Bad For You (completo na Amaz...

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Luke Peterson é a sensação do futebol americano e o sonho de consumo de metade da população feminina do campu... More

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     Uma vez, quando eu tinha 7 anos
Minha mãe me disse: vá
Faça alguns amigos ou você vai ser solitária
Uma vez, quando eu tinha 7 anos de idade
Era um mundo muito grande, mas pensávamos que éramos maiores

— 7 years, Lukas Graham


EU ODIAVA A faculdade.

É claro que a Harvard era impressionante, o campus era amplo e bem arborizado, como estávamos no outono as folhas eram secas e as cores predominantes eram carmesim, laranja amarronzado e verde sálvia. O prédio principal era construído em um estilo vitoriano (enormes pilastras cor de creme sustentavam a fachada, um toldo comprido em formato de triângulo ornamentado com espirais azuis com o bordão da faculdade gravado em seu centro).

Quando encarei a construção pela primeira vez, lendo as palavras elegantes escritas em itálico que diziam "Harvard University", pisquei algumas vezes sob meus cílios, sentindo borboletas invisíveis baterem em meu estômago. Eu poderia estar vivendo um sonho em uma das melhores faculdades do mundo — uma faculdade da Ivy League — se não fosse pela minha mãe. Eu iria cursar direito porque ela gostaria que eu o fizesse.

A maioria dos meus problemas começavam através de outras pessoas. Como minha mãe não aceitando minha paixão por dança e forçando-me a ser uma advogada de sucesso. Eu sempre fora o exemplo da filha perfeita para as outras garotas do bairro onde eu cresci. Levava bolos e tortas para vizinhos novos e participava de eventos beneficentes e sempre era gentil e amorosa com todos, sustentando um sorriso amplo e complacente nos lábios. Mesmo que tivesse um punhado de garotas da minha idade que me excluíam de suas festas de aniversários e evitavam falar comigo. Mas do mesmo jeito, eu continuava tentando. Eu quase nunca perdia a esperança ou a paciência — uma das minhas enormes qualidades — , como quando eu tinha apenas dez anos e minha prima Alyssa teve a ideia brilhante de arrancar a cabeça de uma das minhas Barbies preferidas e enterrá-la no jardim.

Eu tive que reunir todo o meu autocontrole para não chorar feito um bebê.

Enquanto ela observava minha expressão destruída, ela murmurou um "Cresça, Faith. Você já tem dez anos. Não é mais uma garotinha". Na semana seguinte, ela me deu um batom vermelho como presente de aniversário. Ele estava embrulhado em uma caixa cor-de-rosa com um laço de cetim turquesa em cima do invólucro e havia um bilhete junto:

Se você quiser ter seu primeiro beijo, deve usá-lo.

Naquela época, eu não estava interessada em garotos.

E enquanto eu encarava as íris esverdeadas da garota em minha frente, eu só conseguia pensar que ela deveria ser uma versão menos má e mais jovem de Alyssa.

— Você não pode se mudar para esta fraternidade. Temos regras claras: sem animais de estimação — a voz irritante de Kiera atravessou meus ouvidos, obrigando-me a respirar fundo e abrir um sorriso que eu esperava ser brilhante.

— Por favor, é só o meu gato, Cash. Ele dorme o tempo todo e você nem vai perceber a presença dele porque ele sempre vai estar em meu quarto.

— Não poderei dormir sabendo que tem um gato aqui dentro e que ele pode me atacar a qualquer momento.

Desculpe-me. — Eu franzi as sobrancelhas, incrédula. — Nós estamos falando sobre gatos ou animais selvagens? — as palavras escaparam por meus lábios antes que eu pudesse contê-las.

Ela me ignorou completamente.

— Eu sei que esse tipo de animal fede. Você devia tentar entrar na Kappa Tau.

— Eu não sei se os outros gatos cheiram mal. Eu dou banhos em Cash com frequência. Eu prometo.

Fiz menção de atravessar a porta mas Kiera moveu o corpo esguio, barrando-me. Eu respirei fundo, soltando o ar lentamente de meus pulmões. Eu não estava surpresa. Esta fraternidade era composta por garotas exigentes e elegantes, as vagas eram disputadas e havia uma enorme burocracia por trás da seleção de companheiras de quarto. Elas analisavam fichas escolares e antecedentes familiares. Como eu disse, uma enorme burocracia. Mas eu jamais iria abrir mão de meu animal de estimação.

— É uma regra, Faith. Não iremos mudá-la por você. Dara teve que abrir mão de seu Golden Retriever no ano passado. Se você quiser, posso arranjar o endereço da casa de adoção em que ela o deixou...

— Obrigada mas não será necessário — eu a interrompi. — Não estou deixando Cash para a adoção.

— Bom, é uma pena. — Kiera bocejou, encarando as unhas compridas pintadas de um rosa neon. — Adoraríamos tê-la aqui, Gwyneth. Parece que você vai ter que se mudar para outra fraternidade. Como a Kappa Tau Gamma. Eles aceitam o drama de animaizinhos.

Meus ombros caíram em derrota. Eu abri outro de meus sorrisos forçados.

— Bom, até mais, Kiera. Acharei outro lugar para me instalar.

Quando sentei atrás do volante, meu estômago vibrou. Eu estava com fome e esgotada por conta da viagem de carro de minha antiga casa até a faculdade. E como eu achei que me instalaria sem problemas, poderia tomar o café da manhã com minhas novas colegas de quarto para tentar me enturmar. Mas meus planos não haviam saído como o esperado. Dei uma espiada em Cash em sua caixa de transporte. Ele estava esparramado dentro da gaiola de plástico e suas íris safiras em formato de lua cheia se fixaram nas minhas. Ele parecia estar tão esgotado quanto eu.

— Passaremos em uma lanchonete para eu me alimentar antes de encontrarmos nosso novo lar, tudo bem? — Eu sorri para meu gato, mesmo sabendo que ele não me responderia.

Entrando no GPS, busquei pelo estabelecimento comercial mais próximo do campus. Uma lanchonete chamada Timmy's. Levou cerca de cinco minutos para que eu chegasse até ela. Parei meu carro — um Porsche 911 prata — ao lado de um Jeep enferrujado, esperando que eu não estivesse destoando o ambiente do subúrbio ao meu redor com a lataria fulgente.

Sem me importar, tirei Cash de dentro da caixa de transporte e o carreguei comigo para dentro, acomodado em meus braços. Eu não iria deixá-lo sozinho no carro. Um sininho tilintou sobre minha cabeça quando atravessei a porta de vidro, sendo recebida pelo cheiro convidativo vindo da máquina de expresso que ficava atrás do balcão e o aroma de tortas frescas. Graças ao burburinho de conversas presente no ambiente, ninguém pareceu notar eu ou o meu gato enquanto eu me esgueirava para uma das mesas vazias no fundo da cafeteria.

Cash pareceu ficar subitamente agitado em meus braços. Entrei em alerta. Ele tentou golpear meus braços ao seu redor com as patas cor de creme e eu o libertei quando suas garras afiadas cravaram em minha pele. Xinguei baixinho enquanto observava o sangue brotar sobre minha pele bronzeada. Minhas íris capturaram o rabo cheio de pêlos enquanto ele se soterrava em uma bagunça de tênis e pernas.

Cash escorou seu tronco contra um tornozelo coberto por uma calça jeans de lavagem escura em uma demonstração pública de afeto. Mesmo a alguns metros de distância, eu podia ouvir seu ronronar manhoso, implorando por carinho. Semicerrei meus olhos.

Traidor.

Finalmente ergui meu olhar, encarando um cara distraído em seu assento enquanto mexia no celular. Seu cabelo era castanho-dourado e seus orbes eram de um azul turquesa hipnotizante. Seus ombros largos estavam cobertos por uma jaqueta de couro preta e ele parecia alheio a tudo ao seu redor — até mesmo das diversas garotas que o encaravam fixamente. Suas íris encontraram o bichinho felpudo em seu encalço e ele soltou o aparelho sobre a mesa em um baque surdo, curvando-se para tocar um ponto aveludado, carmesim e sensível na orelha do meu gato fugitivo.

Me aproximei cautelosamente.

O estranho tinha puxado meu animal de estimação para seu colo. Agora seus longos dedos envolviam o pingente pesado feito de ouro com o nome de Cash gravado no centro.

— Como você chegou aqui, Cash? Onde está o seu dono? — sua voz grave era suave e profunda enquanto ele continuava a afagar os pêlos branquinhos do meu bichinho de estimação.

— Hum, oi. — Limpei a garganta.

Finalmente parei ao lado de sua mesa. Ele ergueu as íris ao ouvir o som de minha voz e eu observei seus traços bonitos de perto. Suas sobrancelhas eram escuras e cheias, emoldurando olhos que faiscavam como ágatas em um azul límpido e celestial com manchas douradas. Seu maxilar era bem marcado e o contorno de seus lábios era afiado, os cantos curvados levemente para baixo em um charme natural.

Ele era um dos caras mais bonitos que eu já tinha visto em toda minha vida.

Ahn... Esse é meu gato — a afirmação saiu como pergunta, lambi os lábios, repreendendo-me mentalmente. Havia uma intensidade em seu olhar que me fazia querer recuar. Eu era segura sobre minha aparência mas me sentia patética enquanto ele me observava.

— Me desculpe por isso — acrescentei diante de seu silêncio constrangedor.

Ah, não. Eu tinha que parar de me desculpar por coisas que não eram elegíveis. E o estranho pareceu perceber. Seus olhos fitavam-me com um misto de diversão e interesse. Eles passearam lentamente por meus rosto; íris, maxilar, bochechas, até que pararam por uma fração de segundos sobre meus lábios. Meu coração bateu mais forte.

Que merda era aquela?

Ele se levantou, devolvendo-me Cash. Só então percebi o quão ele realmente era alto. Segurei meu gato, estática feito uma idiota enquanto observava ele deixar uma nota de dez dólares presa sob uma garrafa de cerveja vazia sobre a mesa. Ele se virou para mim uma última vez enquanto murmurava "Sem problemas", fitando-me com gentileza e acrescentou um "Você tem olhos bonitos" antes de se virar e sair pela porta, fazendo o sininho tilintar, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta sem sequer lançar um olhar curioso sobre o ombro.

Eu consegui comer dois sanduíches e tomar uma latinha de refrigerante antes que uma senhora ranzinza que eu presumi ser a gerente pelo olhar severo me dissesse que eu não podia estar aqui dentro com animais de estimação. Eu deixei o dinheiro sobre a mesa — com alguns dólares a mais para recompensar a presença de Cash — e dei de ombros timidamente, sentindo minhas bochechas esquentarem enquanto a mulher me acompanhava até a saída para se certificar de que eu não voltaria a burlar uma das regras do estabelecimento.

Quando bati a porta do Porsche, contemplei o silêncio no interior do carro, após colocar Cash em sua caixa de transporte novamente. Tamborilei os dedos sobre o volante. E então peguei meu celular e busquei no Google por estudantes que estavam compartilhando casas próximas a Harvard. Rolei para baixo, analisando os resultados. Quatro quartos, dois banheiros, cozinha e sala de estar. Dois garotos e uma garota. Uma vaga disponível. Trezentos dólares por mês. Eu não podia acreditar que estava fazendo isso. Cliquei sobre o anúncio e disquei o telefone informado na descrição. Uma parte de mim torceu para que ninguém atendesse. Eu poderia ligar para minha mãe e... não. Ela se livraria de Cash sem pensar duas vezes. A fraternidade também era ideia e critério dela.

Meus pensamentos foram interrompidos quando uma voz feminina soou do outro lado da linha:

— Oi, se você estiver interessado ou interessada em um dos nossos quartos, eu sinto mui...

Espera! — eu a cortei. — Por favor, no anúncio diz que há uma vaga.

Silêncio. Barulho de vidro se estilhaçando no chão. Algumas risadas abafadas. Grito feminino histérico. Silêncio novamente.

Meu Deus.

Ela limpou a garganta:

— Ahn, está bem... venha para cá. Vamos dar uma olhada em você e ver se você está adepta a viver em nossos padrões de vida. Qual o seu nome?

— Faith.

— Tudo bem, Faith. Me chamo Thirteen. Estarei esperando você.

Quando cheguei em frente a casa, o dia já estava escurecendo. O sol estava se pondo no horizonte, deixando um rastro violeta/laranja no céu límpido. Havia uma garota ruiva parada no batente da porta. A casa não era tão grande quanto eu esperava mas era bonita. Sua estrutura média consistia em dois andares. O jardim parecia bem cuidado e havia pelo menos três carros estacionados em frente à calçada.

Eu desci do carro, Cash em meus braços. Esperei com que Thirteen me dispensasse ou torcesse o nariz mas ao invés disso seus olhos se iluminaram e ela apontou para meu gato.

— Posso segurar? — Ela juntou as mãos na altura dos seios, fitando-me com súplica.

— Claro — respondi rápido demais, surpresa.

Ela fez uma comemoração silenciosa, sendo extremamente meticulosa ao tirar Cash de meus braços e acomodá-lo nos seus. Ela soltou um suspiro encantado e só então reparei no quanto ela era bonita. Sua pele madrepérola combinava com suas íris que pulsavam em um verde floresta vivo. Seu cabelo vermelho estava preso em um coque desajeitado no topo de sua cabeça, algumas mechas caindo sobre sua visão e uma constelação de sardas salpicavam seu nariz, dando-a um ar mais jovem e inocente.

— Cash — ela murmurou ao observar sua coleira. — Você e Salem irão ser grandes amigos, não é mesmo?

Eu sorri, colocando as mãos nos bolsos traseiros de minha calça jeans desajeitadamente enquanto observava a garota conversar com meu gato. Pelo menos ele seria aceito. Thirteen acenou para que eu a seguisse para dentro, eu não contrariei. Fiquei em seu encalço até que tivéssemos entrado. Havia um pequeno hall e nós seguimos por um corredor curto e estreito com paredes brancas. Ao chegarmos em uma sala —  surpreendentemente organizada — e com móveis de madeira (decoração objetiva e simples), avistei dois garotos sentados sobre o sofá cinza.

Um deles tinha o cabelo curto e preto, traços asiáticos e óculos empoleirados no nariz. Já o outro, tinha a aparência mais bruta, ombros e peitoral largos. Suas feições duras eram suavizadas por seu olhar gentil, sua pele negra reluzia e um pequeno sorriso atravessava seus lábios enquanto me fitava.

— Estes são Ethan. — Thirteen apontou para o primeiro. — E Michel — completou acenando em forma de floreio para o segundo.

— Oi, Faith. Seja bem-vinda — Ethan disse, o tom de voz amigável. — Caso resolva ficar, posso te ajudar com a instalação.

— Espero que fique — a voz grave de Michel pairou sobre o ar sugestivamente.

— Ai meu Deus, vamos terminar de ver o restante da casa — Thirteen interrompeu, depois de grunhir.

Eu quase dei risada. Thirteen me mostrou a cozinha, um cômodo amplo com bancada e móveis feito de aço inoxidável . Depois disso, seguimos para o andar de cima. O dormitório que estava vazio tinha as paredes pintadas de cinza, uma escrivaninha, armário e cama. O quarto cheirava a limpeza. O carpete de madeira reluzia. A janela estava aberta, deixando o ambiente mais confortável e com uma temperatura fresca. Cash saltou dos braços da garota ruiva e subiu sobre a cama, enrolando-se em posição fetal em seu centro como se tivesse acabado de marcar seu novo território.

— Bom... É aqui que vivemos. Michel e Ethan são agitados na maior parte do tempo mas extremamente organizados, como você pode ver. Gostamos de manter tudo em ordem por aqui. — Ela deu de ombros, mordendo os lábios e inspecionando o quarto com as íris verdes cautelosas até pararem sobre mim. — O que você me diz? — Ela me fitava com expectativa.

Eu suspirei. Acenando para Cash com uma das mãos.

— Parece que ele já escolheu por nós dois. Estou dentro.

Ela sorriu, a expressão iluminada.

— Seja bem-vinda, Faith. Aposto que seremos grandes amigas.

...

bom, gente, eu fiz algumas mudanças neste capítulo e também mudarei os outros. eu adaptei o roteiro para outra ideia e espero que vocês gostem ❤️

as atualizações serão feitas todos os domingos.

em breve discutiremos a possibilidade de maratonas e capítulos bônus.

NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR E COMENTAR.

eeee... pra quem não sabe, a Faith e o Luke estão no Instagram!


em breve os perfis dele estarão ativos.

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