Quero mais frutas vermelhas
E aquela sensação boa de verão
É maravilhoso e acalentador
Me respire como o ar, depois solte
Não sei se eu viveria sem isso
Só estou pensando em voz alta
Não sei se eu viveria sem isso
Enlouqueço com o doce da sua melancia
| HARRY STYLES
WATERMELON SUGAR
Eu adoro almoço em família, ainda mais se for em um sábado e no ar puro da natureza.
Segurei o copo por alguns segundos e o levei até a boca pela terceira vez.
Divino.
A limonada da Sra. Jones caiu bem nesse momento.
Era refrescante para o calor que estava fazendo hoje.
Por um momento esqueci o que me preocupava.
Minha atenção foi voltada ao aparelho que repousava na mesa de madeira a minha frente. Ele vibrou três vezes em seguida.
Kate.
Minha melhor amiga, quase uma irmã acabara de me enviar uma serie de mensagens curiosas.
Oq?? (11:17)
Deixa eu ver se eu entendi... (11:17)
O nome do cachorro dele é "Hope" como o seu? (11:18)
Revirei os olhos.
Eu acabei de contar pra ela que sei onde está o cachorro e sua atenção vai só para o nome dele.
Isso não deveria me surpreender.
Analisei o visor do celular por mais alguns segundos e então digitei.
Até mais (11:18)
Agora vou ver se precisam de ajuda no almoço e pensar em uma solução (11:18)
Eu estava sentada em um banco de madeira no jardim da casa do Christoffer e até agora nem um sinal dele. Isso era estranho porquê já passava das onze e se ele estivesse em casa já deveria ter acordado, não é possível que ele durma tanto assim, ou é?
Minha mãe estava na cozinha com Lisbeth - mãe do Christoffer - e meu pai precisou resolver umas coisas, mas prometeu que voltaria antes do almoço estar pronto.
─ Axel!
Quase dei um pulo quando ouvi a voz grave de alguém que praticamente tinha acabado de passar pelo hall de entrada da casa. E essa voz era bastante familiar.
Vi pelas enormes portas de correr de vidro Lisbeth murmurar alguma coisa para minha mãe e se virar.
Sua expressão era preocupante e antes mesmo dela poder dar o primeiro passo a figura de Christoffer se materializou na cozinha.
Um Christoffer impaciente e zangado.
─ O que ele fez com meu cachorro? ─ perguntou entre dentes com os punhos fechados.
O cachorro.
─ Quem? Axel? Ele não fez nada ─ sua mãe respondeu com uma expressão desentendida.
Christoffer parecia extremamente bravo, mas sua expressão mudou assim que ele virou a cara e me viu o encarando do lado de fora. Ele abriu seus punhos cerrados ao lado do corpo e ficou... Pacífico.
─ O que ela está fazendo aqui? ─ ele perguntou surpreso sem tirar os olhos de mim.
A mulher do cabelo castanho olhou pra mim a poucos metros deles e depois olhou para o filho.
─ Você não viu minhas últimas mensagens? ─ Ela perguntou. ─ Claro que não viu ─ concluiu consigo mesma descontente ─ Eu as convidei para almoçar, fique.
Christoffer franziu as sobrancelhas e ficou em silêncio.
─ Por favor ─ a voz de Lisbeth era mansa e parecia mais que ela estava implorando do que pedindo.
O olhar de Christoffer queimava sobre mim através daquele vidro e por um momento pareceu que ele não prestava atenção no que saia da boca de sua mãe.
─ Sinto muito, tenho algumas coisas pra resolver ─ ele explicou com indiferença voltando o olhar para ela e na mesma hora olhei para baixo. Podia jurar que minhas bochechas estavam coradas.
─ Você está me evitando a dias. Só estou pedindo para que almoce conosco ─ a Sra. Jones pediu mais uma vez.
─ Onde ele está? ─ a voz de Chris era puro gelo e me lembrei de como o mesmo falou comigo no meu primeiro dia de aula.
Olhei para o vidro novamente, a expressão de sua mãe agora ficando tensa.
─ Trabalhando ─ respondeu observando atentamente o filho, mas não demorou a acrescentar: ─ Não se preocupe. Ele não virá.
De repente Christoffer relaxou os ombros e desviou o olhar para minha mãe que tinha meio tomate e uma faca na mão. Ela havia parado de cortar os legumes assim que ele entrou.
─ Desculpe os meus modos. Sou o Christoffer. Você deve ser a Sra. Blizzard ─ ele andou até minha mãe e estendeu a mão em sua direção.
Ela fez aquele olhar de aprovação para ele e eu revirei os olhos.
─ Sim, Violet ─ ela limpou as mãos no pano de prato antes de cumprimentá-lo.
─ É um prazer conhecer você Violet ─ disse e em seguida soltou a mão dela. ─ E eu espero provar da sua comida, está com um cheiro delicioso ─ acrescentou com um sorriso de canto.
Minha mãe retribuiu ao sorriso.
─ Mais é claro. Muito obrigada ─ com essas palavras voltou a tarefa que estava fazendo.
Lisbeth também sorriu. Um sorriso vitorioso por saber que o filho ficaria.
E então ele puxou as portas de vidro e atravessou vindo em minha direção. Estava com uma camiseta branca simples - mas que chamava atenção simplesmente por está em seu corpo musculoso - e uma jeans azul surrada. Seu cabelo estava uma bagunça como sempre, quase cobrindo seus olhos.
Meu coração acelerava em cada passo que ele dava até mim e quase pulou do meu peito quando ele se sentou no banco a minha frente com um sorriso provocante no rosto, eu estava com medo de que ele pudesse ouvi-lo.
Christoffer Jones era o único garoto que me deixava assim, desconfortável, intimidada, ansiosa. Não sabia ao certo onde estava me metendo, mas sabia que era quase inevitável não cair em seu charme. A maioria das garotas com certeza sentem o mesmo quando estão perto dele.
Não serei boba de me apaixonar por ele.
Tentei por a cabeça em ordem enquanto passava cinco segundos dando um grande gole na limonada. E então acabou a bebida e com ela meu tempo.
Os seus olhos cinzentos me fitavam e ele não disse uma palavra sequer desde que sentou-se em minha frente, como se não precisasse, como se naquele momento me observar fosse sua tarefa mais importante.
Então um silêncio desagradável pairou pelo ambiente por alguns segundos.
Era como um predador esperando o momento certo para avançar e atacar sua presa. E eu ansiava por aquilo, queria saber o que ele estava pensando.
─ Eu poderia fazer isso o dia todo ─ enfim Christoffer murmurou, me deixando totalmente confusa.
─ O quê? ─ meus lábios se curvaram em um arremedo de sorriso.
Ele soltou um riso baixo e pegou um pedaço de melancia que estava na bandeja em cima da mesa, mordendo a pequena fatia.
─ Não esperava ver você aqui ─ ele mudou de assunto claramente ignorando minha pergunta.
─ Sua mãe nos convidou ─ falei, as palavras saindo um pouco baixo. ─ Disse que queria dar as boas vindas. ─ Expliquei observando ele colocar a fatia recém mordida na bandeja novamente.
─ É a cara da minha mãe fazer isso.
Levantei minha cabeça olhando em direção a cozinha. A mãe de Christoffer parecia bem empolgada enquanto tirava algo do forno. Estava na cara que ela adorava passar seu tempo com o filho, mas parecia que ele não dava a mínima importância pra isso.
Não sabia, mas desconfiava qual poderia ser a causa dele ter sido tão frio com ela, a mesma causa dele ter chegado aqui tão furioso gritando pelo pai dele. O motivo do seu mau humor era o desaparecimento do cachorro. Chris estava preocupado, procurando por ele e eu sabia onde estava.
Uma pontada de culpa atravessou meu peito enquanto observava o moreno a minha frente contornar a borda de um copo com o dedo como se estivesse longe demais daqui e então automaticamente abri minha boca.
─ Chris.
Ele olhou para mim no mesmo momento em que pronunciei seu nome.
─ Sei onde está Hope ─ confessei me referindo ao cachorro.
O garoto me observou surpreso esperando que eu falasse algo mais e esclarecesse as coisas.
─ Vem comigo ─ me levantei e o puxei pela mão o arrastando pelo jardim.
N/A: Oiie Colors.
Indiquem o livro pra sua amiga ou amigo, votem e comentem o quanto poderem, responderei todos, gosto de ficar lendo os comentários por mais simples e aleatórios que sejam, se vocês ainda não me seguem aqui no wattpad, me sigam. É muito importante e me ajudará muito.
Até logo, eu espero ;)