🌔 Jimin🌔
Há alguns dias eu não vinha me sentindo bem.
Há exatas duas semanas, estou sentindo muito enjoo e tonturas.
Tive que ir ao médico e fiz vários exames. Meu noivo, Kihyun, ficou bastante preocupado comigo, mas não pôde fazer muita coisa porque estava em uma viagem a negócios no Japão.
O resultado dos exames veio no mesmo dia, e foi trabalho do doutor Kim me explicar o que estava acontecendo comigo, e principalmente me acalmar depois do meu surto logo após o resultado.
Estou grávido de quatro semanas, Kihyun ainda não sabe, deixei para contar quando ele retornasse de viagem.
Minha mãe, que mora em Busan, surtou quando soube, e se ela pudesse me bater por ligação teria batido, mas depois de muita reclamação e gritos, ela começou a chorar de felicidade com a realidade de que logo, logo seria vovó.
Decidi fazer uma surpresa. Comprei uma roupinha de bebê, com o nome papai bem grande na frente, e coloquei em uma caixinha vermelha, em cima da cama. Quando Kihyun chegou a nosso apartamento, o recebi com um abraço cheio de saudade e um beijo gostoso.
ㅡ Senti sua falta. ㅡ ele disse rindo, deixando a mala de lado e me abraçando de volta. ㅡ Como você está? Melhorou?
Assenti ainda abraçado nele, sentindo uma necessidade absurda de carinho.
ㅡ Vou tomar um banho, e pedimos algo para comer em seguida, ok?
Ele me deu um beijo na testa, e seguiu para o quarto.
O segui, louco para ver qual seria a sua reação.
Possivelmente choraria. Nós nunca conversamos a respeito de termos um filho, mas acho que a ideia não parece nada ruim. Acho que ele ficará feliz.
Assim que entrou no quarto, parei na porta o observando. Ele olhou para a caixa, e olhou para trás, sorrindo.
ㅡ O que é isso? ㅡ segurou a caixa nas mãos.
ㅡ Abre. ㅡ Cheguei mais perto, sentindo minhas mãos tremerem em antecipação. Estava muito nervoso.
ㅡ É alguma peça de renda? Você sabe como eu amo ver você com elas, né? ㅡ me beijou e sorri, negando.
ㅡ Abre logo seu safado. ㅡ ele me olhou uma última vez e abriu a caixa.
No primeiro momento a reação dele foi neutra. Ele olhou para dentro da caixa, parado, por muitos segundos e me olhou sério. Depois sentou na cama, retirou a roupinha de dentro dela e colocou na cama. Eu estava tremendo demais, me aproximei tentando tocá-lo mas ele levantou rápido e se afastou.
ㅡ O que é isso? ㅡ perguntou de costas para mim, eu estava sorrindo mas meu sorriso morreu no mesmo segundo. ㅡ Jimin, o que é isso?
O olhei assustado. Tentei o tocar novamente, mas ele segurou minhas mãos.
ㅡ Jimin... Nós não podemos.
Me afastei. Ele me olhou sério novamente.
ㅡ E-Eu pensei q-que nós...
ㅡ Não, Jimin, nós não podemos. Eu... não posso.
ㅡ Kihyun calma, eu...
ㅡ Não!
ㅡ E o que quer que eu faça? Kihyun, eu estou grávido. Estou com quatro semanas, amor.
ㅡ Quatro semanas? Mas como eu pude me descuidar assim... Merda. Jimin eu vou arrumar um jeito ok? Não vou deixar esse... essa coisa mudar tudo.
ㅡ Essa coisa? ㅡ senti meus olhos se encherem de lágrimas. ㅡ Essa coisa é nosso filho!
ㅡ Não, não é. Não pode ser! E-Eu conheço um ótimo médico que... que consegue arrumar isso. Nós-
ㅡ Eu não estou acreditando que está falando isso Kihyun. ㅡ o interrompi sentindo minhas mãos trêmulas
ㅡ Eu estou! ㅡ começou a retirar as roupas para tomar banho. ㅡ Nós não podemos deixar isso acontecer. Amanhã mesmo nós iremos ao médico e resolveremos.
ㅡ Eu não irei a lugar algum. É meu filho.
ㅡ Eu não quero essa criança, Park! ㅡ falou mais alto, me dando um leve susto pelo tom de voz.
ㅡ Mas eu quero, Hyun! O corpo é meu e nem você, nem médico algum irá tocar nessa criança! ㅡ gritei, estava tremendo muito, o que possivelmente não faria bem para o bebê.
Ele me olhou e sorriu de modo completamente desconhecido por mim, vindo até onde eu estava e parando de frente.
ㅡ E como você irá criar essa criança sozinho? Esqueceu que você vive todo esse luxo graças a mim? Se quer que isso continue, será assim. Será assim até o fim.
As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. O homem no qual eu amo, e que estava pronto para formar uma família, estava me humilhando?
ㅡ Eu sou um artista e consigo viver com meus quadros. ㅡ disse em meio às lágrimas.
Ele riu negando. Meu sofrimento parecia o animar.
ㅡ Pare com esse choro e eu já disse, eu não quero essa criança Jimin. Está decidido.
ㅡ Eu não irei tirar! ㅡ gritei.
ㅡ Então terá que me esquecer! ㅡ o olhei sem acreditar nas palavras. ㅡ Ou fica comigo enquanto der, ou com esse... Com esse bebê e sozinho no mundo.
Me levantei sentindo as lágrimas molharem todo meu rosto e parte do meu pescoço de forma desesperada e fui até o closet para buscar minha mala.
ㅡ Irá mesmo fazer isso? ㅡ Kihyun perguntou.
Ele estava bem atrás de mim. Abri a mala e coloquei em cima da cama. Voltando para o closet para buscar minhas roupas.
ㅡ Jimin, olha o que você está fazendo! Irá mesmo estragar tudo, por causa de algo tão pequeno? Eu te amo, podemos viver bem pelo tempo que temos, só nós dois.
ㅡ Você quem está estragando tudo! Você só pensa em você! ㅡ Gritei jogando as roupas dentro da mala e olhei-o ㅡ Esse era para ser um momento lindo Kihyun. Sabe quantas vezes eu chorei em dois dias? Eu imaginei a sua melhor reação! Eu pensei que me amava, e que todas às vezes que disse que eu era a única família ao seu lado fosse real! Mas não, para você eu sou apenas o namoradinho relaxado que vive do luxo que você proporciona.
ㅡ Eu não quis dizer isso, Minnie. Eu-
Passei as mãos pelo meu rosto, enxugando as lágrimas e olhando-o nos olhos.
ㅡ Eu tenho uma carreira também, pode não ser grande como a sua, mas é o meu orgulho. Eu estou indo, porque amo o meu filho. Eu o descobri a dois dias mas já o amo muito e não desistirei de algo que quero por causa de você!
ㅡ Você está sendo tolo.
ㅡ Eu estou fazendo a coisa certa. Eu pensei que amava um homem, mas amo um covarde. Eu não fiz essa criança sozinho, Kihyun, mas irei cuidar dela, dessa forma.
ㅡ Jimin, por favor. ㅡ ele segurou meu braço quando fechei a mala e a coloquei no chão, calçando meus sapatos em seguida.
ㅡ Eu venho buscar o resto das minhas coisas depois. ㅡ Avisei antes de sair.
Estava chorando, deixando-o para trás e seguindo com apenas minhas roupas, e o meu bebê.
Tudo o que agora eu tinha.
[Continua]