Nós Crescemos [✓]

By Mogridd

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[ESSA É A CONTINUAÇÃO DE - "VOCÊ CRESCEU".] Depois da noite onde Dilan e Lory choraram nos braços um do outro... More

Dedicatória.
Capítulo 1.
Capítulo 2.
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Epílogo.
Contos da Duologia. Venham ler!

Capítulo 19.

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By Mogridd


Dilan. - Antes da briga.

Me apoiei em meu carro, esperando pacientemente por Lory. Passei por sua sala, mas ela não estava lá. Acho que está no banheiro.

Suspirei fundo, encarando o céu azul sobre mim. Hoje está muito ensolarado, eu não estou acostumado com isso. O capô de meu carro esquentava, e eu queria cada vez mais que ela chegasse logo. Podemos passar no Candy's e comer rosquinhas. Ri ao me lembrar da guerra de guardanapos.

- Oi - Meu corpo tremeu pelo susto. Me virei sem pressa para fitar Trevor, ele sorria abertamente para mim.

- Oi - Sorri para ele, voltando a fitar o céu.

- Vocês foram embora que horas ontem? - Indagou para mim. Encarei seus olhos verdes, me desculpando mentalmente pela bagunça que deixamos lá. Eu até pensei em arrumar, porém Lory estava muito mal para esperar que eu fizesse isso.

- Você deveria ter me ajudado com ela. Você que provocou tudo - Afirmei, querendo mudar de assunto. Trevor riu alto, me deixando envergonhado.

- Eu não queria atrapalhar vocês. - Suas palavras fizeram eu fitar o chão. - Vocês pareciam querer ficar sozinhos. Eu estava cansado de ficar a noite todo vendo vocês se comendo com os olhos. - Fisguei seus globos, sentindo meu rosto em chamas.

Trevor riu, colocando as mãos dentro do bolso.

- Você a ama? - Sua pergunta repentina me fez piscar. Ele me olhou com cuidado, sustentei seu olhar. Meu coração batia com força.

- Isso não é da sua conta. - Rebati, tentando não demostrar minha timidez, mas ele parecia já ter percebido.

- Se você a ama, não demore tanto para demostrar isso. Eu posso acabar a tomando de você, ou talvez outra pessoa. – Ajeitei minha postura com suas palavras.

— Eu sei – Suspirei, me sentindo inseguro. — Eu jurava que quando eu a rencontrasse, ela estaria namorando e nem lembraria de mim. Eu tive medo de ir atrás dela por causa disso. – As palavras saíram de minha boca como um desabafo. Trevor coçou a cabeça ao meu lado, fitando o céu.

— Você é sortudo – Juntei as sobrancelhas com sua afirmação. — A Lory é uma teimosa bem interessante – Desviei o olhar, apoiando os cotovelos sobre o capô. Era impossível ignorar a coisa pesada que se formou em meu peito com sua afirmação.

— Interessante – Repeti suas palavras com a boca amarga. — Se você usa essa palavra para descreve-lá, você realmente não a conhece nem um pouquinho. – Ri, molhando os lábios. As pessoas continuavam saindo pelo portão, menos Lory.

Trevor ficou em silêncio ao meu lado, e então começou a rir. O encarei, estranhamente irritado.

— Como você a descrevia, então? – Seus olhos fisgaram os meus. Sustentei seu olhar, irritado com seu sorriso zombador.

— Não tem como descrever ela, Trevor. Ela é como as estrelas, é muito além do que uma luz brilhante e chamativa. — Espremi os lábios. Meu coração batia rapidamente só ao pensar em tudo que mestra representa para mim. — Não tem palavras o suficiente para descrever o que Lory Thompson é para mim. – Ele piscou os olhos verdes, e então desviou, como se estivesse envergonhado.

— Profundo – Ele riu. — Eu não sabia que você podia ser profundo, Lan. – O encarei.

— Você não sabe de nada sobre mim – Afirmei duramente.

— É verdade – Ele cruzou os braços. — Mas eu sei de uma coisa sobre a Lory, ela luta – Revelou me fazendo rir.

— Como você sabe disso? – Indaguei, curioso.

— Ela pode ter me batido no dia que tentei beijá-la – Afirmou rindo, mas logo parou.

Meus punhos se fecharam.

— Você fez o quê? – Trevor se afastou, rindo.

— Não se preocupe, eu estava bêbado, já pedi desculpa – Flashes de memória do que aconteceu da última vez que Trevor esteve bêbado invadiram minha mente, o que ele tentou fazer com a namorada de um amigo nosso.

Ele tocou em mestra com aquelas mãos sujas, ele pensou em fazer coisas com ela.

Acertei seu rosto com força, o levando até o chão.

Nem ferrando que ele fez isso.

                              ...*...*...

Nem ferrando que ela fez isso.

Meu carro sumia pelo estacionamento, levando com ele Lory e Trevor. Passei a mão pelos cabelos, tentando me acalmar. Meu coração batia com força, e meu punho latejava.

Ela me expulsou do meu carro, Lory me abandonou no estacionamento e foi levar Trevor para casa. Fechei os olhos com força, minhas veias ainda ardiam de raiva.

Olhei ao redor, algumas pessoas ainda olhavam a cena, mas a maioria nem ligava mais. Bater nele no estacionamento, realmente não foi uma boa idéia.

— Ei, cara. Você está bem? – Puxei o ar, reconhecendo a voz atrás de mim. Sua mão logo chegou ao meu ombro. Tentando me acalmar, me virei para olhá-lo.

— Claro, não foi eu que levou um soco na cara. Isso deve ter sido o que a teimosa da Lory pensou – Molhei os lábios, encarando o menino de pele escura. Ele sorriu para mim, provavelmente tentando amenizar a situação.

— Pode ter certeza. Você quase acabou com o cara – Revelou rindo. O som de sua risada era quase que parecida com a do Stephan. Escandalosa. — Não se preocupe, ela é uma menina inteligente. – Ele deu leves tapas em meu ombro, antes de tirar suas mão deles, sorrindo de maneira reconfortante.

— Muito inteligente. – Repeti aquelas palavras, me sentindo um idiota. Eu não deveria ter agido por impulso. Ela já tinha batido nele, e eu também fiz isso algumas vezes ontem.

Merda.

— Você quer uma carona? – Encarei seus olhos negros. Eu teria que pegar ônibus para voltar para casa, então aquela carona seria bem vinda.

— Você me levaria para um lugar? Fica em uma colina – Peter me olhou confuso.

— Uma colina? – Assenti, nervoso. Eu não confio em Trevor. — Tudo bem. – Sorri aliviado com sua resposta. Em silêncio, caminhamos até seu carro. Meu coração não se acalmava nem um pouco, a maneira que ela me tirou de cima de Trevor, de como ela me olhou com os olhos pegando fogo, isso está me atormentando.

Mas foi inevitável, eu nem pensei antes de acertar o rosto de Trevor.

— Dilan – Estava prestes a entrar no carro, quando uma voz feminina alcançou meus ouvidos. Encontrei os olhos azuis que me fitavam. — Podemos conversar? – Melanie indagou em voz baixa. Olhei para Peter, e ele assentiu. Sem pressa, segui Melanie até uma parte mais vazia do estacionamento. Me apoiei no poste, não entendendo o motivo de ela pedir isso do nada. Afinal, ela disse que esqueceria da minha existência.

— O que aconteceu? – Indaguei, encarando seu cabelo ruivo. Ela realmente parece com Doutor Travis.

Melanie encarou o céu por alguns segundos, fechando os olhos e voltando a me fitar.

— Papai quer te fazer uma proposta. – Revelou calmamente, me fazendo juntar as sobrancelhas.

— Proposta? – Suas palavras me deixaram confuso. Eu e Travis já tínhamos um acordo, ele me ajudaria com meu sonho de ser veterinário. — Ele não quer mais me ajudar? – Indaguei com o coração pulsante.

Melanie riu, negando com a cabeça.

— Não. Na verdade eu não sei, porém tenho certeza que não é isso. – Estalei o pescoço, um alívio morno correu por minhas veias. — Você vem? – Seus olhos azuis pareciam ansiosos.

Meu corpo estremeceu ao pensar em deixar Lory sozinha com Trevor.

— Eu tenho que fazer uma coisa primeiro. – Comentei, cruzando os braços. A ruiva se remexeu de maneira desconfortável. — Você sabe, não sabe? – Seus olhos azuis se voltaram para mim brilhando.

Ele sorriu suavemente, e assentiu.

— Papai quer te oferecer uma chance em uma das melhores faculdades de medicina veterinária, Dilan.

                               ...*...*...

Lory.

Meus músculos tremiam ao fazer uma curva.

— Você está melhor? – Indaguei olhando Trevor pelo retrovisor, ele sorriu fracamente como resposta. — Peço desculpa por isso. Din foi muito impulsivo. – Voltei a encarar a pista, segurando o volante com força.

— Não foi culpa dele. Eu fui um babaca. – Suas palavras pesavam. Suspirei profundamente. Eu não queria que as coisas ficassem assim, eu só queria passar meu final de tarde tranquilamente, escutando uma música, comendo ou estudando. Ou tudo ao mesmo tempo.

— Você foi um babaca, realmente. Mas eu sei me proteger, ele não precisava ter feito isso. – Encarei o sangue que escorria por seu nariz, e depois o ferimento em seus lábios. — Ele pegou muito pesado. – Sussurrei, pensando em como aquilo deveria estar doendo.

— Eu merecia, Lory. Eu não sirvo nem para falar com ele, acho que nunca mais vou conseguir a amizade dele. – Suas palavras, que pareceram ser um delisze ou um desabafo, fizeram meus ombros ficarem pesados. Trevor está tentando se aproximar de Dilan novamente.

Ficamos em silêncio o restante da viagem.

Rapidamente, com as instruções de Trevor, chegamos a sua casa. Encarei a enorme mansão, não me lembrando de ele ser tão grande.

Toquei na campainha, e logo um homem de cabelos grisalhos apareceu nos grandes portões.

— Eu tenho uma pessoa ferida aqui – Apontei para os bancos de trás. Vi o rosto de senhor perder a cor.

— Oh, meu Deus! O que aconteceu? – Ele logo abriu os portões, seguindo até o carro quase correndo, e abrindo a porta dos passageiros depressa.

— Aconteceu. – Afirmei, querendo logo sair daquele lugar. Só de pensar que podia acontecer alguma coisa e o carro de Din começar a derrapar sobre a colina, e eu morrer, me enchia de medo.

Encarei o homem ajudar Trevor a sair do carro, e quase correr com ele para dentro de casa. Fiquei atônita, vendo os portões sendo fechados.

— Ok... – Falei para mim mesma, ficando ainda mais irritada com aquilo. Eles simplesmente fecharam o portão em minha cara.

Suspirei fundo, apreciando os bancos macios do carro de Dilan. Fechei os olhos, e logo, seu rosto apareceu em minha mente.

Merda.

Acho que não deveria ter o expulsado. Acabei agindo por impulso. No final, não somos muito diferentes.

Com o coração acelerado, sai daquela colina, correndo pelas ruas vazias de Umbrella City. Os últimos raios de sol pintavam o céu, o dando uma cor laranja e rosa muito bonita.

Meus cabelos batiam em meu rosto, e eu me sentia estranhamente ansiosa. Espero que aquele impulsivo ainda esteja na escola.

   
                               ...*...*...

Dilan.

— É uma oportunidade única, Dilan. – Voltou a falar, engoli em seco.

— Eu sei, doutor Travis. Mas ainda falta um ano para eu terminar a escola, e eu não sei se estou pronto. – Revelei sinceramente. Meu coração continuava acelerado. Ele me olhou por alguns segundos, suspirando.

— Dilan, você pode fazer o speeds up. Eu fiz isso quando tinha sua idade, e aqui estou eu. Pulei um ano, mas ainda assim consegui entrar para a faculdade. – Ele colocou as mãos em meus ombros, me olhando com determinação. — Uma prova é tudo que você precisa fazer para conseguir a bolsa, e eu te garanto, você consegue. – Tentei sustentar seu olhar, mas não consegui.

— A faculdade é em outra cidade – Comentei em voz baixa. — Tenho coisas que não posso deixar para trás. – Fisguei seus olhos. Ele sorriu fracamente para mim.

— Eu sei como é isso. Quando fui fazer faculdade, eu deixei uma pessoa muito importante para mim aqui, ela se casou e teve uma filha, porém, nós estamos juntos novamente. – Ele bagunçou meus cabelos, rindo. — Você não pode ter medo de se arriscar, se for para ser, será.

Forcei um sorriso para suas palavras.

— A-acho que isso não funciona, Travis. Eu fico perdido sem ela. – Seu semblante rapidamente mudou. Senti meu rosto queimar.

— É a filha da Megan, não? – Espremi os lábios, concordando com a cabeça. Ele começou a rir alto, me deixando ainda mais envergonhado. — Só as mulheres Thompson para mexerem tanto conosco. – Comentou com olhos brilhantes. — Nós acabamos ficando perdidos sem o sorriso e a teimosia delas. – Um riso involuntário dominou meus lábios, ao lembrar de como seus olhos viram chamas quando ela fica autoritária.

— É, eu sei. Sei muito bem. – Travis me puxou para um abraço apertado. Retribui sem jeito. Meu coração se acalmou um pouco com aquilo.

Me pergunto se é assim ser abraçado por um pai. Esse sentimento de proteção, eu gostaria de tê-lo sentindo mais.

— Converse com ela, garoto. – Pediu ao se afastar. Seu riso determinado me passava confiança. — Quem sabe ela não vai com você. – Meu coração perdeu uma batida com sua afirmação.

— S-será? – Ele deu leves tapas em meu ombro, sorrindo gentilmente.

— Quem sabe. – Senti meu ser encher de felicidade com essa possibilidade. Travis me analisou por alguns segundos. — Dilan, você é um ótimo menino. Para qualquer coisa eu estarei aqui. – Ele bagunçou meus cabelos um última vez, antes de se sentar em sua cadeira. — Estarei esperando sua resposta. – Estalei o pescoço, ainda sentindo todo o nervosismo daquela tarde em meu organismo.

— Muito obrigado, de verdade, senhor Travis. Eu pensarei no assunto. – Sorri, me despedindo dele e abrindo a porta de seu consultório.

Dei de cara com Melanie na porta.

— Como foi? – Indagou com os olhos azuis brilhantes.

— Foi. – Suspirei alto. Ela pareceu perceber o que aconteceu, e então, se afastou.

— Tudo bem. – Murmurou fitando o chão. — É por causa da minha irmã? – Seus olhos se voltaram para mim. Molhei os lábios secos, querendo logo cair na minha cama.

— É por causa dela. E só dela. – Revelei, fazendo um aceno com a cabeça e saindo daquele veterinário.

Minha cabeça doía.

Pisquei lentamente, aproveitando o ar puro e o céu laranja.

Faculdade...

Aquela palavra soou em minha cabeça, me deixando nervoso.

Eu não deveria ter feito aquilo. Se eu não tivesse batido em Trevor, Lory poderia estar comigo agora, em meus braços. Eu poderia abraçá-la forte, e seu calor mandaria todas as coisas que cercam meu coração para longe.

Ao abrir os olhos, um carro passou depressa por mim.

O tempo pareceu ficar mais lento, dando espaço para a menina de cabelos longos dentro do carro azul-marinho, que corria rapidamente.

Ela encarava a pista com intensidade.

Aquela simples cena levou meu ar.

Observei atônito o carro fazer uma curva habilidosa. Os cabelos de mestra voaram pelo céu, roubando todas minhas batidas, e toda minha atenção.

Um grito escapou de meus lábios. Gritei seu nome sem perceber, e logo, nossos olhos se encontraram. O castanho brilhante de seus globos pareciam brilhar mais que o sol que ia embora, dando espaço para a estrela mais linda, a minha estrela, brilhar.

— Dilan – Escutei sua voz gritando por mim. Puxei o ar com força, vendo o carro dar ré rapidamente. — Dilan – Ela sorriu, parecendo aliviada. Sua voz suave fez meu corpo estremecer.

Encarei Lory a minha frente, me perdendo em seu sorriso simples. Em seu rosto vermelho e suado, e em seus lábios.

Nem ferrando que eu partiria sem ela. Mas com ela, com mestra ao meu lado, tudo parece possível.

— Oi – Sorri para a menina de cabelos bagunçados a minha frente. E ao ver aquela menina de fios desengrenhados sorrindo para mim de maneira tão sincera e suave, todas as coisas pesadas se foram de meu coração.

Só Lory Thompson pode espancar qualquer coisa com um sorriso. Só ela pode fazer meu corpo estremecer com um toque.

Por isso ela é indescritível. Porque não tem como descrever as estrelas. Pelo menos não a minha estrela.

"uma oportunidade única, Dilan"

Espero que tenham gostado, minhas batatas ♥️

Muito obrigado por tudo e amo vocês.

Próximo capítulo quarta.

ATENÇÃO: USEM COLETE.

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