The Stripper - Jenlisa

By KimKyoko_

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

1° Capítulo - Duas vidas
2° Capítulo - Voltando a Miami
3° Capítulo - The Stripper
4° Capítulo - Nova presidência
5° Capítulo - Primeiro dia
6° Capítulo - Mais tempo juntas
7° Capítulo - The dance
8° Capítulo - Beijo
9° Capítulo - Perdendo o controle
10° Capítulo - Le café
11° Capítulo - Doce ilusão
12° Capítulo - Confusão
13° Capítulo - Ensaio
14° Capítulo - Show particular
15° Capítulo - Jogo perverso
16° Capítulo - Chegada inesperável
17° Capítulo - Reencontro
18° Capítulo - Conhecendo a família
19° Capítulo - Apenas Jennie e Lalisa
20° Capítulo - Gosto de você
21° Capítulo - Uma dança
22° Capítulo - Voltando a dura realidade
23° Capítulo - O troco
24° Capítulo - Perdidas
25° Capítulo - Arrisque-se
26° Capítulo - Fuck you all the time
27° Capítulo - Caminhos cruzados
28° Capítulo - Você é minha!
29° Capítulo - Uma nova aliança
30° Capítulo - Eu amo você
31° Capítulo - Hora de jogar
32° Capítulo - A descoberta
33° Capítulo - Confronto
34° Capítulo - Turbilhão de sentimentos
35° Capítulo - Caindo em tentação
36° Capítulo - Negociação
37° Capítulo - Coisas do passado
38° Capítulo - Baile de máscaras
39° Capítulo - Pedidos
40° Capítulo - Questão de conhecer
41° Capítulo - Quem manda nesse jogo?
42° Capítulo - Tudo vai dar certo
43° Capítulo - Mentir sim ou não?
44° Capítulo - Surpresa
45° Capítulo - O vôo
46° Capítulo - Segredos
48° Capítulo - Decisão
49° Capítulo - The Lap dance
50° Capítulo - Xeque-Mate
51° Capítulo - Estratégia
52° Capítulo - A nova era
53° Capítulo - Acerto de contas
54° Capítulo - A perda
55° Capítulo - Para sempre minha
56° Capítulo - O casamento
57° Capítulo (Final) - O poder
Epílogo - A Família
Epílogo - Dois lados
Epílogo - Dear Stripper

47° Capítulo - Último pedido

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By KimKyoko_

Jennie Kim's Point of view.

Cheguei à conclusão de que tenho uma espécie de atração descomunal a problemas. Nada pode explicar o fato de eu sempre estar envolvida em um. Quando tudo parece estar bem à vida trata de jogar uma pitadinha de emoção, ou melhor, confusão para dar uma animada na maresia calma. Eu estava atrasada, o horário previsto para o ensaio já havia terminado e eu nem sequer estava dentro de um taxi indo para o apartamento de Lalisa, já que há horas atrás eu havia marcado com a mesma que dormiríamos juntas. Por Deus, tudo que eu precisava nesse momento era estar nos braços de minha mulher.

- O que você pensa que está fazendo? – Moonbyul perguntou rapidamente, segurando em meu braço impedindo que eu seguisse.

- Me larga. – relutei.

- Por Deus, Jennie! Não seja idiota.

Franzi o cenho em sua direção, pensando em como a mesma tem a ousadia. Ela revirou os olhos de forma tediosa e me puxou novamente para um canto mais afastado e escuto.

- Você pode parar e pensar?

- Eu estou pensando muito bem! – exclamei raivosa.

- Não, você não está! Acha que vou fazer mal a você?

Eu parei por alguns instantes olhando nos olhos dela, e apesar de sua malicia evidente e seu jeito diferente. Moonbyul não era uma pessoa má. Eu a conhecia muito bem, sabia todas duas manias e seus jeitos. Eu suspirei pesado, deixando os ombros caírem.

- Você não entende que não quero problemas?

- Você não vai ter problemas, se fizer o que preciso. Ninguém vai saber de absolutamente nada.

- Eu já menti demais, Moonbyul. Como vou saber que está falando a verdade?

- E o que tem? Uma mentira a mais e outra a menos não faz diferença. Merda! Porque diabos eu iria mentir? – exclamou ela se afastando, enquanto levantava as mãos para o alto.

Eu revirei os olhos, e bufei.

- É claro que faz, não vou dançar para você. Não vou mentir mais para Lalisa.

- Lalisa, Lalisa, Lalisa. – disse irrita. – Porque parece que o mundo gira em torno dessa mulher?

- Sabe de uma coisa? Eu sei uma maneira de resolver isso.

Ela virou em minha direção, com um olhar confuso.

- O que vai fazer?

Dei de ombros e virei em direção ao salão principal, seguindo rumo a sala de Soyeon. Ouvi a mulher chamar ao fundo, mas nem sequer dei importância. Eu precisava dar um fim aquilo.

Bati seguidas vezes na porta de Soyeon, sentindo meu coração acelerar. Eu estava decidida do que ia fazer, porém estava nervosa o suficiente para abortar um filho, se eu tivesse um é claro.

- O que houve? Que desespero é esse?

Perguntou me fitando de olhos arregalados e surpresos. Adentrei sua sala com pressa, ficando de costa para a mulher.

- Ruby Jane? – chamou.

Eu respirei fundo, sentindo o ar entrar com dificuldade em meus pulmões. Tomar a decisão que tomei, e dizer a ela não era uma tarefa nada fácil. Eu ia contra tudo que aconteceu durante todos esses anos. Mas já não tinha mais jeito, a situação não poderia seguir assim.

- Eu preciso te dizer algo muito importante.

Soyeon ficou em silencio por alguns segundos, me dando a chance de ouvi-la respirar fundo. A mulher lentamente se aproximou, em passos visivelmente calculados.

- Primeiro se acalme Ruby Jane, você me parece nervosa.

Disse com toda calma, mas eu simplesmente me afastei. Eu não queria ter calma, eu não queria desistir.

- Não quero me acalmar, eu estou bem! Só preciso falar.

- Pode dizer querida, você sabe que pode me contar qualquer coisa. – Falou de forma carinhosa e preocupada.

Eu fechei os olhos e neguei com a cabeça. Quando abri dei de cara com uma Soyeon preocupada, receosa com o que estava por vir. Engoli em seco o nó que se formou em minha garganta e o frio em minha barriga. Era a hora, Ruby Jane. Era sua vez.

- Eu quero sair da Imperium, Soyeon. Não quero mais ser stripper.

E foi como se o mundo tivesse parado. A loira ficou por segundos estática, me fitando como se não tivesse entendido absolutamente nada. Seus olhos transmitiam confusão e uma áurea perdida. Ela piscou seguidas vezes para então se pronunciar:

- O que você disse? – falou acordando de seus pensamentos.

Mantive a cabeça erguida e continuei.

- Disse que não quero mais ser Stripper, não quero mais dançar na Imperium.

Soyeon soltou uma risada alta, sem a menor gota de humor.

- Você está brincando, não é? Ruby Jane, não faça essas brincadeiras comigo. – falou ainda em uma risada sem humor.

- Não é brincadeira.

Eu permaneci seria, para que ela entendesse que minha decisão não era uma espécie de brincadeira sem fundamento. Soyeon franziu o cenho confusa, e negou com a cabeça mais vezes do que o normal.

- Você está ficando louca, não tem outra explicação.

- Eu não estou louca, eu só não quero mais. – falei calmamente.

- Como assim não quer mais?

- Não quero continuar, é simples.

- Não quer mais por você mesma? Ou foi aquela mulher que colocou isso na sua cabeça? – seu tom de voz agora era elevado, e irônico.

- Lalisa não tem nada haver com isso! Eu só quero sair.

- Sair do nada?! Por Deus, Ruby Jane!

- Sim!

Se ela soubesse tudo que se passava em minha mente, entenderia o motivo de minha saída. Mas não era a hora certa para aquilo.

- Você não vai sair. Está fazendo besteira, e eu não vou permitir. – Soyeon falou calma, caminhando em direção a sua enorme poltrona.

- A escolha não é sua, Soyeon. Eu não vou mais ficar nesse lugar.

A mulher me fitou intensamente, e eu pude ver ela puxar a respiração pesadamente antes de falar.

- Ruby Jane, querida. Você está acabando com a melhor chance que tem. Tem certeza que quer isso? Você é a melhor dançarina deste lugar, nem uma outra ganha tantas mordomias como você.

- Tenho, acho que já fiz tudo que pude por esse lugar.

Uma gargalhada carregada de rancor preencheu todo o ambiente.

- Não, você não fez! Que porra acha que está fazendo? Eu escolho quem entra e quem sai aqui! – gritou furiosa, me deixando em estado de alerta.

- Vai me obrigar a ficar?

- Se for preciso eu vou sim! – falou decidida.

Eu ri ironicamente.

- Não acha que já ganhou lucro demais as minhas custas?! – soltei no mesmo tom que o seu, e por um instante ela parou e me fitou assustada.

Em todos esses anos minha relação com Soyeon foi praticamente perfeita. Nós éramos a dupla infalível daquele lugar. A mulher sempre esteve à disposição para me ajudar quando eu precisei, e eu? Dei o melhor de mim durante todos os meus anos como stripper em sua boate. Sempre sabíamos de tudo que acontecia ali, não era atoa que ganhei o apelido de "favorita" em relação a as outras mulheres. Era como uma espécie de ajuda mutua, como se uma mão lavasse a outra. Ela me ajudava, e eu elevava sua boate a um patamar que nem uma outra em toda Miami havia chegado.

Ela respirou fundo com os olhos fechados, e então falou.

- Escute aqui garota, eu não vou permitir que seja insolente desse jeito! O que aconteceu com você? Você nunca foi assim Ruby Jane!

Oh Deus, eu olhava em seus olhos e uma faísca dentro de mim se acendia a todo instante. Mas não era a hora certa para explodir, não com Soyeon.

- Não aconteceu nada, eu já estava pensando sobre isso e tomei essa decisão.

- Não minta para mim. Lalisa está te obrigando a sair?

Revirei os olhos e bufei.

- Esqueça Lalisa! Eu acho que posso tomar minhas próprias decisões.

- Você está se virando contra mim! Justo contra mim!

- Deus! Pare, você pode aceitar a minha decisão?!

- Não! – ela gritou.

Ficamos nos encarando por alguns minutos quando ouvimos um barulho forte vindo do banheiro. Eu semicerrei os olhos confusa, e Soyeon ficou estática me fitando. Ela parecia nervosa, um tanto agoniada. Olhei por toda sua sala, me concentrando em um objeto em especial que estava depositado em cima de sua bancada de bebidas.

- Podemos conversar outra hora? Você me deixou muito irritada. – ela falou rapidamente se aproximando de mim.

Eu franzi o cenho e neguei com a cabeça, fazendo Soyeon bufar.

- Ruby Jane, abra os olhos. Você sabe que eu quero ajudar você. – seu tom de voz agora era sereno.

Primeiro a raiva, agora os pedidos. Típico.

- Não duvido disso, Soyeon. – falei entrando no jogo.

Soyeon respirou fundo e caminhou em direção ao sofá de couro, batendo três vezes seguidas no estofado para que eu pudesse me sentar.

- Diga-me meu anjo, porque você quer tanto sair? Está precisando dinheiro? Eu posso dar a você, quanto precisar.

Eu caminhei até a enorme janela de vidro em sua sala, olhando as outras meninas ensaiando no salão principal.

- Não posso continuar aqui, estou tentando uma relação seria com Lalisa. E continuar sendo stripper não vai ajudar.

- Então, é por Lalisa?

- É por mim. – falei virando de frente para ela.

- Essa mulher mudou sua cabeça, eu sabia que não daria certo. Ela não é sua melhor opção Jennie. – a mulher se levantou.

- Essa mulher, é a mulher que eu amo!

Soyeon riu, enquanto depositava em um pequeno copo uma boa quantidade de uísque.

- Amores vêm e vão Ruby Jane. Está jogando sua melhor chance no lixo por uma paixãozinha.

- Que seja, eu vou sair da Imperium.

- É isso mesmo que quer?

Eu assenti, vendo a mulher me fitar. Apesar de sua calmaria aparente, eu conhecia Soyeon o suficiente para saber que ela estava tomada pela raiva. Minha decisão jamais seria aceita por ela com bons olhos. Aquilo ia contra nossa parceria.

- Tudo bem, querida. Se não esta mais se sentindo a vontade em minha boate, não posso lhe obrigar a ficar.

Seu tom de voz sereno e ilegível me causou um certo arrepio. Ela havia aceitado rápido demais.

- Mas acho que para ficarmos numa boa, sem qualquer marca de ressentimento. Preciso que você faça apenas uma última coisa para mim.

Minhas mãos estavam suando, e aquele frio na barriga estava me consumindo novamente.

- O que você quer?

- Imagino que você queira sair daqui numa boa comigo, não é?

- Claro, Soyeon. Você sabe que sempre vai poder contar comigo.

Soyeon sorriu e sentou em sua cadeira, girando a mesma até parar novamente em minha direção.

- Tenho muitos planos para esse lugar, meu amorzinho. Sinto muito, mas você não vai gozar das boas novas que estão por vir. Por escolha sua é claro, por mim você ficava.

Me remexi de forma impaciente, querendo saber de uma vez o que ela queria de mim.

- Mas para isso chegar, preciso de bons investidores. Você sabe muito bem.

Fiquei calada, apenas esperando que ela continuasse.

- E a Srta. Moon é uma ótima opção.

- O que eu tenho com isso? – perguntei engolindo em seco.

Soyeon sorriu sarcasticamente.

- Quero te fazer o último pedido.

- Faça.

- Meu último pedido é que faça uma última dança. A melhor de todas. – exclamou esperançosa.

- Claro, eu faço sem problema algum. Uma despedida, não é?

Ela assentiu.

- Exatamente, mas essa dança será exclusiva para alguém.

- Quem?

- Ora quem? Srta. Moon. O futuro da Imperium.

Soyeon encaixou a última peça do quebra-cabeça.

- O que? Está louca? Não. – falei rapidamente.

- Qual problema?

- Eu não faço danças particulares a ninguém, e você sabe disso. 

A mulher se levantou, e tomou até a última gota da bebida alcoólica em seu copo.

- Acho que para uma última vez, você pode abrir essa exceção não é mesmo?

Uma espécie de explosão de flashes em minha cabeça surgiu naquele instante, meu coração acelerou, era isso.

- Eu não posso, não faço isso. Eu já disse.

- Ruby Jane, não seja tola. Você faz isso para várias pessoas, o que tem de ruim em fazer somente para uma?!

- Soyeon, eu não quero problemas para mim. Eu não vou fazer nada para essa mulher!

- Você não pode me negar isso! Depois de tudo que eu fiz por você! Vai me negar este ultimo pedido? Não vai ter ninguém aqui, apenas você e ela.

Eu olhei em seus olhos, e apesar de tudo. Soyeon foi à mulher que me estendeu a mão quando eu mais precisei.

- Soyeon, por favor.

- Escute, não precisa me responder agora. Vá para sua casa, e pense bem. – ela falou enquanto caminhava em direção à porta, no qual abriu.

Eu fiquei parada, a fitando. E então andei para a saída.

- Pense bem em sua resposta Ruby Jane. Tenha uma boa noite.

Jeon Soyeon's Point of view. 

Fechei a porta delicadamente, vendo atrás da janela de vidro Ruby Jane descer as escadarias. Maldita Stripper. Se ela ao menos soubesse o ódio que eu estava sentindo agora pensaria mil vezes antes de ter entrado em minha sala para falar tamanha asneiras. Como ela poderia me trair de tal maneira? Escolher sair da Imperium para simplesmente agradar aquela maldita prepotente dos infernos.

Arremessei o copo que estava sobre a mesa no chão, vendo o mesmo se espatifar no piso aveludado. 

Eu sentia meu corpo quente, meu sangue estava fervendo em raiva de ambas as mulheres. Se estiverem pensando em afundar minha boate estão muito enganadas, eu sempre estou um passo mais a frente. Lalisa não vai conseguir tirar Ruby Jane de mim, não mesmo.

- Soyeon? – Ouvi a voz de Tzuyu vindo do banheiro.

Corri até o mesmo destrancando a porta para que a mulher saísse.

- Finalmente! Achei que tivesse me esquecido lá dentro! – resmungou.

- Eu sinto muito, Ruby Jane acabou de sair.

- Tudo bem, eu ouvi a conversa de vocês.

- Ela está louca.

- Isso só prova o que eu sempre te falei.

Revirei os olhos e caminhei para o sofá. Tzuyu sempre teve razão, o fato de Lalisa ter entrado na Imperium arruinaria meus planos. Seu poder sobre as pessoas era simplesmente magnífico, já que Ruby Jane nunca foi uma mulher fácil de convencer, sempre se manteve restrita aos ofícios de dançarina, mas ela havia conseguido.

- Não importa agora. Sua esposa não vai sair ganhando nessa.

- Você acha mesmo? Lalisa tem muita sorte.

- Eu tenho certeza Tzuyu. Isso não é um jogo de sorte.

- E é de que então?

- De habilidades.

- O que quer dizer com isso?

- Eu fiz uma boa proposta para Ruby Jane, e eu sei que ela não vai recusar. Apesar de estar com a cabeça virada por aquela maldita mulher, ela tem um sentimento de gratidão muito forte por mim.

- Só resta saber se esse sentimento de gratidão vai falar mais alto.

- Eu sei que vai. Conheço minha dançarina.

- O que está pensando em fazer?

Tzuyu perguntou enquanto se aproximava de mim, sentando ao meu lado no estofado macio.

- Vamos adiantar nossos planos Tzuyu. Temos que agir rápido, antes que Ruby Jane saia da Imperium de vez.

- Não sei não, talvez devêssemos esperar.

- Não! Fique devidamente pronta, assim que obter o ok de Moonbyul você vai agir para o lado da Manoban.

Tzuyu me fitou e assentiu.

- Mas é um tanto complicado, Lalisa já deixou bem claro para a segurança do prédio que não permite minha entrada.

- De um jeito, sei que você é esperta demais para isso.

- Ainda bem que sabe, eu quero meu lugar de volta no trono dos Manoban, e faço absolutamente tudo para isso.

- E eu quero a minha dançarina aqui, do meu lado. Sempre.

- Só ela? – perguntou de forma provocante.

- Não, claro que não. Mesmo a gente conseguindo tudo isso, não vamos nos deixar. Não é mesmo?

- Claro que não, acha mesmo que vou perder minhas noites com você por Lalisa? Vou ser esposa, mas nada irá impedir.

- Ótimo. Mas primeiro, vamos focar em Ruby Jane e Moonbyul.

- Claro.

- Que triste seria para pobre empresaria ver como sua namorada é infiel. – falei degustando cala mínima palavra em minha boca.

A mulher ao meu lado sorriu diabolicamente.

- Lalisa jamais aceitaria ser traída. Muito menos com a Moonbyul.

- Mas será com ela mesmo, vou ensinar a Manoban como é que se joga.

- Muito decidida, Soyeon. Gosto disso. – foram as últimas palavras dela antes de selar seus lábios nos meus.

Hirai Momo's Point of view. 

Entrei no camarim principal vendo Jennie arrumar sua bolsa rapidamente. Ela parecia um tanto agoniada e irritada. Me aproximei devagar, e mesmo assim a mulher não notou minha presença. Só confirmando o quanto estava perdida em pensamentos.

- Jen? Está tudo bem?

A morena saltitou com a mão sobre o peito, em um sinal de susto.

- Jesus, Jokbal. Você me assustou.

- Eu sinto muito, já estou aqui há tempos.

- Não precisa se desculpar estou distraída mesmo. – disse virando a atenção novamente a suas coisas.

- Aconteceu algo? – perguntei preocupada, sentando em uma cadeira ao lado dela.

- Está acontecendo tudo que pode imaginar.

- Quer me contar?

Jennie respirou fundo e se encostou na bancada atrás de si, me fitando com uma expressão pensativa.

- Eu vou sair da Imperium, Momo.

Eu arregalei os olhos surpresa. Como assim sair? Ruby Jane era a pedra principal daquele lugar.

- Você está louca, Jen?

- Não, eu não posso mais ficar. As coisas com Lalisa estão tomando outros caminhos e estar aqui vai atrapalhar tudo. Além de que tem muita coisa acontecendo aqui.

- Mas ela não já aceitou você aqui?

- Sim, aceitou. Mas não quer dizer que ela goste. - Jennie suspirou. – E não é só por isso, eu não quero problemas com ela.

- Isso está tudo muito estranho.

- Você nem faz idéia. – ela falou fechando o zíper de sua bolsa. – Eu vou pra casa agora, durma com a gente lá amanhã. Eu vou contar tudo.

Eu assenti devagar, e me levantei.

- Você já vai?

- Sim, ainda tenho que desmarcar um compromisso.

- Tudo bem, vou te levar até a porta Jen.

A morena assentiu com um sorriso tímido, e então caminhamos pela porta dos fundos. Vi Jennie seguindo caminho pelo corredor até ser parada por alguém na entrada. Ela tentou se afastar, mas a pessoa segurou em seu braço. Pelo tamanho e feições eu julgaria ser uma mulher. Desci a pequena escadaria e me aproximei. Era a mesma empresaria que estava do lado de dentro há poucos minutos, Moon Byul-ie.

A conversa parecia intensa, pois Jennie estava um tanto exaltada. Pensei em me aproximar e ver o que estava acontecendo. Mas as duas pareciam começar a se entender. Mesmo com o desconforto evidente naquela situação, tudo estava em calma. Recuei para dentro da boate e continuei a observar aquela situação. Quando por fim Jennie saiu ao lado da mulher em direção ao estacionamento.

Lalisa Manoban's Point of view.

Sentei-me novamente no sofá macio da sala de vídeo, enquanto tomava o restante do chá quente em minha xícara. Já estava bem tarde e nem um sinal de Jennie. Eu já estava ficando realmente preocupada. Desbloqueei o visor do celular, mas não havia notificações. Disquei em seu número pela quinta vez aquela noite, e a voz irritante da mulher da operadora informou que o celular estava desligado.

- Que maravilha! – bufei jogando o aparelho de lado.

Jennie teria que me dar uma boa explicação por isso. Se havia uma coisa que me deixava realmente irritada, era esperar. Calcei os chinelos macios e caminhei em direção a cozinha, trocando o maldito chá por um copo de uísque. 

Será que havia acontecido alguma coisa com ela? Talvez eu devesse ligar para Jisoo e descobrir. Mas e se ela pensasse que eu estava sendo invasiva demais?

Neguei com a cabeça, para depois molhar a ponta dos lábios no liquido de meu copo. Sentindo o forte gosto do álcool na ponta da língua. Fiquei alguns minutos na sacada perto da sala, sentindo o frio arrepiar toda minha coluna. Aquela noite estava totalmente fechada, um temporal iria cair logo, logo. Tomei mais um gole do uísque, que esquentou todo meu interior. Até que finalmente ouvi o toque estridente de meu celular.

Corri até a sala pegando o pequeno aparelho, vendo o visor piscar com o nome dela.

"Nini"

Se alguém em nossa empresa visse como nos tratávamos descobriria nosso envolvimento. Que para falar a verdade nem era mais segredo.

"Alô?" Ouvi sua voz baixinha do outro lado da linha.

"Finalmente Nini! Onde você está?"

Ela suspirou.

"Estou em casa, meu amor."

"Quer que eu mande alguém te buscar ou você vem de carro?" Perguntei deitando no sofá.

"Amor..."

"Oi Nini."

"Liguei pra dizer que não vou."

Franzi o cenho, e me sentei no sofá.

"Não vem? Por quê? Aconteceu alguma coisa?" Soltei as perguntas de formas impensadas.

"Não, eu só estou muito cansada hoje." Sussurrou fraquinho.

"Meu amor, você pode descansar aqui comigo. Eu vou cuidar de você."

Ela ficou alguns segundos calada. Jennie parecia distante, e totalmente perdida de nossa conversa.

"Não fique chateada, tudo bem? Nos vemos amanhã."

"Jennie, ta tudo bem com você?"

"Sim, eu estou cansada e com cólica."

Eu suspirei irritada. Tudo aquilo parecia uma desculpa esfarrapada para não se encontrar comigo. Eu só não entendia o porquê daquilo. Mesmo ela estando totalmente cansada ou com dor, Jennie não se negaria a vir. Não por coisas triviais.

"Ok." Foi apenas o que falei.

"Lili..."

"Hum?"

"Eu sei que você está brava, mas, por favor. Entenda-me."

"Entender que você simplesmente some, e quando aparece diz que está cansada e com dor e não pode me encontrar?"

Soltei as palavras de forma rude, a fazendo ficar calada. Jennie sabia exatamente o quão irritada eu estava, mas não somente pelo furo que ela havia dado comigo. E sim por ser evidente a desculpa terrível que havia me dado.

"Me desculpe."

"Boa noite Kim." Desliguei, jogando o aparelho de lado.

Jennie Kim's Point of view.

Joguei o celular sobre minha cama, encarando Jisoo que me fitava receosa. Sentei ao seu lado, e suspirei cansada. Encostando minha cabeça em seu ombro. Para piorar meu dia aquilo tinha que acontecer, Lalisa ficar extremamente irritada comigo. Será que tinha como ficar pior? Oh Deus, realmente tinha. Preferia me calar, e deixar tudo como estar. Apenas torcer para que no final tudo ficasse bem.

- Ela ficou brava?

- Já imagina não é? Ela ficou muito chateada. E com razão. - falei triste.

- Você devia ter ido até lá com ela, esfriar a cabeça de todos esses problemas. Lalisa te faria relaxar.

- Eu não consigo Jisoo, odeio ter que estar mentindo para Lalisa.

- Acho que você deveria falar a verdade.

Fitei Jisoo que me encarava serenamente. Ela sempre sabia o que era o certo a se fazer, e sempre me indicava o caminho. Mas eu por outro lado era teimosa o suficiente para não obedecer. Minha cabeça estava confusão sem tamanho, parece que tudo virou de ponta a cabeça novamente. E eu simplesmente não poderia fazer nada para mudar, ou poderia.

- Você tem idéia do estrago que seria? Lalisa é totalmente impulsiva.

- Que seja, a senhorita lá está merecendo uns tapas de Lalisa, por fazer essas coisas.

- Eu não quero confusões.

- Você tem que parar de se preocupar tanto, Jennie. Deixa a porra toda acontecer. Não adianta evitar, uma hora ou outra isso vai explodir.

Eu neguei com a cabeça, e me levantei.

- Você não está entendo. Tudo isso está grande demais, e quem vai se ferrar sou eu.

- Se você não fizer a coisa certa, realmente você vai se ferrar.

- Você não ajuda! – exclamei irritada.

- Você que não está se ajudando Jendeuk, nós sabemos exatamente o que você tem que fazer. Mas me diz, Soyeon deve ter ficado muito irritada.

- Ela ficou, muito. Com toda certeza ela esta odiando Lalisa com todas as forças.

- Claro, por ela você está saindo.

- Não somente por ela Jisoo, mas por mim. Eu gosto do que faço, mas chega uma hora que não dá mais.

- Eu sei Jendeukie. Vai dar tudo certo, eu estou aqui para ajudar você, ok? – falou calmamente se aproximando de mim, dando-me um abraço reconfortante.

Até que ouvimos o interfone soar estridente.

- Está esperando alguém? – sussurrei para Jisoo que negou com a cabeça.

Dei de ombros e caminhei em direção a porta de entrada, no qual abri e dei de cara com ela.

- O que está fazendo aqui?

M

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