UNKNOWN - Jikook | Mpreg

By evy_amaze

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Park Jimin, um jovem pintor de vinte e seis anos, descobre que está à espera do seu primeiro bebê. Ele vê o s... More

Apresentação e avisos
Como o bebê poderá nascer?
|1| Você será papai
|3| Um estranho legal
|4| amigos
|5| Desconhecido
|6| Você está lindo
|7| Me desculpa
|8| Novas chances
|9| Acho que estou ferrado
|10| Qual o gênero do bebê?
|11| A verdade por trás do desespero
|12| Pedido
|13| Mochi
|14| Acontecimentos
|15| Tempo certo
|16| Calmaria
|17| Nascimentos e encontros
|18| Último tão esperado mês
|19| Seja bem-vindo ao mundo
|20| Primeiros momentos
|21| Momentos em família
|22| Pensamentos
|23| Quando o clima esquenta
|24| Laços incríveis
|25| Nossos cantinhos
Choro e alegria *
A exposição *
Amor em diversas formas*
Rotinas ou não*
Almoço entre amigos*
Ficar longe é ruim *
Vidas, carreira e reencontros *
Eu sou você, você sou eu *
Fluindo*
Mudanças*
Descobertas e Despedidas*
Vai passar*
Em pedaços *
Reconstrução *
Amor e amizade*
Busan*
Escolhas*
Progresso*
Proteção *
Saudade*
Meu corpo, teu corpo*
Coração puro*
O último adeus*
Uma dura infância - Especial Yugyeom*
Reinícios e inícios*
O fim de uma espera, a chegada de dois anjos - Esp. Seokjin *
Ciúmes?*
Coração acelerado*
Duas vidas*
Testes*
Resultados*
Orgulho e amor*
Alegrias e Términos*
Família maior*
Fortes amizades*
Crises escondidas*
Enfim o fim*
Famílias e Hormônios*
Corpos bagunçados*
Inseguranças e temor*
Estrelas e arco-íris*
Feliz aniversário*
Destinos e bebês*
Uma nova e pequena vida. - Esp. Taehyung*
Outra vez?*
Chegadas*
Presentes*
Transformando-se*
Juntos?*
Vivências*
Para sempre - parte 1*
Para sempre - parte 2*
OFFSPRING | Spin-off
|As crianças|
|Destinos|
|Fuga|
|Festa|
|Bolinhos|
|Resposta|
|Ensinos|
|Em conjunto|
|O Primeiro amor|
|Eu e você|
|Para sempre|
Feliz Caos! - Especial de natal
Lançamento do site e pré-venda ✨

|2| sozinho

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By evy_amaze

Dezesseis semanas de gravidez.

Faz três meses que eu e Kihyun terminamos.

Soube que ele retornou ao Japão recentemente, mas em nenhum momento antes disso ele procurou saber como eu ou o bebê estávamos. Era como se nós não existíssemos mais para ele.

Não contei sobre meu término de relacionamento para minha mãe, ela iria surtar.

Então apenas procurei um lugar para ficar e começar minha nova jornada da vida.

Consegui alugar um apartamento não muito grande no centro de Seul, mas ele seria ótimo para apenas eu e meu bebê.

Havia três quartos: o meu, o que seria do bebê e o meu ateliê de pintura.

Lá já havia alguns quadros inacabados, então ficar trancado a maior parte do dia no cômodo era quase normal.

Também comecei meu pré-natal. Voltei a me consultar com o doutor Kim e ele me prescreveu alguns remédios e vitaminas necessários na gravidez e alguns exames para verificar como estava o desenvolvimento do bebê.

Já havia marcado os exames e iria fazê-los em breve, mas a ansiedade da primeira ultrassom estava me deixando sem dormir.

Só pensava em como meu bebê estava e em como ele seria.

Para não correr nenhum risco, o doutor me pediu para usar máscaras enquanto pintava, e que eu não ficasse mais que quatro horas inalando o cheiro de tinta, pois poderia fazer algum mal para nós dois.

Mas, admito, essa era uma parte é pouco difícil de seguir quando longe de Kihyun e da rotina que tínhamos, estou voltando a amar pintar meus quadros e isso me faz entregar tanto de mim que simplesmente esqueço as horas e elas passam despercebidas.

Havia muitas ideias novas em minha mente sobre as pinturas, e a maioria era sobre a vida e o nascimento.

O último quadro que eu estava pintando tinha alguns traços como uma flor desabrochando, e havia um brotinho no meio como se fosse um pequeno bebê ligado à flor.

Eu me sentia assim, ligado ao bebê além do literal. E mesmo sabendo tão pouco sobre ele, eu já o amava tanto que ficava horas imaginando um futuro com ele.

A vida de pai solo não estava tão ruim. Sentia-me bem, na verdade.

Também houve uma recente exposição de arte onde consegui expor nove quadros e desses vendi sete.

Minhas obras não eram nada muito elaboradas, mas tinham um toque único que as faziam valer muito.

Com o dinheiro das vendas, consegui o necessário para o quarto do bebê e do enxoval.

Ele iria precisar de um quartinho, fraldas, roupas, e todas as coisas que um bebê precisa, e eu iria fazer questão de comprar tudo sozinho, porque como o Kihyun deixou bem claro, esse bebê é meu. Ele disse com todas as palavras que não queria a "coisa".

Coisa... Como ele chama uma criança com o mesmo DNA que ele de "coisa"? Inaceitável.

Segui minha vida calmamente. Pintando, e vez ou outra parando em frente ao espelho apenas para verificar minha barriga, ainda pequena mas que já marcava por eu ser bem magro e que logo, logo estaria enorme.

ㅡ Você já me ouve? ㅡ alisei a barriga, falando com o bebê. ㅡ Acho que ainda não, né? Espero que esteja tudo certinho aí dentro. O papai já tomou todos os remedinhos que o doutor passou para você ficar bem fortinho e crescer bem. O papai está muito ansioso para ver você... Semana que vem será nossa primeira ultrassom. ㅡ Deitei no chão do ateliê e ergui a camisa, alisando o voluminho que tinha em minha barriga. ㅡ Será que já dá para ver o gênero? ㅡ Perguntei para mim mesmo. ㅡ O papai ainda não escolheu um nome para você, mas prometo pensar em um bem bonito, ok?

Sorri, pensando em quando sentiria o primeiro chutinho.

Depois do meu diálogo que durou alguns longos minutos sozinho com o meu bebê, voltei ao meu trabalho nas telas.

Já havia terminado algumas e estava finalizando outras.

Nesses últimos meses as coisas estavam andando muito bem em relação às pinturas. Depois que descobri sobre o bebê, minha mente pareceu abrir, e ideias maravilhosas estavam saindo constantemente dela, parando em telas, e quase todas sempre eram sobre nascimento.

Encostei a última tela que havia acabado de pintar para secar no canto e olhei o relógio.

15:40

ㅡ Vamos dar um passeio? ㅡ falei com meu brotinho dentro da barriga.

Tomei um banho, tirando as marcas de tinta do corpo e vesti uma roupa confortável, com um sobretudo por cima.

Então, sem um destino certo, sai de casa.

[...]

Estava andando sem um rumo certo.

Como moro praticamente no centro, decidi apenas andar procurando por algo interessante.

Depois de alguns minutos de procura, vi uma loja especializada em artigos para bebês e não consegui resistir à vontade que surgiu de entrar.

Havia tantas roupinhas minúsculas coloridas, cheias de desenhos e babados, que faltei morrer de amor.

As mamadeiras minúsculas eram as coisinhas mais fofas que já havia visto, e os brinquedinhos então... Fiquei tão encantado com tudo aquilo que gastei horas ali dentro, o que resultou em minha saída da loja carregando enormes sacolas de compras.

Havia comprado várias roupinhas, a maioria coloridas, pois nunca gostei disso de cor de menino ou de menina, então havia roupinhas de todas as cores e de todos os jeitos na sacola.

Quando comecei a andar de volta para meu apartamento, senti uma dorzinha incômoda no pé da barriga, mas julguei ser apenas cansaço por estar o dia inteiro de pé.

Decidi sentar em um dos bancos que tinha no meio do centro, respirando fundo, para aquele incômodo passar.

A dor foi se intensificando, cada vez mais forte e eu tentei controlar. Quando senti uma pontada mais forte, me preocupei, então busquei meu celular para chamar um táxi e me levar o mais rápido possível para o hospital.

Quando estava discando o número, uma pontada mais forte me fez dar um grito agudo. A dor era insuportável, e meus olhos já estavam enchendo de lágrimas, imaginando que o pior estava acontecendo com meu bebê.

Eu poderia não entender quase nada sobre gravidez ou paternidade, mas entendia que se uma pessoa está à espera de um bebê e ela sente a dor que estou sentindo, isso não é um bom sinal.

Com meu grito de dor, algumas pessoas que estavam passando na rua me olharam, mas nenhuma parou para averiguar a situação.

Encolhi-me um pouco, sentindo a dor retornar. Minhas mãos tremeram, e com desespero tentei buscar meu celular que havia caído ao meu lado.

Meus olhos pesaram, e uma lágrima correu pelo meu rosto. O pensamento que ocupava minha mente era apenas um:

Estou perdendo meu bebê.

Chorei mais um pouco, me apertando, tentando controlar a dor, mas não passava. O celular havia caído um pouco longe e com a dor me assombrando eu não conseguia pegá-lo.

As pessoas passavam e algumas até olhavam assustadas, mas na lotada Seul, era difícil alguém parar.

Tentei respirar fundo e alcançar meu celular mais uma vez, mas antes que eu pudesse falhar miseravelmente mais uma vez, um rapaz parou ao meu lado, e se ajoelhou buscando o aparelho.

ㅡ Está tudo bem?

ㅡ M-meu bebê!

ㅡ Como? ㅡ ele segurou meu braço, tentando me dar algum sustento, mas era inútil. Meu corpo estava curvado, sentindo a dor enorme se intensificar cada vez mais; Dei um novo grito de dor, sentindo novamente mais uma forte pontada.

ㅡ Me ajuda p-por favor... ㅡ me agarrei a ele. ㅡ meu bebê, eu não p-posso... Eu estou perdendo meu bebê...

Ele me olhou por breves segundos, até parecer entender, e em um impulso segurou meu corpo, me erguendo e me pondo no colo e segurando as sacolas junto.

Agarrei-me no pescoço dele, mesmo sem o conhecer, chorando de dor.

Ele me colocou em um carro, que julguei ser dele, e correu em seguida para o banco do motorista.

Ele deu partida no veículo e sem aviso, apenas arrancou com ele, saindo como louco.

ㅡ Calma, eu vou te levar ao hospital.

Ele segurou minha mão todo agoniado e eu nem pude dizer nada, apenas me encolhi no banco, sentindo a dor se intensificar.

Coloquei a mão sobre a barriga, tentando de algum modo amenizar aquilo, mas nada adiantava.

Depois de alguns minutos, o carro estacionou rápido, mas antes de sequer pararmos ele já buzinava alto sem intervalo, fazendo o máximo de barulho possível, avisando que aquilo era uma emergência.

ㅡ Já estão vindo. ㅡ ele disse segurando minha mão.

Vi quando o homem saiu do carro, e deu a volta. Meu corpo foi puxado com cuidado e ele novamente me carregou em seu colo enquanto corria.

Alguns enfermeiros vieram correndo já com uma maca, e sem perguntar nada, me colocaram deitado sobre ela.

ㅡ Ele está sangrando! ㅡ um deles disse e meu desespero aumentou.

ㅡ O que houve? ㅡ outro enfermeiro perguntou ao homem que me ajudou.

ㅡ Eu o encontrei no centro assim... Ele estava gritando de dor... Acho que está grávido. Ele não para de apertar a barriga. ㅡ o rapaz que me trouxe disse, correndo junto à maca e os enfermeiros hospital adentro.

ㅡ Ok, senhor. Preciso que espere aqui.

O enfermeiro falou passando por uma porta grande, o deixando para trás.

ㅡ O meu bebê... p-por favor... Meu bebê.

Choraminguei, implorando para que o salvassem.

ㅡ Fique calmo, nós iremos fazer o possível para que isso passe, ok? ㅡ uma enfermeira que estava ao meu lado disse sorrindo.

Eu a olhei chorando e assenti desesperadamente.

A maca parou, e vi quando uma enfermeira se aproximou com uma seringa.

ㅡ É para a dor passar, tudo bem? ㅡ puxou meu braço com cuidado e injetou o líquido.

A dor foi passando gradualmente, mas o desespero não.

ㅡ Meu bebê! Salva o meu bebê, por favor!

ㅡ A médica já está chegando.

Não demorou muito para que uma médica entrasse na sala e se sentasse ao meu lado, já mexendo numa máquina grande que tinha ao lado.

ㅡ Ok, irei dar uma olhadinha no seu bebê agora, ok? ㅡ perguntou, e eu só assenti nervoso.

A dor já havia passado, graças ao universo e ao remédio que me deram, mas o medo que estava sentindo era enorme, que fazia meu peito doer em antecipação.

Eu não podia perder aquele bebê, ele era meu bebê, meu tesourinho.

Ela ergueu minha camisa, despejou um líquido gelado em cima de minha barriga. Depois pegou um aparelho que julguei ser para o ultrassom e começou a passear por ela.

ㅡ Qual o seu nome? ㅡ uma enfermeira ao lado perguntou. Possivelmente fazendo minha ficha médica.

ㅡ Park Jimin.

ㅡ Com quantas semanas está? ㅡ a doutora perguntou sem tirar os olhos da tela. Eu ainda não conseguia olhar. Tinha medo de que meu bebê já não estivesse mais vivo...

Esse pensamento me fez sentir uma dor grande no peito, e uma lágrima desceu pelo meu rosto.

ㅡ D-Dezesseis ㅡ Falei sentindo o bolo se formar em minha garganta.

Ela parou por um segundo olhando a tela em silêncio e depois me olhou.

ㅡ Seu bebê está bem, senhor Park. ㅡ sorriu. ㅡ Fique calmo. O senhor já o viu?

Com o coração mais aliviado, neguei, me virando e vendo um brotinho de ser humano sob a tela.

ㅡ Ele ainda é bem pequeno, onze centímetros. ㅡ passou a setinha por cima da imagem preta e branca do meu pequeno bebê. ㅡ Vê isso? Os bracinhos e pernas? ㅡ mexeu com o aparelho sobre minha barriga, e o bebê pareceu responder, pois mexeu agitadamente balançando os braços e pernas, sem um ritmo formado.

Sorri encantado com a imagem.

Ele ainda era tão pequeno, mas meu coração estava todo molenga por aquele pedacinho de ser humano dentro de mim.

Ela parou a imagem por um segundo, anotando algo, e em seguida deu um clique e um som ritmado foi reproduzido.

Abri os olhos, sentindo as lágrimas se formarem, prontas para caírem em alegria.

ㅡ Esse é o...

ㅡ O coração do seu bebê, senhor Park. Ouça.

Sorri ouvindo o som do coraçãozinho batendo ser reproduzido e chorei feito um louco. Aquele era o som mais lindo, perfeito e tranquilizador que já tinha ouvido.

Naquele momento eu só pensei em Kihyun, e em como ele estava perdendo cada um desses momentos e sensações únicos.

Enquanto a doutora continuava com o exame, a olhei com timidez e depois de muito pensar decidi perguntar:

ㅡ Será que dá para ver o gênero do bebê?

Ela sorriu e mexeu um pouco mais o aparelhinho.

ㅡ Esse pequeno parece envergonhado agora. ㅡ disse e meu olhar vai para a tela, que o mostrava bem paradinho. ㅡ Vê isso? ㅡ aponta novamente. ㅡ As perninhas estão dobradinhas.

Assinto já entendendo que infelizmente o gênero não seria possível de descobrir, mas o alívio em meu peito, ao saber que meu bebê está bem, é grande.

Ela guardou o equipamento que estava utilizando para o exame e afastou a cadeira, ficando sentada de frente para mim.

ㅡ Senhor Park, seu bebê está ótimo, onze centímetros, setenta e nove gramas e os membros parecem bem formados, mas o que ocorreu hoje não pode ser deixado de lado. O senhor teve um sangramento devido a um pequeno deslocamento da placenta. Com dezesseis semanas, isso é bem raro e bastante perigoso. Então pedirei para o senhor repouso absoluto.

ㅡ Isso pode fazer mal ao bebê?

ㅡ Sim, muito. Seu útero ainda está se adaptando ao novo morador que há nele. Uma gravidez masculina cis pode ser um pouco mais complicada. Mas seu corpo manterá o bebê seguro se você se cuidar, entende? ㅡ assenti a olhando ㅡ Então pedirei repouso absoluto. Você não pode sequer pensar em fazer nada com muito esforço físico, ou tudo pode acarretar a um aborto espontâneo, ou a um parto prematuro e não queremos isso, não é?

Assenti mais uma vez, anotando mentalmente tudo o que me era passado.

ㅡ Eu trabalho com pintura, sou um artista... Isso significa que não posso pintar até o bebê nascer?

ㅡ Não, o senhor poderá, contanto que não faça esforço e que não fique muito tempo de pé. O essencial, é que fique relaxado. Sem estresse ou esforço.

Assenti agradecendo-a.

ㅡ O senhor terá que ficar aqui hoje, em observação. Mas avisarei ao rapaz que está te esperando que já pode entrar.

ㅡ O rapaz?

ㅡ Sim, está aqui fora. Ele estava bem nervoso, mas falarei com ele, e pedirei que entre.

ㅡ Mas... ㅡ eu nem sabia o que pensar ou falar, mas sabia que precisava agradecê-lo. ㅡ Tudo bem. Obrigado. Muito, muito obrigado.

Ela sorriu se despedindo e saindo.

Alguns minutos depois o rapaz entrou.

Eu ainda não tinha reparado em seu rosto, até porque estava sofrendo com uma dor horrível e gritando como um louco banhado com o medo de perder a única coisa que ainda tinha naquela cidade, mas agora, vendo-o assim de perto, seu rosto é jovem e assustado, mas muito bonito.

Ele entrou meio acanhado, e parou ao lado da maca.

ㅡ Obrigado por ter me ajudado. - falei.

Ele sorriu envergonhado e assentiu.

ㅡ Está tudo bem com você e com o seu bebê agora?

ㅡ Sim, estamos bem. ㅡ alisei minha barriga, a olhando e sorrindo. Logo me lembrei da imagem do pequeno serzinho que estava crescendo dentro de mim. ㅡ E graças a você.

Ele suspirou, aliviado.

ㅡ Eu... Eu fiquei muito assustado. ㅡ coçou a nuca sorrindo. ㅡ De verdade mesmo. Mas agora... Fico feliz e tranquilo que estejam bem.

Assenti olhando. Ele parecia inquieto e sem que tivéssemos algo a mais para falar ali, logo um silêncio constrangedor veio em seguida.

ㅡ Você... Você quer que eu ligue para alguém? ㅡ ele perguntou ㅡ O pai ou a... Mãe do bebê, talvez?

ㅡ Não. Não precisa, somos só nós dois. Ficaremos bem. ㅡ falei encarando minha barriguinha ㅡ Amanhã mesmo teremos alta.

Ele assentiu e me olhou em silêncio por mais alguns segundos.

ㅡ Bom, eu... ㅡ ele disse rindo e ergueu a mão para mim. ㅡ Ah! Me desculpe os modos, me chamo Jungkook. Jeon Jungkook.

Com a mão estendida para mim, percebi que minhas sacolas com as compras do bebê estavam na outra.

Ele se preocupou até em recolhê-las.

ㅡ Prazer, sou Park Jimin. ㅡ apertei sua mão de volta, me apresentando devidamente.

Ele sorriu e seus dentes avantajados ficaram à mostra. Sorri com a semelhança que ele tinha com um coelho. Parecia um coelho bem fofo.

Ele pigarreou soltando devagar minha mão.

ㅡ Então... Eu tenho que ir.

ㅡ Ah, ok... Se existir algum modo de te agradecer pela ajuda, eu ficaria muito feliz.

ㅡ Não, está tudo bem...

Assenti para Jungkook, mas ele ainda permaneceu de pé ao meu lado.

ㅡ Hm... Eu sei que não tenho nada a ver com isso, e que não te conheço... Mas, a médica me contou um pouco do que houve com você... Acho que ela pensou que éramos conhecidos ou algo assim. ㅡ ele sorriu mostrando os dentes de coelho novamente. ㅡ Mas... Você tem alguém para te buscar? Digo, ela falou que precisará de repouso absoluto e que não pode fazer esforços nenhum.

ㅡ Ah... ㅡ sorri meio sem graça para o rapaz. ㅡ Eu ficarei bem, amanhã chamarei um táxi para me levar até em casa... Está tudo bem.

ㅡ Olha, se você quiser, eu posso te buscar... Ficaria feliz em saber que o rapaz que ajudei está bem, e o bebê também, claro.

Ok... Ele é um desconhecido, que está me oferecendo carona. Minha mãe já havia me ensinado para nunca falar com estranho, muito menos aceitar uma carona... Mas e quando o desconhecido salva você?

Eu estava cercado de pessoas no centro, mas somente ele me ajudou. Isso significa que ele é uma pessoa do bem, né? Talvez um anjo...? Sei lá, mas eu acho que sim... Mas mesmo assim neguei.

ㅡ Eu não quero te incomodar. ㅡ sorri educadamente. ㅡ Mas agradeço muito.

ㅡ Ah, não incomoda de jeito nenhum... Amanhã posso te buscar e te levo em casa em segurança.

Ok, ele insistiu... Eu deveria aceitar, né? Talvez não. Mas o sorriso dele é tão bonitinho... Ok, isso não tem nada a ver com a carona oferecida, mas é que ele tem cara de bom moço.

Pensei por alguns longos segundos até ter uma resposta.

ㅡ Tudo bem, então... ㅡ digo meio baixo, com certa vergonha, mas o rapaz me abre um sorriso tão bonito, que tenho quase a certeza que ouviu a resposta que queria.

ㅡ Então amanhã eu te busco, ok?

Assenti sorrindo e o observei melhor. Ele deve ter uns dezenove ou vinte anos, não tem jeito de ter mais que isso. Mas temo que ele possa ser até mesmo menor de idade.

ㅡ Até amanhã. - disse se afastando.

ㅡ Até amanhã.

Sorri educadamente para ele, e recebi um último sorriso acompanhado de um aceno de despedida.

Assim que o rapaz saiu, deitei a cabeça no travesseiro e respirei fundo, sentindo um cansaço enorme sobre meu corpo e julguei ser por conta do remédio que recebi.

Ainda olhando para minha barriga, a alisei e decidi conversar um pouquinho com o pequeno bebê ali dentro.

ㅡ Você me assustou hoje, não faça mais isso, por favor... ㅡ suspirei. ㅡ apesar de o culpado sou eu... Eu fiquei com medo de te perder pequeno.

Continuei o diálogo com meu bebê, e naquela sala de hospital sozinho, eu vi quem eu tinha ao lado.

E eu tinha apenas o meu bebê.

[Continua]

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