RED (em hiato)

By RoseSaintClair

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O que você faria se algo tirasse o amor da sua vida de perto de você? E se você não tivesse sido corajosa su... More

Blue eyes
Casual
Checkup da Amiguinha
Fábrica de Bebês
Irish
A História de Kate
Renascida
Best Friend

Reddy

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By RoseSaintClair

Entãooo, bora pra mais um?? Não esqueçam de comentar e dar aquela estrelinha que a tia aqui gosta!

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— Ashley, você vai ficar por aqui mesmo? – Meu velho amigo perguntou enquanto dava uma tragada no cigarro de marijuana prescrito pelo médico. Lógico que a receita era para o óleo de cannabidiol, mas Mark era old school e gostava de fazer as coisas à sua maneira. O mais impressionante era que com o uso do CDB alguns sintomas do Mal de Parkinson que o acometia estavam mais atenuados.

— Sim, Mark, pedi transferência pra cidade. Queria ficar perto das coisas dela... pelo menos. – Quando decidi voltar ao trabalho, depois do desaparecimento da minha melhor amiga, o único lugar que pensei em ficar fora onde eu mais a lembrava.

— Você viu que eu deixei a geladeira cheia e o apartamento limpo? Tenho cuidado de tudo, do jeito que ela gostava. – Comentou tristonho

— Eu vi... obrigado. – Segurei o cigarro e traguei passando para o velho senhor à minha frente. – Sabe o que mais me machuca? – Falei como se fosse para mim mesma. - O que mais me machuca... é saber que ela pode estar morta e eu nunca.... nunca ter tido a coragem de ter dito meus verdadeiros sentimentos por ela. – A minha voz embargada e algumas lágrimas fujonas, demonstravam toda a emoção que eu sentia naquele momento.

— Ash, de alguma maneira ela sabia... – Ele me abraçou mesmo trêmulo e me apoiei no seu corpo frágil. – O jeito que você cuidava dela. Todos viam que você sempre foi mais do que uma amiga. Todos viam o que você sentia.

— Eu nunca tive coragem de dar nenhum passo porque ela sempre foi retraída a qualquer toque, abraço, beijo... você sabe muito bem disso, Mark.

— Sim, é muito comum pessoas que sofreram aqueles tipos de abusos terem aversão ao sexo e por vezes se sentirem assexuais. Kate foi muito machucada tanto física quanto emocionalmente. Ela não suportava o toque, ou qualquer forma de carinho. Em todos esses anos apenas nós dois conseguimos transpor essa barreira emocional. Bom, até a chegada da Jennifer.

Hum... – Lembrei da residente loira que conseguira uma reação da minha amiga. Em poucos meses, Jen fez o amor da minha vida sentir desejo sexual novamente. Ao mesmo tempo que estava extremamente feliz por aquilo o ciúme me corroía de uma maneira vil que, para que não fizesse nenhuma besteira, eu não passava nenhuma noite sozinha. Mesmo sentindo uma facada no meu peito cada vez que Kate falava da loira, eu a incentivava a se jogar nesse sentimento e ser feliz.

Voltei para o apartamento e não entrei no quarto de hóspedes indo direto para a cama espaçosa da minha amiga. Ainda tinha o seu cheiro nos lençóis. Me despi, ficando apenas de calcinha, entrei embaixo dos cobertores e abracei seu travesseiro olhando a foto de cabeceira. Estava no Central Park, sorria para a lente abraçada em uma Kate de braços abaixados e tentando se desvencilhar, ao lado de Mark. Lembro muito bem daquele dia... foi quando percebi que havia me apaixonado perdidamente por aquela mulher.

12 anos atrás

— Ash, você deixou novamente seus tênis de corrida, cheios de barro, atirado dentro do banheiro... Poxa! A gente tem que estar pronta para levar o Mark no Central Park em uma hora! – Kate apareceu na porta do quarto que dividíamos com cara fechada. Olhei para ela, por cima do ombro, eu vestia calcinha e uma camiseta do time de baseball da faculdade e estava deitada na minha cama, no meu canto do quarto. Era o canto "buraco negro" como ela falava porque sempre estava uma bagunça contrastando com a limpeza e a organização do seu lado.

— Eu esqueci Kate, desculpa! – Ela me olhou fria e largou o tênis aos pés da minha cama. Sabia que ela ficaria o dia inteiro emburrada.

Já fazia um mês que estávamos compartilhando o quarto. Naquele primeiro dia ela me levou a sua casa e me apresentou Mark, um velho senhor, ex legista do Instituto Médico Legal da cidade de New York, que tinha Mal de Parkinson. Depois dela me emprestar uma muda de roupa e eu me banhar, conversei bastante com ele, contando sobre a minha origem humilde e a minha ambição de entrar para o FBI depois de formada.

Acabei ajudando o velho senhor a configurar a rede wifi e fiz uma limpeza no seu computador que estava repleto de vírus. Quando dei por mim já era tarde e acabei ficando para o jantar. Naquele dia era a minha folga no pub, então a minha ideia seria procurar algum dos meus ficantes para conseguir uma cama para aquela noite. Só que, entre garfadas de espaguete com almôndegas, Mark me chamou para dividir o quarto com a Kate, explicando que tinha um trato com ela que poderia estendê-lo a mim.

Devido a sua doença, a filha queria que ele fosse morar em Los Angeles, ideia que ele odiava. Então, Kate tomava conta da casa, cozinhava e fazia companhia para o velho médico. Mark sugeriu que eu dividisse as tarefas com a Kate já que ela logo entraria na Faculdade de Medicina e teria pouco tempo livre. Além disso, ele nos daria um pequeno salário para que não tivéssemos que procurar um emprego fora e isso auxiliaria as nossas despesas do dia-a-dia.

Então, nesse último mês, aprendi várias coisas sobre Mark e Kate. O velho legista era um cara gente boa, com um coração gigantesco. Sentia muita falta da filha que se mudou para longe com o marido babaca. Fora obrigado a se aposentar precocemente pela descoberta da doença. Passava seu tempo fazendo vários trabalhos sociais e ajudava em várias ONGs.

Sobre Kate... era uma menina quieta, inteligente, cuidava do velho senhor como se fosse seu próprio pai, carinhosa, tímida e... acordava gritando por algum tipo de pesadelo recorrente quase todas as noites. Na primeira vez, Mark chegou e sentou na sua cama dando leve batidinhas nas suas costas até que ela dormisse. Aos poucos, fui a encarregada de fazer isso, até que um dia eu estava com tanto sono que acabei dormindo ao lado dela, sendo despertada por uma Kate completamente envergonhada. Naquele dia, ela não me dirigiu a palavra, mesmo eu dando carona para ela até a universidade.

À noite, me deitei e fiquei olhando a sua movimentação pelo quarto. Voltou do banheiro com a sua camisola fechada e feia de sempre e sentou-se na sua cama de frente para mim.

— Ash... sobre os pesadelos...

— Você não precisa me falar nada que não queira, Kate, de verdade.

— Eu preciso... meu nome na verdade não é Kate...

Então, naquele momento, a minha vida mudou. A menina a minha frente relatou, com tom de voz monótono, como se não fosse com ela, os anos de abuso sexual  cometidos pelo seu padrasto na Irlanda. Durante a adolescência, o cárcere privado após ele a encontrar na cama com um namorado, os estupros, as torturas, os cortes e queimaduras pelo corpo, a fuga para os Estados Unidos, a sobrevivência pelas ruas fazendo pequenos trabalhos e, por vezes, comendo lixo, até o encontro com Mark que a trouxe para morar com ele, a colocou novamente na escola e custeou a Universidade.

Ela contou tudo em um só fôlego. Os grandes olhos azuis cintilavam de tristeza e o que eu mais queria, era pegar o desgraçado do padrasto dela e mostrar o que aprendi nas ruelas porto-riquenhas.

— Kate... eu e o Mark, somos a sua família agora. Você tem a nós. Você tem a mim para o que precisar. – Sentei na sua cama juntando nossas mãos com cuidado para que ela não ficasse com medo. Em um movimento delicado e relutante ela se aproximou e me abraçou me fazendo derramar as lágrimas que eu havia segurado durante todo o tempo em que falava. – Eu vou te proteger cariño, pode confiar em mim.

A partir daquele dia nos tornamos inseparáveis. Nunca deixei de arrumar ficantes e contava para ela as minhas noites de farra. Kate deixou escapar um dia que nunca mais sentira desejo sexual por nenhum garoto, mas na adolescência em Dublin ela teve inúmeros casos. O que eu tentava fazer era que ela vivesse um pouco através de mim. Ao contar essas coisas eu via que os olhos dela brilhavam num querer de voltar a uma normalidade que já não existia mais... que era impossível naquele momento.

Balancei a minha cabeça saindo das lembranças e decidi pedir desculpas a ela. O chuveiro não estava ligado, então ela não devia ter entrado no banho ainda.

— Kate, me desculpa eu... – Abri a porta do banheiro de supetão e não estava preparada para o que eu vi. Uma mulher de curvas sinuosas, seios fartos... LINDA! Mas cheia de cicatrizes pelo corpo, de cortes, marcas de cigarro e no ombro esquerdo letras garrafais com os dizeres "Boa noite, Garotinha!".

A confusão de sentimentos foi tanta que eu achei que poderia desmaiar. Desejo, empatia, raiva... ao mesmo tempo que eu queria beija-la, lamber as gotas molhadas do chuveiro que caiam pelo seu pescoço e desciam até o umbigo, chupar os mamilos, sentir a maciez dos pelos pubianos vermelhos bem aparados, chupa-la... eu queria acarinha-la e nina-la no meu colo dizendo que nada de mal iria acontecer porque agora eu estava aqui.

— ASH!

As suas faces estavam rubras e ela pegou a toalha desajeitadamente tentando se cobrir. "Carajo" O que eu vi vou lembrar por muito tempo!

— Kate você é ruiva? – Ri para desanuviar o ambiente e deixa-la confortável. – Que lindo! De agora em diante eu vou te chamar de Reddy!

Nesse momento, percebi que estava completa e irremediavelmente apaixonada por aquela menina. Uma menina tão cheia de traumas e que não suportava nem um simples abraço.

_____________

Lembrando que a Kate escondia o cabelo ruivo com tintura.

__________________

Entoncessss, para quem não leu ainda o "Boa noite, Garotinha" me envia o email que eu passo o link da Amazon certinho. 

Me contem o que tão achando? 

Besos


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