Mu Qing e Feng Xin (Um amor...

By GegeXianle

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Essa fanfic é baseada no enredo da novel chinesa Heaven Official's Blessing (天官赐福), da autora Mo Xiang Tong X... More

Chapter 1 Levando uma sova de si mesmo
Chapter 2 As verdades do espelho mudam nossa relação
Chapter 3 Profanação no Santuário Puji
Chapter 4 A muralha em torno do coração do arqueiro
Chapter 5 Evitar um problema é como andar em círculos
Chapter 6 A minha verdade e a sua se completam
Chapter 7 O amor renegado 800 vezes refletido num beijo
Chapter 8 Um beijo real dá asas aos desejos do corpo e da alma
Chapter 9 As premissas da mente, as razões do coração e as insânias da tez
Chapter 10 A sensível diferença entre ter um amante e ter um amor é ignorada
Chapter 11 A nova senha ou um pedido indecoroso
Chapter 12 Namoro pela matriz de comunicação, a senha é revelada
Chapter 13 O meu desejo versus o seu amor
Chapter 14 Insuficiente e incompleto... Eu não sirvo para você
Chapter 15 Xie Lian torna-se um conselheiro amoroso
Chapter 16 Intrigas e inquéritos na Corte Celestial
Chapter 17 Três dias vazios lançados na dúvida e na saudade
Chapter 19 Este amor que se sustenta em uma ponte sob o abismo
Chapter 20 A única forma de vencer, às vezes, é render-se¹
Chapter 21 Romance na Capital Real Parte 1
Chapter 22 Romance na Capital Real Parte 2

Chapter 18 A muralha em torno do coração do arqueiro é dizimada

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By GegeXianle

Chapter 18 A muralha em torno do coração do arqueiro é dizimada

Era um cenário silencioso.

Amplo e repleto de caminhos esculpidos em pedra, calcário, rochas translúcidas.

Às vezes, caminhando pelo local, os passos das botas ecoavam como um ruído breve e oco, junto com o som da água gotejando em alguns lugares do teto.

Mu Qing chegou através de uma matriz de encurtamento em precisos quinze minutos, mas assim que adentrou a Caverna do Imortal não viu Feng Xin.

Imaginou que talvez a matriz aberta por Feng Xin o tivesse colocado em outro ponto daquele lugar, os dois deviam estar desencontrados.

Isso não representava um problema, bastava Feng Xin chama-lo com sua senha de matriz. Estava pensando justo nisso, quando foi surpreendido por uma flecha vindo em sua direção!

Havia sido um disparo preciso do arco, Mu Qing arregalou o olhar sabendo que seria quase impossível desviar, mas descobriu que a flecha não tinha sido projetada estritamente como se ele fosse o alvo.

A fecha cortou o ar com destreza, passou raspando por seu ombro como um raio e penetrou incisivamente parte da parede rochosa.

Ele engoliu a seco, previamente bravo e calculando da onde ela tinha sido disparada, Mu Qing olhou para cima.

O ângulo de disparo indicava que o arqueiro estava na parte superior daquela caverna.

Seu olhar a se estreitar, tendo a mandíbula trancada de raiva, avistou Feng Xin justo onde imaginou!

As palavras ruins e desdenhosas fazendo sua língua formigar, mas ao colocar os olhos em Feng Xin que segurava o arco, tendo a aljava pendurada em suas costas enquanto o olhava tão sério, Mu Qing deixou todas as blasfêmias trancadas.

Feng Xin pendurou o arco em seu ombro e sem mais delongas saltou da parte superior da formação rochosa, caindo de pé feito um felino enquanto flexionava levemente os joelhos. O som de suas botas batendo ruidosas contra o chão ecoou pela galeria de túneis e Mu Qing recuou um passo para trás, levando a mão destemida ao sabre.

Os dois se olharam, percebendo que vestiam roupas parecidas em tom de negro e cinza, ainda que tivessem passado três dias distantes, sem se quer se falar.

Mu Qing deixara o cabelo solto tal como Feng Xin havia pedido e num gesto lento, sem desviar seu olhar da silhueta de Mu Qing, tirou o arco do ombro e o deixou cair no chão.

Somente assim, com a respiração em suspenso, Mu Qing tornou a deslizar para o lugar o sabre que tinha ameaçado puxar bravio da bainha.

Foi nesse momento, ouvindo o breve estalar do metal contra a bainha, que Feng Xin viu as marcas estranhas no tecido, a mancha de sangue derramada e seca na altura do ombro das vestes escuras de Mu Qing, a mancha discreta cobrindo parte do ombro até metade do peitoral, revelando que aquela não se tratava de uma pequena ferida.

— Que inferno! Mas, você está ferido? — Feng Xin se aproximou ainda mais, tocando-lhe a lateral dos ombros num gesto apreensivo.— O que foi que aconteceu em Sichuan?

— Para com isso, até parece... Foi só um fantasma faminto, a ferida está quase fechada. É a porra de sempre, ossos do ofício.

Embora Mu Qing tenha respondido com sua irritação sarcástica comum, Feng Xin estava incomodado com o fato de que mais uma vez ele estivesse evitando seu olhar.

— Só um fantasma faminto? — Foi a vez de Feng Xin destilar alguma ironia feroz. — Não sou especialista nisso, mas sei muito bem que eles não soltam as presas até chegar aos ossos, alguns nem os ossos deixam!

— Eu estou aqui, não estou? — Mu Qing refutou, sentindo a pressão dos dedos dele em seus ombros.— E não foi como se eu estivesse sozinho! Eu te disse, Quan Yi Zhen estava comigo.

Não é que houvesse malícia ou provocação no comentário de Mu Qing, naquele instante ele parecia não fazer ideia do que a menção do nome de Quan Yi Zhen era capaz de provocar em Feng Xin.

O fato é que descobriu, segundos depois.

Nem gesto tão brusco quanto súbito, Feng Xin o empurrou contra uma das paredes acidentadas da caverna e Mu Qing agarrou prontamente em seus braços, erguendo a face recoberta de um sentimento confuso e sombrio.

Seus olhares colidiram em faíscas obtusas.

— Que ato de merda pensa que está fazendo? Hein? É para isso que você queria me ver?!

— Finalmente olhou dentro dos meus olhos!

E era nada mais que a verdade, Mu Qing pareceu engolir todos os desaforos junto com a própria língua. Incapaz de tornar a fugir com seu olhar... Ou mesmo fugir dali, era impossível. Seu corpo se negava a se mover estando tão perto de Feng Xin.

— Acha que eu sou idiota? Não é a primeira vez que você foge para o oeste para me evitar! Mu Qing... Não gosto nem quando seu olhar foge do meu. Por que você faz esse tipo de merda comigo?

— Porque... Toda vez que a gente se olha... Meu coração bate na garganta e seu rosto se aproxima do meu... Como agora.

Seus narizes estavam quase se tocando, Feng Xin esquadrinhou-lhe a tez quase demoradamente.

— E daí?... — Feng Xin cochichou, em tom de desafio. — Como isso pode ser ruim?

"E daí que eu tenho medo... Mas, prefiro ser devorado por um fantasma faminto do que admitir algo assim em voz alta." — Mu Qing refletiu rapidamente e assim que seus narizes se tocaram, sabia que o beijo estava em curso.

Naturalmente que a ausência de resposta foi preenchido por seus lábios, pelas carícias trocadas por eles, Mu Qing imprensado contra a parede de pedra sagrada, as mãos segurando veementes um ao outro. O ato crescente em sentimento e carícias mais demoradas e profundas...

Ao passo que, enquanto Mu Qing enfim se dava conta que o beijava com saudade, Feng Xin já o sabia com tanta intensidade, que muito mais do que isso ardia dentro de si.

Por isso o beijo quente, com doses generosas de afeto, equivalente em dentes, línguas e saliva... Deixava Mu Qing inevitavelmente entregue e sem ar.

Assim que seus lábios se apartaram, não suavemente... Mas, com um temperamento tão indócil quanto indômito, Feng Xin encostou sua testa junto a de Mu Qing, as mãos que antes apenas só seguravam firmemente as laterais do ombro, haviam transformado o gesto num abraço vazante de zelo.

— Nunca mais vá para o oeste sem mim.

As palavras tinham a mesma retidão da flecha que havia passando raspando em seu ombro minutos atrás e carregavam mais significado do que aparentava.

— Por que isso agora? — Mu Qing inquiriu em tom cavo.

— Mas, que raio...__ Feng Xin suspirou, sua voz era um cochicho. — Mesmo como rivais, estávamos sempre juntos... Por que agora que somos mais do que isso, temos que ficar separados?

Mu Qing moveu um pouco seu rosto, mordendo o lábio pensativo, valsou o olhar na face de Feng Xin pensando no que Xie Lian havia lhe dito ainda quando estavam no oeste.

"Mu Qing, desculpe perguntar... Mas, por que Feng Xin não está com você?"

Claro que Mu Qing bufou contrafeito, revirando o olhar: "Nós não nascemos colados, Sua Alteza. Não é como se fosse uma regra andarmos juntos por aí."

"Tem razão, não é como uma regra..." — Xie Lian atestou com a palma da mão virada para Mu Qing. — "Apenas é estranho, como se fugisse da ordem natural. Sei que pode não fazer diferença para você, mas para mim... É como se faltasse um pedaço."

"Sua Alteza, francamente! Estamos no meio de uma missão. Não é hora de ser sentimental."

"Certo, certo... Reparei que Quan Yi Zhen parece apegado a você. Sei que por baixo desse seu temperamento ruim, tem uma gentileza que mostra para poucos. Não estou dizendo que você não deva mostra-la para Quan Yi Zhen... Apenas seja cuidadoso a este respeito, tudo bem?"

De volta ao instante na Caverna do Imortal, Mu Qing estremeceu por dentro quando os dedos de Feng Xin tocaram a base de seu queixo, a conversa com Xie Lian caiu de imediato no esquecimento ao sentir o calor e o carinho daquela mão.

— Mu Qing, não me ignore... Falo sério. Não quero você mais no oeste, nem perto de Quan Yi Zhen, nem deixe que ele veja seu cabelo solto desse jeito! Por que dormiram no mesmo quarto, afinal?

Mu Qing tinha suas mãos apoiadas nos ombros de Feng Xin, envolvido por ele, algo perplexo e irritado com o que sentia sempre que terminava assim entre os braços dele... Encurralado não por ele, mas pela própria vontade.

__ Mas... O que... Foi por isso que você foi tão frio e incisivo comigo quando conversámos pela matriz? Espera... Mas que porra! Feng Xin...

Os dedos dele em seu queixo deslizaram numa carícia terna, com seus lábios separados por míseros centímetros.

— Continua... — Feng Xin pediu num sussurro, com a maciez do olhar totalmente projetada em Mu Qing... O resto se assemelhava a um reles cenário em branco.

— Você... Ficou mesmo com tanto ciúme?

— O que você não entendeu? Estou dizendo... Que realmente gosto de você e estas não são palavras refletidas num espelho! São minhas palavras... Para você.

Será que depois de tudo ainda não eram as palavras certas?

Feng Xin não compreendeu de todo quando Mu Qing se desencostou da parede de pedras e refugiou-se contra seu corpo, escondendo o rosto em um de seus ombros.

Quieto e contrito por fora... Quando por dentro era o próprio alarido, apenas amortecido por uma espécie de tempestade íntima e furiosa.

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