Quando eu vi a luz da manhã naquele lugar, fiquei extasiada. Era mais bonito do que eu imaginei. E com o lugar deserto como estava, a não ser por um homem correndo que estava na outra extremidade, ia ser perfeito para minhas fotos.
Assim que arriei minha bolsa e comecei a preparar o equipamento, uma rajada de vento soprou a echarpe que eu tinha no pescoço para longe. Eu a coloquei, porque apesar de estarmos no fim da primavera, as manhãs ainda estavam meio frias.
Eu adorava a aquela echarpe, mas não tinha como eu deixar minhas coisas para correr atrás dela pela praia.
Voltei a posicionar minha câmera, e já estava dando alguns cliques, quando senti alguém se aproximando.
Me virei e levei um susto ao ver que o corredor, estava se aproximando com a echarpe na mão. E apesar de estar de boné, eu o reconheci. Era o Henry. E ele estava fabuloso em uma camisa de malha azul e short preto, que deixaram aquelas coxas fantásticas à mostra.
Eu fiquei paralisada enquanto ele chegava cada vez mais perto, e quando finalmente estava em minha frente, eu não estava respirando.
- Bom dia! Acho que isso te pertence.
Ele esticou a mão para me entregar a echarpe.
- Oh...Obrigado! O vento soprou para longe.
- Eu vi quando voou. Mas não poderia jamais imaginar que seria sua. É mesmo uma ótima coincidência te encontrar de novo. Costuma vir sempre aqui nesse horário?
Tentei me concentrar em outra coisa que não fosse aquele rosto lindo e sorriso perfeito dele, antes de responder.
- É que a luz é perfeita nesse horário.
- Então você é fotógrafa?
Eu não consegui entender por que ele continuava puxando assunto, já que estava se exercitando e já tinha me devolvido a echarpe. Ele parecia realmente curioso sobre mim.
- É mais um hobby. Na verdade, sou designer de interiores.
- É um hobby gratificante. Eu gosto de fotografias. A arte de capturar imagens e emoções, é muito bonita.
Eu precisava acabar com aquela conversa, pois não teria meios de me concentrar no que estava fazendo com ele ali, e a luz que eu queria, não iria durar muito tempo.
- Bem, obrigado novamente por me devolver isso. Mas eu preciso aproveitar enquanto a luz ainda é boa. Se me der licença Henry...
Me virei para focar a câmera, mas pude ouvi-lo suspirar atrás de mim como se estivesse frustrado. Imediatamente me senti mal por dispensá-lo daquela forma, e tentei amenizar as coisas.
- Você não precisava interromper seu exercício por mim. Foi muito gentil da sua parte.
- Eu já ia parar mesmo. Já fiz meus três quilômetros diários. E foi um prazer revê-la Julia.
Quando ele falou meu nome, fiquei surpresa.
- Você lembra do meu nome?
- E como eu esqueceria? Esbarrar com você, foi a melhor parte do meu dia ontem.
Senti meu rosto pegar fogo. Com certeza eu estava vermelha feito um tomate. Um elogio desses vindo de Henry Cavill, sendo verdade ou só gentileza, inflou meu ego. Mas dessa vez foi ele que encerrou o papo.
- Bem, Julia... Não quero que você perca a luz perfeita, então vou deixá-la em paz para trabalhar.
Não sei o que me deu, mas de repente, eu não queria que ele se fosse.
- Você disse que gosta de fotografia... Se quiser ficar e olhar, eu posso te ensinar alguns truques.
Ele me deu aquele sorriso de derreter calcinhas.
- Se não for te atrapalhar, eu quero sim.
Continuei tirando fotos, e mostrava a ele o melhor ângulo e o tipo de filtro a usar. A coisa foi fluindo e logo já estávamos bem à vontade um com o outro.
Henry era interessado no assunto e extremamente divertido, e até tirei algumas fotos dele em poses engraçadas. Nos demos tão bem que não vi o tempo passar, e quando me dei conta, já eram 08:30, e meu estômago roncou alto.
- Tem alguém com fome aí?
- Desculpe Henry. Saí sem café da manhã.
- Eu também. Eu corro em jejum. Toma café comigo Julia?
Pensei por um momento, e sabia que não seria saudável para mim passar mais tempo com ele e ficar mais encantada do que eu já estava. Mas antes que eu me recusasse, ele segurou minha mão.
- Vamos lá! Estou gostando tanto do nosso papo. Me faça companhia, por favor...