ENCONTRE-ME NO PARQUE | #1 Da...

By autoraluanaoliveira

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O ano era 1993. Barbie St. Claire havia acabado de perder prematuramente o seu adorado pai, que não bastando... More

notas+cast
dedicatória
epígrafe
capítulo um: tem nome de boneca
capítulo três: nem você acredita nisso
capítulo quatro: backgammon
capítulo cinco: mais parecidos do que poderíamos imaginar
capítulo seis: a garota do Alasca
capítulo sete: verdade ou desafio?
capítulo oito: único e singular
capítulo nove: meu radar
capítulo nove.dois
capítulo dez: roda-gigante
DISPONÍVEL NA AMAZON

capítulo dois: quem muito fala, pouco faz

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By autoraluanaoliveira

"Bem, aqui estamos nós
Passando um tempo na parte barulhenta da cidade
E parece que tudo é surreal."

HOW DO YOU DO!|ROXETTE

Praias.

Eu nunca fui muito familiarizada com esse lugar, para ser sincera. Eu não sei explicar ao certo, porém, desde pequena sempre detestara o fato da areia grudar em todas as partes do meu corpo, assim como detestara o modo como os meus lábios ficavam secos e rachados por causa da exposição ao sol.

Por falar em sol, eu sempre admirei o fato dele ser a maior estrela do Sistema Solar, mas também não vou ser hipócrita ao dizer que não contava os dias para que o inverno chegasse. Porque quando ele chegava, meu Deus do céu, significava que roupas incríveis estavam prontas para serem compradas por mim.

Você pode detestar o inverno, mas é inegável o fato de que as roupas ficam mais chiques e mais bonitas nessa estação.

Parecia um desfile de moda em Manhattan, onde todas as pessoas desfilavam para esbanjar seus mais caros looks, como se suas vidas dependessem da aprovação alheia para prosseguir. Eu estava no meio dessa gente, sempre procurando me enquadrar no padrão dos meus amigos da elite.

É, futilidade, eu sei.

Mas voltando a falar das praias, quando alguém pisa os pés nessa cidade, mesmo sendo completamente diferente de qualquer coisa que já tenha vivenciado, é altamente impossível não se encantar pelas belezas que aqui existem.

Não à toa, a partir do momento que comecei a me acostumar com Hellaware, passei a me sentir instigada pela praia, e como estou decidida a deixar meus medos antigos em Nova York, resolvi me jogar, literalmente, em todas as praias que rodeiam essa cidade. Foi difícil me acostumar com a areia e com o sol fervescente, mas como eu já havia dito antes, acabei me acostumando e até vendo uma certa beleza nas roupas de verão que as pessoas costumam usar aqui.

Por causa disso, todos os dias eu vou para a lanchonete a pé, caminhando por Sun Valley, a mais famosa praia daqui, sentindo a brisa gélida da manhã e observando as ondas do mar se quebrando, enquanto contemplo o céu alaranjado e escuto o som das inúmeras gaivotas, que insistem em passear comigo todos os dias.

Enquanto ando pela areia, meu instinto é brincar com a mesma, sorrindo por provavelmente estar parecendo um zumbi em busca de um cérebro, já que não consegui descansar nem um pouco assim que cheguei em casa.

E é nesse exato momento que eu amaldiçoou Devin Leblanc por ter se metido em confusão e por ter me presenteado com esses belos pares de olheiras.

Ainda bem que nem me dei o trabalho de observar meu reflexo no espelho antes de sair de casa.

Quando me dou conta que já adentrei o parque e estou parada em frente à porta do Fast Rocket, respiro fundo e dou um passo para dentro do local, balançando o sino que avisa a ilustre presença dos clientes.

— Bom dia, St. Claire! — Rosalinda, a esposa do Sr. Wilson, esboça um sorriso genuíno ao notar minha presença. — Me admira muito o fato de você chegar sempre no horário ou até mesmo antes, mocinha. Isso mostra que você leva isso bem a sério — ela diz, arrumando os guardanapos e ketchups nas mesas.

Uau, por essa eu não esperava.

— Isso aqui é muito importante para mim — é o que eu apenas digo, muito mais para mim do que para ela.

E é a verdade. Trabalhar aqui faz eu me sentir mais independente, importante e útil para alguém. Faz eu me sentir útil para a minha tia e até mesmo para as pessoas que eu atendo todos os dias.

Por muito tempo eu me senti inútil, sem valor e dependente. Meu pai fazia todos os meus gostos, contratava os melhores funcionários para ficarem ao meu dispor vinte quatro horas por dia, sete vezes por semana, e isso me irritava, mesmo que eu não quisesse admitir. Eu não queria ficar dando ordens, não queria que as pessoas ficassem me bajulando o tempo inteiro. Eu queria poder ser independente, mas eu também não fazia nada para que isso mudasse. Sempre esperei demais. Sempre esperei meu pai notar que eu poderia ser algo a mais. Mas, infelizmente, nunca tomei a iniciativa de mudar isso.

Meu pai fazia de tudo por mim, de verdade, ele me tinha como uma âncora em meio ao naufrágio que a sua vida se encontrava, mas também não parecia confiar em mim o suficiente.

Nem mesmo para trabalhar com ele e ajudá-lo na melhoria da empresa.

Talvez por eu ser uma mulher.

Para ele, me entupir com cartões e roupas de grifes já eram o bastante.

— Rosalinda? — a chamo, enquanto arrumo o avental para tentar dissipar meus pensamentos. Quando seus olhos pequeninhos encontram os meus e sua atenção se concentra apenas na minha pessoa, eu prossigo: — Hoje é dia de folga da Georgina?

— Dia de folga da Georgina? — Ela balança a cabeça negativamente, enquanto um riso anasalado escapa por entre seus lábios finos. — Nesse exato momento ela está agindo como se fosse.

Rosalinda desvia o olhar para a janela que dá acesso à cozinha e eu a acompanho, mas não consigo enxergar nada do lugar que estou. Quando ela percebe minha expressão claramente confusa, se direciona até mim, coloca a mão sobre o meu ombro e diz sorrindo:

— Ela está passando o tempo lá na cozinha, minha querida. Sabe como é, me enrolando para fugir do trabalho.

Nós duas rimos ao mesmo tempo da cara de pau da Georgina. É, ela é realmente inacreditável.

Assim que a esposa do Sr. Wilson entra na salinha do seu escritório, eu decido acompanhar a Georgina na sua função de não fazer nada na cozinha, já que o movimento está fraco na lanchonete.

Quando eu entro no local, encontro a loira fazendo bolhas com o chiclete rosa, revirando os olhos quando a bolha não chega no limite desejado. Na mesa à sua frente, várias embalagens de chicletes estão abertas e espalhadas em uma verdadeira bagunça.

— Você frequenta o dentista com regularidade? — pergunto para a maior viciada em doces que já vi, atraindo a sua atenção. — A quantidade de chiclete e pirulito que você consome em um dia é preocupante.

Não sei se é para me afrontar ou não, mas ela recomeça a bolha novamente, até a mesma estourar em sua boca.

— Doces me tiram do tédio, não sei explicar — ela diz, dando de ombros. — É tipo uma terapia do relaxamento.

Georgina se levanta no segundo seguinte, jogando os papéis das balas no lixo, juntamente com o chiclete que estava mascando. Assim que volta para o seu lugar, ajeita a postura e cruza as suas pernas divinas, dizendo logo em seguida:

— A propósito, meus dentes estão em perfeito estado. — Joga o cabelo para trás, orgulhosa. — Você provavelmente não sabe, mas eu ganhei um certificado de melhor escovação no jardim da infância.

— Que tipo de escola dá certificado para melhor escovação? — Balanço a cabeça, sem entender nada. — Isso não faz o menor sentido.

— Ah não, nem vem — Georgina se levanta, balançando o dedo indicador em minha direção. — Eu sei bem o que está tentando fazer, mas eu não deixarei você desmerecer minhas conquistas.

— Desculpa, não foi a minha intenção. Mal posso imaginar como foi difícil para você alcançar tal feito.

— Aprecio seu reconhecimento, garota de NY.

Sorrio, achando graça do novo apelido.

Quando as cozinheiras começam a entrar na cozinha para iniciar o preparo dos lanches, Georgina e eu nos retiramos e nos direcionamos para um dos estofados cor verde água da lanchonete.

— Me conta, qual motivo dessa cara de quem comeu e não gostou? — ela pergunta quando já estamos um bom tempo sentadas em silêncio, me fazendo erguer os meus olhos para poder fitá-la com um vinco formado entre as sobrancelhas.

— Está tão ruim assim? — Contorço o rosto em uma careta, revirando os olhos quando ela confirma com a cabeça. — Se você soubesse o que aconteceu ontem, provavelmente morreria.

— Então me conta! — exclama na maior empolgação, repousando o queixo em uma das mãos para poder me olhar com seus olhos verdes-escuros banhados de curiosidade.

Então comecei a contar como tudo aconteceu, desde a aparição do Devin na lanchonete até ele me deixando em casa, e a minha tia especulando coisas humanamente impossíveis. Com seu jeito alarmado de ser, certa hora ou outra, escapa pequenos gritos de surpresa pela boca da loira.

— Não acredito que você ficou sozinha nesse lugar e não tascou um beijão naquele homem! — ela diz, batendo a mão de leve na mesa, claramente inconformada.

Eu conto a história toda e é só nisso que ela consegue pensar. Tinha que ser Georgina.

— Mas é claro que eu iria fazer isso — debocho. — Era uma ótima oportunidade para beijar um completo desconhecido.

— Ele não é desconhecido — fala como se isso fosse óbvio. — Eu havia apresentado ele a você antes. Além do mais, ele parece ter gostado de você.

— Você só me disse o nome dele, Georgina, não é como se eu o conhecesse.

— As garotas de Nova York costumam ser certas assim o tempo todo ou você é uma exceção? — Georgina ri, me analisando atentamente. — Não é por nada, mas você precisa se encaixar mais no padrão Hellaware.

— Que é beijar desconhecidos quando eles aparecem pela noite no seu trabalho?

— Exatamente, B. Se fosse Devin Leblanc aparecendo para mim, provavelmente eu teria o beijado.

— Sabe uma coisa, Georgina? — Coloco o braço em cima da mesa, apoiando o queixo na minha mão para poder imitá-la. — Lá em Nova York, nós costumamos dizer que quem muito fala, pouco faz.

A expressão de surpresa que a garota faz agora me faz cair na risada, sendo acompanhada por ela segundos depois. Suas íris brilham, claramente contando para as minhas como havia gostado do meu pequeno afronte.

— Mas você deveria ter beijado ele.

É o que ela diz quando as nossas risadas cessam. O modo como me encara agora me faz acreditar que realmente possa estar falando sério todo esse tempo. Eu não a julgo por ter esse pensamento, afinal, Devin é realmente um cara bonito.

— Você vai mesmo insistir nisso, não é?

— Com toda certeza! — Soa cheia de si.

— Eu vou ignorar isso. — Encosto as costas no estofado, cruzando os braços em frente ao peito, sorrindo para ela. — Agora me diz, ele já ficou com todas as garotas dessa cidade, não foi?

Georgina leva o dedo indicador ao queixo, como se estivesse tentando puxar da memória alguma informação da qual não se lembra. Quando essa informação parece chegar para ela, a mesma nega com a cabeça, dizendo:

— Se foi com todas as garotas, eu não sei. Mas o que eu sei é que ele e Violet Mohn, a garota que veio aquele dia aqui, tem algum tipo de relação que ninguém nunca vai saber entender. Eles se pegam sempre e vivem juntos sempre, mas também pegam outras pessoas.

— Nossa... — É só o que consigo responder. Eu não imaginava que eles pudessem ter algo, pareciam apenas bons amigos. Mas seria meio óbvio se tivessem, a Violet é extremamente bonita e faz completamente o tipo dele.

— Mas não desanime cara Barbie, eles não namoram — Georgina alisa a minha mão que agora está em cima da mesa, como se estivesse me consolando.

— Eu que não quero me meter nisso — Dou de ombros. — Minha vida já é turbulenta demais. — Como se tivesse deixado algo passar, eu lembro rapidamente e digo com a maior firmeza:— Sem contar que eu só ajudei ele, não é como se fôssemos amigos inseparáveis ou algo do gênero.

A loira se levanta do estofado, arrumando o avental logo em seguida. Seu sorriso presunçoso consegue sufocar todo o ar.

— Se você diz...

Georgina vira as costas para mim e sai para atender algum cliente que eu não faço a mínima questão de virar para ver de quem se trata. Ao sentir o tédio se aproximando e mil pensamentos importunos borbulhando minha mente, tombo a cabeça para trás e fecho os olhos com certa força, tentando tirar qualquer tipo de minhoca que a garçonete tenha plantado aqui.

O término do serviço chega ao fim horas depois, fazendo com que eu me direcione ao banheiro para tirar ferozmente esse uniforme nada elegante que me deixa parecendo qualquer coisa, menos uma garota descente que sou.

Quando olho meu reflexo no espelho, quase dou um grito por perceber o quão acabado e terrível meu estado se encontra. As olheiras arroxeadas estão claramente visíveis ao redor dos meus olhos, o meu cabelo está parecendo um ninho de esquilos, e ele fede a gordura de hambúrguer e batatinha frita.

Desfaço o penteado que tinha feito há um tempo atrás, deixando os fios dourados totalmente soltos, mesmo que esteja com um cheiro não muito agradável. Pego a minha mochila e retiro as minhas roupas limpas, as vestindo logo em seguida.

Agora olhando novamente meu reflexo, vejo que a blusa de renda amarela e o short jeans de cintura alta acabou trazendo de volta a garota descente que eu acho que sou. Mesmo que ela não pareça com a garota de tempos atrás, eu gosto de vê-la se transformando.

Abro a porta do banheiro e outra garota entra, provavelmente para se desfazer desse uniforme horroroso também.

Me direciono ao balcão e me despeço de todo mundo, inclusive do Sr. Wilson e de sua esposa sorridente e simpática, que se apressa em depositar um beijo em minha bochecha.

Quando sinto a brisa gélida da noite chicoteando o meu rosto assim que piso os pés fora da lanchonete, sinto todo o estresse ir para o espaço, sobrando apenas a tranquilidade do momento, mesmo que a gritaria esteja correndo solta nesse parque.

Ver todos os dias os sorrisos das crianças brincando nos brinquedos com os seus pais faz com que algo dentro de mim se agite, um sentimento bom, talvez. Eu nunca tive esses momentos com os meus pais, pois a minha mãe falecera quando nasci, e papai só vivia ocupado com seu trabalho. Eu sempre ia com as minhas babás ou com a minha tia Amber, que sempre aparecia para me visitar por alguns dias em Nova York.

Enquanto decido passear pelo parque para continuar lembrando da minha infância, resolvo comprar um algodão doce na barraquinha de cores amarela e vermelha do moço que não faço ideia do nome. Quando ele acaba me entregando o doce e agradecendo pela preferência, sorrio sem descolar os lábios, e continuo andando. Passo pelo carrinho bate-bate, pelo trem fantasma, e por diversas barracas de jogos com pessoas espalhando sorrisos e até mesmo murmúrios e xingamentos, provavelmente por perderem todas as suas fichas.

Talvez por alguma peça do destino ou até mesmo pelo fato de Starryland ser o maior ponto de encontro entre os jovens da cidade, meus olhos capturam de longe algumas pessoas na fila da roda-gigante, devidamente vestidos com jaquetas de couro. Não tenho certeza, mas algo me diz que é Devin e seu bando extremamente famoso.

Minha vontade é de pegar o meu algodão doce, esconder o meu rosto nele e sair de fininho para que Devin não me reconheça. Mas é claro que antes de eu realmente executar o meu plano, alguém acena para mim. Sem me dar ao trabalho de conferir se é ele mesmo ou não, giro nos calcanhares e me direciono para a saída.

Eu realmente não sei o motivo de estar fazendo isso, mas sei que meus pés estão sendo mais ágeis do que o meu cérebro.

Fecho os olhos e murmuro baixinho, pois estou conseguindo ouvir a voz de Devin Leblanc me chamando.

Antes que eu pudesse pensar qualquer coisa sobre o que fazer, sou surpreendida por uma mão tocando suavemente no meu braço, fazendo com que eu detenha os passos, e vire lentamente com certo receio estampado no rosto.

— Estava fugindo de mim, boneca? — Devin sopra, sua voz grave e rouca dançando até os meus ouvidos. Minhas bochechas esquentam na mesma hora.

— Claro que não! — minto, tentando parecer convincente. — Eu nem te vi, acredita? — Sorrio de forma desengonçada, colocando a mão na cintura. — Por onde você estava?

— Você não me viu? — O tom de desconfiança é nítido em sua voz, o que faz-me engolir em seco. — Eu acenei e você virou as costas para mim.

— É que eu tenho problema de visão, aí eu não te reconheci. Mil desculpas! — minto novamente, o sorriso nervoso tomando conta dos meus lábios.

Meu Deus, o que estou me tornando?

— Pensei que você já estivesse em casa uma hora dessas — Devin diz alguns segundos depois, mudando de assunto. — Seu turno acabou faz tempo.

— Pois é, já era para eu estar em casa mesmo. Quando meu turno acabou, resolvi comer algodão doce e admirar as crianças brincando no parque.

— E você não vai brincar nos brinquedos? — Ele cruza os braços, umedecendo a região avermelhada do seu lábio inferior. Sua mão afunda no bolso da sua jaqueta de couro, e seus olhos claros esquadrinham meu rosto de forma analítica.

O modo como me olha tão intensamente faz com que arrepios se alastrem pela minha espinha. Não basta me olhar desse modo, tem que ter os olhos verdes com pintinhas amarelas mais bonitos e intensos que já vi em toda a minha vida.

— Hã, não — respondo sua pergunta, nitidamente mexida pela forma que me olha.

Ao me ouvir, Leblanc se aproxima mais um pouco de mim, deixando-me ainda mais atordoada. Eu não sei se ele percebeu, mas se percebeu, provavelmente está querendo me deixar ainda mais embaralhada, pois o sorriso torto demonstra isso. Mesmo que eu não seja o tipo de garota que fica embaralhada por causa de garotos, estou extremamente assim nesse exato momento.

Ai meu Deus, o que eu estou me tornando na droga dessa cidade.

— Vem comigo na roda-gigante então, todos os meus amigos estão por lá. Eles vão adorar te conhecer. Principalmente depois de saberem que você ajudou o amigão deles aqui. — Aponta para si com o dedo indicador ao terminar de falar, esboçando um sorriso que evidencia claramente suas covinhas.

— Na roda-gigante? — Rio desacreditada, balançando a cabeça em negação. — Eu não entro nesse brinquedo nem se for para ganhar um milhão de dólares. Deus me livre, morro de medo.

— Então quer dizer que você tem medo de roda-gigante? — Devin debocha, friccionando os lábios um no outro para não rir. — Achei que você fosse do tipo corajosa.

— Eu sou corajosa! — falo, totalmente convencida da minha qualidade. — Mas quando se trata dessa coisa, a coragem olha para mim e diz: "tchau, trouxa, fica aí sozinha nessa!" — Quando falo essa frase, imito uma voz totalmente diferente, fingindo ser a tal coragem que foi embora.

Devin cai na risada com a minha imitação, fazendo com que eu tenha o privilégio de arrancar e escutar uma risada saindo da sua boca. Só não imaginava que fosse ser com uma estupidez dessa. É, eu realmente estou morrendo de vergonha por ter feito isso em sua frente.

— Obrigada por essa imitação, vou querer ouvi-la mais vezes. — É o que sai pela sua boca quando seus sons cessam. — Mas falando sério agora, vamos, você precisa superar seus medos.

— Esquece. Não vai rolar, deixa para a próxima.

Devin pende a cabeça para o lado, mordiscando o canto da sua boca à medida em que me olha dos pés à cabeça.

— Ai boneca... — Ele inspira profundamente, cruzando os braços. — Você vai estar comigo, nada vai lhe acontecer, eu prometo.

— Será? — pergunto, desconfiada.

Não acredito que realmente estou ponderando isso.

— Você não vai fazer eu implorar, vai? 


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