Nós Crescemos [✓]

Da Mogridd

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[ESSA É A CONTINUAÇÃO DE - "VOCÊ CRESCEU".] Depois da noite onde Dilan e Lory choraram nos braços um do outro... Altro

Dedicatória.
Capítulo 1.
Capítulo 2.
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Epílogo.
Contos da Duologia. Venham ler!

Capítulo 20.

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Da Mogridd


Lory.

Admirei seu rosto sorridente, sentindo meu peito quente. Eu fiquei muito preocupada quando fui na escola e em sua casa e ele não estava. Toda a euforia de mais cedo se foi quando o vi.

— Quer entrar? - Indaguei em voz baixa. Meu coração batia rapidamente, enquanto Din sorria suavemente para mim. O sol ia embora atrás dele, deixando a cor de seus cabelos castanhos mais clara.

Sem falar nada, Dilan deu a volta no carro. Quando ele se sentou ao meu lado, meu coração parecia prestes a explodir. Puxei o ar com força, sentindo seu olhar queimando minha pele.

— Podemos sair daqui? Eu quero respirar um pouco. - Pediu em voz baixa. O encarei confusa. Sem questionar o porquê, e com o coração a mil, pisei no acelerador.

O vento forte voltou a bater em meu rosto, secando meus lábios. Molhei os mesmo, e meus olhos se encontraram com os de Dilan. Ele me observava com um riso discreto nos lábios, que com os últimos raios de sol batendo em seu rosto, o deixava ainda mais lindo.

Desviei o olhar, não sabendo como controlar toda aquele ansiedade que fazia meu peito pulsar com fora, que queimava minhas veias.

As ruas estavam vazias, e um vento calmo entrava pelas janelas abertas. Aquele final de tarde estava calmo, diferente de tudo que estou sentindo hoje, de tudo que sinto desde que o vi.

Dilan é o causador da tempestade morna em meu coração.

No final da rua Rain, entramos em um estrada que levava para um ponto de encontros de casais. Eu sempre quis vir aqui com ele, e agora parece o momento certo.

Ainda sentindo meu coração agitado, estacionei no final daquela colina. Encarei o pôr do sol. Os boatos são verdadeiros, da para ver a cidade inteira daqui de cima.

Respirei fundo, tentando relaxar nos bancos vazios. Discretamente, encarei Dilan.

— Me desculpa - Pediu em voz baixa, fazendo meu corpo estremecer. Molhei os lábios secos. Eu podia ver o carro ficando mais escuro, o sol estava indo embora, e logo a grande lua surgiria.

— Você não deve desculpas para mim. - Falei sinceramente. Ele se remexeu desconfortável ao meu lado. - E eu também devo me desculpar por ter "roubado" seu carro. - Limpei a garganta, sentindo meu rosto quente.

Um riso divertido brincou em seus lábios, roubando todas as batidas de meu coração. Dilan desviou o olhar, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás no banco. Admirei aquele menino que até alguns messes atrás poderia ser considerado um sonho. Um sonho lindo e nostálgico.

— E como foi com o Trevor? - Indagou ainda com os olhos fechados. Escutar sua voz suave e tão baixa, me deixava estranhamente feliz e ansiosa. Mordi os lábios, tentando segurar tudo aquilo que explodia dentro de mim.

Um vento calmo passou por nós, fazendo os fios castanhos de Din balançar. Meu peito ficou quente com aquele cena, vendo-o tão sereno e calmo.

— Um carinha tirou ele do carro e fechou os portões na minha cara. - Revelei ainda irritada com o jeito que fui tratada. Dilan riu discretamente ao meu lado, empurrei seus ombros de leve, rindo junto a ele.

O silêncio caiu sobre nós, enquanto eu e ele ficamos parados, encarando o pôr do sol. Com cuidado, tirei meu cinto de segurança e me aproximei dele, apoiando minha cabeça em seu ombro.

Seu calor morno bateu em minha bochecha, que estava apoiada em sua pele, me fazendo sorrir. Continuamos em silêncio, não sabendo muito bem o que falar.

Senti meu coração batendo com força, e por alguns segundos, tive medo que ele pudesse escutá-lo. Mas seria bobagem ficar com medo disso.

— Daqui tudo parece tão pequeno. - Sussurrou como um segredo. Encarei seu rosto de perfil, deixando meu coração quente e leve.

— Tudo é muito bonito - Falei, mas mal sabia Dilan, que eu estava me referindo a ele. Seu rosto suave me trazia lembranças mornas e boas, eu podia sentir toda o amor que escondo por todos esses anos querendo sair, escapar de meus lábios.

Desviei meus olhos de seu rosto, fitando aquela imensidão alaranjada.

Olhando aquele céu, sentindo seu calor em minhas bochechas e podendo escutar os batimentos acelerados de seu coração, algo ficou claro.

Me afastei dele calmamente, minha respiração estava acelerada. Seus olhos caíram sobre mim, parecendo confusos por eu ter me afastado.

— Por que você me beijou? - Indaguei o encarando.

Isso em nenhum momento tinha passado por minha cabeça. Para um beijo acontecer, duas pessoas precisam querer.

— Você finalmente se tocou. - Murmurou, suspirando alto. Ele fechou os olhos por alguns segundos. Continuei o encarando, eu sentia meu coração batendo com força.

- Me toquei do quê? - Sacudi seu braço, fazendo o menino de cabelos castanhos, abrir os lindos olhos. Minhas mãos continuavam em seus braços, buscando por uma resposta.

Dilan sustentou meu olhar com intensidade. Sua mão tocou a minha, e seus dedos mornos acariciaram minha pele.

- Sobre o quê eu tenho medo, Lory. Sobre tudo que eu quero falar. - Ele apertou minha mão com cuidado, me deixando sem ar. Encarei seu rosto banhando pela luz do sol, deixando a cor de seus olhos mais clara. - Você não era tão lerda assim, mestra. Isso é decepcionante. - Comentou em um sussurro. Em outra ocasião eu levaria aquelas palavras como insulto, mas era impossível achar isso quando ele me olhava de maneira tão carinhosa. - Por que você acha que eu te beijei? - Indagou em um sussurro. Seus olhos castanhos me fitavam com expectativa, enquanto ele continuava acariciando minha pele.

Um arrepio morno percorreu por meu corpo, aumentando as batidas do meu coração.

- E-eu não sei - Gaguejei, sem voz. Ele sorriu suavemente para mim, me deixando sem ar.

- Você acha que amigos se sentem como nos sentimos? Como nos beijamos, Lory? - Seu toque foi para meu rosto, desenhando meus lábios. Encarei seu rosto que fitava minha boca, me deixando hipnotizada e tonta.

- Eu não sei. - Falei sinceramente, sem conseguir tirar meus olhos de seu rosto. No escuro, seus globos se encontraram com os meus. Meu corpo tremeu, assim como meu coração.

- Eu posso te beijar agora? - Indagou ainda acariciando meus lábios. Fechei os olhos, apreciando aquele toque que me deixava embriagada.

- Acho que pode. - Falei sem nem pensar direito. Minha mente girava, eu me sentia bêbada novamente, mas agora era muito diferente.

Eu estava embriagada, embriagada com seu calor, com seus olhos, com tudo nele.

Com os olhos ainda fechados, senti suas mãos em meus cabelos, seus dedos mornos roçando por meu pescoço, e Din colocar meu cabelo de lado.

Um vento calmo entrou pelas janelas, mas isso não foi o suficiente para eu não sentir o calor que seu corpo emanava.

Sem aviso, seus lábios tocaram os meus com cuidado. Meu corpo recebeu ondas de eletricidade, e eu levei minhas mãos até suas costas, segurando sua camisa com força.

Suspirei quando seus lábios mornos dançaram contra os meus. Dilan tocou meu pescoço com carinho, aprofundando o beijo. Aquele beijo era tão diferente, tão cheio de coisas. Tão intenso e carregado de paixão.

Eu mantive meus olhos fechados com força, com medo de quando eu os abrisse, seu calor e lábios me deixassem, e eu ficasse sozinha naquele carro escuro.

Mas todo esse medo foi embora quando senti suas batidas aceleradas em minha pele. O beijei com mais intensidade, o fazendo respirar pelo nariz. Seu corpo tenso empurrou o meu, senti minha cabeça batendo contra a porta do carro, mas não me importei. Tudo o que me importava naquele momento, era o menino em meus braços, que me beijava com tanta paixão. Minhas mãos subiram para seus cabelos, os tocando. Eu nunca vou deixar de amar a sensação macia contra os dedos.

Beijei seus lábios quentes, me sentindo completamente perdida. Perdida em tudo que fazia meu coração pulsar com força. Perdida em seu beijo que revelava tudo.

O beijo foi perdendo a velocidade por causa da falta de ar, mas nenhum de nós dois parecia querer se afastar. Com o coração em chamas, me afastei lentamente dele. Nossas testas estavam grudadas enquanto puxavámos o ar com força, encarando os olhos um do outro.

- Você entende agora? - Indagou ofegante. Relaxei meu corpo por baixo do seu, brincando com seus fios finos.

- Eu entendi - Falei sem voz. Lágrimas encheram meus olhos, e eu o abracei com força. - Eu entendi, Dilan - Minha voz estava embargada na garganta. Abracei seu corpo com mais força, me sentindo uma idiota por não ter percebido antes.

Suas mãos acariciaram minhas costas com carinho, enquanto eu permanecia de olhos fechados, apreciando seu cheiro suave. - Eu sou tão burra - Ri em seu ombro, uma felicidade genuína encheu meu ser.

- Eu sei - Bati de leve em seu ombros, voltando a abraçar seu pescoço com força. Escutei ele rindo baixinho.

Ficamos em silêncio, um no braços do outro. Agora eu entedia o porquê de seu coração bater tão rapidamente, o que seus olhos castanhos escondiam, o que ele tinha medo.

Dilan Peterson me ama.

Voltei a bater de leve em seus ombros, não conseguindo controlar a felicidade que enchia meu peito. Eu sentia vontade de gritar. Gritar até minha garganta arder.

Dilan começou a rir, fazendo meu coração vibrar.

— Eu te amo - Falei sem me aguentar. - Eu sempre te amei seu pirralho chato, medroso, chorão. - Bati uma última vez em seu ombro, eu podia sentir seu coração pulsando de forma acelerada contra o meu. Eu realmente tinha falado, foi como um peso enorme tivesse saído de meus ombros. Lágrimas quentes desceram por meu rosto, e eu respirei fundo o seu cheiro. - Eu não acredito que é você aqui. Eu imaginei isso durante tantos anos. - Me acalmei, respirando seu cheiro suave. Seu corpo quente e macio contra o meu, me deixava tonta.

Dilan continuou em silêncio. O afastei com cuidado. Meu coração perdeu todas as batidas quando vi seu rosto molhado. Seus olhos castanhos brilhavam e mais lágrimas desciam por suas bochechas vermelhas.

- Eu também te amo - Arregalei os olhos. Um sorriso tão feliz se apossou de seus lábios, e ele me abraçou com força. - Eu te amo, te amo, te amo. - Seus braços me apertavam, levando meu ar. Continuei escutando ele pronunciar aquelas palavras com a voz macia, sem acreditar. - Eu te amo - Ele gritou, rindo logo depois. Sua risada contagiante e verdeira me pegou, e eu comecei a rir junto a ele.

A risada simplesmente saia de meus lábios e explodia com a sua. Toda a felicidade em meu peito saia por ela. Todo o medo, as inseguranças, tudo que carreguei comigo, simplesmente tinha morrido. Morrido com sua declaração, com seu beijo intenso que carregava todo seu amor, com tudo.

Agora, com ele em meus braços, dizendo que me ama e me abraçando, vejo que todas as noites que passei gritando por ele valeram a pena. Agora eu posso falar para aquela menininha que chorava de saudade de alguns anos atrás, que tudo valeu a pena.

Que ela ficou com sua estrela. Que ele voltou. Que finalmente, tudo que ela sonhava, aconteceu.

- Eu também te amo, baixinho. - Falei entre risos, o puxando para um beijo demorado.

Agora, com seus lábios contra os meus, com nossos gostos se misturando, com suas mãos por meu corpo, eu sei que é impossível tudo isso que sinto sumir. Agora eu sei que não preciso ter mais medo. Dilan Peterson me ama, e eu o amo. Isso nunca mudou e tenho certeza que nunca mudará.

Nós crescemos para finalmente ficarmos juntos.

...*...*...

O vento bateu em meu rosto, me fazendo sorrir. Encarei o menino ao meu lado, ele me olhava com globos reluzentes, mais brilhantes do que as estrelas acima de nós.

- O que você está pensando? - Indaguei me acomodando em seus braços. Senti o capô de seu carro, onde estávamos sentados, esfriando.

Din me apertou com carinho, eu continuava sentindo suas batidas aceleradas. Saber que eu causava aquilo, me deixava extremamente feliz.

- Eu estou pensando em você. - Contou com a voz baixa, sem deixar meus olhos. Com carinho, dei um selinho em seus lábios. Meu peito latejava a cada beijo, a cada declaração.

Por quanto tempo desejei isso?

Debaixo desse céu azul com lindas estrelas, com a enorme lua nos olhando, tudo parecia um sonho. Um sonho que eu não quero acordar. Um vento calmo passou por nós, bagunçando meus cabelos.

Tirei eles do rosto, afastando meus lábios do de Dilan. Eles eram tão quentes e reconfortantes, eu me sentia roubada a cada novo beijo, a cada olhar.

- E o que você está pensando sobre mim? - Indaguei sem evitar de sorrir. Meu coração nunca esteve tão leve, tão entregue.

Din abriu um sorriso tímido, desviando o olhar para a cidade, que daqui de cima, parecia tão pequena. As luzes pareciam estrelas douradas. Seu rosto envergonhado é uma das coisas mais lindas desse mundo.

Encarei suas bochechas levemente coradas, rindo discretamente com isso.

- Eu nunca pensei que teria uma chance. Você sempre pareceu tão livre, como se fosse voar para longe de mim a qualquer momento - Seus globos temerosos, fizeram eu morder os lábios.

- Eu estou aqui, não estou? - Indaguei dando um beijo calmo em sua bochecha. Din voltou a olhar para mim com suas iris castanhas. Eu amo seu sorriso branco, mas seus olhos avelãs que possuem tanto amor neles, estão roubando o primeiro lugar.

— Está - Sorriu lindamente ao falar isso. Em silêncio, nossos lábios se tocaram. A pressão morna contra os meus era inesquecível e viciante. Eu sentia que poderia beijá-lo para sempre, sentir a sensação de seus lábios contra o meus para sempre.

Passei meus braços por seu corpo quando o beijo se rompeu. O parabrisa contra minhas costas, me fazia pensar se era uma boa ideia ficar sentada no capô, encima de uma colina. Mas eu não me importava, eu só queria decorar cada momento, cada beijo, cada palavra. Essa noite estrelada, onde vimos a cidade toda  e nos beijamos, ficará marcada para sempre em meu coração.

Seu cheiro suave encheu meus pulmões, me fazendo apertá-lo com mais força.

— Eu amo seu cheiro. - Falei sinceramente. Din abriu um sorriso atraente para mim, seus cabelos castanhos voavam pelo céu, o deixando ainda mais lindo.

— Eu também amo seu cheiro. — Sussurrou inesperadamente, me deixando envergonhada.— E eu te amo - Revelou com a voz baixa perto do meu ouvido. Com o peito descontrolado, fitei seu rosto sorridente.

— Se você ficar falando isso o tempo todo, eu vou acabar morrendo – Revelei sinceramente. Eu provavelmente não conseguirei sobreviver com meu coração batendo tão rapidamente.

Din riu com minha fala, me deixando mais envergonhada.

— Não ria, por favor. Estou falando sério. – Virei o rosto, não querendo deixá-lo ver minha timidez. Antes que eu pudesse fazer mais alguma coisa, seus dedos mornos seguraram meu queixo, e logo seus lábios quentes chegaram ao meus.

Seu beijo lento e provocante, deixaram minhas pernas trêmulas, roubando todo meu ar. Nunca pensei que beijá-lo seria tão bom.

— Mas é verdade. Eu amo o seu cheiro e te amo. – Falou ao nos afastarmos. Ainda sentia a pressão de seus lábios contra os meus, me deixando tonta.

— Seu mentiroso. Você quebrou meu perfume. - Lembrei em um murmuro sem encará-lo. Din começou a rir alto, sua risada fez meu corpo vibrar e eu encará-lo. Seu rosto sorridente era uma arma em minha cabeça, pronta para acabar com minha estruturas. Com o coração acelerado, apreciei seu rosto lindo me olhando, olhando apenas para mim.

- Foi sem querer. - Revelou calmamente. - Eu estava apenas vendo se era por causa do perfume ou não, e não era. - Sua revelação me fez rir. Eu estava sentada ao seu lado, então me acomodei mais em seus braços, buscando por mais de seu calor.

Aquela noite estava muito fria. Porém seu calor mandava tudo para longe, sua pele suave e morna era o suficiente para mim. Ele abraçou meus ombros com cuidado, parecendo entender o que eu queria. Seu corpo é quente e confortável.

Sustentei seu olhar carinhoso, logo após beijando seus lábios macios. Quando menor, eu pensava como seria beijá-lo, nunca imaginei que seria algo tão bom. Os lábios de Dilan me beijam com carinho, porém com uma intensidade que deixa meu corpo quente. Minhas mãos foram para suas costas, trazendo seu corpo para mais perto do meu.

Sua língua brincava com a minha, fazendo meu coração pular.

Nós afastamos sem ar. Encarei o menino a minha frente, levando minhas mãos até seu rosto.

- Como você pode ter mudado tanto, mas ao mesmo tempo ser o mesmo? - Indaguei acariciando seu rosto. Logo as lembranças de quando ele era uma menininho de nove anos encheram meus pensamentos. De como ele era calmo, e tinha um rosto com traços leves e suaves, chegando até a ser feminino. Porém agora, seu maxilar é tão definido, seus lábios continuam vermelhos, que fazem eu querer beijá-lo a cada segundo.

Fiquei em silêncio, fitando seus olhos castanhos que continuam os mesmos.

Ele riu, me puxando para um abraço apertado e quente.

- Eu mudei, Lory. Eu era o pior que eu podia ser. Eu estava tão perdido, nada parecia fazer sentido. - Levei meus dedos até seus cabelos, sentindo ele afundar seu rosto na curvatura de meu pescoço. - De noite, eu só queria te ver, falar tudo, chorar em seus ombros. Que merda. Aquilo doía tanto - Seus braços me apertaram com mais força. - Quando Stephan morreu, e-eu... - Ele parou. Senti seu corpo tremendo contra o meu, me deixando preocupada. - Eu pensei que deveria ter sido eu, e não ele. - Sua voz falhou. Eu podia sentir como aquilo o machucava. Meu coração se apertou.

- Dilan - Sussurrei seu nome, respirando fundo ao perceber que ele estava chorando. - Não somos nós que decidimos isso. - Falei em um fio de voz. Eu iria acabar desabando também. - Olhe para mim - Seu corpo se afastou. No escuro daquela noite estrelada, seus olhos castanhos brilhavam junto a suas lágrimas.

Passei meu dedo por seu rosto quente, limpando uma lágrima que descia. Ele fechou os olhos como resposta.

- Mantenha seus olhos fechados. - Pedi em voz baixa. Ele concordou com a cabeça, então continuei. - Você consegue escutar o vento? - Indaguei sentindo a brisa leve bagunçar meus cabelos. Naquela colina solitária, tudo era muito escuro e brilhante, o vento tinha um som único.

O som da harmonia, dos segredos da natureza. Algo quente e calmo.

Din fungou, ficando em silêncio. E logo abrindo um sorriso, ao assentir com a cabeça.

- Agora abra os olhos. - Pedi calmamente. Ele obedeceu, abrindo os lindos olhos castanhos lentamente. O encarei por alguns segundos, me permitindo relaxar e apreciar o rosto do menino a minha frete. Segurei suas mãos com força, e ele sorriu suavemente. - Agora, olhe para o céu. - Ele o fez sem hesitar. Fitei seu rosto de perfil, com o coração descontrolado.

Sua respiração se acalmou, e ele pareceu relaxar ao ver a beleza das estrelas.

- Elas são livres, livres para ver o mundo todo lá de cima. Lá, provavelmente, não tem dor, nem sofrimento - Din voltou a olhar para mim, carregando um punhado de vagalumes nos olhos. - Stephan é um delas. Ele está lá encima, vendo o amigo crescer, deixando de ser o menino medroso e se transformar em um homem. - Din apertou minha mão com carinho. - E eu estou aqui com você. Se você quiser chorar, gritar, e até socar uma árvore, eu continuarei aqui. - Ele puxou o ar com força, e sem falar nada, beijou meus lábios. Um beijo calmo e cheio de amor.

Me pergunto como não tinha percebido o que ele sente desde da primeira vez que nos beijamos. Ele deixa isso tão claro quando beija meus lábios com tanto amor.

Segurei sua mão com força, o capô do carro ficava cada vez mais gelado. Porém, com Din, todo o mundo era quente, quente demais.

E eu não me importava nem um pouco de me queimar.

Nós separamos rindo. Meu coração se encheu de felicidade ao ver o lindo sorriso em seus lábios.

- Eu te amo - Contou em um sussurro, fazendo meu peito pular. Seus olhos fisgaram os meus, as lágrimas não estavam mais lá. - Como você pode ser tão incrível? - Indagou me abraçando com força. Respirei com seu calor contra o meu. Eu demoraria um pouco para acreditar que aquilo não era um sonho, que Dilan Peterson me ama, e agora estamos juntos, mas essa era a verdade. E eu não posso pedir por mais nada.

- Você está me apertando, Dilan - Avisei sem ar. Ele se afastou com as bochechas coradas.

- D-desculpa - Pediu limpando a garganta. Com o coração descontrolado, toquei sua bochecha.

- Eu também te amo. - A apertei sem pensar duas vezes, fazendo Din soltou uma exclamação, e logo, começar a rir. - Dilan - O chamei, ele me encarou em silêncio. - Por que demoramos tanto tempo para revelar isso? - Indaguei, sorrindo para ele.

Sua mão morna tocou a minha sobre seu rosto, meu corpo estremeceu.

- Porque nós precisávamos crescer antes. - Afirmou com carinho. Levei minha mão  até seu rosto quente, tendo certeza que nunca deixaria de amar aquele menino de cabelos castanhos e olhos cintilantes.

Lentamente, nossos rostos se aproximaram, e nossos lábios se tocaram com cuidado, dançando com amor um contra o outro.

Naquela noite, as estrelas foram testemunhas do nosso amor.

"Nós crescemos para finalmente ficarmos juntos."

Eu amei com todas as forças escrever esse capítulo! Nem posso acreditar que finalmente aconteceu, o casal dilory é oficialmente oficial.

Muito obrigado por todos que chegaram até aqui, acompanhado toda longa trilha desse casal♥️

Espero que tenham gostado desse capítulo tanto quanto eu ♥️

Muito obrigado por tudo, amo vocês ♥️

Próximo capítulo sábado.♥️♥️♥️♥️

30k no primeiro livro! Muito obrigado por tudo ♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️♥️

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