Lory.
— Discordo - Disparei rapidamente.
— Lory, pelo amor de Deus, é apenas uma noite. - Tessa falou enquanto brincava com os cabelos azuis de Becca.
Revirei os olhos, observando o estacionamento encher.
— O que faríamos de noite na praia? - Indaguei suspirando. O dia estava nublado, e o vento gelado, o que deixava meu nariz frio e meus lábios secos.
— Aproveitar a praia - Becca explicou com a voz calma. Observei as duas meninas sorridentes que estavam apoiadas no Camaro de Tessa.
Juntei as sobrancelhas, cruzando os braços e não deixando meu olhar delas.
— Não sei se minha mãe vai deixar - Falei limpando a garganta. Tessa bufou, tirando os cabelos ruivos do rosto.
— Lory, eu vou para a faculdade ano que vem. Psicológia é algo que requer muito esforço, e não vou poder mais fugir no meio da noite com vocês. Nós precisamos aproveitar. - Declarou com a voz firme. Sustentei seus olhar determinado, sentindo a vontade de concordar correr por minhas veias.
Suspirei fundo, sedendo:
— Tudo bem. - Falei por fim, roubando sorrisos felizes delas. — Vamos para praia. - Comentei com um sorriso crescendo em meus lábios. Parando para pensar, era uma idéia boa e que me deixava ansiosa. Mordi os lábios, ajeitando minha mochila nas costas. — Eu vou falar com o Dilan. Obrigado pela carona - Falei para Tessa, que me olhou confusa.
— E a coisa que você ia falar para nós? - Levantei as sobrancelhas, não sabendo muito bem como falar aquilo. Engolindo em seco, desviei o olhar em busca de me acalmar.
— Passem mais tarde na minha casa. - Falei quase que correndo para dentro da escola quando o sinal tocou. Acenei para as meninas antes de entrar pelo portão.
Me apoiei na parede pálida, encarando o nada enquanto mordia os lábios e podia escutar as batidas do meu coração.
Não sei se devo falar para elas o que aconteceu entre mim e de Dilan, e que vamos nos mudar juntos. Fechei os olhos com força, não evitando de me sentir nervosa com todos esses pensamentos.
Deus, eu vou morar sem meus pais e vou fazer faculdade. Ainda com os olhos fechados com força, comecei a cantarolar uma música que não me lembrava de onde era. Eu vou mudar de cidade, dizer adeus á vida adolescente, e olá vida adulta.
Um nó deixava minha garganta apertada. Sentia a agitação fazer minha nuca palpitar e meu coração pular.
Meu coração pulou ao sentir lábios quentes em meu pescoço. Abri os olhos de uma vez, encontrando um sorriso bonito e olhos castanhos penetrantes.
— Dilan - Suspirei aliviada, mas logo a vergonha encheu minhas bochechas. - Não faça isso no meio de todos. - Pedi em voz baixa. O menino de cabelos castanhos riu, se apoiando na parede ao meu lado.
— Desculpe-me, mas você parecia tão perdida em pensamentos - Falou com sua voz suave perto de mim. Suspirei fundo, me acalmando. Me sentia aliviada em finalmente vê-lo. Ontem, depois de pesquisar tudo sobre astronomia e descobrir que a maior parte do trabalho é com computadores e cálculos, e não ficar olhando o céu, passei o final do dia inteiro com papai. Não tive tempo nem de ligar para Din.
— Quer matar aula? - Indaguei observando seu rosto tão próximo do meu. Um sorriso começou a desenhar seus lábios lentamente, até fazer seus olhos brilharem.
— Você leu minha mente.
...*...*...
Dilan.
— Que mentira - Lory apontou enquanto lambia os dedos com açúcar. Admirei seu rosto no escuro, e meus olhos caíram em seus lábios brilhantes. A vontade de sentir seu corpo contra o meu me invadiu, acelerando meu coração.
— É verdade - Falei rindo e puxando sua perna para mim. Lory riu quando fiz ela sentar em meu colo. - Eu usava topete porque, na minha mente, eu seria uma pessoa diferente, e quando você voltou, eu podia ser eu mesmo. E também era mais fácil para você mexer em meus cabelos - Admirei seu rosto próximo do meu, quando mestra abraçou meu pescoço. O cheiro de rosquinha enchendo meu carro e seu calor me embriagando e me deixando ansioso.
— Também quero saber o porquê de você ter me expulsado da sua casa no dia que brincamos de jogo da garrafa - Falou com suas mãos acariciando meus cabelos. A luz que entrava pelo parabrisa do carro dava cores claras para o cabelo castanho de Lory. Sentia o frio invadir o carro, mas quase passava despercebido por minha pele quente.
Molhei os lábios, sorrindo de nervoso. Com as bochechas levemente mornas, escondi meu rosto na curvatura de seu pescoço.
— Eu queria te beijar - Murmurei contra sua pele. Lory segurou meus cabelos com mais força, e senti sua respiração ficar acelerada contra minha nuca.
Foi como se meu corpo tivesse sido atingido bruscamente por uma sensação morna que deixou a ponta de meus dedos dormentes. O ar começou a escapar involuntariamente por meus lábios, e me afastei, capturando seus olhos castanhos.
O calor do carro foi o suficiente para segurar seu quadril e beijar seus lábios com necessidade. Lory respondeu na mesma intensidade, deixando suas mãos descerem para meu pescoço e depois meus ombros. Puxei seu quadril contra o meu, estremecendo com seu gosto e sua língua.
Naquele momento, o banco traseiro do meu carro parecia muito apertado.
Minhas mãos desceram para suas coxas, e as apertei, suspirando com a suavidade das mesmas. Foi impossível não me lembrar de ontem, de como estava agitado e descontrolado, e voltar a me sentir da mesma forma.
A ajudei tirar seu casaco, separando nossos lábios e puxando o ar com força.
— Ligue o ar condicionado - Pediu com a voz trêmula. Fiz o que foi pedido com rapidez, e então, fechei as janelas. Ninguém precisava saber o que estávamos fazendo no estacionamento vazio do Candy's.
Lory voltou a abraçar meu pescoço. Deixei seu corpo deitar no banco, e apoiei minhas mãos ao lado de seu rosto, macio pairando sobre ela.
Senti minhas veias em chamas quando seus lábios beijaram os meus. Foi fácil me sentir agitado e nervoso, pensando em tudo que poderíamos fazer em um apartamento só nosso. Fui tirando de meus pensamentos quando senti suas mãos descendo por minha calça.
Me afastei contra minha vontade, observando seu rosto vermelho.
— Acho melhor você não fazer isso - Avisei não reconhecendo minha voz. Lory piscou, desviando o olhar. Seus cabelos espalhados pelo banco, seus lábios entreabertos por causa dos beijos e seu rosto vermelho, já estavam tirando meu ar e sanidade. Se ela fizesse aquilo, não acho que conseguiria ficar apenas nos beijos.
— Por mim não tem problema - Murmurou fazendo meu coração pular com força, e meu corpo estremecer. Seus olhos se voltaram para os meus, e vi galáxias neles.
Suspirei bruscamente, beijando seus lábios com pressa e necessidade. Seu gosto me fazia suspirar, e sentia meu corpo entrando em chamas.
Antes que a mão de Lory descesse mais, meu celular vibrou. Tentei ignorar o barulho, porém, meus músculos tremeram só de pensar que podia ser Travis, falando quando seria a prova.
— Eu preciso atender. – Murmurei contra minha vontade. Lory assentiu, tirando sua mão de minha calça com cuidado. Sai de cima dela, me sentando no banco e tirando meu celular do bolso.
Observei a menina ajeitar os cabelos castanhos e se sentar no banco, abaixando a blusa levantada. Ela parecia tão perfeita com os lábios vermelhos e o cabelo bagunçado.
Suspirei com força, tentando não me concentrar tanto em Lory, antes de atender.
— Olá – Limpei a garganta quando minha voz saiu numa entonação fraca e trêmula. Mexi os ombros, tentando acalmar o calor de meu corpo, porém os olhos de Lory sobre mim e sua mão em minha perna não ajudavam.
— Dilan? – A voz de Peter veio do outro lado da linha. Suspirei frustado – Estou atrapalhando? – Indagou com insegura.
— Não – Fui rápido em respoder. Espremi os lábios quando Lory levou sua mão até meus cabelos. Sustentei seu olhar intenso naquele carro escuro, perdendo o ar.
— Que bom. Onde vocês estão? Hoje tem clube, esqueceram? – Encarei Lory surpreso, ela parecia da mesma forma.
— Tínhamos nos esquecido – Falei com a voz ainda estranha. Soltei o ar com cuidado, observando a menina ao meu lado. Lory tinha um sorriso simples nos lábios vermelhos, e quis beijá-la novamente. Abri a porta do carro, me obrigando a pegar um ar e mandar o calor que corria por meu corpo embora. — Já estamos indo – Falei pronto para desligar a ligação.
— Tudo bem – Peter murmurou, e então desliguei.
— Acho que vamos ter que deixar para depois – Lory falou rindo. Sustentei seus olhos, e logo minha atenção foi para seus lábios.
— Acho que odeio o Peter agora.
Rimos juntos e fomos rumo á escola.
Observei a menina de cabelos longos ligar o som. O dia estava frio, o que era bem confuso, pois ontem estava muito ensolarado. Enfim, o fim do ano está quase chegando e é impossível não me sentir nervoso. Mas eu realmente quero que ano que vem chegue logo.
— Já falou com o Travis? – Lory indagou com seus olhos sobre mim. Meu coração pulou com força ao lembrar do que deveria ter feito noite passada, mas mamãe me obrigou a ficar estudando. Tenho que me sair bem na prova.
— Não – Falei limpando a garganta. — Minha mãe falou com ele. Travis falou que iria ver o dia que eu podia fazer a prova. Acho que vou falar com o diretor hoje, preciso do meu histórico escolar e fazer aquela prova para avançar um ano. – Encarando a pista, senti minha cabeça doer com tudo que ainda preciso fazer.
— E eu preciso passar de ano – Lory murmurou, colocando um fio de cabelo atrás da orelha. — Dilan – Me acomodei no banco, encarando seus olhos castanhos. — Vou fazer faculdade de Astronomia.
Pisquei, não entendendo sua afirmação.
— O quê? – Indaguei não tirando meus olhos dela. — Você vai fazer faculdade? – Lory assentiu, um sorriso suave crescendo no canto de seus lábios. — Astronomia? – Indaguei não evitando de sorrir. Mestra voltou a assentir, parecendo animada. Encarei a pista por alguns segundos, e com o coração acelerado, fisguei seus lábios em um beijo rápido.
Rimos juntos, parecendo dividir os mesmo sentimentos. Ano novo, cidade nova, vida nova. É tudo tão brilhante, e a ansiedade nos deixa agitados. É como se tivéssemos absorvido o calor do sol, e agora, ele queima dentro de nós, pronto para novas coisas.
— Que casal, um veterinário e uma astrónoma – Admirei seus olhos brilhantes, gostando de como aquilo soava.
— Eu gosto disso – Falei roubando uma risada gostosa de Lory. Com a música suave correndo por dentro do carro, apreciei sua risada, e as batidas de meu coração, tendo certeza que sempre seria ela.
...*...*...
Foi mais legal que o esperado. Estudamos corpos celestes, e Peter fez um grande discurso falando sobre júpiter, que parece ser o planeta preferido dele.
— Eu gostei do seu colar – O menino falou para Lory, apontando para o pingente em seu pescoço.
— Ah, isso era da minha vó. Ela era astrónoma. – Contou segurando o colar e sorrindo. Memórias de quando segurei aquele colar invadiram minha mente, e logo depois, o que aconteceu após dar isso para Lory. Mordi os lábios, me sentindo idiota por estar querendo sorrir. Peter pareceu surpreso com a declaração de Lory. — Eu também quero ser astrónoma – Revelou, arrancando um sorriso bonito do menino.
Me apoiei na parede observando os dois conversando.
— Isso é incrível. Você tem todo meu apoio – Falou a abraçando. Lory retribuiu, parecendo transpirar animação. Era ótimo vê-la assim. Parece a menina que gritava de euforia quando batia em alguém.
Sorri com essa lembrança.
— E você, Dilan? – Peter indagou com seus olhos sobre mim. Limpei a garganta, estalando o pescoço.
— Medicina veterinária. – Falei em um sussurro. Não sei porque fico nervoso ao pensar nisso. Suspirei fundo, sustentando seus olhos negros. — A Emily passou para Yale sem a bolsa. Você vai ter uma amiga – Falei sinceramente. Peter sorriu, mexendo na pulseira das cores do arco-íris em seu pulso.
— Desisti de Yale. – Eu e Lory exclamamos ao mesmo tempo. — A bolsa foi para Emily. Vou deixar isso para depois. Decidi que vou fazer um mochilão pela Europa com meu namorado. – Contou com um sorriso grande e feliz.
Encarei Lory, atônito.
— Uau – Mestra falou tocando seu ombro. — Não esperava por isso. – Contou calmamente.
— Eu ser gay ou desistir da faculdade? – Rebateu deixando as bochechas de Lory vermelhas. Tampei minha boca discretamente para não rir.
— Ambos – Falou rapidamente, roubando uma risada de Peter.
— De qualquer forma, espero que vocês tenham gostado de hoje. Vamos ter apenas alguns dias de clube até acabar as aulas. Vamos aproveitar, ok? – Indagou suavemente.
— Ok, capitão – Falei, ele riu. — Até depois. – Nos despedimos, eu e Lory fomos para o estacionamento. Ri quando ela empurrou meus ombros.
— Você e Peter parecem uma ótima dupla – Falou me deixando surpreso.
— Sério? – Indaguei encarando seu rosto rosto bonito. Lory sorriu, segurando minha mão.
— Claro, assim como você é Stephan eram – Meu coração pulou, e logo, o céu nublado se abriu, dando espaço para a chuva forte cair sobre nós. Encarei o céu, sentindo pingos molharem meu rosto e encharcar meus cabelos.
— Você acha que ele está feliz? – Indaguei com um nó na garganta. Lory apertou minha mão, sorrindo suavemente para mim.
— É claro. – Falou ficando a minha frente. Admirei seu rosto sorridente e molhado. Seus lábios vermelhos tremendo, e seus cabelos bagunçados a deixavam ainda mais linda. Com o coração acelerado e em pé debaixo da chuva gelada que caia sobre nós, segurei seu rosto, beijando seus lábios com cuidado.
Lory retribuiu, abraçando meus ombros e aprofundando o beijo. Com seu gosto se misturando ao meu, com seus lábios contra os meus e seu beijo firme, senti minhas preocupações serem levadas junto á chuva. Me concentrar em seu calor e braços foi tudo que precisei fazer para me sentir leve e feliz.
Estar com ela e somente ela, é tudo que preciso.
— Eu te amo – Murmurei a nos afastarmos. Sentia meus cabelos grudados na testa e meus lábios tremiam. Lory sorriu, roubando todas minha batidas.
Ela não falou que me amava também como esperava que acontecesse, ela apenas pegou minha mão e me guiou até meu carro, não deixando o sorriso morrer em seus lábios. Mas quando entrei naquele carro, e nós molhamos os bancos e nos beijamos com euforia, pude sentir em seus lábios seu amor devastador e quente, que mandava todo frio embora.
Foi impossível duvidar do que ela sentia quando tirei sua roupa e ela pediu para tocá-la. Suas mãos em meu corpo me deixavam tonto e a beira do penhasco do descontrole. Foi ainda mais difícil me controlar quando seus cabelos castanhos e bagunçados caíram sobre seu corpo enquanto ela mexia seu quadril sobre mim e gemia meu nome.
Fechei os olhos e segurei suas coxas macias enquanto apreciava aquela sensação viciante, que estava levando nós dois ao descontrole. Naquele momento, me senti um idiota por um dia duvidar do que ela sentia por mim, ou achar que éramos apenas amigos.
Eu nunca poderia ser apenas amigo dessa garota.
"Acho que vamos ter que deixar para depois"
Peço mil desculpas por ter demorado tanto para postar e pelo o capítulo ser pequeno. Estou com muita dor de cabeça e nos olhos. Novamente, peço desculpa.
Realmente espero que vocês tenham gostado♥️
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Amo vocês e muito obrigado por tudo ♥️