You Give Love a Bad Name | JE...

By mariathirlwards

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[CONCLUÍDA] A monótona vida de Jennie muda por completo quando ela involuntariamente desperta o interesse de... More

01 | This Woman Is Dangerous
03 | More Than That
04 | Sweet But Psycho
05 | Attention
06 | Paradise
07 | Body Heat
08 | Blinding Lights
09 | Heaven In Hiding
10 | Dream
11 | Scar Tissue
12 | I Bet You Look Good On The Dancefloor
13 | Head Above Water
14 | No More
15 | Lost
16 | Not Afraid Anymore
17 | Into You
18 | Afraid Of Letting Go
19 | Break My Heart
20 | There You Are
21 | Living Proof
22 | Dusk Till Dawn
23 | 2 Souls On Fire
24 | Dear Jealousy
25 | Chills
26 | Hitchhiker
27 | Leave Me Lonely
28 | Hurts Like Hell
29 | I Don't Wanna Fight
30 | If You Want Love
31 | Love Me Like You Do
32 | Blame It On Me
33 | From This Moment On
34 | We Can Make Love
35 | Forget
36 | Hurt
37 | Disappear
38 | Chasing Cars
39 | I Forgive You
40 | I'm Here
41 | All For Us
42 | Would You Mind
43 | Whatever It Takes
44 | Halo
45 | Memories
46 | Saturn
47 | I Wanna Be Yours
48 | Cliche
49 | My Only One
50 | Count On Me
51 | Rise Up
52 | I'll Find You
53 | Say You Won't Let Go
54 | Hold On, I'm Coming
55 | Evelyn, Evelyn
56 | See You Soon
57 | Again
58 | Mirrors
59 | Safe Inside
Epilogue

02 | She

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By mariathirlwards

"She may be the beauty or the beast, may be the famine or the feast, may turn each day into a heaven or a hell." - Elvis Costello

(Ela pode ser a bela ou a fera, pode ser a fome ou o banquete, pode transformar cada dia num paraíso ou num inferno)

JENNIE

Eu tinha o dom de esquecer a porta do loft destrancada na maior parte das vezes, portanto não me surpreendi quando Jimin passou pra dentro na maior despreocupação do mundo.

De onde estava em cima da cama, terminando de remontar a câmera de Lisa, lhe lancei um olhar feio.

- Não te ensinaram a bater na porta antes de entrar? Ou no mínimo ser convidado?

Ele deu de ombros, continuando sem nem me dar ouvidos até o grande espelho que tomava uma parede inteira do loft. Se olhou ali, ajeitando a gravata vermelha e o paletó branco.

- Portas abertas são domínios públicos, Nini.

Revirei os olhos, sabendo que não adiantaria insistir, e voltei a atenção para a câmera. Estava terminando de posicionar cuidadosamente a última peça em seu devido lugar. Assim, quando eu colocasse a bateria e fechasse a traseira do objeto outra vez, veria se tinha sido bem sucedida ou não em fazê-lo funcionar novamente.

- O que achou do meu look? - Jimin perguntou, ainda se olhando satisfeito no espelho.

- Se eu falar que tá horrível você vai colocar outro? - eu provoquei, sem tirar a atenção do cuidadoso processo de remontagem.

- Não - ele respondeu, alisando o paletó com suavidade.

- Então do que adianta eu dar minha opinião se ela não fará diferença nenhuma?

Ele bufou, e eu sorri com sua irritação.

- Só fala logo - disse, me olhando por cima do ombro. - Sem dúvidas prefere uma bela paisagem depois de ficar enfurnada aqui dentro concertando essa velharia.

Eu o olhei com uma sobrancelha erguida e um sorriso torto.

- E a bela paisagem seria você?

- É claro! Quem mais?

- Tá olhando pra ela - brinquei, dando-lhe uma piscadela. - Não sei como continua perseguindo Jungkook quando tem uma beldade como eu bem na sua frente.

Ele bufou uma risada, voltando a se encarar no espelho.

- O que eu gosto, Nini, você não tem pra oferecer.

Sacudi a cabeça, sorrindo, e finalmente depositei em Jimin minha atenção e estudei sua aparência como ele queria muito que eu fizesse. Estava elegante no terninho despojado, que parecia se misturar agradavelmente com os cabelos prateados.

A gravata-borboleta vermelha era um contraste e tanto. Bem a cara de Jimin.

- É um belo traje - falei com sinceridade.

- Só isso? Nada de 'você tá incrivelmente maravilhoso'?

- Se está descontente com meu elogio, eu o retiro.

Ele bufou. Eu, revirando os olhos, terminei de ajustar a posição da última peça da câmera para logo em seguida colocar a bateria. Fechei a abertura lateral e, com um suspiro, pressionei o botão de ligar.

Curioso, Jimin se aproximou para ver o resultado.

E para a minha total surpresa, a câmera ligou.

Não que eu não confiasse em minhas habilidades - na verdade, eu era muito boa em concertar coisas -, mas depois de tanto tempo evitando fazer aquilo pra não ser consumida por memórias indesejadas, realmente esperei que fosse estar enferrujada. Ou, no mínimo, um pouco sem jeito.

Suspirei audivelmente ao perceber que me enganei.

Quando o sangue é forte..., sussurrou uma voz odiosa na minha cabeça. Eu rapidamente a afastei.

Ao meu lado, Jimin tomou a câmera de minhas mãos. Tentei pegá-la de volta, mas ele se afastou. Andava em círculos pelo pequeno loft estudando cada lado surrado como se fosse um joalheiro avaliando a qualidade de um diamante.

- Não entendo porque Lalisa simplesmente não comprou uma câmera nova. Veja essa: tem vários arranhões e, definitivamente, é tão velha como fóssil de dinossauro.

Eu me ergui, tentando novamente pegá-la da mão dele.

- Cuidado com isso - eu o alertei, me sentindo agoniada pela maneira como ele segurava o objeto. - Você viu como ela ficou quando pensou que essa coisa ia pifar.

Jimin fez uma careta.

- Como pode ser tão chata? Temos um tesouro em mãos, cheio de história.

- Jimin...

- Qual é, Nini! Não me diga que, em nenhum momento sequer, pensou em fuxicar o que há no rolo de fotos da famigerada Lalisa Manoban? Dúvido. Sua cara de santa não me engana.

- Isso é invasivo demais, Jimin. Até pra você.

Me ignorando completamente, ele se ajeitou na borda da cama para bisbilhotar o conteúdo da câmera.

Com um suspiro derrotado e com certa curiosidade, sentei ao seu lado.

- Preparada para ver muita coisa suja? - Jimin sorriu com animação. - Aposto que a Manoban grava todas as suas aventuras sexuais nessa velharia.

Eu comecei a me afastar com a hipótese de ver cenas indejadas, mas então Jimin foi até a galeria e o que encontramos ali nos surpreendeu.

Eram imagens aleatórias que iam desde um tênis jogado no meio de uma trilha de trem até o pôr do sol visto do topo de um grande prédio.

Todas as imagens eram em má qualidade - a qualidade meio riscada e cinzenta de uma lente antiga -, mas incrivelmente charmosas. Até as mais sem sentido tinham seu charme. E os ângulos... Lisa era habilidosa naquilo. Ela capturava momentos com uma sagacidade impressionante.

Jimin deslizou pela galeria, e não encontramos nada além de fotos aleatórias como aquelas primeiras, todas no mesmo padrão.

Ele bufou, me entregando a câmera com um olhar de decepção.

- Que careta! E eu achei que descobriria por mim mesmo coisas mais interessantes.

Jimin se levantou, ajeitando novamente seu paletó branco.

Continuei avaliando, fascinada, a galeria de Lisa. Jimin, por sua vez, mudou o rumo de nosso assunto:

- Vai usar que roupa na festa de hoje à noite, Nini?

Prestando mais atenção no rolo de fotos do que nele, respondi:

- Não vou a festa alguma.

- Mas Lisa disse que não aceitava não como resposta, e tenho certeza que falou sério.

- E? - ergui uma sobrancelha inquisitiva.

Jimin veio até mim, tomando a câmera da minha mão e colocando-a no colchão ao meu lado.

Ele me olhou nos olhos, os lábios torcidos.

- Seu amigo aqui precisa conquistar Jungkook. Mas como farei isso, se não estiver lá pra me apoiar?

- E desde quando você precisa de apoio nessas coisas, Jimin? Pensei que se garantisse.

- Eu me garanto - ele se aborreceu.

- Então porque diabos precisa tanto da minha ajuda? - perguntei com tédio estampado nos olhos.

- Ora, não é óbvio? Lalisa Manoban se interessou por você.

Jimin me encarou, como se esperasse que eu o encorajasse a ir direto ao ponto. Mas, quando não o fiz, ele mesmo resolveu prosseguir:

- Se Lisa falar de mim pra Jungkook, será um grande passo dado. Entende a lógica?

Suspirei.

- E você quer que eu peça à Lisa, porque supostamente ela tá interessada em mim, a pedir a mão de Jungkook em casamento para você?

- Muito perspicaz, Nini! - Jimin sorriu largo, ajeitando o óculos sobre o nariz e me olhando com expectativa.

Balancei a cabeça em negativa, pegando a câmera em cima da cama e posicionando-a cuidadosamente em meu criado-mudo

- Eu já falei que Lisa não faz meu tipo, Jimin.

- Ela não precisa fazer seu tipo - ele deu de ombros. - E você nem precisa ficar com ela ou algo assim. Só necessito que lhe peça pra me dar uma força com Jungkook e depois pode voltar pra casa e fingir que nada aconteceu!

- Não sei, não. Não estou muito animada. Além disso, essa noite eu estava com planos de ir tentar uma vaga naquele evento musical que terá no Píer de Santa Mônica.

- Eu te levo lá antes das audições, eu prometo! - Jimin suplicou. - Por favor, Nini! Eu preciso do Jungkook!

Eu o olhei com uma sobrancelha erguida.

- Uau! Nunca te vi assim tão cachorrinho, Jimin.

- Quanto mais algo parece fora do meu alcance, mais eu o quero. Não posso fazer nada se a vontade é grande demais pra ser ignorada.

- Parece uma criança querendo doce.

Ele revirou os olhos, mas então me encarou com seriedade.

- E então, Nini? Por favor! Por seu amiguinho aqui, de longa data, que te ama muito!

Eu abri a boca, prestes a negar outra vez, mas ele rapidamente acrescentou:

- Eu te arrumei um emprego e um teto sobre a cabeça quando você não tinha nada. Isso não esquenta esse seu coraçãozinho frio?

Eu o encarei fixamente.

- Chantagem emocional? É, Jimin, você está perdido.

- Perdido de amor! - ele gemeu.

Bufei audivelmente diante de seu drama de cada dia, passando uma mão pelo rosto.

- Tudo bem! - finalmente concordei. - Tudo bem, Jimin. Eu vou nessa maldita festa. Mas quero 50% do valor que Lisa te deu, porque sei que não vai dar o dinheiro ao seu pai, ou já teria feito.

- 50%? - Jimin estalou a língua com desgosto. - 20% e não falamos mais nisso.

- Terei que passar uma noite extremamente desconfortável com pessoas que não conheço e nem quero conhecer, e acha que 20% é suficiente? Só porque falou isso, quero 60%. E se negar de novo, eu não vou. E será resposta definitiva. Você sabe que eu sempre falo sério.

Jimin fez uma grande careta, me encarando como quem lutava uma guerra interna. Por fim, bufou alto. O orgulho deveria estar corroendo-o por dentro.

- 60% então, madame - falou depois de alguns segundos, sem qualquer vontade. - Pagarei quand...

- Hoje - eu o cortei. - Agora mesmo. Eu te conheço, Jimin. Sei que enrola.

Ele bufou mais alto.

- Pra quer fazer acordo com o diabo se tenho você, Jennie Kim? Já volto com sua extorsão indigna de um amigo!

Assim, saiu para o lado de fora batendo os pés.

Voltei minha atenção para o pequeno guarda-roupa, imaginando o que eu vestiria para ir na festa de Manoban.

Quando o Porsche vermelho parou na frente do Park's, eu soube de imediato que se tratava de Lisa.

Respirei fundo, buscando coragem e força de vontade.

Deixei a janelinha de onde estava espiando de lado e caminhei até o espelho, fazendo os últimos ajustes na roupa que eu trajava: um vestidinho branco despojado, envolvido por um cinto preto com uma grande fivela dourada. Os cabelos escuros estavam soltos, partidos ao meio como eu gostava deles, e meus lábios estavam tomados pelo vermelho-sangue de meu batom favorito.

Com excessão dele, a maquiagem era leve, extremamente natural.

Nos pés, eu calçava saltos-altos pretos, finos e elegantes.

Peguei a pequena nécessaire sobre a cama, segurando-a firme ao lado do corpo, e envolvi com a outra mão a câmera de Lalisa.

Suspirei novamente, pensando em onde é que eu estava com a cabeça para aceitar ajudar nas loucuras amorosas de Jimin, e deixei o loft, ouvindo meus saltos ecoarem pela estreita escadaria enquanto eu descia cuidadosamente por ela.

Como a única saída era através da lanchonete, foi por ali mesmo que saí, encontrando Jimin conversando animadamente com Lisa na porta principal do estabelecimento.

- Ah, ali está ela - disse Jimin, assim que me viu.

Suas palavras fizeram os olhos de Lisa virem imediatamente de encontro aos meus. Eram tão intensos, que era tarefa difícil encará-los.

Novamente, como fez no dia anterior, ela deslizou aquele olhar profundo do topo da minha cabeça até as últimas pontinhas dos meus pés e de volta até meu rosto.

Me senti completamente invadida por aquele olhar.

- Você realmente consegue ganhar todas aquelas pessoas olhando pra elas desse jeito? - falei num impulso, tirando um arquejo de Jimin. - É invasivo e desconfortável.

Um brilho de surpresa tomou o olhar de Lisa. Quando ela abriu a boca, pensei que me xingaria ou me daria uma resposta mesquinha, mas ela simplesmente gargalhou alto.

Confesso que me senti mais desconfortável com suas gargalhadas do que com seu olhar.

- Ah, meu Deus, Jennie Kim! - Jimin exclamou, me olhando com horror estampado na face. Ele, sem qualquer dúvida, estava mais preocupado que Lisa perdesse o interesse que supostamente tinha por mim e, consequentemente, ele perdesse o empurrãozinho que eu tentaria conseguir com ela - do que comigo de fato. Voltou-se para Lisa, que reduziu a gargalhada num sorriso largo enquanto ainda mantinha os olhos sobre mim. - Jennie pode ser um tanto quanto... inconsequente às vezes.

Eu o encarei torto.

- Desde quando falar verdades é ser inconsequente?

Jimin torceu os lábios em desgosto.

- Não ligue pra Jennie - disse gentilmente pra Lalisa. - Como já falei, é uma moça inconsequente.

Ela, por sua vez, deu de ombros. O sorriso torto ainda curvava sua boca rosada.

- Eu também sou. Acho que isso torna a gente um match perfeito.

Eu corei, mas não de vergonha. Foi de raiva pela ousadia. Estava prestes a retrucar quando Jimin tomou a câmera da minha mão e a entregou para Lalisa.

- Veja sua câmera! Perfeita, como se nunca tivesse sido afogada em smoothie de ex-namoradas vingativas!

Enquanto Lisa a analisava com um brilho de alívio nos olhos, Jimin me lançou um olhar mordaz. Seus lábios se moveram em silêncio, dizendo:

- Não faça nenhuma estupidez, Nini, ou te afogo na caldeira da cozinha.

Eu apenas revirei os olhos, mas concordei comigo mesma que deveria no mínimo tentar honrar os 60% que Jimin havia tão desgostosamente me dado.

- Serei eternamente grata por isso - disse Lisa, me puxando de meus pensamentos. Direcionei meus olhos até seu belo rosto, e vi a clara gratidão em sua face. - De verdade. Você literalmente salvou uma vida.

- Não foi nada demais - falei com devida cordialidade.

Lisa ergueu uma sobrancelha. Sua expressão mudou rapidamente, e o brilho em seus olhos se tornou divertido.

- Você é sempre tão fria?

Ela estava mesmo se divertindo às minhas custas? Quem pensava que era?

Travei meu olhar ao seu.

- Também sei ser quente quando quero.

Lisa sorriu torto.

- Certeza que não precisa de muito esforço pra isso - disse, me olhando novamente da cabeça aos pés.

Eu passei por ela, abrindo a porta da lanchonete e ouvindo o sininho tilintar com o ato, torcendo para que ela não visse o desconcerto estampado em meus olhos.

- Não quer se atrasar pra sua própria festa, Lalisa Manoban - falei alto, tentando reprimir minha raiva.

Pelos saltos da bota dela batendo no concreto do estacionamento, soube que me seguia de perto.

Jimin, por sua vez, se deixou ficar pra trás. Ele iria de carro quando o pai chegasse pra tomar o controle da lanchonete completamente vazia de clientes.

- É a minha festa - disse Lisa, o tom despreocupado. - Portanto só começa quando eu estiver lá.

Ela passou por mim rapidamente, abrindo a porta do passageiro antes que eu tivesse a oportunidade.

Sorriu largo.

- Permita-me.

Eu revirei os olhos, mas entrei.

Lisa deu a volta no conversível depois de bater a porta ao meu lado e sentou em seu próprio assento, dando partida no motor.

Quando colocou o carro em movimento, disse:

- Tenho a impressão de que queria estar em qualquer outro lugar, menos aqui.

Eu a olhei de soslaio, só então me permitindo avaliar sua aparência. Seus cabelos loiros estavam presos num longo rabo de cavalo, de modo que a franjinha perfeita era a única coisa que emoldurava seu rosto.

Ela vestia couro preto. Desde as calças até o casaco, e nos pés calçava um par de botas exageradas - daquelas produzidas por alguma marca grande que não precisa de muito esforço pra vender seus produtos, por mais horríveis que eles sejam.

- Isso te ofende? - perguntei, deixando claro no tom de voz que, não importava se sua resposta fosse positiva ou negativa, eu não ligava realmente.

- Ofender? - o sorriso torto de Lisa voltou ao rosto. - Nah! Atitudes como as suas me fazem ter ainda mais certeza de como minha presença desconcerta as pessoas.

Eu ri sem humor.

- Então você se depara com muitas 'atitudes como as minhas', ou melhor dizendo: verdades, na sua vida, Lalisa Manoban?

O sorriso dela cresceu ainda mais.

- Sinceramente? - ela me olhou brevemente. - Não. Pessoas que despertam meu interesse costumam fazer o possível para não perdê-lo. Assim sendo, evitam me dizer o que você chama de verdades. Não que eu goste de ouví-las, é claro, mas é divertido.

- Você fala como se todo mundo te quisesse - eu bufei.

- Mas, de fato, todo mundo me quer - ela deu de ombros, rindo.

- Eu não.

Lalisa me lançou outro olhar lateral. Seus olhos brilharam com mais interesse ainda, e o sorriso largo permaneceu intacto em seu rosto. Parecia até maior.

Eu começava a achar que tudo pra ela era um jogo. E isso me irritava.

Seu comportamento invasivo e convencido, seus largos sorrisos, a diversão evidente em seus olhos, o fato de que eu não queria estar ali e menos ainda na presença dela... tudo isso me incomodava e aumentava meu mau humor em uma proporção abominável.

- Por que tá indo na minha festa se não tem interesse em mim? - Lisa perguntou depois de alguns segundos. - O que, por sinal, eu ainda acho muito difícil de ser verdade.

Ignorei descaradamente seu comentário pretensioso, que foi seguido por uma piscadela e uma risada divertida - que pra mim não era nada divertida.

- Há famosos por lá, certo? - perguntei, voltando a olhar para o caminho à frente pra não ter que encará-la. - Talvez eu me depare com alguém da indústria musical. Não posso perder a oportunidade.

- Você canta? - ela questionou, deixando a malícia de lado pra dar lugar à curiosidade.

Debati sobre revelar ou não, mas percebi que não faria qualquer diferença, então assenti.

- Eu posso te passar o contato de dois empresários que conheço, caso tenha interesse - disse Lisa.

Eu me virei imediatamente na direção dela, prestes a dizer que sim, mas então parei e ponderei com desconfiança.

- E fará isso em troca de quê?

- Eu tenho algumas ideias... - ela ronronou, insinuante.

Eu bufei.

- É claro que tem. Nada é de graça nessa vida, não é mesmo?

- Calma - ela riu. - Estou só brincando. Em troca de nada, Jennie Kim. A menos que queira me recompensar de algum outro jeito, mas isso fica a critério seu.

Eu observei suas feições, e a franjinha que tremelicava com o vento que batia em nossos rostos.

Ela parecia sincera o suficiente, mas, ainda assim, eu estava com um pé atrás.

Aprendi desde pequena que tudo na vida tinha preço. E por mais que ele não fosse cobrado no momento, algum dia o ajuste de contas viria.

E nunca no momento ideal.

- Me lembre de pegar com meu pai antes do término da festa - disse ela, concentrada na estrada. - Às vezes minha memória pode ser bem ruim. Ah, e por sinal - me olhou pelo espelho retrovisor. Sua boca se curvou num leve sorriso. - Você está linda.

Virei o rosto imediatamente para que ela não visse o desconcerto em meus olhos, e o mantive bem longe de seu olhar durante todo o breve trajeto até a mansão Manoban.

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