você estiver disponível, pode começar amanhã mesmo o trabalho.
Minha prima e eu deixamos
tudo acertados e ao eliminar
esse problema, meu dia fluiu
extremamente bem... Esse assunto
era algo que estava queimando os meus neurônios, então saber que ele já foi resolvido me deixa mais leve.
Sai da minha sala as cinco
horas da tarde em ponto e ao
deixar a mesma, a primeira pessoa
que vi foi a minha linda esposa.
Antes pensava que teria
muitos problemas em ter
uma esposa tão ativa, mas
hoje em dia acho tão bom o
fato de te-la por perto todos os
dias e ver sua felicidade ao trabalhar faz de mim um homem muito feliz.
Como de costume, nos
saímos da empresa juntos
e durante todo o trajeto ficamos conversamos sobre o nosso dia e tivemos o nosso momento a sós.
Ao chegarmos em casa já
aguardava aquela recepção
diária da minha mãe, mas por
incrível que pareça, tudo estava
em um silêncio mais que absoluto.
- Amor, vou para o nosso
quarto tomar um banho. Já
já te encontro!- Suila disse já
se retirando e indo em direção
aos corredores que dá acesso a
quase todos os quartos da casa.
Quando Suila se foi, fui
em busca da minha mãe e
de minha prima pelo palácio.
- As-Salamu Alaikum!
Minha mãe e Nádia estão
em casa?- questionei a serva
que encontrei na cozinha.
- Aleikum As-Salaam, senhor!
Elas saíram com o senhor seu pai.
Não vão jantar em casa hoje, mas já deixei tudo pronto para o senhor e sua esposa.- Karima respondeu-me.
Não me estendi no assuntos
ao ouvir sua resposta, apenas me
retirei e fui me aprontar para jantar.
- Ué, seremos só nós dois
hoje?- Suila questionou-me
ao entrar na sala de jantar e me
encontrar sozinha no cômodo.
- Sim, elas foram jantar
fora com meu pai hoje.
Suila não conseguiu disfarçar
sua alegria ao ouvir minha resposta, mas ao menos ela tentou fazer isso.
- Que pena!- ela ironizou ao
sentar-se ao meu lado enquanto ria.
Pensei em conversar sobre
o assunto com ela, mas como a
hora da refeição é um momento de
paz, mantive-me de boca fechada.
- Habiba... Falei com um
consultor de imóveis hoje e
acho que encontrei a casa que
iremos passar os próximos meses.- revelei essa surpresa a ela enquanto jantavamos.
Suila comia em silêncio e
toda sua atenção estava em seu
prato, mas ao me ouvir falar um
sorriso de todo tamanho formou-se
em seu rosto e de repente, ela pulou em meu colo beijando-me animada.
- Você jura? Estou tão feliz!
Não é que eu não goste de morar
aqui, mas será um sonho morar em
um lugar só com você... Só nós dois juntinhos!- Suila diz feliz da vida.
- Eu juro... Iremos ver a
casa na próxima segunda e
se você gostar, a gente muda
ainda na semana que vem.- digo.
Suila não estava triste,
mas ao ouvir a novidade
ela ficou irradiante e durante
toda a refeição se manteve assim,
feliz, iluminada e totalmente alegre
e só isso fez de mim um homem feliz.
Geralmente após um dia
de trabalho eu gosto de deitar-
me no sofá do meu quarto, acender
o meu narguilé e fumar um pouco. No meu país usar o narguilé é cultural e pra mim é como um ritual que tenho que seguir todas as noites, é algo que gosto de fazer e que me faz bem.
Estava deitado em meu sofá
aproveitando a parte mais tranquila
do meu dia, quando de repente uma música árabe começou a tocar em alto e bom tom em meu quarto me dando um grande susto... Alá! O que é que está acontecendo nessa casa?
Já havia levantado meu
tronco para checar o que
estava acontecendo, quando
Suila entrou em nosso quarto
vestida em trajes de dança do
ventre e dançava de uma forma
que me fez entrar em transe.
Suila movia-se rápido
como o vento dentro do
nosso quarto, sua cintura
parece ter tomado vida e cada
parte do seu corpo se mexe de
um modo sexy acompanhando
cada batida daquela música.
- Habiba...- sussurrei sem
conseguir tirar os meus olhos
do seu corpo por um segundo se
quer... Ela é realmente perfeita!
Suila está trajada com
uma roupa da cor dourada,
que aliás, mal cobre o seu corpo,
o que me deixa muito feliz. Os seus cabelos estão soltos e dançam contra o
vento e ela está maquiada e há muitas jóias penduradas por seu corpo.
Normalmente minha esposa
já tem um poder imensurável
por cada célula do meu corpo,
mas hoje descobri que ela exerce
muito mais poder sobre mim.
Sempre soube que teria
que me casar um dia e tinha
medo de não me acostumar com
a minha esposa, mas com Suila tudo
fluiu bem, sabia que ela era a pessoa certa desde a primeira vez e hoje vejo o quanto estava certo. Suila é minha esposa, amiga e amante e tendo-a ao meu lado não desejo mais nada.
Suila aproximou o seu
corpo do meu enquanto
dançava, jogou seu lenço
sobre mim e sorriu de forma
alegre e viva... Nesse momento
eu percebi que realmente havia
feito a escolha certa. Alá fez Suila especialmente para mim e não há
nada mais que quero no mundo do
que viver ao seu lado até o último dia da minha vida, é apenas o que peço.
Roupa de dança de Suila.