Tudo de mim

By nextbye

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SPIN-OFF de MFDTA Eram de mundos diferentes, tinham dores diferentes, tinham vidas diferentes, eram completam... More

Nota inicial | sinopse
Prológo
Epígrafe
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Epílogo

Capítulo 10

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By nextbye


Philipe me levou até meu carro, mas nem sequer me deu tempo de agradecer, já que simplesmente se virou e foi embora.

Entro no carro sem saber o quê fazer e eu queria que ir pra casa não seja uma escolha. Meu pai já deve ter chegado e visto minha mãe.

Isso significa que ele surtou e também significa que se eu for pra casa, eu vou surtar, ou seja, definitivamente todo mundo vai surtar.

Tombo a cabeça pra trás, apoiando-a no banco sem ter coragem de pegar meu celular.

Eu vou ter que enfrentar isso, por mais que meu desejo seja apenas correr pra bem longe de tudo.

Meu pai não é bom em lidar com essas merdas, na verdade, meu pai é péssimo.

Aquela velha história de você entregar seu coração pra quem não merece e sair com ele dilacerado.

Essa é a história dele. Minha mãe foi quem quebrou o coração dele, e ao contrário de mim em relação ao Adam, meu pai não permitiu que cicatrizasse.

Suspiro alto, ligando o carro.

Eu preciso aguentar firme.


Eu não vou aguentar firme.

Minha mão está parada na maçaneta da porta, meus olhos estavam fechados como se isso fosse me fazer fugir daqui, me colocando em outra realidade que não me faça escutar os gritos do lado de dentro.

—Como você pôde dizer que veio porquê é a mãe dela?

Meu pai diz levantando o tom de voz, mas eu sei que ele estava tentando se manter calmo.

—Você só a ligava pra pedir dinheiro, nunca perguntou como ela estava.

Ele completa e eu desisto de tentar  entrar, só pioraria as coisas.

—NÃO IMPORTA. -minha mãe grita. —EU A QUERO DE VOLTA.

—Eu acho que ela tem idade o suficiente pra se virar sem você, como fez a vida toda. -Ouço passos. —Você é a porra de uma inconsequente.

Me surpreendo por ouvi-lo xingar, isso definitivamente nunca acontece.

—Por favor, vá embora, eu ligo pra um hotel e peço um quarto pra você, tanto faz. -Ele implora exausto. —Só vai embora, quando ela voltar, ela decide.

E antes de ouvir mais, eu volto a fugir.

Mas dessa vez eu vou para o balanço que fica atrás da minha casa. Não tento não chorar ou qualquer coisa pra me deixar melhor.

Apenas choro.

Choro por me sentir culpada por não a querer perto de mim, choro pela dor que eu nem sabia que existia.

Choro pelo pai que eu "perdi."

Choro pela mãe que nunca tive.

Choro pelo Adam.

Choro por eu ser uma mulher adulta e estar me comportando como uma adolescente.

E choro principalmente por não ter ninguém comigo nesse momento.

—Ela foi embora. -Olho pra trás, encontrando meu pai apoiado na cerquinha. —Eu achei que você estaria aqui.

Ele da um sorriso cansado.

—Você sempre vinha aqui quando brigávamos. -Meu pai completa, se sentando ao outro balanço do meu lado. —E um segurança viu você correr pra cá.

—Desculpa por ir embora e não ligar para o senhor. -Olho pra ele. —E sinto muito por não estar aqui, eu não sabia de nada.

—Eu sei, está tudo bem. -Ele afrouxa a gravata. —Falei que se ela aparecer novamente, eu ligaria pra polícia, por causa da medida protetiva.

E coça um dos olhos, nitidamente cansado.

—E que você decidiria com ela amanhã. -Completa, dando um leve impulso para balançar.

— Eu não quero, decide vocês. -dou de ombros como se isso fosse insignificante.

—Sammy, eu não paro em casa, sei que não sou um bom pai e sei principalmente que você entende o porquê , mas você ainda é a minha filha...-Ele se levanta do balanço. —E você sempre foi ótima em fugir das coisas, igualzinho ao seu pai.

—Isso é calunia. -Retruco.

—Eu também queria que fosse. -Ele suspira estendendo a mão pra mim, e eu a seguro, me levantando logo depois. —Não vou interferir nisso, você sabe o que ela é, mas é uma escolha unicamente sua se a quer por perto ou não.

Ele me abraça de lado enquanto caminha comigo para nossa casa.

—Então, não. -Tombo a cabeça no ombro dele. —Ela só veio por que íamos parar de dar dinheiro, eu quero continuar minha vida sem ela, mesmo que eu tenha que dar todo o meu dinheiro.

—Você tem certeza? -Ele pergunta e eu afirmo com a cabeça, ganhando um sorriso em troca.

Eu sei que é isso que ele quer, mas nunca iria me dizer e me sinto aliviada por dessa vez querer a mesma coisa.

—Então vou falar com meu advogado e talvez arrume algo na empresa pra ela, se ela não aceitar, eu não vou poder fazer mais nada.

Sorrio, meu pai é um bom homem, apesar de todas as merdas que minha mãe fez, ele nunca a deixou na mão.

—Mas mudando de assunto...-Ele abre a porta pra mim.— Encontrei a Victoria lá, ela estava bastante animada com um aluno novo.

Abaixo a cabeça, tentando esconder minhas bochechas que provavelmente ficaram vermelhas.

—E que a viu falando com ele. -Meu pai continua...—Ele é filho de algum amigo meu?

Esse é o ponto de tudo, infelizmente meu pai só vive em uma realidade que se baseia na imagem dele.

—Não, ele é bolsista e eu só estava o ajudando. -dou de ombros, ignorando o olhar do meu pai.

—Ah, ele deve ser bastante inteligente pra conseguir ser aceito. -Ele murmura, mas sei que tem outras intenções.

—Não sei, não o conheço. -Subo as escadas, quase bufando quando ele me segue.

—Sabe o nome dele?

—O senhor vai investigar a vida de todos os bolsistas que entrarem na mesma faculdade que eu? -Suspiro.

—Você sabe que é pra te proteger...

—Eu sei pai, mas agora eu não quero saber disso. -Peço. —Eu estou cansada demais para assuntos como esse, eu só sei o primeiro nome e é Philipe.

—Obrigado. -Ele sorri e eu ignoro, pulando as escadas até chegar até o meu quarto.

Definitivamente, hoje foi um porre de dia.

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