Ana ✨
Filipe tinha nas mãos o poder de me deixar feliz e muito brava ao mesmo tempo e ele gostava de brincar com isso. Não perdia uma oportunidade de me irritar e as vezes até criava essa oportunidade.
Os dias tavam fluindo na suavidade, ele tentava vim aqui em casa todos os dias pra ver o Théo e acabava ficando de carinho comigo também, o que as vezes era estranho.
Eu entendo muito bem ele, uma pessoa que apenas não sabe se expressar, mas ainda sim ele acaba se expressando de uma forma boa.
Toda vez que ele vai falar alguma coisa misturando gírias e sentimentos, eu paro só pra ficar olhando a forma que ele tenta falar as coisas, o que acaba me trazendo um sentimento muito sincero.
Inclusive estava de noite quando, Matheus, Filipe e Clara entraram na minha casa. O Théo que jantava na mesa comigo já foi logo querendo descer e correr, mas eu já segurei o braço.
Hoje eu juro que já perdi toda paciência com meu filho, porque caralho eu passo o tempo todo com ele e tento não surtar, só que chega uma hora que é impossível, mesmo eu odiando gritar ou bater, era muito necessário.
Ana: Se aquieta.- Falei olhando pra ele que começou a chorar falsamente.
Théo: Papai...- Falou balançando os braços e tentando se soltar.
Clara: Mt, dá uma segurada aí.- Olhei pra trás, vendo ele se aproximar enquanto Filipe e Clara olhavam calados.
Ana: Senta.- Falei olhando pro Théo que tentava me bater com a outra mão.
Dei um tapa forte na sua mão e me levantei empurrando cadeira e pegando ele no braço e colocando ele na cadeira e ele começou a chorar de verdade.
Ana: Vai comer ou vai pro quarto deitar? - Falei na frente dele e ele me deu outro tapa no braço.
Tentei respirar calmamente e tirei ele dali, arrastei ele pro quarto e coloquei na cama.
Théo: Chata.- Falou entre um choro falso.
Ana: Testa sair daí pra você ver que eu realmente sou chata.- Falei saindo do quarto e me bati com o Ret, que segurou minha cintura.
Ret: Tá no estresse por quê? - Falou me olhando.
Ana: Cansada.- Murmurei beijando o peito dele.- Dorme aqui hoje.
Ret: Pra tu me matar de madrugada? Tá maluca?! - Eu sorri e ele me deu um beijo.
Clara: Vou buscar a pizza que chegou.- Falou pegando dinheiro da carteira do Matheus.
Mt: Coe, safada.- Falou pegando a carteira de volta e ela riu, se levantando.
Me sentei no chão escutando o Théo choramingando e logo ele começou a me chamar, todo calmo e manhoso.
Ana: O que foi? - Falei entrando no quarto e ele limpou o rosto.
Théo: Não vou fazer mais.- Eu neguei, olhando o relógio no pulso.
Ana: Daqui há dez minutos e se reclamar, só sai amanhã.- Sorri pra ele.
Ele fez careta e eu encarei até ele desfazer. Clara trouxe as pizzas e eu me sentei no chão, Ret sentou atrás de mim e me colocou no meio de suas pernas, Clara sentou no meio e Matheus do lado. O tempo passou e eu tirei o Théo do castigo, tava todo bobo e calmo falando tudo baixinho e certinho, acha que me engana.