THE BEGINNING OF EVERYTHING
00. O início de tudo
A estação King's Cross estava lotada de pessoas preocupadas com seus relógios, já que não paravam de olha-los. Tudo parecia extremamente monótono, exceto por uma garotinha de cabelo bagunçado que corria em disparada atrás de um pequeno e esperto gatinho preto, ela esbarrava em quase todas pessoas que surgiam na sua frente e disparava pedidos de desculpas. Então finalmente alcançou o animal que estava parado em frente à plataforma 9¾, Arabella Mitchell se posicionou para agarra-lo, mas antes que conseguisse fazer, o bichento atravessou a parede de tijolos.
— Jesus Cristo! – uma voz desconhecida fez a garotinha se virar de olhos arregalados, esperava que nenhum trouxa tivesse visto aquilo, ou iria ter problemas com seus pais.
O que Arabella viu foi uma família de quatro pessoas, dois adultos e duas menininhas, uma de cabelos ruivos que acabará de chegar empurrando um carrinho que levava seu malão, a outra era loura e encarava a Mitchell como se ela fosse uma aberração.
— O que aconteceu Túnia? – a ruiva perguntou se dirigindo a irmã que fez uma careta em resposta.
— Essa garota e o gato dela são anormais como a Lílian, mamãe! – exclamou a loura se virando para olhar a mulher mais velha.
— Túnia! – a ruivinha disse arregalando os olhos, repreendendo o ato da irmã com a desconhecida — Desculpe por isso! – dirigiu-se à Arabella que apenas encarava toda situação com uma expressão divertida no rosto.
Aquela era a familia mais esquisitas que a metamoformaga já tinha visto. Tirando a garota de cabelos ruivos, todos eram ridiculamente altos e tinham seus pescoços maiores que o normal. Arabella teve uma certeza, dentre eles, ela já não havia gostado da menina loura.
— Petúnia, pelo amor de Deus – começou a mãe — Já lhe disse para não chamar sua irmã de anormal! – repreendeu-a e então lançou um olhar e sorriso amigáveis para a Mitchell — Você também é uma...?
— Bruxa? – Arabella perguntou de imediato, a mulher apenas confirmou assentindo com a cabeça — Sou sim, estão procurando a passagem para o inferno? – brincou olhando diretamente para Petúnia que soltou um grunido imediatamente.
A Mitchell teve que se esforçar para não rir da cara dela.
— Na verdade, estamos procurando a plataforma nove três quartos – acrescentou o pai das meninas, olhando o pergaminho em sua mão.
— Você sabe como chegar lá? – foi a vez da ruivinha perguntar, fazendo Arabella a olhar com um sorriso acolhedor nos lábios.
— É aqui mesmo – se virou para trás apontando para a parede de tijolos que separava a plataforma nove da dez — É só correr em direção à parede e atravessar – e se virou novamente para olhar a garota que tinha seus olhos arregalados — Você não vai bater, não se preocupe.
A menina nem teve tempo de responder, porque um homem ofegante de cabelos azuis havia acabado de chegar empurrando o carrinho com um malão extremamente grande, este era Adam Mitchell, pai de Arabella.
— Arabella! Por Merlin! Você não pode sair correndo no meio da estação! – disse parando ao lado da garota — Já imaginou se eu te perder como daquela vez? Sua mãe me mataria e nenhum protego poderia me proteger! – o homem disse, mas ficou quieto assim que Arabella rindo, o cutucou e apontou para a família parada na frente deles.
— O Amendoim saiu correndo, tive que ir atrás, mas ele atravessou antes que eu pudesse pega-lo – se explicou — E então eles apareceram e não sabiam como chegar na plataforma... - a garota murmurou.
— Ah, primeiro ano dela? – o senhor Mitchell sorriu, apontando para Lílian que retribuiu o sorriso e confirmou com um aceno de cabeça — Claro, é o primeiro ano de minha filha também. Suponho que vocês sejam trouxas – falou indicando com a cabeça, o restante da família.
— Trouxa? – quem perguntou foi o homem.
— É claro que não saberiam como chegar à plataforma, mas, de qualquer maneira, é só atravessar a barreira...
— Eu já havia dito isso! – Arabella disse cruzando os braços.
— Quieta, Bell! Mas olhem, não precisam ter medo, não vão bater! Nós vamos na frente, depois é só fazer o mesmo.
Sem esperar a resposta, o homem saiu correndo em direção à coluna, empurrando o carrinho com o malão da menina, que o acompanhou sem hesitar. A familia esquisita ficou observando os dois, até eles desaparecerem sem colidirem com a parede de tijolos, e então sem esperar que seus pais falassem algo, Lílian fez o mesmo e assim que passava pela plataforma, escutava protestos vindos de Petúnia que se negava a ir junto.
Enquanto o pai de Arabella levava seu malão para embarcar, a metamorfomaga esperou Lílian do outro lado da plataforma, e então ela chegou.
— Achei que ia demorar mais! – comentou Arabella sorrindo para a ruiva.
— Acho que quem vai demorar mesmo são meus pais – ela disse e em sua entonação de voz, dava para perceber uma certa decepção — Minha irmã ficou aterrorizada!
— Isso acontece, os trouxas tem medo do que eles não conhecem – disse e viu Lílian fazer uma careta com o nome para os não-mágicos — Bom, não nos apresentamos direito, sou Arabella Mitchell, a seu dispor! E você é a Lílian, certo?
— Lílian Evans – sorriu — Mas me chame de Lily, eu prefiro!
— Certo, então me chame de Bella, eu também prefiro! – disse e as duas riram juntas.
Não demorou muito para que elas embarcassem juntas no Expresso de Hogwarts. Os pais de Lílian apenas atravessaram a plataforma para darem um abraço nela, mas Petúnia ficou para trás. Arabella preferiu não comentar, mas notou que a ruivinha havia ficado bastante chateada.
— Você pode ir na frente, vou esperar um amigo e já te procuramos – informou Lily para a nova amiga.
— Tá legal! E eu também tenho que achar o meu gato – comentou, arrancando uma risada da ruiva — Nunca tenha um gato, você dá tudo pra eles e mesmo assim sempre estão fugindo!
— Vou me lembrar disso!
E assim, Arabella voltou a andar no corredor estreito do trem que havia acabado de embarcar os últimos alunos. Ela ficou um tempo passando de cabine em cabine perguntando se haviam achado seu gato, mas sem sucesso, até que chegou no último compartimento do expresso e deu de cara com quatro garotos que riam alto.
Eles pararam assim que a viram bisbilhiotando.
— Podemos ajudar? – o que usava óculos redondos perguntou.
— Ahn... sim! Vocês viram um gato preto passar por aqui? – perguntou e todos negaram com a cabeça — Se o encontrarem, podem me avisar? Ele se chama Amendoim! – avisou e foi o moreno de cabelos longos que a respondeu:
— Ele se chama Amendoim? – ergueu as sombrancelhas e os outros riram.
— Algum problema com isso?
— Quem chama um gato de amendoim? – ele retrucou de volta.
— Quem ama comer amendoim!
— Está dizendo que você come seu gato? – perguntou fingindo estar incrédulo — Precisamos avisar ao Ministério, achamos a assassina de gatos que estava foragida!
Arabella, ao contrário do que eles pensavam, riu com gosto daquela brincadeira, fazendo os meninos gargalharem também.
— Você não ficou chateada com a brincadeira? – o magricela e mais alto do quarteto perguntou, estranhando a reação da garota.
— Claro que não – respondeu de imediato adentrando a cabine e se sentando ao lado do que tinha perguntado — Achei bem engraçada, na verdade!
— Gostei dela! – o menino de óculos e o de cabelo longo disseram em uníssono.
Arabella abriu um sorriso divertido para eles.
— Me chamo Arabella Mitchell e vocês?
— James Potter.
— Sirius Black.
— Remus Lupin.
— Peter Pettigrew.
— É um imenso prazer conhece-los! – informou e todos riram com o tom formal de mentirinha que ela usou — E então, vão me ajudar a encontrar o Amendoim, sim ou não?
— Claro! – todos disseram juntos e ela fez um jóia com o dedo, causando gargalhadas dos quatro.
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Arabella não sabia que naquele momento, estava conhecendo os garotos que futuramente se tornariam tudo para ela.
e
Os meninos nem imaginavam que aquela busca ao Amendoim os levariam a formar uma verdadeira família no futuro.
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~ Malfeito, feito!