Quando nasce o amor? - Sam...

By barbaravitoriano

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Caitriona Balfe conhece Sam Heughan durante as gravações da série Outlander. O mundo inteiro acha que os dois... More

I - Calmaria
II - Teste de Química
III - Tudo começa com Claire e Jamie
IV - O contrato
V - Nada será como antes
VI - Casamento
VII - Quando nasce o amor
VIII - Eu sou o amor da sua vida
IX - De volta à Paris
X - A falta que você faz
XI - De volta pra casa
XII - Entrevista
XIII - O topo da montanha
XIV - Arco-íris
XV - Trinta e três
XVI - Só por essa noite
XVII - Sempre haverá um novo capítulo
XVIII - Ao extremo
XIX - Do nada
XX - E as estrelas se alinham
XXI - Tudo termina com Claire e Jamie
Epílogo
Capítulo Extra I - Merece um livro

Capítulo Extra II - É assim que o amor nasce

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By barbaravitoriano

O sol estava se pondo naquela tranquila tarde de quinta-feira, formando uma bela paisagem defronte à minha janela. Parei um pouco de digitar para contemplar a cena maravilhosa que se desenrolava à minha frente. O céu ficando em um tom azul cada vez mais escuro, em contraste com a neve, que agora cobria boa parte da vegetação e das casas ao nosso redor.

Eu ouvia ao fundo, as vozes das crianças vindo do quarto onde estavam assistindo a um filme. Da cozinha, um cheiro bom de bolo de chocolate que tínhamos feito mais cedo, e estávamos apenas esperando assar para tomar o café da tarde. Aproveitei aquele meio tempo para tentar finalizar meu segundo livro, porém, por mais que me esforçasse, o fechamento não saía, parecia que alguma coisa não estava encaixando do modo que eu queria.

Depois do lançamento do meu primeiro livro, há dois anos, logo recebi uma proposta para escrever o segundo. Escrever sempre foi um sonho antigo, mas sempre pensei nele mais como um hobbie, algo que eu faria mais para mim mesma do que com uma profissão. Eu era atriz, isso era um fato e uma grande realização, mas entendi que o ato de escrever também fazia parte de mim, então eu procurava encaixá-lo na minha vida e era muito gratificante.

Por essa mesma razão, desde o primeiro exemplar da primeira obra, todos os meus direitos autorais iam diretamente para a organização não-governamental que ajuda crianças que lutam contra o câncer da qual eu era patrona há muitos anos, e não seria diferente com esse segundo.

Continuava trabalhando como atriz. Ser atriz era o que eu sempre fui na verdade, e nesse tempo atuei em três filmes. Mas também ajudei a produzir outros dois e tinha adora a experiência. Assim como Sam, que agora, como o James Bond, tinha compromissos com a série de filmes a cumprir, eu também gostava de estar sempre em movimento. Mesmo assim, depois que fomos pais, sempre procurávamos intercalar os trabalhos para que um dos dois ficasse mais presente para as crianças enquanto o outro estava mais ausente.

Não era algo tão fácil de lidar, nós sentíamos falta do estar perto, da convivência do dia a dia, dos momentos em família! As crianças quem o digam! Mas nossos trabalhos também nos realizavam e era preciso muito jogo de cintura para conciliar tudo. A parte boa de tudo isso é que Sam e eu tínhamos os mesmos valores em relação à nossa família. Ela vinha sempre em primeiro lugar e pronto e era muito bom dividir a vida com alguém que pensa como você.

Ali com todos aqueles pensamentos, por mais saudades que estivesse dele, respirei fundo, agradecida por tudo que eu e Sam vivemos e construímos juntos!

De repente escutei risadas mais altas das crianças e levantei para ver o que estava acontecendo. Assim que virei o corredor, levei o maior susto ao ver que o Sam estava no quarto das crianças, abraçando nossos filhos carinhosamente, dois dias antes do previsto para sua chegada.

Assim que ele me viu parada no marco da porta, abriu o mais lindo sorriso desse mundo. Meu marido ainda estava com suas roupas de viagem e a sua bolsa estava largada no chão.

- Não me ouviu entrando, Sassenach? - Ele disse rindo com Sophie e Zack, em cima dele.

Apenas balancei a cabeça de modo negativo, mas com um leve sorriso no rosto. Eu estava tão feliz por vê-lo bem e em casa. Ele fazia tanta falta! Não via a hora de poder lhe dar um abraço e demonstrar isso a ele, mas sabia o quanto as crianças queriam ficar com o pai, então apenas fiquei admirando.

Ao mesmo tempo em que os observava, não conseguia parar de pensar no final daquele livro, que não saía de jeito nenhum. Dali a exatos dois dias receberíamos amigos e familiares para passar o Natal, eu precisava terminar o quanto antes. Eu tinha um compromisso com os leitores, com a editora, mas principalmente com toda a minha família, que era o mais importante para mim. Se eu quisesse aproveitar a noite de Natal com eles, o livro não poderia ser um obstáculo.

Além disso, também tinha o compromisso com todas as crianças beneficiadas com os direitos autorais dos livros e eu não ia deixar de cumprir.

- Não conseguiu terminar? - Sam colocou as crianças de volta na cama, beijou o topo da cabeça de cada uma delas, e logo depois veio em minha direção para me dar um abraço e me beijar. - Estava com saudades... - Sussurrou em meu ouvido quando se aproximou de mim.

Entrelacei meus braços em sua cintura e repousei minha cabeça em seu peito. Desde que conheci Sam, esse lugar sempre era o melhor do mundo. Quantas e quantas vezes quando o cansaço batia nas gravações de Outlander, eu o procurava para ficar exatamente assim, entregue e em paz.

- Você precisa parar um pouco, relaxar, mudar o foco e logo a inspiração volta. Sabe disso, não sabe? - Apenas assenti com a cabeça sem dizer nada. E ele continuou. - Fiz de tudo para conseguir voltar mais cedo justamente para ajudar com toda a preparação do Natal.

Diante da minha afirmação positiva, ele deu a ideia de irmos comer fora aquela noite, assim mudaríamos o ambiente, as crianças brincariam e quem sabe na volta eu pudesse escrever mais um pouco. O bolo, que eu quase esqueço no forno, poderia ficar para o café da manhã.

Fomos até o centro de Glasgow, em uma lanchonete que as crianças amavam porque tinha um play e elas sempre se divertiam à vontade. 

Assim que chegamos em casa, Sam foi tomar um banho e eu subi para colocar os pequenos na cama. Quando cheguei em nosso quarto não o encontrei, verifiquei no banheiro e ele também não estava. Segui até o final do corredor, encontrei a porta do escritório aberta e vi o Sam concentrado, sentado na minha mesa com os olhos fixos na tela do computador, lendo meu livro

Cruzei os braços e escorei na porta para admirar esta outra cena magnífica que se desenrolava na minha frente. Sam continuava lindo e charmoso, mesmo com o passar dos anos. Acredito que só ficava melhor, para dizer a verdade. Mordi o lábio inferior ao vê-lo apenas com uma toalha na cintura. Isso só era possível porque o aquecedor estava ligado. Com o tanto de neve que caía lá fora nós tínhamos que nos manter aquecidos.

Assim que percebeu minha presença, Sam sorriu e pediu que eu me aproximasse dele.

- Que cena mais linda, Baby! Eu amei isso aqui. - Disse apontando para uma passagem específica do livro. - Está maravilhoso este livro, vai fazer tanto sucesso quanto o primeiro.

Aproximei devagarinho, absorvendo o cheiro bom de sabonete misturado com cheiro próprio da sua pele. Sam estava há quase um mês fora e a saudade que estava dele era notória. Assim que ele se afastou da mesa, abriu espaço pra mim e eu fiquei de frente pra ele, sentando-me em seu colo logo em seguida.

- Gostou mesmo? - Perguntei sentindo as mãos quentes que agora circulavam meu corpo na altura dos quadris.

- Sim, meu amor, está ficando ótimo e tenho certeza de que achará o final ideal pra ele. Pode confiar. - Sam me beijou cuidadosamente nos lábios e senti meu corpo todo ficar arrepiado. Algumas coisas nunca mudavam.

O livro já era algo que não ocupava minha mente naquele momento, precisava me reabastecer emocionalmente, as últimas semanas tinham sido corridas e talvez Sam tivesse razão, a história viria pra mim, só precisava estar descansada o suficiente pra isso.

Assim que terminou de me beijar, Sam permaneceu em silêncio e ficou me olhando fixamente, passando os dedos pelos meus cabelos, agora curtos, tirando as pequenas mechas que caíam sobre meu rosto.

- O que está pensando, Sam!? - Perguntei, um pouco sem graça. Realmente algumas coisas não mudavam mesmo.

- O quanto você é perfeita... e o quanto eu desejo você cada vez mais. - Sam desceu os dedos até as alças da blusa que eu usava por baixo do Trench Coat, que era a única peça que eu vestia naquele momento, até ela cair deixando meus seios à mostra.

Ele olhou para cada um deles e deu um sorriso de lado.

- Que cerejas maravilhosas. - Rimos, ao lembrar que Sam falou isso há muitos anos, enquanto ainda gravávamos as primeiras temporadas de Outlander.

Aquela fala abriu a porta para outras lembranças daquela época quando a paixão tomava conta de nós dois. Hoje, nosso relacionamento estava mais maduro, mais sereno, tínhamos mais intimidade, não precisávamos nos esconder e isso fazia muita diferença. O que não queria dizer que não tinha paixão, essa nunca nos deixou de uma maneira ou de outra.

Delicadamente, ele pegou cada bico com as pontas dos dedos, o que me fez gemer bem baixinho, antes de tomar conta deles com os dedos, as mãos e a boca enquanto eu acariciava seus cabelos, agora curtos por causa de Bond, bem próximo à nuca, massageando a região carinhosamente.

Dos meus seios, Sam foi para minha nuca e depois encontrou novamente minha boca. Enquanto a beijava, disse que havia sentindo muito minha falta e segundos depois não consegui mais entender o que ele falava.

A intimidade fez coisas maravilhosas pelo nosso relacionamento. Se o sexo era bom no começo, agora era muito mais intenso. Era como se, a vida a dois que construímos, nos proporcionasse mais tempo e conhecimento um sobre o outro.

Fomos abraçados pelo sofá que ficava em meu escritório. Assim que Sam sentou no sofá, terminei de me despir e sentei nele, ficando de frente para o seu corpo. Com calma, eu o beijei e aos poucos senti o calor crescer e tomar conta de mim.

Nossos corpos logo encontraram o ritmo próprio, e naquela espécie de dança, matamos a saudade pelo tempo longe, nos reconectamos e reafirmamos os votos de amor e lealdade que tínhamos um com o outro, sem precisar dizer uma única palavra. Nós entendíamos.

▪▪▪

O Natal sempre foi uma data significativa para mim e para o Sam, e depois que tivemos as crianças então, ela se tornou ainda mais especial. Nós tínhamos nossas próprias tradições e gostávamos de preservar aquilo na nossa família.

Além do trabalho voluntário que costumávamos fazer na semana de Natal, também gostávamos de receber os amigos e nossas família. Nossa casa de campo, onde morávamos desde que tivemos Sophie, geralmente era o ponto de encontro dos Balfe-Heughan.

Estar entre quem nós amávamos era algo que não abríamos não. Naquele ano, além da família, receberíamos também o Duncan, que sempre estava presente, o Tobias, e a Sophie que havia se comprometido em trazer o David. Eles passariam aquela noite pela primeira vez conosco, mas não ficariam muito pois pretendia partir para verem suas famílias.

Estávamos com muitas saudades de Sophie, que era realmente como uma filha pra nós, e poder estar com David era sempre um grande prazer. Amávamos aqueles dois e estávamos tão feliz em recebê-los, ainda mais agora que eles haviam se acertado. Ambos faziam parte da família.

Meus pais chegaram primeiro, junto com alguns dos meus irmãos e sobrinhos e, logo a casa virou uma festa só, quando as crianças se reuniram para brincar. Em seguida, chegaram nossos amigos e, por último a mãe e o irmão de Sam, junto com a esposa e o filho.

- Sempre sonhei em ter uma família grande e ganhei uma quando conheci você, Cait. - Sam disse, observando todos se cumprimentarem.

Eu o abracei por trás e dei um beijo suave em seu pescoço. Era realmente uma cena linda que enchia nossos corações de paz e tranquilidade. Conquistamos tudo o que almejávamos em nossa profissão e éramos muito felizes e gratos por isso, mas nossa maior e mais valiosa conquista estava bem ali em nossa frente. 

- A vida não cansa de nos surpreender com momentos bons. - Disse, com Sam ainda de costas. Almejando ver seu rosto, girei meu braço para que ele ficasse de frente pra mim. - Sou tão grata por você, pelas crianças, por ter chegado ao topo da montanha com você, Sam!

Nos beijamos e logo fomos interrompidos pelos pequenos que mostravam os presentes que haviam ganhado. Aproveitamos para entregar nossos presentes e fomos para o tapete, queríamos prestigiar aquele momento com nossa família: a de sangue, aquela que construímos e aquela que escolhemos.

Logo mais jantaríamos e depois iríamos para fora realizar nossa última tradição de Natal, que com certeza as crianças estavam bastante ansiosas.

Eu e Sam sentamos lado a lado na mesa e ele passou o braço pela minha cintura, me aproximando dele. Nos olhamos com carinho e quando voltamos a atenção para sala vimos todos nos olhando com admiração.

- Tia, como foi que vocês souberam que queriam ficar um com o outro? - A pergunta veio da minha sobrinha pré-adolescente, cujo interesse em romances estava começando a despontar.

Nesta hora, naquela sala com nossa família, vieram tantas lembranças à mente, das tantas coisas que eu e Sam vivemos até chegar a estarmos casados. Mas foi Sophie, a atriz que fez Brianna e não a nossa filha, que tomou a palavra.

- Eu estive lá em uma boa parte do tempo, e posso te dizer que, no caso desses dois, foi algo além, como se eles já viessem predestinados. - Sophie nos olhava com os olhos banhados de lágrima.

Ela se voltou para minha sobrinha e continuou:

- Mas isso não quer dizer que eles não batalharam, não lutaram, não superaram todas as dificuldades que surgiram pelo caminho. Porque a paixão pode até existir em um primeiro momento, mas o amor. Ah! O amor mesmo esse só nasce quando as duas pessoas não olham para as dificuldades, mas olham para o lado e têm a certeza de que não estão sozinhas. Quando estão dispostos a amar independente do que têm a enfrentar. Quando colocam esse amor como prioridade na vida. E por mais que seus tios tivessem muita coisa a favor deles, também tiveram muitas dificuldades e venceram todas, porque deixaram o amor prevalecer.

- Ohhh, Sophie!! Obrigada! - Falei, com emoção para nossa eterna filha. Ela levantou e nos abraçou com carinho.

Logo, nossos pequenos vieram nos abraçar e um montinho de crianças e amigos se formaram em cima de nós.

Depois do jantar, todos nos deslocamos para fora de casa, cada criança com um balão de gás hélio branco na mão com um pedido de paz, amor, igualdade para o novo ano que viria. Elas soltaram um a um em direção ao universo, felizes e animadas. Nós? Só tínhamos a agradecer.

Nossa sala virou um grande acampamento, e antes de dormirmos, os meus irmãos cantaram músicas e contaram lindas histórias para as crianças.

Com todos acomodados e satisfeitos, eu pedi licença por uns instantes, precisava escrever! Subi correndo para meu quarto, finalmente eu tinha o final do meu livro. 

Sam, ao notar a minha ausência, foi me procurar. Ele me encontrou sentada na cama, digitando freneticamente no notebook. Não sei por quanto tempo ele estava ali me observando, mas só falou comigo quando fechei a tela.

- Terminou!? - Ele perguntou com um sorriso de satisfação no rosto.

- Sim! - Abri um sorriso enorme.

- O que aconteceu? - Sam se aproximou da cama, colocou um braço em cada lado meu e me deu um beijo calmo nos lábios.

- Vocês me aconteceram! -Disse, extremamente emocionada. - Tudo mudou pra mim quando vocês me aconteceram!

Sam se aproximou e sentou ao meu lado na cama, passando o braço ao redor dos meus ombros e me apertando contra seu corpo. Deitei minha cabeça em seu ombro, ficamos quietinhos aproveitando a companhia um do outro. Segundo depois, ele tomou o fôlego para dizer:

- Cait!?

- Sim!

- Obrigado por você nos dar mais uma chance, por acreditar que podíamos dar certo. Obrigado por deixar o amor nascer.... e... mesmo depois de tudo, deixar ele renascer entre nós.

Passei meu braço pelo corpo daquele homem que eu tanto amava, fitei bem seus olhos azuis, que pareciam mais claros aquela noite.

- Sam!

- Obrigada por não desistir de nós! O amor entre nós só foi possível porque nenhum de nós nunca desistiu um do outro.  

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