Teen Mermaids

By _EuVitoria_

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Pertencente a dois mundos, Lydia, Rebeka e Luce precisam encontrar suas verdadeiras identidades. Seus c... More

Mudança
Festa na praia
Pulando na água
Poderes
Salva vidas
Uma nova sereia
Cardume
Uma dança
Sentimentos expostos
Doce chamado
Emboscada
Carta reveladora
Respostas
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Visitando a vovó
Doador anônimo
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Executando o plano
Livro de porções
capitulo especial - Morgana
Capítulo especial - Morgana e Shelby
Evento de talentos
Malévolas
Festa na piscina
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Expostas
Uma novidade em Magic city
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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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Capítulo especial - Morgana
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Enfrentando tubarões

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By _EuVitoria_

Lydia mal havia chegado na escola e já fora atraída pela risada gostosa de James Alves. Não conseguia parar de pensar na redação dele sobre o amor, definitivamente não acreditava que alguém tão frio e desumano acreditasse em um sentimento tão puro e vulnerável. Mas ele acreditava.

- Você está bem? - respirou fundo e desviou sua atenção do capitão, voltando para Nolan que lhe examinava ao lhe interrogar. - Parece distraída.

O rosto da garota corou no mesmo instante ao ser pega fitando o menino mais babaca que conhecia. Como podia ser tão tola em sentir qualquer tipo de atração por ele?

- Estou bem. - sorriu forçado para o rapaz ao seu lado, irritada consigo mesma por estar tão afetada pelo outro. - O que ia dizendo?

Nolan não era bobo, com certeza havia notado a forma que ela olhava para James. A mesma forma que todas as outras estudantes apaixonadas por aquele clichê. Ele parou de andar e colocou suas mãos nos ombros da jovem.

- Olha... Eu sei que ele pode ser encantador. Mas por favor, no fundo ele é um monstro. Não se engane.

- Eu não... Eu... - até tentou disfarçar seus sentimentos, mas estava nítido demais o quão sem controle estava. Bufou irritada. - Eu não estou nem aí para esse garoto.

- Eu não acredito nisso. - rosnou o menino com o sangue pulsando em suas veias. Ele estava zangado e a sereia percebeu isso no instante em que o rapaz começou a se afastar com passos pesados. Lembrando-se rapidamente da história que ambos tinham, Lydia compreendeu porque Nolan estava se sentindo tão irritado, então instantaneamente correu atrás de seu mais novo amigo. Gostava da companhia dele, não queria ofende-lo e perde-lo por alguém tão inalcançável e insuportável quanto James.

- Nolan... - chamou. O garoto parou e lhe fitou. A menina mediu suas palavras, sabendo que elas podiam definir muitas coisas a partir dali. Mas se para parar de sentir coisas por uma pessoa, ela precisasse sentir por outra, era o que faria. - Quer tomar um sorvete depois da aula?

O convite foi bem aceito e apreciado com um sorriso. O dia passou voando, cartazes na parede fizeram a jovem sereia descobrir sobre um evento de talentos que acontecia todo ano na escola. Era uma semana cujo os alunos se preparavam para mostrar diferentes formas de artes. Entre elas música, dança, atuação etc..

- As fênix sempre participam. - Luce ia dizendo toda animada ao seu lado. - E elas sempre ganham. - estava dando pulinhos de empolgação. - É emocionante saber que esse ano eu vou participar.

- Primeiro você precisa se certificar de que a Betty não vai aprontar nenhuma. - Rebeka ironizou, gargalhando e arrancando da amiga uma cara feia.

- Ela merece uma lição, isso sim. - Belamy disse, ao invés de incentivar o lado bom de sua melhor amiga, ele acabou incentivando o ruim. Não por querer, mas sim porque sua raiva pela abelha rainha lhe impedia de ser misericordioso.

- É o aniversário dela esse final de semana, não é? - Meredith deu continuidade a conversa, seus cabelos negros balançando ao passo que ela caminhava sedutoramente.

- Sim. E fomos os únicos a não sermos convidados. - Danna reclamou, fazendo beicinho. Irritada por estar de fora da festa mais badalada do ano.

- E quem disse que precisamos de um convite? - Belamy insinuou, oferecendo a todos um sorriso malicioso.

- Sugere que a gente entre de penetra? - o sorriso perverso também cobriu os lábios de Rebeka, era uma garota de ação e havia gostado da ideia.

- Não inventem moda. - Luce os repreendeu, não gostando do rumo da conversa. Não precisava caçar mais problemas, por ora queria apenas permanecer em sua zona de conforto.

- Olha, gata, ela já se divertiu muito a nossas custas. - ele tinha os olhos brilhantes enquanto fuzilava Betty Denver que corrigia seu batom do outro lado do corredor. - Que mal tem nos divertimos um pouquinho nas dela? Além do mais, é uma festa fantasia...

Ao perceber que era observada, a abelha rainha os fitou e lhes apontou o dedo do meio. Logo em seguida jogou seus curtos cabelos louros para trás e saiu desfilando com todo seu charme, sendo obviamente seguida por suas "amigas".

- Me convenceu. - Luce cedeu depois da cena, olhando para seus amigos agora satisfeitos. - Vamos tornar o aniversario dela épico.

Dali surgiu a ideia entre amigos de sabotar a festa de Betty. Eles conversavam em várias alternativas de como podiam faze-la provar do próprio veneno. Mas em certo ponto, Lydia Paker se desligou, se encaminhando para longe feito uma viciada por droga e a droga, era a voz dele. James Alves devia estar dentro daquela salinha novamente, tocando seu violão ao emitir um som lindo com seus lábios. Tentando não fazer barulho, ela abriu cautelosamente a porta. Parou e observou a cena por algum tempo. O capitão tinha seus olhos fechados, como se sentisse cada acorde. Cada fala. Como se ele realmente sentisse algo. Quem visse James pensaria que ele sequer tinha sentimento, mas ao ouvi-lo compreenderia que ele era cheio deles.

Lydia podia sentir seu coração dando galopadas dentro de seu peito. E aquilo era um péssimo sinal. Ela sabia como se sentia e sentira aquilo apenas uma vez, o que resultou em noites de choro e um coração partido. Ela não se permitiria ser despedaçada novamente, não por ele.

- O que está fazendo? - a voz rouca dele preencheu seus ouvidos, assim que a moça começou a se recriminar por ter perdido o controle.

- Ouvindo você cantar. - disse de prontidão, embora soubesse que deveria se mostrar menos interessada. - E antes que seja grosseiro comigo, dizendo que eu não deveria estar aqui, eu já estou de saída. - disse tudo com seu queixo erguido, e sua famosa teimosia. James se ergueu com uma sobrancelha arqueada, mas nada surpreendido com a ousadia da garota que tornava-se ainda menor, uma vez que ele já estava de pé. Se aproximou suavemente e ela ignorou as sessões que estavam sendo desperta no seu estômago, borboletas...

- Você realmente gosta do som da minha voz. - ele provocou com seu jeito convencido e seu lindo sorriso de lado, deixando-a levemente corada. - Como eu disse...

Era mais difícil do que Lydia pensava, não ser afetada por ele. No inicio havia julgado todas aquelas garotas patéticas que caíam de amores por um cara tão sem cérebro. Mas naquele momento com o capitão tão próximo, o sorriso, o perfume, seu charme... Ela quase as entedia, quase.

Eles tinham uma química, a sereia não podia negar aquilo, estava cada vez mais nítido. Também não podia negar que estava atraída por ele, mas negaria, pois ambos eram como o fogo e o gelo. Incompatíveis.

Quieta ela continuava o fitando com aquele sorriso perfeito, incapaz de reagir a ele. Seu coração errando várias e várias batidas. A sereia se apressou em recuar dois passos para trás, ficava difícil pensar com toda aquela proximidade.

- Você canta bem. - engoliu em seco e encontrou as palavras, tentando o tempo todo soar indiferente. Sua voz era baixa e fria. - Deveria se inscrever para participar do evento de talentos.

- Você acha? - ele mantinha seu sorriso intacto nos lábios, seu famoso tom de deboche. Apesar de tentar manter-se firme, as pernas de Lydia amoleceram instantaneamente.

- Acho. - insistiu, os olhos verdes focados nos azuis do outro. - Você não?

- Meu pai nunca iria permitir. - James deu de ombros, como se aquilo respondesse tudo.

- Não achei que você fosse o tipo de cara que pedisse permissão. - provocou, sabendo que o garoto temia o pai. Mas querendo mostrar pra ele, que o mesmo podia sim cantar, se esse fosse o seu desejo. Dito isso, ela lhe deu as costas, dando espaço para que James Alves refletisse sobre suas palavras.

Uma vez que estava longe dele, Lydia conseguiu respirar novamente com tranquilidade. Como alguém podia ser tão estúpido e lindo na mesma proporção? A céus, era tarde demais. Ela realmente o queria, e sua única solução era fugir.

Em um minuto, já estava fora da escola, procurando suas duas melhores amigas com os olhos. Levou menos de cinco segundos para a garota ter seu braço envolvido por dedos, Rebeka parecia exasperada enquanto corria lhe puxando junto, fazendo a outra tropeçar nos próprios pés.

- Eles estão aqui... Temos que ir... - sua voz saia tão desesperada quanto seus passos.

- Eles quem? O que está acontecendo? - mesmo sem compreender, acompanhava a jovem em sua fuga, perdida demais para se dar conta de que a suas costas, mais de dez homens se locomoviam na multidão de alunos, pareciam zumbis. Do meio desses alunos surgiu Luce, os olhos igualmente esbugalhados. Ela sabia o que ocorria, estava junto da melhor amiga quando os hipnotizados haviam surgido e tentado capturar Rebeka. Elas se separaram apenas para buscar a terceira sereia, corriam agora lado a lado e em meio a tanta adrenalina, Lydia só conseguia pensar que se sua vida continuasse aquele filme de fantasia, ela iria enlouquecer.

O primeiro impulso delas fora correr para a praia, pois não importava qual rua adentrassem, aqueles caras estavam sempre alguns passos atrás e quando eles lhe pegassem, seria trágico. No entanto, havia um único lugar no qual humano nenhum poderia lhes tocar...

Todas souberam o que fazer quando chegaram no fim da ponte que haviam subido, a única saída era a água que se estendia a suas costas. Viraram e se depararam encurraladas por todos eles. Sorriram umas para as outras e de costas, deixaram seus corpos caírem no mar. Fora instantâneo, assim que seus corpos entraram em contato com a água, revelaram seus corpos de sereias.

Azar era a especialidade daquelas três, pois aquilo nada mais era do que uma armadilha e elas foram diretamente para a torre do dragão. Não um, mas três enormes tubarões vigilantes lhe esperavam do outro lado, Shelby provavelmente sabia para aonde elas iriam, era tão previsível...

- Merda... - Rebeka fora a primeira a resmungar, mal podendo respirar e sentindo-se ameaçada pelos tubarões que as rodeava, sedentos por sangue.

- Tenham cuidado. - Luce, a voz da inteligência avisou suas amigas, como se os predadores não pudessem lhe ouvir. Seus braços estavam levemente erguidos. - Não façam movimentos bruscos...

Mas eles não só estavam ouvindo como também deram o bote, mostrando todas suas enormes presas ao saltar para cima das garotas, que assustadas recuaram para trás.

- O que faremos agora? - baixinho, desesperada e com os lábios trémulos, Lydia questionou suas amigas.

- Vamos lutar. - Beka disse, sucumbindo ao inevitável.

Como uma verdadeira mestra, dominou uma bola de água em suas mãos, e como se realmente segurasse uma bola de material, a girou entre suas palmas, a fervendo antes de arremessa-la em seus inimigos. O corpo de um deles manobrou para trás, acertado em cheio pelo liquido fervente, o deixando atordoado. Aquilo deixara os outros dois ainda mais irritado, Rebeka quase se sentiu arrependida por ter revidado. Mas se viu atacando de novo ao ver um deles saltar para cima de Lydia, que apavorada apenas cobriu seu rosto. Por sorte a outra sereia moveu a água, jogando-a sobre o adversário e completando seu golpe, Luce o congelou no meio do ataque temporariamente. Elas teriam o que? Segundos?

O ódio subiu aos olhos do terceiro e único tubarão não atingido, ele também se jogou sobre as três sereias, mas fora bem mais veloz e conseguiu segurar com força no braço de Lucinda, cravando suas presas até furar a pele morena da jovem. Quando a garota gritou de dor, e teve sua face dominada pela mesma emoção, Rebeka e Lydia sem terem outra saída, atiraram seus corpos em cima do único adversário capaz, elas o estapearam como se estivessem em uma briga de adolescentes, até que depois de muita luta, Beka o envolveu em uma seus braços, sufocando-o e o levando para a inconsciência momentânea.

Seria de se esperar que houvesse marcas, alias, era a mordida de um tubarão! Mas era bem pior, o que os dentes dele haviam deixado no braço de Luce, fora buracos. De olhos arregalados a garota fitava o ferimento, que doera apenas quando fora feito. O fato de não estar doendo era ainda mais perturbador, um machucado daquela origem devia estar sendo bem mais incomodo.

- Meu Deus... - Lydia encarou o braço dela com uma expressão de preocupação e horror. - Você esta bem?

- Eu... - não acreditada do que diria, mas mesmo assim disse pois era a verdade. - Não sinto dor.

- Como não dói? - ouvia a confissão da amiga mas mesmo assim não conseguia acreditar. - Está horrível!

- Eu sei. Mas acho que foi algo superficial... Não parece ter sido grave.

- Fazemos um curativo nisso lá em cima.- Rebeka disse com arrepio. - Eles podem se recuperarem a qualquer momento.

Nenhuma delas sabia quanto tempo mais aqueles monstros ficariam desacordados, mas todas sabiam que não queriam ficar ali mais nenhum segundo. Então nadaram de volta para suas terras, sabendo que haviam ganham a primeira guerra, Shelby odiaria saber que possuía sobrinhas tão poderosas.

No inicio ela achará que Belamy não estava falando sério em relação a estragar o dia de Betty Denver, mas o menino estava indo cada vez mais afundo no assunto. Certo de que ela tinha que ter sua "máscara" derrubada diante de todos que a idolatravam e consideravam-na uma boa menina.

- Só estou dizendo que eu acho que vocês estão indo longe demais com essa história. - Clark ajeitou seus óculos, dando seu ponto de vista sábio e fazendo o menino ao seu lado revirar seus olhos. Estavam todos na casa de Luce, matando o tempo.

- Vocês tem que admitir que seria legal vê-la cair do pedestal. - Meredith comentou, passando suas unhas pelos livros na estante, lendo os títulos e fazendo cara de tédio.

- E o que vocês pretendem fazer? - a nerd perguntou levemente irritada por não estar sendo ouvida e aparentemente ser a unica com um ponto de vista sensato. - Não acho que entrar lá de penetra e sair dizendo "Betty Denver é uma farsa" vá fazer todos acreditarem.

- Mas vão se vocês fizerem eles perceberem quem ela realmente é. - Lydia que até então parecia alheia aos assuntos, argumentou como quem não queria nada. Soando tão indiferente que provavelmente nem ela mesmo se dera conta do que havia dito. No entanto, Belamy havia percebido e os olhos dele se iluminaram como quem acaba de encontrar uma solução para um grande problema.

- Você é um gênio, vadia! - ele gritou histérico, pulando sobre a sereia e a beijando diversas vezes enquanto sem entender nada, a menina fazia careta para sua demonstração exagerada de afeto. Todas as outras garotas também se viraram confusas para ele. - Já sei o que vamos fazer. Se descobrirmos que fantasia ela vai usar, todos podemos nos vestir igual a ela e nos fazermos passar por ela, agindo exatamente como a verdadeira Betty deveria agir... - ele começou a falar sem parar, enquanto todas o escutavam atentamente.

- Chega! - Luce explodiu, até o momento havia ouvido tudo sem se manifestar. - O que está dizendo é um absurdo.

- Um absurdo é ela ter humilhado e exposto você, é ela ter feito você tirar o braço do lugar, é ela ter chamado seus amigos covardes para agredirem um bando de garotas. Quase ter mandado Lydia para o hospital e não ser cobrada de forma alguma. Ou você quer esperar a vida tirar as caras por você? Porque isso não vai acontecer. No mundo real, ou você queima, ou você é queimada.

- Como descobriremos qual fantasia ela vai usar? - questionou de prontidão, logo após Belamy lhe fazer refletir o quanto ele estava certo.

- Vamos seguir ela. - ele deu de ombros, um tanto mais calmo, e na verdade sua ideia não era lá uma das mais ruins. Nenhuma parte do plano era, aliás, seria divertido zombar de Betty Denver e fazer seus "súditos" a conhecerem de verdade, para variar.

Nunca que Luce imaginou em sua vida que um dia agiria como essas adolescentes do ensino médio. Garotas fazendo coisas de garotas, como sabotar a festa da líder de torcida, ou se apaixonar pelo cara popular que é perfeito mas não é para o seu "bico". Mas era extremamente daquela forma que ela se sentia. Tola. Quase seria uma garota normal se parte de seu corpo não se tornasse cauda.

- Estou com fome. - Rebeka interrompeu seus desvios, da forma mais aleatória possível. - Quem quer sanduíches?

- Eu prefiro sorvete. - Belamy contrariou somente para complicar. Ele sempre tinha ataques de ciúmes exagerados de Lydia e Rebeka. Luce revirou seus olhos, sabendo que logo um debate sobre o que iriam comer, iniciaria. As outras meninas que os cercavam logo começaram a dar suas opiniões em tons incrivelmente altos, eles discutiam e enquanto isso Luce parecia cada vez mais distante, seus olhos embaçaram um pouco, denunciando uma repentina tontura. Com a certeza de que iria desmaiar, se apoiou para não cair. Ainda assim, tudo girava e seu corpo apoderava-se de uma moleza e uma fraqueza.

- Luce, você está bem? - não sabia dizer se havia sido Beka, Lydia, Danna, Clark ou Meredith a perguntar. Apenas reconheceu o tom como feminino.

Não. Não estava.

- Sim. - mentiu.

- Você está pálida.

- Acho que deveríamos mesmo tomar sorvete. Quem sabe um pouco de praia não alegre as coisas por aqui... - tentou brincar, tentando esconder as coisas que realmente sentia. Havia algo errado, ela sabia, só não sabia exatamente o que.

Claro que seus amigos não haviam acreditado cem por cento em suas palavras, mas deixaram passar e seguiram rumo a praia. Era um dia quente e ensolarado, mas ainda assim, não havia muito movimento. Olhar pro mar fez Luce lembrar que Morgana ainda não havia retornado com uma resposta, elas não faziam a menor noção se a sereia havia conseguido ou não roubar a bola de cristal de Shelby. Isso deixava-as em uma inquietação sem fim.

O medo crescente no coração dela era agonizante. Ela sabia que para ficar bem e segura novamente, precisava que Shelby não tivesse acesso a cada passo que dava ao lado de Rebeka. Era claro que elas nunca mais estariam seguras e imune do mundo marinho, pois sua tia não iria desistir até dar lhes o mesmo fim que havia dado a sua mãe.

Não havia movimento na praia, mas para o azar de Rebeka, Eduardo estava lá. Ele, Amber, Trevor e as outras duas meninas que formavam aquele grupinho rebelde, estavam todos sentados da forma mais despojada possível. Somente ao vê-lo, a sereia sentiu seu mundo momentaneamente balançar, sentiu-se estranhamente afetada ao ver que ele tinha um de seus braços musculosos sobre os ombros de Amber. Lembrou-se como aqueles braços lhe envolviam tão perfeitamente, como se ela fosse sido feita sobre medidas para eles.

Sem se dar conta, Beka ficará estática no lugar, focalizando a cena que com a ajuda de seus pensamentos torturantes, partia seu coração que até então servirá apenas para bombear sangue. Deus sabe como ela queria correr até lá, estapear a garota que estava aconchegada nos braços dele, o lugar que ela queria que fosse seu. Belamy, no entanto, surgiu do nada a impedindo de agir impulsivamente, tomando sua atenção ao passar seu braço sobre o ombro dela e questionar em seu ouvido:

- Ei gata, quer ajuda para fazer ciúmes nele?

- O que? Não! - piscou desconcentrada, percebendo que não havia sido muito discreta em relação a seus sentimentos. Ah, sim, sentimentos...

- Xii... - ele murmurou envolvendo os ombros dela com seu braço, apesar da jovem ter negado, tentando engana-lo de que nada sentia, falhou, ninguém escondia algo de Belamy Martin. - Não olhe agora, ele está olhando para cá. - O nervosismo se espalhou por seu corpo, ela chegará até mesmo a ficar vermelha de tanta vergonha que sentira somente com a hipótese de Eduardo estar observando-a. - Vá fazer os pedidos do sorvete, gata. - o seu amigo disse ao abraça-la de forma amável, Rebeka conseguiu ver por sobre os ombros dele, que o garçom os observava com uma expressão nada amigável. Por segundos seus olhares se encontraram. - Tenho certeza de que ele vai ir de atrás.

Obedecendo o garoto, Rebeka seguiu rumo ao quiosque, esperando que o mesmo não estivesse certo e que Eduardo não fosse atrás, pois ela não saberia o que dizer, tão pouco como levar o plano de Belamy adiante. Acabaria entregando a situação e dizendo qual era a verdadeira orientação sexual do rapaz. Mas mais uma vez ele estava com toda a razão, pois assim que chegou aonde queria, a sereia teve seu pulso envolvido por uma mão masculina e o dono dela lhe guiou para perto de uma árvore. A mesma olhava para ele confusa, mas ainda assim se deixava ser levada para um local um pouco mais afastado. Pensou no quanto odiaria se ele fizesse suspense do real motivo pelo qual a havia levado até ali, mas não fora isso o que ele fez, assim que parou de andar, Eduardo soltou seu pulso e a encarou com certa raiva no olhar, indagando logo de cara:

- Quem é ele? Quem é aquele cara que estava abraçando você?

- Não é da sua maldita conta. - respondeu cruzando seus braços e empinando seu nariz. Tentando mostrar estar bem menos abalada do que realmente estava. Sua atitude arrogante não fez com que Eduardo recuasse, mas ele lhe olhou como se estivesse diante de algo incompreensível.

- O que você tem que me deixa desse jeito?

- Desse jeito como?

- Eu não consigo parar de pensar em você. - a verdade saiu dos lábios dele, queimando-a por dentro, mas depois soou tão frio que a congelou: - Mas eu não quero e nem vou me apaixonar.

- Beleza. Nem eu. - queria que suas palavras soassem verdadeiras, mas somente a presença dele deixava seu corpo arrepiado.

Eles se olharam intensamente, com desejo demais para duas pessoas que diziam não estarem apaixonadas. E então as mãos de Eduardo envolveram a cintura dela de forma desesperadas, as mãos dela agarraram-se aos cabelos dele e beijaram-se furiosamente, intensamente, como nunca.

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