As I Told You - Vmin - KTh +...

Por FoxChan11

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"Dias se passaram com ele fazendo o mesmo trajeto todos os dias, e em uma tarde em que ele tinha um pouco de... Más

Capítulo 2 - A torta de morango
Capítulo 3 - A canção no violino

Capítulo 1 - A Cafeteria no caminho

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Por FoxChan11


            Todos os dias passava em frente a aquela cafeteria pequena e simples, mas apesar de ter vontade, não entrava, na maior parte das vezes por simplesmente não ter dinheiro. Era universitário e a maior parte do dinheiro que os pais mandavam era gasto com o pequeno apartamento que dividia com dois amigos e as coisas da universidade.

Dias se passaram com ele fazendo o mesmo trajeto todos os dias, e em uma tarde em que ele tinha um pouco de dinheiro achou que seria uma boa ideia entrar e ver como era lá dentro. Sempre tivera essa curiosidade, e hoje poderia conhecer aquele local que sempre o chamara atenção.

Foi a sensação mais estranha que já teve. Quando abriu a porta e entrou no local, vendo a decoração em cores claras e estilo vintage suave, sentiu como se estivesse entrando na casa da sua falecida avó, o mesmo ar aconchegante, o mesmo cheiro de café fresco e doces. Respirou fundo.

O lugar tinha tons claros, as mesas em madeira tinham cadeira coloridas em volta, eram no máximo umas seis mesas com quatro lugares em volta do balcão central, e perto do vidro ao lado da porta tinha duas mesas menores com apenas duas cadeiras cada. No balcão uma garota de cabelos curtos loiros e um rapaz com cabelos pintados em um tom de rosa meio alaranjado e sorriso bonito.

Tinha um casal sentado mais ao fundo e um homem sozinho em uma mesa mexendo em seu notebook. Se decidiu pela mesa perto do vidro, não precisava de muito espaço. Se sentou ali e colocou o estojo com o violino no chão, perto da cadeira onde estava. Não muito tempo depois dele se sentar o rapaz de cabelos róseos foi até ele com um cardápio.

— Boa tarde, eu sou Jimin. Essas são nossas opções de café. De doces hoje temos bolo floresta negra, brownie, muffins de laranja e torta de morango – falou o rapaz de sorriso bonito. – Precisa de um tempo pra escolher? – finalizou.

— Sim, acho que sim – respondeu o rapaz sentado dando seu sorriso retangular.

— Ok. Só me chamar – respondeu o rapaz de sorriso bonito, e o olhando por mais alguns segundos se virou voltando ao balcão.

Tinha sido uma experiência completamente agradável estar ali, então passou a ir ao lugar sempre que tinha dinheiro suficiente para um cappuccino gelado ou quentinho, dependendo do clima, e uma belo pedaço da boa torta de morango que sempre tinha lá, e era maravilhosa. Tudo ali era muito bom.

No início, Taehyung ia no lugar por causa do ambiente e da boa comida, mas nos últimos meses notou que não era mais apenas isso. O que o fazia entrar naquela cafeteria de ar familiar era o sorriso do rapaz que fazia questão de atende-lo todas as vezes.

O moreno já não tinha mais certeza sobre quando tudo tinha mudado, mas ficava nervoso sempre que se aproximava do lugar, e quando entrava e encontrava os olhos suaves e o sorriso acolhedor de Jimin sentia as borboletas em sua barriga se agitarem.

Se sentava sempre no mesmo lugar, onde de uns meses pra cá, quando o lugar estava mais tranquilo, Jimin vinha se sentar com ele e perguntar como estava indo a faculdade e pedindo sempre que Taehyung tocasse o violino, algo que o moreno nunca tinha feito, afirmando ter vergonha.

Nessas conversas descontraídas que tinham, quando o lugar estava meio vazio, descobriu que a cafeteria era de Jimin, que ele havia aberto com a ajuda da família, e a noite cursava universidade de gastronomia com ênfase em patisserie.

Era estranho como tudo naquele ambiente o fazia se sentir bem, e Jimin era a maior parte de tudo aquilo. O jeito gentil e doce do rapaz falar e agir o tinha encantado, e quando descobriu que era Jimin quem fazia todos aqueles doces maravilhosos tinha se assumido completamente apaixonado pelo rapaz.

...

Era uma tarde um tanto fria, e andava pelas ruas em direção ao seu pequeno apartamento que dividia com dois amigos. Min Yoongi estava no último ano de música e era um rapaz muito na dele, quieto e ótimo ouvinte, o que Taehyung adorava, pois era bem o oposto e amava falar.

Yoongi não falava muito, mas seus conselhos costumavam ser certeiros, além de preciosos na concepção de Taehyung. Desde que você não o acordasse em hipótese alguma, era uma pessoa de fácil convivência. Fácil convivência se caso você não se incomode em conviver com um cara quieto e sonolento.

E Kim Namjoon, um ano à frente de Taehyung na faculdade de música, era um cara estudioso e muito inteligente, o que fazia o mais novo se sentir meio estúpido as vezes, mesmo que essa nunca fosse a intensão do mais velho. Namjoon o ajudava bastante por estar apenas um ano a sua frente, era um cara divertido e um pouco mais falante que o Min. Os dois costumavam ficar muito tempo conversando a noite, quando Yoongi estava em seu quarto se isolando e trabalhando em suas coisas.

Era sexta e estava feliz de ter o fim de semana pra descansar, já que não tinha trabalhos pra fazer. Chegou ao apartamento e entrou. Namjoon estava sentado no sofá vendo TV, era raro vê-lo longe de seus livros. Os cabelos loiros estavam arrumados e a covinhas apareceram quando esse sorriu para o recém-chegado. Yoongi devia estar no quarto, pra variar.

— Boa tarde, passou no café hoje? – Namjoon perguntou.

— Não, estou sem grana – respondeu e suspirou.

— Você devia falar com ele, sabe? Tenho certeza que ele também está afim de você – Namjoon comentou.

O mais novo voltou a suspirar. Sabia que o mais velho tinha razão, mas mesmo assim sentia medo.

— É, mas e se não? E se ele só for simpático mesmo? Com que cara eu vou olha-lo se nada der certo? – resmungou Taehyung colocando o estojo com seu violino de lado e se jogando no sofá.

— Eu entendo seu medo, Tae. Mesmo. Mas se não se arriscar vai ficar aí suspirando pelos cantos e perder a chance de ficar com ele.

— Eu sei, Joon, mas a coragem me falta.

— Bom, estou com vontade de tomar um café. Vamos a cafeteria e eu vejo como ele age perto de você. E eu te digo o que acho – afirmou o mais alto sorrindo e se levantando.

Não se deram ao trabalho de trocar de roupa, Tae largou o violino ali e eles seguiram para o lugar. Era perto e logo eles entraram. O sorriso de Jimin estava ali, fazendo as pernas de Taehyung perderem as forças. Retribuiu o sorriso e foi se sentar com Namjoon na mesma mesa de sempre.

Logo Jimin estava ali, com seu belo sorriso questionando se o moreno queria o mesmo de sempre, e esse só concordou. Namjoon estava sorrindo assim como o moreno a sua frente. Jimin era mesmo um rapaz bonito e gentil, seu jeito doce era encantador.

Enquanto Jimin esperava que Namjoon se decidisse, a porta se abriu e um rapaz de cabelos castanhos e sorriso fofo entrou indo direto até Jimin. O rosado abriu a boca para falar com o castanho, mas foi calado quando os lábios do rapaz encontraram os seus em um beijo rápido e simples.

O ato pode ter parecido simples, mas foi o suficiente para que o rosado corasse, o loiro entreabrisse a boca surpreso e olhasse o amigo que tinha a expressão mais magoada que Namjoon já tinha visto. O rapaz de cabelos negros parecia que ia desmoronar ali mesmo.

Taehyung respirou fundo uma única vez, e o som saiu tremido e dolorido. Sentiu como se uma mão agarrasse seu coração com muita força, o apertando até reduzir a nada. Uma sensação extremamente desconfortável tomou suas entranhas, e o ar pareceu ficar irrespirável, os olhos sem encheram d'água e o nariz ardia como o inferno. Sabia que não podia ficar ali, ou choraria ali mesmo. Então se levantou e seguiu para porta apressado.

Namjoon ficou de pé na hora, e Jimin deu dois passos largos em direção a ao rapaz que saíra correndo, sem nem mesmo notar o que fazia, deixando o rapaz que o beijara a pouco o olhando de cenho franzido. Mas o moreno já tinha saído e corrido em direção a sua casa.

— Tae? – Jimin soltou mais pra si mesmo que qualquer outra pessoa.

— Desculpe, Jimin, melhor eu ir – Namjoon falou se levantando e correndo atrás do amigo.

O rosado suspirou vendo o loiro correr pra fora. Por que ver Taehyung daquele jeito o incomodou tanto? Sentiu os braços do mais novo em sua cintura.

— O que houve aqui?

— Não sei, Jungkook – respondeu e suspirou se livrando dos braços do mais novo e indo para a cozinha cabisbaixo.

Namjoon não conseguiu alcançar o outro rapaz, mesmo refazendo o caminho que fizeram mais cedo indo até o apartamento. Chegando lá encontrou o rapaz jogado no sofá chorando muito e sendo amparado por Yoongi.

— Tae, me desculpe – pediu o loiro assim que entrou.

— Mais que ideia, Namjoon – xingou Yoongi.

— Como eu ia saber? Só queria tomar um café.

— Não é culpa do Joon – falou o mais novo em meio ao choro – Eu que sou um iludido mesmo.

— Não diz isso, Tae. Se apaixonar não é uma escolha – falou Namjoon o olhando.

— É, não é. Se eu fosse eu não escolheria isso.

Taehyung se levantou ainda fungando e com lágrimas descendo pelo rosto, pegou o violino que havia deixado perto da porta e seguiu para seu quarto se trancando lá. Namjoon suspirou e levou a mão a ponte entre o nariz e a testa, em seguida olhando o Min, que continuava sentado no sofá. Ambos tristes e se sentido impotentes, sem saber como ajudar o mais novo.

O loiro se sentou no sofá sem saber o que fazer, e logo depois disso ouviram o violino de Taehyung tocando no quarto. O garoto tocava muito bem, não era perfeito, mas tinha emoção, te fazia sentir-se bem ao ouvi-lo. Mas isso era uma alerta, o mais novo tinha uma vergonha extrema de tocar na frente dos outros. Até na faculdade só fazia quando não podia evitar, preferia aulas particulares, e as fazia em horários onde ninguém pudesse ficar o olhando tocar.

E agora ele estava ali tocando uma melodia triste. A última vez que tinha feito isso foi no primeiro ano de faculdade, bem no começo quando recebeu a notícia de que sua avó, mulher que praticamente o tinha criado, havia falecido. Os dois amigos agora estavam mesmo preocupados, mas só podiam aguardar.

— Até nisso ele é clichê – falou o mais velho num resmungo, que o fez o maior soltar um riso anasalado e sem humor.

Yoongi falava da música que o garoto tocava, era mesmo uma música triste, mas extremamente característica.

— Deixa ele.

Já era tarde da noite quando o violino finalmente parou. Isso fez Yoongi sair do quarto e Namjoon deixar de lado o livro que tentava ler. A porta se abriu e Taehyung saiu de lá. Usava a mesma roupa de mais cedo, os cabelos estavam bagunçados, a lateral do queixo onde ele apoiava o instrumento estava marcado. Os olhos e o nariz estavam vermelhos, e as bochechas com caminhos bem visíveis de lágrimas.

— Estou com fome – falou o mais novo.

— O que quer comer? – Yoongi perguntou.

— Um hambúrguer? – respondeu, mas soou como pergunta.

— Vou comprar pra nós. Já volto – falou o mais velho já seguindo para porta.

Yoongi odiava sair de casa, mas era péssimo pra consolar as pessoas. Então preferia ir buscar a comida e deixar a conversa com Namjoon.

— Vem, senta aqui – Namjoon chamou.

O menor suspirou, mas foi. Sabia que precisava ouvir, seja lá o que o amigo tivesse a dizer. Se sentou ao lado do amigo e passou a manga da blusa pelo rosto, como se tentasse melhorar a própria aparência, não funcionou. Namjoon não se importava, sabia que ele não estava bem.

— Olha, eu sei que o que eu vou dizer agora vai te machucar ainda mais, mas você precisa ouvir... Tae, ele gosta de você – falou o mais velho.

— Namjoon... – Tae começou com tom de objeção.

— Eu sei, parece loucura. Mas eu estava lá, lembra? E o jeito que ele automaticamente foi atrás de você, até lembrar que o outro garoto estava lá, aquilo não é ação de alguém que te vê como cliente ou só amigo. Ele ficou sentido, ver você magoado o afetou mais do que ele queria mostrar – afirmou o loiro o olhando sério.

— Me dar esperanças pode não ser a melhor ideia, Namjoon.

— Não estou te dando nada, estou contando o que vi – afirmou mais velho confiante.

Tehyung encarou o amigo tentando entender se o que ele dizia era o que pensava, ou só estava tentando fazê-lo se sentir melhor. Mas o maior não parecia estar tentando conforta-lo e sim explicar algo. O moreno conhecia aquele olhar, era o que ele usava sempre que estava ensinado algo, era o olhar mais verdadeiro que Namjoon tinha.

Mesmo assim, acreditar nas palavras dele parecia idiota. Mesmo que tudo aquilo que ele dizia fosse verdade, o rosado estava com outra pessoa, então não mudava nada, não ia ser o pivô da separação de ninguém, muito menos Jimin. Se ele estava feliz com o outro rapaz, Tae podia conviver com isso, ou ao menos tentaria.

...

Fazia mais de meia hora que estava ali sentado no caixa rabiscando um pedaço de papel, nem se lembrava mais por que tinha se sentado ali. WheeIn estava limpando o balcão, para que no outro dia quando chegasse fosse só começar o trabalho. O garoto olhava para o papel agora coberto de corações feitos a caneta e suspirou. Se lembrou que tinha que fazer a torta de morango, pois fazia uns três dias que ele não a fazia e as pessoas estava perguntando.

Não era a primeira vez que ele enrolava com essa torta naquele mês. Fazia exatamente um mês desde que o moreno de voz grave e sorriso exótico tinha saído por aquela porta e nunca mais voltado. Sentia falta de ver o sorriso retangular, os cabelos negros caindo repartidos sobre aquele rosto que se lembrava ser tão bonito.

Sentia falta de como ele conseguia fazê-lo rir com facilidade, e de como corava sempre que pedia que tocasse o violino que levava com ele sempre, mas nunca tocava. Sentia falta de sua silhueta contra a luz da janela, das mãos grandes se aquecendo na caneca de cappuccino quente e dos elogios a torta que ele comia todas as vezes.

Desde que o moreno parou de ir já não tinha vontade nenhuma de fazer a torta de morangos. Ainda se lembrava de como escolhia com cuidado os morangos que ia usar, de como fazia cada detalhe com cuidado para que não errasse e pudesse ouvir mais uma vez a voz profunda e suave lhe dizer como amava aquela torta e como estava deliciosa como sempre. Mas agora era como se não fizesse mais sentido fazê-la, não sem que ele fosse comer. 

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