Se Eu Fosse Você

By thinkingaboutgirls

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Noah e Sina são melhores amigos. Ele namora Heyoon. Sina e Heyoon se odeiam. Mas algo misterioso muda o desti... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo Final

Capítulo 13

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By thinkingaboutgirls

Depois de Sina passar o endereço, Any prontamente se dirigiu até lá. As duas estavam no quarto onde poderiam conversar calmamente, e a morena estava estranhando tudo aquilo. Por que diabos o namorado de sua amiga estava se comportando assim, como se a conhecesse? Era tudo tão estranho!

- Eu sei que que você está estranhando por ter te pedido que viesse aqui, afinal, supostamente você não me conhece, certo? – Falou calmamente.

- Realmente é estranho. Bom eu estou certa de que não te conheço, mas já não creio que seja o mesmo de sua parte... – Sina sorriu sem graça e pensou como começaria.

- Any, globeleza, moana, Gabrielly... – Murmurava os nomes das maneiras que só Sina constumava chama-la. - rolinha, lesba...

A menina permaneceu imóvel, porém com um ar incrédulo. Sina fora a primeira pessoa em que ela se declarou bissexual e a de olhos verdes, com o certo tempo, gostava de pirraça-la chamando-a daquele nome que ela tanto odiava.

- Não me chama de lesba! – Falou um pouco emburrada sem perceber a própria fala.

- Any, pode ser uma loucura o que eu vou dizer agora... – Pausou olhando-a fixamente. - Eu sou a Sina.

- Isso não é loucura. – Soltou um riso fraco. - Isso passa dos limites de loucura pra mim, que sou maluca!

Não dava para acreditar. Ta, ok, ele sabia os apelidos que Sina costumava a lhe chamar, mas aquilo não significava nada.

- Você tem que acreditar em mim, Any. Sou Sina, sua amiga. De colegas para amigas de Balé. Essa loucura aconteceu há duas semanas e... – Parou por um momento antes de tentar convence-la: - Megan, Josh...

- Como você sabe sobre Megan? – Falou ríspida, levantando-se.

- Estou dizendo... Sou Sina! Sina Deinert, a garota tímida que entrou de cabeça baixa logo na primeira aula, e por conta dessa timidez, uma garota cheia de marra falou sentada com uma cara amarrada, e eu não respondi de primeira por vergonha. – Sorriu lembrando-se. - "Hey loirinha estou falando com você! Tem cola quente colada na boca? Levanta essa bunda branca da cadeira antes que eu te arraste pro meio da sala!"

- Hã? Mas como você... Meu Deus! – Frustou-se sentando na cama ainda tentando captar aquilo tudo. - Como?

- Eu vou te contar tudo...

Sina começou a relatar tudo que havia acontecido nos mínimos detalhes nas últimas duas semanas, Noah, a fonte, o desejo, o trocar de corpos na manhã seguinte, o problema de se adaptarem, agir pelo comportamento do outro, a briga com o amigo. Exceto sobre estar apaixonada, isso deixaria por último.

Any coçou as têmporas.

- Eu... Já ouvi falar sobre essa fonte italiana. – Murmurou ajeitando-se na cama. - Até sobre essa lenda de troca de corpos... Mas é só uma lenda! Impossível... definitivamente impossível!

- Você confia em Sina? – Perguntou firme de repente.

- É claro que eu confio! Totalmente! – Foi astuta em dizer, realmente confiava. Elas eram aquele tipo de amizade em que você não consegue explicar. Chega de repente. Vocês não tem muitas coisas em comum, mas isso basta. E quando se dão conta, são melhores amigos

- Então sabe que se você contasse um segredo, ela jamais contaria a ninguém. Jamais trairia sua confiança, certo? – Buscava confiança da amiga. Any assentiu. - Quando tinha cinco anos, seus pais brigaram. Você estava escondida dentro do armário, mas podia ver tudo atrás de uma pequena brecha... – Começou devagar. - Era tão pequena, tão indefesa, tão inocente... não entendia muito bem o que se passava, sua mãe chorava inconsolada, seu pai gritava alterado. E você lá dentro... escondida, no escuro chorando aos soluços, com medo, sem eles saberem de que estava ali observando... Aquele foi o pior dia de sua vida, nesse mesmo dia seu pai saiu de casa, e quando chegou à noite, você se surpreendeu ao vê-lo parado na porta de seu quarto. O mesmo lhe dissera que iriam embora. Que sua mãe não poderia cuidar de você sozinha, e que... você seria um peso enorme para ela, um fardo. Você nem ao menos entendeu o que aquelas palavras queriam dizer ao certo, mas entendeu o que o seu pai dizia se fosse embora com ele, que seria o melhor para sua mãe... Um total equívoco, já que sua mãe nem mesmo sabia de nada disso. Seu pai mentira, queria te levar com ele e você foi. Porém antes de ir, caminhou cuidadosamente até o quarto onde sua mãe dormia com a respiração pesada, parecia estar tendo pesadelos e você, com apenas 6 anos, sussurrou lentamente em seu ouvindo...

- Não se esqueça de mim, pois te levarei comigo em seu coração, não quero lhe fazer danos então por isso eu vou com o papai... eu te amo mamãe. – Any sussurrou quase sem voz juntamente com Sina.

As lágrimas escorriam pelo seu rosto ao lembrar-se desse terrível dia. Quando teve de se afastar da própria mãe por acreditar em uma mentira do pai. A mãe que sofria de esquizofrenia soube de seu paradeiro logo quando entrará na adolescência quando seu pai, muito arrependido por saber que ela sentia falta da mãe contou-lhe toda a verdade, o que lhe custou muito a perdoa-lo. Mas foi tarde demais... pois sua mãe cometera suicídio por conta da doença e do desaparecimento de sua filha. Any saiu de casa após saber da notícia, compareceu ao enterro e chorou pelo restante da semana... então se passou um mês, ela decidiu não morar na casa daquele homem que mentira a vida inteira para ela. Hoje ela mora sozinha em um pequeno apartamento, e sua relação com o pai não era das melhores. Ela já não o considerava mais como pai...

- Você e Meg estavam de férias e queriam ir à Boston de carro para curtirem. Descansar um pouco depois de terminarem o ensino médio. Aquilo parecia ser uma ótima idéia... Vocês estavam tão felizes, imaginavam um futuro juntas. Vocês conversavam distraidamente e por um descuido, não viram um caminhão indo na direção contrária. – Sina fechou os olhos por um momento. - Tudo rodava, estava escuro, seus ouvidos zumbiavam de maneira agoniante. Porém conseguia ouvir o barulho da ambulância e quando deu por si, estava sendo levada em uma maca e viu um corpo jogado no chão coberto por um longo plástico preto, ao redor havia uma grande poça de sangue. Um braço cheio de machucados estava pra fora e você viu perfeitamente uma tatuagem. Era a tatuagem que Megan fizera no dia de sua primeira farra. O que parecia ser um dia feliz, acabou se tornando algo desastroso. Você começou a se perguntar o porquê de aquilo ter acontecido com você, logo com você... Um acidente foi causado, um caminhão dirigido por um bêbado, e levando seu amor embora...

Sina parou ao ver Any entrar em um choro compulsivo e logo se opôs a abraça-la fortemente. A garota se agarrou à ela, e Sina deu-lhe conforto, acariciando seus cabelos e suas costas. Aos poucos os soluços pararam e Any suspirou lentamente antes se desfazer o abraço.

- Eu queria ter ido no lugar dela... – Sussurrou e Sina ergue sua cabeça a olhando nos olhos inchados e vermelhos pelo choro.

- Eu sei... Mas não foi culpa sua isso ter acontecido. – Sina sorriu fraca.

- Eu sei, Maria...

- Acredita em mim?

- Acredito! Você é a única pessoa que sabe sobre isso, sobre Meg e eu, minha família... – Sina acariciava seus cabelos.

- Eu senti sua falta, lesba... – Any resmungou ao ouvir o apelido.

- Eu também, borrão branco... – Falou rindo e Sina revirou os olhos pelo antigo apelido.

As garotas deitaram na cama e se intreteram em uma conversa rápida, Any já estava melhor e sorria para tudo que Sina contava.

- Como é ser um garoto? – Riu aliviada. - Um não né meu amor, O garoto. Meu deus o que é isso...

Ela passou sua mão pelo abdômen masculino de Sina que logo estapeou a sua mão.

- Tira a mão dai sua abusada! – Any gargalhou. - Hum.. é estranho ser um garoto. Prefiro ser uma garota.

- Imagino... Mas esse seu amigo é muito lindo, huh? Que gato... – Sina começou a estapea-la seguidas vezes por ela lhe apertar em lugares impróprios.

- Noah é realmente muito bonito... – Deu de ombros.

- Coloca bonito nisso... Se Heyoon não fosse minha amiga não perderia tempo. – Brincou sorrindente e passou sua mão na bunda provisória.

- Para com isso, sua safada! – Tirou a mão dela.

- Desculpa, garotos altos são meu ponto fraco. – Sorriu.

- Hum... – Murmurou.

- Agora que me dei conta... Como foi estar com Heyoon todo esse tempo? Pelo que me lembro vocês não se suportam...

- É sobre isso que ainda tenho que lhe falar... – Seu tom mudou para séria e Any prestou atenção.

Sina ia continuar mas ouviu passos na escada e uma voz familiar. Oh merda...

- Droga, é a Heyoon! – Sina se desesperou, mas por que diabos Heyoon estava ali aquele horário?

- Você tem que se esconder. Ela não pode nem sonhar que você está aqui. Ela não sabe de nada!

- Ok, mas onde me escondo? – Falou apressada.

- Aqui. – A puxava para um armário.

- Não, não, aí não porra... Tenho medo de armários, sabe muito bem o que aconteceu da última vez quando me escondi em um! – Sina gesticulava as mãos nervosa.

- Debaixo da cama! Anda Any! – A empurrou e quando a garota se escondeu, na mesma hora a porta fora aberta.

- Hey. – Se aproximou com o rosto sereno.

Sina engoliu em seco, seu rosto estava pálido.

- Yoon? O que faz aqui? – Limpou a garganta.

- Eu só... queria te ver de novo. Te liguei algumas vezes mas você não atendeu. Fiquei preocupada quando saiu mais cedo da casa da vó, parecia preocupado. Está tudo bem?

Heyoon tocou seus lábios gentilmente o que foi o suficiente para que Any, que espiava tudo por baixo da cama, abrisse a boca em um perfeito 'O' incrédula.

- Agora sim... – Sorriu. Pessoa apaixonada fica tão abobalhada, né?

- Bom... – A morena sentou-se na cama e Any se afastou rapidamente para o meio do móvel. - Hum... O que você achou da Any? – Dissimulou se tratando de não demonstrar importância, mas a reação inesperada do namorado não saia de sua cabeça.

- Ela é... legal. – Any revirou os olhos ainda debaixo da cama.

- Ela é muito bonita, verdade?

Sim ela estava com ciúmes. Any era sua amiga, sabia que não tinha de se preocupar com isso, confiava nela e nele completamente. Mas não podia evitar, ela era muito ciumenta, ainda mais Any sendo linda daquele jeito, que dava inveja em algumas pessoas. Sina apertou os lábios percebendo que a própria Any também entendeu o que Heyoon tentava disfarçar, e com todas as suas forças segurou uma risada. Any queria muito rir daquilo mas suas mãos impediam de que um ruído de sua gargalhada saísse, porém ela bateu a cabeça por um momento ao levanta-la.

- Ouviu isso? – Heyoon perguntou ao ouviu um pequeno ruído desconhecido.

- Não. Não ouvi nada! – Falou mais do que rápido. Tinha ouvido e sabia bem de onde. Heyoon não teve tempo de questionar pois no exato momento recebeu uma ligação de Diarra, avisando de que teriam treino aquela hora e que a treinadora estava enlouquecida com o seu atraso.

- Vai dormir na minha casa esta noite? – Perguntou já de pé com um lindo sorriso que Sina amava.

- Claro, meu bem...

Depois de se despedir dele com um outro beijo doce, ameaçou sair pela porta quando Sina chamou sua atenção.

- Yoon... – Heyoon virou-se olhando-o. - Eu prefiro asiáticas quentes e donas de um sorriso encantador. – Piscou e Heyoon saiu com um sorriso iluminado.

Sina foi trancar a porta caso ela volta-se e no mesmo segundo Any saiu de seu esconderijo.

- Estou chocada, Sina Maria!

- É eu sei! Isso tá uma loucura, mas era isso Any, eu estou completamente apaixona...

- Como assim você prefere as asiáticas? Pois não sabe o que perde Deinert! – Brincou com uma falsa indignação.

- Isso é sério, tá?! – Recriminou. - Eu amo Heyoon!

- Não acredito... – Sentou-se em uma cadeira perto da escrivania.

- Eu sei! O que você acha que eu devo fazer? – Perguntou agoniada andando de um lado para o outro sem olhar para a amiga.

- Não acredito...

- Você só sabe dizer isso?! – Virou-se para ela.

- Não acredito que a Nadia vai terminar com o Guzman! – Estava olhando uma revista de fofocas sobre seriados.

- E eu não acredito que não estava prestando atenção em mim... Que espécie de amiga você é?! – Recrimiou novamente.

- Eu só tava brincando, loira. Claro que estava prestando atenção. Você leva as coisas muito à sério. – Sorriu divertida.

- E já você não leva nada a sério! – Retrucou.

- A vida é uma aventura na qual jamais sairemos vivos, não tem porque leva-la tanto à sério. E só o que tenho a lhe dizer é que se a ama... fique com ela e pronto!

- Não é tão simples assim! Ela vai me odiar quando descobrir que todo esse tempo era eu e não o Noah... Meu Deus, e ele? – Levou as mãos à cabeça.

- Também vai me odiar quando souber que me apaixonei logo pela garota dele... - Aquelas palavras pesaram e ela sentiu um bolo arranhar sua garganta. - A garota dele. Ela é a garota dele... – Falava com a voz sofrida. - Heyoon nunca será minha. Ela jamais namoraria alguém como eu!

- Credo, pare de se rebaixar! - Arregalou os olhos. – Deus, é a primeira vez que isso acontece?

- Mas que droga! – Socou a porta se arrependendo logo depois.

- Isso você só vai saber quando contar a verdade para ambos...

- Acha que devo contar pro Noah? – Perguntou enquanto massageava a mão.

- Não vejo melhor opção. Uma hora ou outra ele descobrirá então melhor ser agora... – Sina assentiu.

- Devo ligar para o Noah para lhe dizer que você também sabe o que nos aconteceu. Espero que dessa vez me atenda. – Pegou o celular mas Any a impediu.

- Não, não diga à ele... – Sorriu maldosa. - Deixe-me brincar um pouco com esse moreno...

- O que pensa em fazer? – Arqueou uma sobrancelha perfeitamente.

- Nada de mais... Vamos, não diga ainda. – Pedia travessa.

- Okay, Gabrielly. Não vou dizer nada... ainda. – Se convenceu.

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