- Que porra é essa?
" Quem a cabeça de Sarah White e Rick Anniston trouxer, poderá ficar na cidade e terá o que quiser "
A assinatura de Phill Grey marcara o papel, com sangue.
- Quando a gente acha que não dá pra piorar... - murmurou Dylan.
- Isso explica muita coisa.
O fato de todo o lugar que vamos acabarmos cercados por esses psicopatas, eles estão sempre um passo a frente por que o desgraçado do Grey nos quer mortos e ainda oferece uma recompensa por isso. - desdenhou Rick, tentando juntar as peças.
- Mas por que querem vocês? Por que mataram o Charlie e a Mey? - indagou Josh.
- Hum, deixe-me ver...
Porque ele é um perturbado de merda, talvez? - Rachel revirou os olhos.
- A morte deles deve fazer parte desse complô ridículo.
Eles queriam nos deixar vúlneraveis, ou pensaram que eu iria atrás de Phill querendo vingança. E como somos amigos, supuseram que Rick estaria comigo. - proferi lembrando-me de tudo que Grey e seu bando nos causaram.
- E quanto a Elisa, ela estava com eles desde o começo?
- Provavelmente, depois que ela nos traiu no hospital eu não duvido de mais nada. - Rick deu de ombros, aparentemente preocupado com toda a situação. As palavras no papel mexeram com ele.
- Vocês precisam se afastar de nós, precisam arrumar um jeito de ir embora desse inferno.
Se ficarem conosco, serão alvos também.
Não podemos deixá-los correr mais perigo. - balbuciei, os fitando firmemente.
- Sarah está certa, vocês não serão perseguidos se não estivermos com vocês. - completou o moreno.
- Tá ok, que merda de amigos os dois acham que somos?
Vamos fugir e deixá-los sozinhos enquanto um bando de delinquentes tentam matar vocês? Mesmo ? - Rachel exalava indignação, assim como os outros.
- Olha, a gente já acabou com muitos daqueles otários.
Somos capazes de nos defender, e se mais deles vierem, nós vamos fazer o mesmo.
Enfrentaremos os malditos! - dando um passo a frente, Dylan se pronunciou.
- Amigos nas horas boas e nas péssimas também.
Haja o que houver, não vamos nos separar! - Josh nos encarou, e mostrou-nos que estavam convictos do que queriam.
- Vocês não sabem o que podemos enfrentar, Phill não é só um psicopata qualquer, ele pode ser bem mais do que isso. E aliás, eles tem a porra um exército. Qual parte do " Ele quer matar eu e Sarah e não medirá esforços para tal" vocês não entenderam?
- E que parte do " Não vamos deixá-los sozinhos" VOCÊS NÃO ENTENDERAM? - gritou Rachel, ela estava irritada.
- É a nossa escolha, e nós escolhemos ficar.
Assumimos os riscos e as consequências, e sabemos cuidar de nós mesmos.
- Eu não os disse o que houve no banheiro, o que eu vi. - proferi, chamando a atenção de todos.
Era como se um filme daquele momento ficasse se repetindo, várias e várias vezes na minha cabeça.
- Você não precisa falar se não quiser Sarah, você perdeu pessoas, está traumatizada.
Entendemos que chegou a um extremos mas... - interrompi Dylan, que no momento me olhava com piedade.
- Eu não tentei me suicidar, isso nunca passou pela minha cabeça. Nunca! - gritei, fazendo-o arregalar os olhos.
- Nós vimos os cortes em seu pulso, te vimos sangrar.
Se não foi uma tentativa de suícidio, aquilo foi o que?
- Não foi eu quem fez isso. - apontei para o meu pulso, e para o pano manchado de sangue que o enfaixava. - Tinha mais alguém comigo, eu vi coisas que não sei se são reais ou não.
- Como uma pessoa estaria com você? Estava trancada lá dentro Sarah.
- Não era uma pessoa. - murmurei tentando aceitar o que eu acabara de dizer. - Era a mãe morta do Phill,
Clara Grey.
- Como? - todos me olharam como se eu estivesse maluca.
E bom, não os julgava por isso.
- Ela me falou algo sobre eu e Rick, mas eu não me lembro muito bem. Mas com certeza é relacionado com o fato do Phill nos querer mortos.
- Espera, é muita coisa pra assimilar. E os cortes no seu pulso? - Josh estava assustado, assim como todos nós.
- Foi ela quem fez. Ou melhor, uma criatura na qual ela se transformou. Eu sei, isso é muito bizarro e vocês devem achar que eu sou louca mas eu juro, é a verdade. Ela me segurou, senti meus pulsos arderem e quando me dei conta estava no banheiro sangrando com a Rachel batendo na porta. - tentei manter-me calma, mas ao falar sobre o ocorrido lágrimas encheram meus olhos.
- Olha, nós já passamos por muita coisa nesse lugar.
Nada é impossível, mas você está dizendo que podemos estar lidando com o sobrenatural aqui pequena Sarah? - murmurou Rick com um tom de voz suave, tentando me deixar calma novamente.
- Parece loucura, mas sim, eu estou.
- Faz sentido agora, o que vimos Charlie fazer no carrossel.
Quer dizer... - Dylan gesticulava, meio sem jeito. - A cabeça dele, quando ele começou a batê-la no chão.
- Ele estava morto quando fez aquilo, disso não há dúvidas. - complementou Rachel.
- Ok, eu vou me sentar. - Josh concluiu, tentando digerir tantas informações. - Deus, eu nunca pensei que fosse viver esse momento. Precisamos de um exorcista por aqui, e eu já assisti o filme. - o mesmo nos olhou com um sorriso bobo no rosto, tentando descontrair o local.
- Agora não Josh,dá um tempo. - Rachel definitivamente estava com um péssimo humor. Em um situação como essa, não era pra menos.
- Nós precisamos sair daqui, o quanto antes. - Rick assentiu com a cabeça.
Antes de continuarmos a conversa, ouvimos passos vindo de um dos quartos no final do corredor.
- Ouviram isso? - sussurrei.
- Não vamos até lá, se for algum dos palhaços virá até nós. - proferiu o moreno, encarando o corredor.
Os passos tornaram se contínuos, e em poucos minutos a vimos.
Ela
- Jesus, ela está morta também? - balbuciou Dylan.
- Você, é a garota da estrada não é? A que nos avisou para não virmos pra cá. - era uma pergunta quase que retórica.
Sim, com certeza era ela.
- É, eu sou a garota.
Me chamo Georgia. - Rick a olhou com espanto ao ouvir seu nome.
- Georgia? Esse nome não me é estranho.
- Eu sou sua mãe Rick, e preciso conversar com você.
Ou melhor, com todos vocês.
Josh e Dylan se entreolharam assustados, faziam pequenos movimentos com a boca, creio que estavam rezando.
- Minha mãe? Mas c-como... - o mesmo balançou a cabeça, parecia não acreditar no que ouvira.
- Phill Grey, eu não estou mais nesse mundo por causa dele.
Ele me matou quando você era um bebê, ele tirou você de mim. - uma lágrima molhou o olhar de Georgia.
Seu rosto estava sereno, com uma aparência entristecida.
Phill a fez sofrer muito, deduzi.
- E-eu...
Como isso é possível?
- É uma longa história, e agora não temos tempo pra isso.
- Porque veio até aqui? - balbuciou Rachel, ela estava trêmula.
- Eu vim avisá-los, há algo que precisam saber. - a mesma se aproximou de Rick e tocou seu rosto. - Phill os quer porque só vocês podem matá-lo.
Você e Sarah, meu filho.
- Só nós? Eu não entendo o porque. - exclamei, essa noite a cada instante parecia piorar.
- Vocês não são comuns, e isso é perigoso. É perigoso pois algumas vezes se esquecerão de quem são e serão tomados por uma força maior. E acreditem, não há uma maneira fácil de impedir isso.
- Isso não pode estar acontecendo. - Rick bateu na própria cabeça, na tentativa de acordar de um terrível pesadelo.
- O que o Phill é? - indaguei.
- Eu não sei ao certo, mas sei que não é algo fácil de lidar.
Estão lidando com o sobrenatural aqui, com forças malignas de verdade.
- E afinal, o que eu e Sarah somos? - Rick parecia sair de um transe.
- Vocês são Os escolhidos.