Vida em FRALDAS

By milly0131

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Emi tem 14 anos e é diagnosticada com uma doença que dificulta que sua adolescência seja "normal". 🥇#sick Hi... More

Parte 1
parte 2
parte 3
parte 4
parte 5
parte 6
parte 7
parte 8
parte 9
parte 10
parte 11
parte 12
parte 13
parte 14
parte 15
parte 16
parte 17
parte 18
parte 19
parte 20
parte 22
parte 23
Parte 24
parte 25
parte 26
parte 27

parte 21

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By milly0131

Ft Emi:

Durante a chamada de vídeo comecei a me sentir mal, mas eu não conseguia falar, eu estava me comunicando através de uma caderneta com Rebeca. Minhas mãos estavam doendo então deixo ela falar.
Cada minuto que passava pior eu me sentia, e eu estava ficando quente, senti minha fralda quente e meu corpo ardia então vagarosamente levei minha mão até o celular e desliguei a chamada.
Quanto mais quente eu ficava, mais meu corpo doía, eu tremia mas não queria acreditar no que estava acontecendo.
A enfermeira veio e chamou o medico e mais 2 enfermeiras, o medico disse que eu estava prestes a convulsionar quando minha mãe entrou e segurou minha mão...

Ft Poli:

Emi segurou minha mão, e olhou fixamente para os meus olhos já marejados e de repente a convulsão tomou a. Começo a chorar desesperadamente e uma enfermeira me acompanhou até fora do quarto...
Liguei para Zoey e ela veio imediatamente.

Depois de meia hora saíram do quarto nos avisando que estava tudo bem.
Pedi para entrar e minha filha cada vez mais debilitada, magrinha..

5 dias depois...

Emi finalmente teve uma pequena melhora, já não precisava mais da morfina, estava se recuperando aos poucos uma coisa de cada vez. A fisioterapeuta era muito carinhosa e gentil, minha filha estava relembrando dos movimentos das mãos, pés e o restante do corpo. Após 30 dias de fisioterapia Emi já conseguia fazer coisas com as mãos e pôde dar mais um passo com os exercícios. Com 5 dias após sua retirada de sedativos foi retirado o tubo de sua garganta.
A fisioterapia para ajudar a voltar a andar era 10x mais intensa e cansativa.
Ainda não consegue se alimentar sem a sonda, então a dieta mudou e tem suprido as necessidades de seu corpo.

Sábado 9:00 AM
Ft Emi:

Acordo e vejo Zoey ao meu lado com aquele barrigão perto de ganhar. Ela me dá Bom dia e eu digo o mesmo mas completando com Mamãe.
Pergunto:
Emi- Mamãe, a gente nem decidiu o nome da bebê...

Zoey- sim, por isso estou aqui. Será só eu e você, a Poli foi pra casa tomar banho.

Emi- Ok. Então... o que acha de Aiyra?

Zoey- nossa de onde tirou esse nome?

Emi- eu pesquisei nomes indígenas, até porque meu pai é descendente e eu acabo também que sendo não é? Aiyra significa "aquela que não tem dono" ou "aquela que é respeitada" "filha". E eu quero que minha irmãzinha seja livre, tanto quanto minhas mães. E eu também quero ser tão livre quanto já fui...

Zoey- Aiyra... lindo nome! Tem mais opções?

Emi- Charlotte, que é o feminino de Charles que significa "homem livre".

Zoey- gostei desse também... tem pensado muito na liberdade né Emi?

Emi- sim... eu tenho. E tem mais opções em!! Como só eu tenho descendência indígena e vocês tem descendência Americana e Europeia eu pensei em Charlotte como já disse, Luna que é espanhol que significa Lua, Antonella que significa "valiosa"; "sem preço"; "de valor inestimável" ou "alimentada de flores"

Zoey- NOSSA! você pensou muito não?!!!
Vou fazer uma listinha
Aiyra
Charlotte
Luna
Antonella
Vou deixar guardadinha, e quando você decidir um só será!

Mamãe segurou minha mão e conversamos sobre algumas coisas sobre a agência. A enfermeira chegou e trocou minha fralda, checou meus números e se eu estava com febre. Estava tudo bem, sem febre. Sentia um pouco de dor mas nada fora do comum. A quimioterapia estava de volta, o quarto ciclo.
Pedi para sair um pouco do quarto e a enfermeira me colocou na cadeira de rodas e mamãe me empurrou junto com o cabide de medicamentos, fomos na brinquedoteca, eu queria jogar videogame.
Ficamos lá até 12h e voltamos para o quarto, Rebecca tinha me feito 5 ligações. Retornei para ela.
.
.
.
Becca: Amiga por que não me atendeu?

Emi- eu estava na brinquedoteca jogando, desculpa

Becca- ufa, que susto! Como você está??

Emi- bem, agora. e você?

Becca- estou mais calma, você nos deu um susto! Pensei que nunca mais ouviria a sua voz, mas agora que sim, estou realmente mais calma.

Emi- desculpe... amiga minha mãe deixou eu escolher o nome da minha irmãzinha!

Becca- caramba que legal!! e já tem ideia?

Emi- mas é claro!!! Aiyra (indígena), Charlotte (americano), Luna (espanhol) e Antonella (italiano).

Becca- nomes fortes né? Amei todos mas.. Aiyra é o mais forte!

Emi- eu também gosto desse nome, tem um significado lindo.

Becca- sim eu pesquisei aqui. O Emi será que posso visitar você?

Emi- eu to na UTI ainda, não entra menor de idade.

A enfermeira chega e diz que preciso dar um tempo, ela iria me trocar, disse que gostaria que eu desse uma volta com ela. Eu aceitei, ela arrumou minha roupa e trocou minha fralda. Eu ainda estou com problemas para andar, dificuldades diremos.. Então eu usaria o andador para me ajudar a caminhar, a enfermeira me colocou luvas latex, máscaras, colocou uma camisa manga longa branca por baixo da roupa do hospital, uma fralda com 2 absorventes, meias e meu crocs rosa. Foi difícil caminhar mas aos pouquinhos eu fui.
Chegamos na brinquedoteca e começamos a brincar com tijolinhos, e ela conversava comigo perguntando como eu estava me sentindo, eu concentrada no brinquedo disse

Emi- bom, eu já estive melhor. Eu sinto dor o tempo todo e tem vezes que acho que estou morrendo, e outras que peço pra morrer. O câncer parece estar se espalhando, você acha que está? - terminei e olhei pra ela.

Enf Tati- Meu amor, eu sei que tem dias que são bem difíceis e todos os seus dias praticamente são assim. Eu acho que a quimioterapia nesse estágio acaba que ficando mais complicada, mais sensível ao seu corpo. Podemos ver sua boquinha, sua estatura, está mais cansadinha..

Emi- às vezes eu penso em parar. desistir. mas ai lembro que minha irmãzinha vai nascer e eu quero ver o rostinho dela sabe?

Ft Enfermeira Tati:

Ao finalizar a frase Emi me olha e segura minha mão, e começa a convulsionar e sua temperatura aumenta em questão de poucos minutos. Os outros enfermeiros chegam para ajudar e logo a mãe dela é acionada para onde estávamos indo. Levamos ela para o leito de emergência para solucionar esse problema e retornamos a UTI.
Dr Bruno conversou comigo e a equipe que cuida da Emi, e disse que faria mais um mielograma e uma ressonância magnética do corpo inteiro.
Ele se retirou e disse que daria a notícia à família dela.

....
(uma semana depois)

Ft Poli:

Emi já tinha realizado os exames novamente e estávamos esperando os resultados nós 4. eu, Emi, Zoey e Ícaro. Sim o pai também estava.
O Dr Bruno entra na sala e senta em frente a nós, Emi em meu colo se aconchega e o medico inicia a conversa

Dr Bruno- oi bom dia, sei que esperaram muito por isso e eu quero que dentro desse envelope - apontou para o papel - tenha uma boa notícia;

Ele abre e analisa os papeis por 5 minutos e nos olha dizendo:

Dr Bruno- Emi, sei que esses dias tem sido muito difíceis para você, para nós. Eu fiquei muito preocupado com a sua convulsão e resolvi fazer vários exames e você teve a convulsão pela alta temperatura mas os seus exames de sangue, estão dando altos níveis de leucócitos e no seu mielograma 10x mais.. as plaquetas estão baixíssimas e no seu exame de imagem mostra que não há tumor nenhum e nem o câncer se espalhou, mas parece que os números aumentaram então como já previsto a gente pode iniciar a radioterapia assim que finalizar o último ciclo da quimio.

Poli- mas radioterapia não é para tumores? minha filha desenvolveu um tumor?

Dr Bruno- não, a radioterapia é usada raramente para tratar a leucemia e quando usada é para prevenir ou tratar a disseminação da doença para o cérebro. Há grandes chances do câncer se espalhar para a espinha, pelo corpo.

Emi fica muito chateada e no meu colo começa a chorar baixinho, e consequentemente faz muito xixi e acaba vazando a fralda o que a faz chorar um pouco mais.

Poli- licença Doutor - digo me levantado com ela no colo e me retirando da sala.

Poli- calma meu amor, a mamãe está aqui. To pra você, só você.

Zoey e Ícaro sentam ao lado e acompanham a cena. Eles notam que a menina estava constrangida e nos deixam a sós.

Poli- Meu amor, eu não ligo da fralda ter vazado, eu não tenho nojo do seu xixi meu amor.. a mãe ama tudo em você, até seu xixi. Eu também estou bem chateada com essa notícia do Dr Bruno mas a gente ta aqui, todos!

Acaricio sua cabeça e o enfermeiro nos acompanha até o quarto da Emi, para ambas mudarem a roupa. Ela retira sua roupa e uma enfermeira retira sua fralda, faz o processo de troca. Eu troco minha roupa e coloco a roupa que tem que usar no quarto dela.
Ficamos ali, ela não pediu para sair, quase o dia inteiro sem falar. Eu dei uma mamadeira pra ela, deitei na cama junto com ela e com a cama inclinada ela sentou no meu colo e se arrumou enquanto tomava a água na mamadeira.
Sentadas na cama Emi pede para se deitar em meu colo e acaba dormindo, lentamente eu retiro a mamadeira de sua boquinha e coloco uma chupeta e imediatamente ela começa a chupar.
A deito na cama e ajeito ela.
Retorto à sala do Dr. Bruno e ele complementa e finaliza o assunto.

Chego no quarto e ela está do mesmo jeito, intacta, e de repente ela inicia um assunto

Emi- mãe, eu acho que gosto de usar fraldas agora sabe? estou gostando de ser tratada assim por vocês, como bebê. É tão mágico e as vezes quando me induzem eu consigo ouvir algumas coisas, mas eu entro em transi com uma realidade alternativa em que sou saudável e que vocês ainda me tratam assim. É claro que o mundo nessa transi não é tão julgador... mas ainda há alguns tabus em adolescentes como eu usar fraldas e mamadeiras, chupetas... na minha transi estamos em casa e la tem uma cadeira de bebê do meu tamanho para as refeições. Tem também babadores, chocalhos, brinquedos de bebês onde eu me divirto por horas até pegar no sono. A gente viaja e faz coisas que fazíamos antigamente, só que eu sou o bebê de vocês e a Antonella ainda não nasceu.

Poli- uau! eu nunca imaginei que fosse dizer isso, estou amando cuidar da minha bebê e se você quiser, quando melhorar, a gente pode adotar esse estilo de vida aos poucos... acho que de uma vez seria um choque, mesmo você "querendo" de certa forma.

Emi- Pode ser mamãe.. e.. eu acho que minha fralda...

Poli- oh! acho que fez uma bagunça aí hein mocinha! - digo dando uns tapinhas na parte da frente da fralda.

Emi acaba dormindo depois da troca.

Um mês depois...

Hoje é o último dia de quimioterapia, o transplante de medula não é uma opção pois nós os pais não possuímos as células necessárias (HLA) compatíveis. E é super normal.
O corpo da Emi ficará descansando da quimioterapia por dois dias e a radioterapia se inicia. Estamos todos ansiosos.

Eu peço para o pai ficar o dia de hoje com ela para eu poder voltar pra casa um pouco. Estou cansada e quero descansar por algumas horas.

Chegando em casa Zoey está no sofá, parece exausta e eu a abraço. Ela me retribui e me dá um beijo como cumprimento.
Pergunto como ela está e ela diz que talvez hoje a bebê nasce. Me desespero e já vou fazendo as malas da bebê e dela, enquanto eu ignorava totalmente sua voz de fundo, quando de repente ela me solta um berro

Zoey- Amoooor me ouve!!!!

e retorno a sala onde vejo que a bolsa estourou

Poli- tá vendo! ainda bem que já arrumei tudo! Vou pegar só uma roupa pra mim, me dá dois minutinhos.

Corri e peguei qualquer roupa e as malas que havia preparado para as duas.

Joguei no porta malas e ajudei minha mulher a entrar no carro. Saí avoada para o hospital onde Emi estava internada, onde tudo ficaria mais fácil para mim. Zoey estava começando a sentir algumas contrações e eu fui acalmando-a. Chegando lá pedi ajuda para os enfermeiros e a levaram no sentido pronto-socorro do hospital, já que talvez ela ja estaria em trabalho de parto. Acompanhei eles e ja foram retirando as roupas dela e vestindo aquela do hospital. Zoey gritava com as contrações e uma obstetra chegou para ver a dilatação, e diz

Obstetra- está com 7 dedos de dilatação, daqui umas 2 horas eu retorno para ver a situação. Mãezinha, sua filha nasce hoje! - disse a médica olhando para Zoey.

Poli- São 11 horas da manhã, eu acho que até o fim do dia Antonella está conosco.

Zoey me olhou com uma cara me questionando sobre o nome e digo

Poli- hoje conversei com a nossa vidinha que está lá no 7º andar e ela a chamou de Antonella. Acho que já está decidido certo?

Zoey confirmou com a cabeça dando um sorriso meio torto por conta das dores.

Ft Ícaro

É a segunda vez que acompanho Emi no hospital, ela está dormindo como um anjo. Fico a observando e refletindo do quanto perdi com a ausência dela, refleti também sobre a falta que eu possa ter feito para ela. Então eu estava ali... cabisbaixo, pensativo, como se procurasse no chão um motivo pelo qual eu a deixei. Fiquei olhando ela e acariciei sua carequinha, é tão linda...
As enfermeiras entravam e saiam do quarto a cada 40 minutos, era perturbador. Mas a pequena Emi continuava a dormir mesmo que mexessem com ela.

Depois de umas 2h a enfermeira troca a fralda da Emi e ao sair a mesma acorda e sussurrando diz

Emi- cadê minha irmãzinha?

segurei sua mão e disse

Ícaro- ela está a caminho do mundo filha, logo logo ela estará entre nós.

Ft Poli

A médica retornou e Zoey já estava pronta, as contrações estavam muito fortes ela foi para a sala de parto.
Entrei junto com ela após eu colocar a roupa adequada para entrar.
Depois de muitíssimo esforço Zoey deu a luz à uma linda menina, nossa Antonella.
Eu quis imediatamente subir e avisar Emi, mas eu queria fazer companhia, companhia as minhas meninas. Gostaria muito que minha pequena pudesse sair da UTI e ver sua irmãzinha.
Depois de mais ou menos 1h30 Zoey e Antonella dormiram, uma do lado da outra.
Aproveitei esse tempo para dar um pulo para ver minha bebê.

Ao chegar no 7º andar as enfermeiras falavam pra mim que Emi não parava de falar de Antonella.
Entrei no quarto e ela se sentou na cama, o pai dela se levantou e eu dei a notícia.
Então ela desabou em lágrimas de felicidade e disse que assim que pudesse, gostaria de ir vê-la. Eu a abracei com todo o amor do mundo e descrevi como era a sua irmãzinha para que ela pudesse imaginar um pouco. Não quis tirar fotos, assim estragaria a surpresa..

Ícaro me deu os parabéns e disse que seria uma menina muito feliz e forte.

Minha mãe me ligou perguntando como a Emi estava e eu disse que estava melhorzinha e que ela acabava de ser avó de uma menina maravilhosa! Logo ela deu um grito e disse que estava vindo para cá agora mesmo! A acalmei e disse para ela esperar a bebê ir para casa. Ela disse que estava sem nada para fazer e que meu pai estava entediado de ficar naquela casa enorme, seria uma boa ideia ela ajudar a Zoey com a Antonella então eu só tive que ir pedir o consentimento de Zoey para que minha mãe pudesse a ajudar e ela adorou a ideia!

quatro dias depois...

Zoey e Antonella tiveram alta e estavam prestes a sair do hospital.
A enfermeira entra no quarto de Emi e diz que ela vai ver a saída de sua irmãzinha, essa menina da uma levantada da cama rápida que a faz perder o equilíbrio mas consigo segurar.
Então a enfermeira ajuda a colocar uma roupa quentinha e confortável e colocou proteções, máscara, luvas.. coloquei uma touca com orelhinhas de gatinho.
A enfermeira a colocou na cadeira de rodas e a cobriu com uma cobertinha azul.
Saímos do quarto descemos até o térreo, lá encontramos mamãe, papai e Zoey com Antonella enroladinha em seu colo.
Emi começou a chorar de felicidade e recebeu um abraço de seus avós e sua mãe Zoey.
Com calma Antonella foi colocada no colo de sua irmã mais velha, os olhos de Emi brilham diante da bebê e parece emanar muitas energias boas para todos ali presentes, inclusive sua irmã.
Nos despedimos e retornamos ao quarto, as enfermeiras deram um banho de leito na princesa e ela retornou a dormir...

Desculpem a ausência, estou bem debilitada e totalmente sem tempo.
Obrigada por lerem. Votem e comentem por favor!
O próximo episódio não tem uma data específica, mas terá!

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