A máfia

By RaiRaiane

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Uma dívida. Uma máfia. Alguém que possa ajudar. Uma cobrança futura. A vida não é feita por nossas próprias e... More

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Caro leitor (IMPORTANTE)
Sinopse
Orientações
Vocabulário
Personagens
Prólogo
1
3
4
5
Cena extra/especial
Agradecimentos + Futuro
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2

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By RaiRaiane

Passei o resto do dia trancafiada no quarto, porque não me senti bem para descer e jantar, meus pensamentos voaram longe e ainda não voltaram, receio que meus dias serão assim a partir de agora. Gusman disse que minha vida seria como antes, mas não é o que eu sinto, eu sei bem que não é o que acontecerá. Não derramei uma gota de lágrima sequer e pretendo não derramar, preciso ser forte e chorar é sinal de fraqueza, mamãe me ensinou isso.

Termino de enviar uma mensagem para minha mãe, pela 5° vez hoje e escuto batidas na porta, permito a entrada de quem quer que seja. Uma garota de lindos cabelos loiros ondulados adentra o lugar com um sorriso nos lábios, seus olhos cor de mel expressa sua inocência e sua pele parece ser macia, como se fosse de porcelana.

- Eu não acredito que você existe mesmo – Sua voz denuncia sua pouca idade.

- Bom, pode acreditar.

- Desculpe minha indelicadeza, meu nome é Rita, eu sou prima do seu noivo – Ela diz animada demais, sua alegria é contagiante – Não precisa se apresentar, eu já sei tudo de você.

- Deveria me preocupar?

- O que? Não! Claro que não. Jamais faria algum mal a você, não quero morrer ainda.

- Eu estava brincando – A tranquilizo observando seu repentino nervosismo.

- Eu não tinha percebido. Enfim, conta sobre seu curso de moda, eu simplesmente amo moda, faz um vestido para mim? Um dia estava no colégio... – Rita é divertida e tem várias histórias engraçadas, mas não para de falar.

Gostei de escutar tudo o que ela tinha para dizer, ela antes não tinha ninguém para conversar e eu quero ter uma boa estadia aqui, então não irei me importar de escuta-la. Rita saiu tarde do quarto, o que me fez dormir tarde demais e isso vai ser ruim para eu acordar amanhã.

Os barulhos no andar de baixo me acordaram, foi então que eu percebi, após acordar, que nada disso era sonho. Eu realmente vou casar com o futuro Don da máfia e eu nem ao menos o conheço. Foi difícil levantar, meus olhos pesaram com a vontade de chorar, mas não o fiz, não posso, não quero. Completei minha rotina matinal e sai do quarto, os barulhos aumentaram. Eu odeio acordar cedo aos domingos.

O vestido leve me acompanha enquanto ando e me perdi nos seus movimentos até chocar com um outro corpo, claramente maior que o meu. Olho para frente, logo para cima e encontro o rosto do homem a minha frente, ele me trouxe ontem, se eu não estiver enganada.

- Que bom que já está de pé, senhorita Antonella. Sou Hernanez, a proposito e o senhor Gusman quer vê-la, acompanhe-me por favor.

Quanta formalidade.

Me viro e acompanho o brutamontes. Sorri ao perceber o movimento de meu vestido, mas me diverti com isso por pouco tempo.

- Tenha um ótimo dia – Ele diz e abre a porta do escritório que estive ontem, empurrando-me local adentro.

- Bom dia, Antonella – Gusman diz, levantando-se de sua cadeira, com um sorriso de orelha a orelha, percebo um homem sentado à sua frente.

- Bom dia, senhor Cambonelli – Digo receosa.

- Gostaria de te apresentar ao seu futuro marido.

- Christovan Cambonelli – A voz rouca do homem invade meus ouvidos, logo ele levanta e enfim se vira. As fotos que tinha visto na internet não aumentaram nem um pouco sua beleza. Seu porte atlético, seu corte de cabelo e barba, seus olhos penetrantes e bonitos, tudo nele é um conjunto para safado cafajeste – Posso me apresentar sozinho, papai.

- Antonella Bucci – Digo pegando em sua mão estendida e encaro seu sorriso safado, mereço.

- Espero que vocês se deem bem – Gusman diz batendo delicadamente no ombro do filho, ele realmente parece ser um bom pai.

- Nós vamos – Christovan diz convicto, ainda sorrindo.

- Ótimo, vamos ao banquete então.

O jardim é enorme e lindo, como era de se esperar, ainda há mais ao canto uma estufa, senti vontade de roubar todas as rosas dali.

Gusman andava à nossa frente cumprimentando algumas pessoas, Christovan e eu o acompanhávamos, em silêncio. O Don se sentou, ao seu lado direito sua esposa, ela é tão bonita pessoalmente quanto suas fotos no instagram mostram, Rita está ao lado esquerdo e uma menina que eu não conheço ainda está sentado ao lado direito dela, sobrando duas cadeiras, Christovan sentou do lado da garota que não conheço e eu ocupo a cadeira da ponta.

- Amicos, Campa cavallo!* - Gusman diz se levantando e todos dizem o mesmo no automático, como se fosse um lema – Estamos aqui para celebrar a entrada de um importante membro a nossa famiglia, finalmente o dia chegou. Benvenuto Antonella Bucci.

Christovan me empurrou para levantar e assim o fiz, levantando o copo também, como todos estavam, antes de começarem a bater palmas para mim, fizeram um tipo de benção que me deixou totalmente insegura. Quanta estranheza. Após todo o ritual, enfim fomos autorizados a comer, não sabia que estava com tanta fome assim.

- Nella – Rita me chama e a encaro – Essa é minha amiga, Silvia.

Cumprimento a menina e observo seus olhos negros e amargos, até arrepiei, tento ignorar a sensação que ela me causou e encaro atenta todo o lugar.

Queria saber como essas pessoas entraram para a famiglia, sou curiosa demais e quanto mais eu souber, mais quero descobrir.

Minha atenção foi desviada assim que Silvia coloca sua mão na coxa de Christovan, encaro a mão da garota acariciando-o, os dois continuam comendo, como se nada estivesse acontecendo. Agora sim entendo o olhar amargo que ela me mandou.

- Por que seu pai não escolheu Silvia? – Chamo a atenção de Christovan tocando rapidamente em sua perna e sussurrando para apenas ele ouvir.

- Ela não é nosso ideal – Ele diz sem dar muita importância.

Silvia é linda, num estilo mais americano que italiano e isso é um charme. Parece ser bastante educada, não comigo, e sei que vem de uma boa família, então não entendo o porquê de ela não ser o ideal.

Como ele apenas voltou a comer, faço o mesmo, observando novamente as pessoas no jardim. Não são do mesmo sangue, mas ainda assim se veem como família, fazem parte de um segredo, da máfia, fazem coisas horríveis, mas ainda assim comem sorrindo. Como se a vida fosse linda e ninguém mudará isso.

- Você é realmente virgem? – Christovan pergunta direto, fazendo-me ruborescer sem intenção.

- É por isso que Silvia não é ideal? Ela não é virgem? – Constato após lembrar do único pedido que Christovan queria em sua futura mulher. Vejo seu sorriso aumentar.

- É realmente esperta.

- Mas foi você que tirou a virgindade dela, ela deve estar apaixonada por você.

- O problema já não é meu – Reviro os olhos – O que? É verdade.

- Sabia que você era só mais um cafajeste qualquer.

-Isso magoou, Antonella – Sua feição chateada e a mão no coração deixou seu teatro ainda mais forçado.

- Seu pai te proibiu de continuar comendo ela, não foi?

- Que expressão mais chula, senhorita Antonella.

- Irei levar isso como um sim.

- É realmente esperta – Ele repete pensativo e enfim retira a mão de Silvia de sua perna, tenho que confessar, fiquei com dó da carinha que ela fez, mas é o melhor para ela.


* - Amigos, e assim será o dia


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Lembrem que sou ansiosa e queria postar só para vocês entenderem de verdade minha escrita e como tudo vai ocorrer.

Não esqueçam de responder a minha pergunta no cap. anterior e é isso, até algum dia.

Ps: só pra avisar, as músicas que deixo nem sempre terá a ver com o capítulo, mas gosto delas, por isso deixo aqui, okay?

Sim, eu gosto das músicas dos antigos filmes bons da Disney, sem ofensas aos atuais.

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